Tendo como vista de fundo o abandonado e fantasmagórico sanatório de Louredo
Resolvemos dar uma volta por outro sanatório, mas este ainda com ocupantes...
Estacionámos perto mas a rua era estreita, o que obrigava a ter a Sú com rédea curta…
-Pfffffffff! Até parece que eu não sei andar na rua…
Cheirinho por aqui, cheirinho por ali…
Lá chegámos ao sitio, chamado justamente Calvário, na aldeia de Talhô.
-Desde que eu não passe por um calvário, por mim tudo bem…
-Olha que parque tão giro!
-Bem merece o que lhe vou fazer… Adubar!
E lá seguimos pela vegetação dentro, sempre em busca de sombra pois o sol era forte…
E naquelas casas lá se albergavam uns indivíduos meio estranhos… que falavam alto e gritavam… Houve mesmo uma senhora que se meteu a bradar na rua ”Olha que coum tãn búnitú!”
E seguimos por uma belíssima rua, pois aqui até os malucos ajudam na faxina…
Andámos por belos parques…
Passámos por canis desabitados, onde mais tarde um maluco disse que vivia lá uma cadela (não a vimos nem vimos presença dela ali…. Por isso?)
E seguimos rumo a um pombal que marcava o fim da zona urbana e o principio da mata…
-Rico pombal, só espero que não sejam pombos como os de Lisboa…
-Como é isso dono?
-Pombos que borram tudo, Sú…
-Cuscos em versão voadora, é isso dono?
E lá prosseguimos mato dentro…
Com a Sú medrosa…
-Deixa-me cá baixar-me, para que caso me assuste a mijadela não sai a voar pelos ares…
-Eh lá! Que é isto?
-Phonix! Obrigam-me a fazer cada ginástica…
-inda me estatelo aí buraco abaixo…
-Eu sou a Sú e sou assim… Ginasta!
-Por falar em ginástica, olha aquilo ali?
-Tens cá uns olhos do caraças! Que viste agora?
-Anda que já te mostro, tenho uma sêde do caraças!
-Fica mesmo ali ao fundo, à esquerda…
Mas deixa-me cá esvaziar o reservatório, não apareça aí um animal maluco e lá vai líquidos à “exorcista”…
-Cheira mesmo a natureza… mas não é aqui ainda…
-Cá estamos! Vês dono?
-Olha um tanque de rega!
-Posso beber água, dono?
-É melhor não, não deve ser potável…
-E é melhor nem te aproximares muito pois podes tombar lá para dentro…
-Olha eu consigo ver-me! Se fosse o Cusco ele atirava-se logo pois tinha que atacar o furão que olhava para ele… parvo!
E lá resolvemos subir em direcção das casas.
O calor era abrasador e a pressa não era para chegar…
Mas apesar de ser a subir aguentávamos bem pois vínhamos bem dispostos…
A caminho vimos um residente, que aparentemente não jogava com uma equipa completa pois transportava sempre um balde vazio na mão, que nos informou que do nosso lado esquerdo existiam “Bitxús Máles!” e falou também da tal cadela que não existia… Fomos mesmo pela esquerda para ver tais animais maléficos…
Encontrámos uma pequena zona dedicada a pássaros, mas não parecia estar lá nenhuma ave…
-Mas olha! Está aqui um lago!!!!
-Bolas que é isto?!?!?
-Fonix!! Raio de barulho!!! Quem está aí?!?!?
-
BOSTA! SÃO OS PATOS!!!!
-Deixa-me cá enfiar-me por ali… a ver se os engano…
-VOCÊS NÃO ME SIGAM! OLHEM QUE EU MIJO-ME! DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÃO VOS AVISEI!!!
-Bichos maus, é isso que eles são! Portadores dos infernos! Vou mas é pôr-me a milhas!
-Vou mas é já para o carro e deixar isto para trás! Malucos a berrarem e babarem-se ainda vá… mas agora patos? Chiça!!
-Ora bem, depois da igreja é seguir em frente…
-Ora ali está! Vamos rápido antes que eles mudem de ideias e se metam a seguir-me!
-Já falta pouco…
-Eu sou a Sú e sou assim… inteligente! Vivo para lutar com as forças maléficas dos patos para o ano que vem…
E lá para os lados de Talhô, com as ruínas do sanatório a olharem bem para mim…
Como que a chamarem-me para mais uma sessão de fotos com a Sú e todos os fantasmas que por lá andarão…
Nos despedimos de mais uma passeata de fim-de-semana…
FIM.