E mais esta. Os sublinhados são meus.
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O presidente da Associação de Caça e Pesca de Frechas, em Mirandela, congratula-se com o anúncio da operação que se inicia na segunda-feira e pretende capturar uma matilha de cerca de duas centenas de cães selvagens nas imediações do aterro sanitário da Terra Quente, naquela freguesia. É uma operação inédita no nordeste transmontano e acontece depois de várias queixas de alegadas tentativas de ataques a agricultores e trabalhadores do aterro. Os alimentos que encontram no aterro sanitário que recebe o lixo de todo o distrito de Bragança e ainda de Vila Nova de Foz Coa, terá estado na origem desta matilha que se foi reproduzindo de forma incontrolável chegando quase às duas centenas de animais. O presidente da associação de caça e pesca da Freguesia de Frechas revela que
o caso já foi denunciado há três anos, após um pastor ter sido atacado por alguns desses animais, bem como alguns rebanhos.
Depois de 14 cartas registadas enviadas para diversas entidades, José Ramos recebeu com satisfação a notícia da autorização da DGV para a captura dos cães.“São mais de 200 animais, muitos deles nunca viram uma pessoa e há mais de um caso de pessoas atacadas. Demos conhecimento. O gado tem sido atacado frequentemente.
Os cães dizimam tudo, não deixam uma peça de caça para trás.
Quero ver se há alguém ferido ou morto quem descalça a bota”, sublinhou.O vice-presidente do Município de Mirandela revela que as queixas eram extensivas a tentativas de ataques a agricultores, com propriedades na zona, caçadores e até trabalhadores do aterro sanitário. António Branco garante que o município tem vindo a alertar a direcção-geral de veterinária para este problema de saúde pública e de insegurança, mas só agora há luz verde para avançar após a publicação de editais para duas operações de captura no dia 5 e 19 de Dezembro.“São cães que vivem ali à espera de poder obter alguma alimentação. Conseguem romper a vedação.
E todos os anos há muitos abandonos na altura da caça.”O director-geral da Resíduos do Nordeste, empresa intermunicipal que gere o aterro sanitário, confirma que a matilha de cães selvagens já causou prejuízos na vedação da estrutura. Paulo Praça não esconde que existe muita preocupação com os riscos que esta situação pode causar“Têm constituído uma ameaça para as pessoas e têm causado prejuízos e importa resolver essa preocupação.”Esta operação de captura envolve questões de logística muito complicadas que necessitam da intervenção de diversas entidades. Nesse sentido, a DGV conta com a colaboração da CMM, GNR, ICNB, PSP e as corporações de bombeiros. A operação contempla também o abate a tiro nas situações que exigirem este recurso, pelo que estará também presente o veterinário municipal.Os cadáveres serão recolhidos e incinerados.Sobre este assunto, o veterinário Nuno Alegria, docente da UTAD na área de doenças infecciosas nos animais, explica quais os riscos que correm as pessoas que eventualmente possam ser atacadas por cães selvagens:“Não só por causa de uma pessoa poder ser mordida mas porque as fezes deles podem contaminar crianças. E podem ter outras doenças. Quanto à mordedura, não existe histórico de Raiva desde 1950, mas existem outras doenças.”Daí que o veterinário considere a captura de animais de vadios ou errantes uma necessidade:“
Para além de um prejuízo, uma pessoa atropela um cão e dá cabo de um carro, podem sempre agredir pessoas ou outros animais”, sublinhou, concordando com esta operação.
Mas, esta operação de captura dos cães selvagens junto ao aterro sanitário de Urjais, está a deixar indignado o presidente da junta de freguesia de Vale Frechoso, Vila Flor, que também está incluída na área do aterro. José Carmino, apesar de satisfeito com a resolução do problema, não gostou de ter sido ignorado pela DGV, quando diz ter denunciado o caso há muito tempo e
reclama que os editais também sejam afixados na sua aldeia.»
in http://www.brigantia.pt/index.php?optio ... &Itemid=43
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«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke