Que mais posso eu dizer que a Tiabela e a Leonilde não tenham já dito? Nada! Estão lindas as fotos dos três.
Para além do feitio fantástico do Cedric (juro que nunca vi um gato com tamanho à-vontade, apesar de ser gato e de tudo o que já passou), contribuem a grande hospitalidade da Daisy e até da Nikita, que não está a receber o Cedric nada mal. E dos donos, a quem muito agradeço a adopção do Cedric. Ele merecia uma família assim e vai ser muito feliz, tenho a certeza.
Já agora, a propósito do que disse a Leonilde: no canil de Lisboa, onde eu encontrei o Cedric, estavam, estão e estarão muitos outros gatos perfeitamente adoptáveis. Outros não, pois são gatos errantes que, arrancados aos locais onde vivem, não terão qualquer hipótese de arranjar dono, por não estarem socializados com os humanos. Outros também não pois, apesar de serem socializados ou socializáveis, vão acabar por adoecer ali ou por serem abatidos, por ninguém se interessar por eles.
Calhou ver o Cedric num dia em que fui ao canil e ele manifestar o temperamento que tem. Ao contrário dos outros, assustados e encolhidos a um canto da jaula, o Cedric roçava-se nas grades, implorava atenção, «gritava» que o tirassem dali. Nem quero pensar o que foi e é e será feito dos outros, mas o Cedric fez por ele.
O percurso desde então não foi fácil. Incorri no erro de o confiar a uma pessoa que, vim a saber depois, é doente, mas consegui recuperá-lo. Não o teria conseguido sem a ajuda de várias pessoas, umas amigas, outras que, não o sendo, se revelaram amigas também. Nem sem a ajuda de quem cedeu um espaço para o Cedric ser recolhido depois. Nem sem a ajuda de quem aqui na Arca torceu por ele e me ajudou a divulgá-lo e a apoiá-lo. A todas cabe aqui o meu profundo agradecimento e, por último mas não menos importante, à minha mãe, a quem o Cedric deve todo o tratamento do estado em que estava e muito carinho.
São desfechos como este que fazem com que tudo valha a pena.
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
Mas eles estabelecem hierarquias entre eles, o que se nota bem na altura de comerem, por exemplo. Os que entendem que comem primeiro dão uma espanadela aos outros, caso estes estejam a querer quebrar a hierarquia, e esses depois aguardam. Outra situação é a disputa pelos lugares mais apetecidos na cama da dona. Mas eu interfiro o mínimo necessário e as coisas correm geralmente bem.
