quarta jan 21, 2004 12:33 am
Olá!
Nem de propósito, vou ter exame de Parasitologia na sexta feira e uma parte da matéria é sobre os protozoários, nos quais se inclui o nosso conhecido Toxoplasma gondii. Penso quetoda a gente neste fórum está muito bem informada, já quase não há nada a dizer.
O gato é o hospedeiro definitivo deste parasita, e pode ser um possível vector de contaminação para o homem. Mas atenção : o gato não apanha o toxoplasma do ar!!! Este parasita só está presente no gato (tanto doméstico como silvestre ou selvagem) ou nos hospedeiros intermediários, que são sempre vertebrados homeotérmicos (o que exclui os insectos que o seu gato possa ingerir). Assim, pode-se apanhar este parasita através da ingestão de oocistos esporulados, que são eliminados pelas fezes do gato, ou por ingerir alimentos com quistos nos tecidos musculares (ou seja, quistos em carnes mal-passadas, por exemplo).
Assim, ou o gato passou algum tempo na rua em que se alimentou de carne crua de animais contaminados, ou bebeu água ou terra que tinha oocistos, ou já recebeu o parasita da mãe por transmissão transplacentária (este último caso não é tão provável pois nos gatos este parasita também provoca problemas na gravidez como aborto, mumificação dos fetos, nados-mortos ou fraca viabilidade dos gatinhos após o nascimento (por encefalite ou destruição do fígado, por exemplo).
Logo, os gatos NÃO andam todos por aí a passear alegremente o toxoplasma, e a transmiti-lo a todas as grávidas incautas! É mais provável que o apanhem por mexer em vasos com terra onde por acaso possa haver oocistos, ou por comerem vegetais nas mesmas condições, ou por coerem carne mal passada (os quistos nas fibras musculares só são destruídos a partir dos 45ºC). Depois, é só ter cuidado e tentar não ser a própria pessoa a mexer no caixote onde se encontram as fezes dos gatos, e em levar as mãos antes de as levar à boca ou ir comer (mas isto é uma regra básica de higiene!). Há outra coisa que as pessoas não sabem, mas quando o oocisto sai para o experior (com as fezes, claro) ainda não está na fase infectante, só se dá início à esporulação (que é o que vai fazer com que ele seja infectante) 24 a 48 horas depois, e é só em condições favoráveis! Logo, limpando diariamente o caixote também se diminui o risco de contrair a doença.
Claro que há sempre riscos, porque o gato não deixa de ser um possível vector de contaminação, mas como vê não é aquele bicho papão!!! Os médicos é que ou não têm esta matéria ou se devem esquecer dela, e parece mais fácil dizer para mandar o gato fora! Não lhe posso afiançar a 100% que a sua irmã não seja infectada, mas também não podia afiançar isso mesmo se a sua irmã não ficar com a gata em casa durante a gravidez, devido ás outras formas de contaminação já referidas!
Espero que tenha contribuido para a ajudar, em conjunto com os outros foristas, claro!