Se quiserem tirar um curso intensivo a respeito deste tema, falem comigo.NicaJunior Escreveu:Diz a Tasse, que está à distancia de tal coisa acontecer no seu imaginário e portanto a Tasse pode conceder-se a si própria todos os desfechos heróicos que entender.Tassebem Escreveu:
Vou fazer mais uma comparaçãozinha e até estou curiosa para ver se há muita gente a eriçar-se: se eu tivesse o marido preso no Tarrafal, não aceitava uma caderneta de cheques-refeição oferecida pelo Salazar para alimentar os meus filhos, nem que tivesse de ir roubar, compreende? É que depois o Salazar aproveitava isso para propaganda, enquanto torturava e matava lentamente o meu marido. E isso seria uma traição da minha parte.
Mas daí à realidade.... que mãe seria a Tassebem se em nome de uma ideologia politica deixasse morrer os seus filhos à fome? Teria coragem para tal?
Não, Nicas, os meus pais preferiam que rebentássemos de fome num canto qualquer a aceitarmos uma migalha que fosse de quem os perseguia e metia em Caxias, Aljube, Peniche, etc. Mesmo que isso os retalhasse de dor. E nós, miúdos como éramos, concordávamos em absoluto com eles, pois bebemos no leite materno o sentido da ética moral e da verticalidade de opiniões.
E como nós havia muitos mais. O oportunismo era coisa execrada entre nós. Quase tanto como a delação.