domingo abr 15, 2012 4:08 pm
Ser disléxico é muito chato.
A história do Simão é das mais banais.
No fim da época da caça foi deixado por aqui e refugiou-se no barracão dos tractores pertencente a um vizinho que também tem um cão, preso a uma parede. Come o que lhe dão os donos desse cão bem como os de um Labrador, um bocadinho mais à frente, e que está engaiolado. Restos de comida de um restaurante, segundo fui informada, bem como restos da cozinha dos "alimentadores". Ele não está magro e de facto nem quer outra comida. Ração diz que a coma eu.
Acompanha-me em todos os meus passeios, até parece que já sabe os meus horários porque me espera à porta, vai e vem comigo, mas não entra cá em casa. Não de forma voluntaria, pelo menos.
O nosso receio (meu e de uma outra senhora que também gosta muito dele) é que, apesar de o cãozinho não causar qualquer dano, alguem venha a embirrar com ele e chame a Câmara para o levar. É o fim e o destino de quase todos os cães abandonados aqui.
Não quero mais cães. Já tenho a minha conta, só me dão trabalho, despesa incomportável e preocupações sem fim. Não preciso de mais animais (do que preciso mesmo e com urgência, é de um advogado/jurista/solicitador ou semelhante que me oriente num problema que não tem nada a ver com cães, mas que se não for resolvido os vai prejudicar e muito), mas, em último caso, dar-lhe-ei abrigo, embora preferisse não o fazer.
Enfim, vou dançando conforme a música.
Este país é um lamaçal, quer para as pessoas que, como eu, não têm margem de manobra, quer para os animais.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>