Ca estou eu de novo para vos deleitar com mais aventuras recheadas de perigos e heroismos. Que os cachorrinhos de geracoes vindouras me cantem, o Oscar, o Unico, o Terrivel.
Hoje mais uma vez foi um dia memoravel. Foi um dia de conquista de um novo territorio: a cozinha! Ah! Valhalla de delicias para descanso do Guerreiro e ate agora aterrorizada por um coelho!
Quando o dia comecou, pareceu-me normal. Comeco sempre o dia por levar a Joana a passear. Ela hoje esta distraida e pouco concentrada no nosso passeio. Nem galinhas quer cacar. Ja passamos por umas tantas e em vez de dar corridinhas e gritinhos a Joana nao lhes liga nem me tenta seguir quando a dirijo no caminho certo.
Esta nao entendi. Acabo de levar duas palmadas no meio da rua. Do cimo de uma arvore dois gatos riem-se de mim... Mas sera por pouco tempo. Ri sempre melhor quem ri por ultimo e ninguem fica a rir do Verdadeiro Heroi.
Chegamos a casa. Imediatamente vou mostrar a Joana onde esta o coelho, a ver se desta vez ela percebe e nao me da pipocas para o pequeno almoco.
Ela entendeu e foi buscar o coelho! Nem acredito! Festejo a proeza com saltos e acrobacias, enquanto aguardo o tao merecido manjar!
Credo que e mesmo burra ou muitissimo egoista. Meteu o coelho numa caixa e foi embora no carro com ele. Pior ainda: esqueceu-se das minhas pipocas.
Indignado com a situacao ponho-me a janela, com o meu olhar especial nr. 3 ate que ela volte a aparecer.
Como sempre, chamado pelos meus esgares intensos, o carro da Joana volta a aparecer passado uma hora. Traz na mao a caixa onde esta o coelho. Qualquer coisa nos olhos dela nao esta bem. Os olhos dela estao escuros e a boca num ricto determinado que nao lhe conheco bem. Sem saber como lidar com esta nova situacao afasto-me, deixo-a passar e entramos os dois na cozinha.
O que e isto? Pela primeira vez entrei na cozinha sem trela. Os cheiros sao novos e avalassadores. O coelho ainda esta dentro da caixa e a Joana pegou numa pa e saiu com ele para o Jardim.
Esta a enterra-lo! Quere-o todo para ela! Invejosona! Ladro incontrolavelmente a ver se nao se esquece novamente de mim.
Levei mais duas palmadas e estou fechado na cozinha. Este e um dia deveras estranho. Este territorio que sempre me pareceu tao inatingivel sem o coelho perdeu o perigo e nao basta o meu heroismo para lhe dar forca vital. Do canto do olho vejo a gaiola do coelho vazia e convidativa. Cautelosamente avanco para ela e sou atraido por faixas de papel de cor dourada e cheiro adocicado dispostas artisticamente a volta da gaiola. Num acrobatismo digno de heroi rolo-me a eles, depois deito a gaiola abaixo e rolo no seu conteudo.
CAIMMMMMMMMMMM
Coberto de papel de apanhar moscas, caganitas de coelho e serradura avanco para a Joana que apareceu a porta da cozinha e se ri incontrolavelmente. Emaluqueceu de vez. Pegou na tesoura. E desta que me corta os tin-tins
:shock:
Pior ainda
Estou careca outra vez
,
. Telefonei logo para a tosquiadora, que me aconselhou a mete-lo numa banheira de agua tepida com sabao e depois ainda tentei tirar a goma do papel de apanhar moscas com azeite... nada feito... o cao parecia um rasta. Tive de lhe cortar o pelo.