Cães em tempo de crise

[Tassebem]

DieKalash, o canil de Lisboa não é de todo o sítio indicado para se levar um animal a ser vacinado e chipado. (Além disso, a câmara dispõe de uma carrinha que visita as freguesias de acordo um calendário e onde os animais podem ser gratuitamente vacinados contra a raiva e chipados, desde que pertençam a munícipes lisboetas.)

Pode ser que o casal que vimos não soubesse disso, mas quer a Arguida dizer que há pessoas que vivem com bastante desafogo e, no entanto, para os animais é tudo do mais baratinho que encontrarem, sem quererem saber da qualidade -- e sabemos que há muita gente assim.

[colette]

Ter cão é um luxo.
Logo, eu vivo como Cresus.

[Chamarrita]

Em Leiria, pelo menos há uns anos, podiam dar-se as outras vacinas no vet municipal, desde que se cumprisse o horário (atendia 2x por semana, nos dias de mercado). Não sei se ainda se mantém, eu optei por fazer tudo na clínica, pelo menos tenho a garantia de assistência médica se alguma coisa correr mal, coisa que o vet municipal não faz.

Tal como a LuluB, considero tão luxuoso ter um cão como ter filhos e parentes dependentes, embora um cão tenha menos necessidades do que as pessoas: não precisa de roupa, de ir à escola, etc. Também considero vantajosa a companhia de um cão para um sem abrigo, protegem-se mutuamente. É incrível como quem tem menos consegue sempre partilhar mais. Claro que os cães não têm vacinas, provavelmente não são tratados quando adoecem, tal qual como os que não têm ninguém - sejam cães, sejam pessoas. Mas nestes casos nem sequer se trata de posse, é uma relação de amizade e companheirismo entre espécies diferentes. Há pessoas pobres, há animais pobres, e não são estas pessoas que andam por aí a pedinchar cães de raça e bla bla bla. Muitas vezes deixam de pedir ajuda para si para poderem cuidar do cão, e é com os cães que disputam as sobras dos supermercados... Na miséria, não há desigualdades.

[CupCakes]

Vejo muito boa gente a cortar no seu próprio bem estar, para poder dar ao seu animal aquilo que não dá a si próprio. Chama-se, amor? Quando tiramos de nós para oferecer ao outro?

[sasquatch]

Quando as pessoas não tem para si próprias e se metem em encargos que não podem sustentar contando que os outros ajudem, chama-se mesmo é irresponsabilidade.

[perapado]

Vejo muito boa gente a cortar no seu próprio bem estar, para poder dar ao seu animal aquilo que não dá a si próprio. Chama-se, amor? Quando tiramos de nós para oferecer ao outro?

Eu acho que é! relativamente aos animais.
Relativamente às pessoas, acho que é solidariedade.

[colette]

Depende daquilo que se considera bem estar. O "bem estar" é um conceito subjectivo. Aquilo que é o bem estar dos outros pode não ser o meu e não ter (e, na maior parte das vezes, não tem) qualquer significado ou importância para mim.
Olhe os tais sem-abrigo de que já se falou aqui, por exemplo. Muitos deles não querem outra coisa senão continuar assim e nem querem ouvir falar em "refazer a vida" e meterem-se entre 4 paredes. Portanto, por muito dura que seja a sua situação é assim que se sentem bem.
Se é amor? É capaz de ser, embora eu seja pouco "de amores", mesmo gostando muito deles. Mas é, sem dúvida e pela parte que me toca, também responsabilidade. E não me faz diferença nenhuma renunciar a bifes do lombo e comer frango guisado com batatas durante dois dias, para lhes dar a eles uma alimentação minimamente razoável.

PS - Frango guisado ou caldeirada de sardinhas. Até nem é nada mau.

[Arguidaa]

Em Leiria, pelo menos há uns anos, podiam dar-se as outras vacinas no vet municipal, desde que se cumprisse o horário (atendia 2x por semana, nos dias de mercado). Não sei se ainda se mantém, eu optei por fazer tudo na clínica, pelo menos tenho a garantia de assistência médica se alguma coisa correr mal, coisa que o vet municipal não faz.

Tal como a LuluB, considero tão luxuoso ter um cão como ter filhos e parentes dependentes, embora um cão tenha menos necessidades do que as pessoas: não precisa de roupa, de ir à escola, etc. Também considero vantajosa a companhia de um cão para um sem abrigo, protegem-se mutuamente. É incrível como quem tem menos consegue sempre partilhar mais. Claro que os cães não têm vacinas, provavelmente não são tratados quando adoecem, tal qual como os que não têm ninguém - sejam cães, sejam pessoas. Mas nestes casos nem sequer se trata de posse, é uma relação de amizade e companheirismo entre espécies diferentes. Há pessoas pobres, há animais pobres, e não são estas pessoas que andam por aí a pedinchar cães de raça e bla bla bla. Muitas vezes deixam de pedir ajuda para si para poderem cuidar do cão, e é com os cães que disputam as sobras dos supermercados... Na miséria, não há desigualdades.

Estás inspirada hoje ... mas estou TOTALMENTE de acordo contigo.

[Arguidaa]

Vejo muito boa gente a cortar no seu próprio bem estar, para poder dar ao seu animal aquilo que não dá a si próprio. Chama-se, amor? Quando tiramos de nós para oferecer ao outro?

Eu acho que é! relativamente aos animais.
Relativamente às pessoas, acho que é solidariedade.

Também estou de acordo.

A mim o que me chocou no tal casal que apareceu no canil com o canito e que comentei com a Tassebem, foi que ambos tinham um excelente aspecto e o carro era um audi novinho em folha ... logo, deduzo que não seriam propriamente pessoas carenciadas, para sujeitarem o seu animal a ir a um canil (ainda por cima o antro que é o de Lisbooa) para ser vacinado. Eu nunca o faria ... mas enfim ...

Quanto àa vacinas, apesar de srem mais baratas no vet municipal, eu prefiro ir ao meu vet pois lá sei que antes dos meus animais serem vacinados são vistos desde a ponta da cabeça aos pés e, para mim esse facto dá-me segurança.

DieKalash quando resgatei o Martim do canil, obviamente que ele também logo lá chipado e vacinado (raiva)

[DieKalash]

DieKalash, o canil de Lisboa não é de todo o sítio indicado para se levar um animal a ser vacinado e chipado. (Além disso, a câmara dispõe de uma carrinha que visita as freguesias de acordo um calendário e onde os animais podem ser gratuitamente vacinados contra a raiva e chipados, desde que pertençam a munícipes lisboetas.)

Eu dei no veterinário municipal de Cascais. Fui muito bem atendido e o vet foi 5*. A minha vet não tinha feito melhor que ele

O de Lx não sei, mas já tinha lido a petição na sua assinatura!

Pode ser que o casal que vimos não soubesse disso, mas quer a Arguida dizer que há pessoas que vivem com bastante desafogo e, no entanto, para os animais é tudo do mais baratinho que encontrarem, sem quererem saber da qualidade -- e sabemos que há muita gente assim.

Pois, isso não sei. Sei que o Kalash leva o melhor que lhe posso dar

Por falar nisso, toca de ir espremer umas pipetas

[Chamarrita]

Vejo muito boa gente a cortar no seu próprio bem estar, para poder dar ao seu animal aquilo que não dá a si próprio. Chama-se, amor? Quando tiramos de nós para oferecer ao outro?

acho que é compaixão, CupCakes. E, quando as pessoas aprenderem que o seu bem estar não depende daquilo que se tem, e que podem viver com muito menos do que aquilo que consideram essencial, sobra mais para dar ao outro. Temos muito menos necessidades do que aquelas que a sociedade de consumo nos cria e nos faz acreditar. E caldeirada de sardinhas é óptimo! (verdade seja dita que adoro "comida de pobre" )

[CupCakes]

Palavras são só palavras. Ponham a palavra que mais vos agradar. Um dos motivos porque adoro animais, não falam

[LuluB]

É pena este fórum não ter smilies a bater palmas, já os teria gasto todas com a Chamarrita e a Colette.

Comida de pobre? A velha culinária da Europa do Sul, pobreta e carenciada de tudo menos de engenho para fazer das pedras pão e conduto, e a que agora as sumidades da dietética chamam cozinha mediterrânica e à qual não se cansam de louvar?

Venha a caldeirada de sardinhas, o pão com azeitonas, o caldo de couves: não precisamos de mais para sermos saudáveis e andarmos bem alimentados, tal como não precisamos de condomínios fechados e carripanas de luxo para termos um tecto e nos deslocarmos.

Quanto aos cães, sobreviveram 9 000 970 anos a comerem o que calhava e a viverem por onde os deixavam, não serão com certeza os últimos trinta anitos de rações topo de gama (seja lá isso o que for) e todas as comodidades que vão matar a espécie - ou, se calhar até serão, mas estamos cá para ver.

O resto é só conversa de café, estreiteza de vistas e muita facúndia...

[colette]

Não frequento cafés, aí está uma coisa que não contribui, em nada, para o meu bem-estar, e já não ouvia a palavra "facúndia" desde que o Eça bateu a bota; e estas palavras fora de moda contribuem, em muito, para o meu bem-estar, bem como o velho ditado "deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer" e que cumpro à letra, com excepção da última parte, já que estou mais virada para o encolher.
E juntando o gesto à palavra, até amanhã, que tenho os meus "luxos" todos à espera.
A comida de pobres, amanhã, é carne de porco à alentejana. As ameijoas devem ser vietnamitas ou coreanas, que eram as mais baratinhas. Falta de patriotismo, reconheço. A diferença reverteu para umas asas de peru para os "luxos".

[CupCakes]

lá está tudo a filosofar. É crime viver num condominio fechado e ter 1 super bólide?
Tem alguma piada andar a contar tustos? Ai estes maganos são hilariantes