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Kathleen
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quinta fev 05, 2004 11:03 am

Olá

Não costumo andar muito pelos foruns de raças e quando ando leio e não costumo participar, mas perante o que aqui foi dito, não consigo não participar.

Concordo com o que aqui tem sido dito sobre criação de um modo geral.
Agora o que o Daktari diz sobre selecção de animais é que para mim é inadmissivel e concordo em pleno com a resposta do casa de Anaval.

O meu avô foi criador de cães, foi uma das pessoas que ajudou ao apuramento e resurgimento de uma raça que estava em riscos de desaparecer. Era uma pessoa perfeccionista ao máximo, seleccionava os animais para criação com um rigor aflitivo e tinha belissimos cães.
Quando um cão não servia para criação, ou estava fora do estalão vendia-o a um preço simbólico para cobrir despesas ou oferecia-o, sempre com garantias de que não seriam usados para reprodução. Outros conservava-os.
Eliminar um ser vivo para fazer selecção, faz-me lembrar uma parte da história da humaninade da qual não gosto de recordar :(

Beijokas
Kathleen
Pedra
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quinta fev 05, 2004 1:29 pm

mjoaomarques Escreveu:
Bem, essa situação deve ser raríssima, não? Para mim o criador ideal faria:
- O cão pertence ao criador.
Nesse caso seria mais uma animal de estimação.
- O cão tinha sido vendido
Depende da situação. Mas suponhemos que o comprador no acto da compra tinha pretendido apenas um animal de estimação. Devido à raridade da situação e ao bom nome do afixo devolvia o dinheiro da compra ou oferecia outro cachorro dependendo da vontade do comprador. Em contrapartida o comprador teria que me dar garantias de que não usaria o animal como reprodutor.
Naõ vejo que possa ser assim tão rara esta situação. Progenitores isentos podem produzir cães displasicos.
Isabel
daktari
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quinta fev 05, 2004 10:20 pm

Fico pasmo com a quantidade de foristas que descordam com a eutanásia de alguns elementos em prole de outros com melhor requisitos para dar continuidade a raça.
Pois tal como dizia no meu artigo intitulado “Criador é fácil intitular-se” gostaria de saber como iriam os senhores proceder diante de uma ninhada demasiado numerosa para que a progenitora consiga levar a bom termo pois é frequente uma cadela não ter leite e mamilos suficientes para conseguir amamentar a totalidade da ninhada? Iram os senhor deixar definhar a ninhada até os mais fracos sucumbirem morrendo os mesmos por desnutrição ?Ou iram os senhores proceder a eutanásia de alguns cachorros de forma a que os restantes tenham mais e melhores condições para sobreviverem e se desenvolverem? Daqueles que lhes parecem ter menos interesse iram os senhores tentar amamenta-los sem na maioria das vezes e dos casos obter êxito impondo e prolongando o sofrimento aos cachorrinhos? Grande parte destes iram morrer mesmo com todos os vossos cuidados e ajuda mas mesmo assim acreditando que tal não aconteça eles iram revelar certamente atrasos graves e significativos no seu desenvolvimento, pois o que nasce torto tarde ou nunca se endireita, na melhor das hipóteses iram os senhores conseguir animais débeis . Pois amamentar um cachorro recém nascido não é tarefa fácil! Tem estes que ser amamentados de 3 em 3 horas de dia e de noite até por volta das 3 semanas de idade, altura em que vai ser possível administrar-lhes um alimento solido. Sendo ainda necessário proceder a massagem do ventre dos mesmos cachorros pois estes não regulam totalmente o funcionamento do seu transito intestinal, tanto assim que as cadelas passam grande parte do seu tempo a lamber-lhes o ventre para regular o transito intestinal e urinário dos mesmos . O que lhes parece? Acham-se capazes de se substituírem a mãe? Ou será que os senhores iram deixar que o destino, a fome e o sofrimento se encarregue dos ditos bichinhos deixando os senhores com a vossa consciência tranquila por acharem que tentaram salvar estes desgraçados de uma morte quase certa? Pois eu cá prefiro abreviar o sofrimento destes praticando a eutanásia nos mesmos o que me parece, mesmo os senhores desacreditando esta forma de proceder, ser a forma mais adequada e humana de resolver e solucionar o problema, sem deixar animais a sofrerem e a definharem, pois é quase certa a morte mesmo que se tente salva-los. Não me digam os senhores tal como preconizou a Maria João vão tratar de arranjar uma outra cadela substituta e capaz de os amamentar? Pois também isto não é tarefa fácil ! As cadelas não pairem todas nas mesmas alturas assim como não estão prontas a serem cobertas nas mesmas alturas aquando do acasalamento! Por outro lado que iram fazer dos filhotes de esses animal de substituição? Matam-nos ou iram guarda-los? Pois se resolverem guarda-los iram continuar com o problema de a cadela não ter capacidade de criar todos eles e isto se ela os consentir como é obvio! Pois não me parece viável uma cadela conseguir amamentar os seus filhotes mais alguns que lhe acrescentem , e isto se ela os aceitar o que é pouco provável sendo o mais certo esta rejeitar os mesmos, não os deixando mamar podendo mesmo em alguns casos matar os ditos cachorros introduzidos na ninhada com vistas a instintivamente salvaguardar as suas proles. Pois a natureza providenciou estes animais de instintos maternos muito fortes no que respeita a preservação e continuidade da espécie dando prioridade ao seus próprios genes estes contidos na sua própria prole. Pois julgo ser do conhecimento de todos que o acto da procriação nos animais é garantir a transmissão dos genes neles contidos perpetuando os mesmos através das suas próprias crias sendo isto alcançado com a defesa e a sobrevivência das mesmas, tal como acontece com os animais largados na natureza o importante para estes é garantir a sobrevivência dos seus filhotes dando assim continuidade aos seus genes e a sua bagagem genética para que os mesmos se possam perpetuar. Não acredito que os senhores tenham êxito com as tão boas intenções preconizadas pela Maria João dizendo a mesma que atempadamente procura uma outra cadela se for caso disso ! Levo largos anos experientes na criação de cães e posso-lhes garantir que tudo isto já foi por min mais do que ensaiado e quase sempre sem êxito, e mesmo quando este é alcançado é só para uma minoria de animais ao qual foi imposta muitas vicissitudes e sofrimento tendo o mesmo sido desnecessário para aqueles que mesmo assim não sobreviveram pois na maioria dos casos grande parte daqueles que tentaram salvar estes bichanos chegam a conclusão que todo este esforço foi em vão, pois os mesmos raramente se desenvolvem bem e por um ou dois animais que aguentaram a tortura imposta terão certamente morrido mais do dobro.
Pois não se esqueçam os senhores e tenham também presente em mente que o leite consoante a fase da lactação em que se encontra uma cadela não é todo ele igual e na maioria das vezes e dos casos este não vai ser certamente adequado aos cachorros que procura introduzir. Pois como já disse tudo isto não é assim tão fácil como os senhores parecem achar! No entanto fico aberta a soluções que tenham para me propor!
Dizem os senhores que esterilizar os animais que não reúnem os devidos requisitos impostos pela raça é a solução adequada. Dizem ainda que os mesmos podem ser oferecidos ou vendidos por somas irrisórias a pessoas a quem estes interessam mediante o bom trato dos mesmos. Pois mais uma vez as vossas louváveis e boas intenções não me convencem. Pois quem procura adquiri animais a baixo preço ou não tem condições monetárias para adquirir um cão como tal não me parece que ira ter condições para garantir a devida alimentação e trato assim como os devidos cuidados veterinários. Pois todos nos temos consciência que o pior não é o valor da aquisição mas sim o da boa manutenção. Na minha opinião quem não quer gastar dinheiro na aquisição também não o vai querer fazer aquando dos cuidados que o animal necessita. Sendo que a maioria ira certamente viver em condições lamentáveis encontrando-se muita das vezes estes acorrentados e a padecerem de cuidados tendo estes na maioria dos caso como único objectivo o de guardar as propriedades e os bem de quem os adquiriu ao menor custo possível! Assim sendo passo a perguntar será isto mais humano de que a eutanásia ? Não teria esta nestes casos sido esta a melhor opção ? E o que dizer dos casos de pessoas bem intencionadas a quem lhes foi oferecido os ditos cães na condição de serem por eles bem tratados e que não iram cumprir o acordo sendo que na maioria dos casos estes animais iram acabara na rua da amargura abandonados e entregues a eles próprios? Será que a consciência de quem os ofereceu ira ficar mais tranquila por isso? Ter legado os produtos das infortunadas e despreciadas reproduções a pessoas que quase de certeza não lhes iram cumprir com o prometido assim como não iram dar o seu justo apreço a estes animais faz destes supostos benfeitores apologistas da oferta seres humanos mais bem intencionados? Melhores que eu que prefiro acabar de uma vez por toda com o infortúnio e o sofrimento ao qual o mesmo seria submetido se eu fosse partilhar dessas louváveis intenções? Estes infortunados animais acabam também na maioria dos casos abandonados sendo que os mesmos nem sequer custaram dinheiro ! Pois sempre ouvi dizer que o que é dado não é caro e a cavalo dado não se olha a dente!
Encontrar as pessoas e donos certos para os ditos infortúnios e que cuidem bem destes é na minha opinião ainda mais difícil duque criar um cachorro órfão de mãe e conseguir que este sobreviva. A prova viva disso é as instituições de recolha de animais onde os mesmos se amontoam sem grandes condições sendo as mesmas tremendamente difícil encontrar donos para os animais que ali param.
Estou errado? Não serram estes na grande maioria vira latas? Tal como aqueles aquém alguns foristas preconizam que não seja requerido registos em virtude de serem os menos favorecidos e dotados para manter a raça, mais bem dizendo estes acabam sendo vira latas! Pois não tem como provar as suas origens!
Deixar que vivam animais afectados de displasia grave é humano? Não iram estes sofrer as dores impostas pela anomalia que os afecta? Não iram estes arrastarem-se mais tarde dos quartos traseiros chegando alguns deles a ferirem-se? Onde param as boas intenções em todos estas situações e casos ? Pois de boas intenções esta o mundo cheio querem-se é soluções concretas.
Obrigado
Vítor Oliveira
CasadeAnaval
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quinta fev 05, 2004 10:26 pm

Olá Pedra.

Essa situação é complexa. O que preconizo é devolver o dinheiro aos donos e aceitar o cão de volta caso o não queiram. Nesse caso de o não quererem com dois anos nunca daria um cão, devolveria o dinheiro.

No que se refere caso as pessoas desejem manter o cão por estarem afeiçoados equacionávamos oferecer-lhes outroou o dinheiro de volta.


Por mais cuidados que se tenha ninguém está livre disto, infelzimente. O teste PennHip faz cá bastante falta face aos da OFA :(

Quanto ao sr Vitor, bem, não somos génios mas as ninhadas de Dogues Alemães são geralmente numerosas, atingindo 10 a 13 cães fácilmente e nunca tivemos problemas em criar cães a biberão.

talvez a sua tecnica, desculpe a minha expressão é que não seja lá essas coisas ;)

Talvez se ler melhor a minha resposta verá que as pessoas a quem damos os cães nessas situações são conhecidos de longa data ou amigos, por razões óbvias nunca dou cães a desconhecidos. Existem várias formas de contornar a displasia da anca através de cirurgia desde a mais simpels que é a ablação da cabeça do fêmur até à prótese total da anca.

Note que não está a falar na sua mensagem anterior de cães displásicos mas de cães que não sejam uma mais valia para a raça, o que inclui cães perfeitamente saudáveis.

Mas cada qual é como é, eu não concordo com a sua forma de criar, estou no meu direito, tal como o senhor pode não concordar com a minha e estará no seu direito, logicamente.
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
daktari
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quinta fev 05, 2004 10:40 pm

[quote=CasadeAnaval]
Olá Pedra.

Essa situação é complexa. O que preconizo é devolver o dinheiro aos donos e aceitar o cão de volta caso o não queiram. Nesse caso de o não quererem com dois anos nunca daria um cão, devolveria o dinheiro.

No que se refere caso as pessoas desejem manter o cão por estarem afeiçoados equacionávamos oferecer-lhes outroou o dinheiro de volta.


Por mais cuidados que se tenha ninguém está livre disto, infelzimente. O teste PennHip faz cá bastante falta face aos da OFA :(

Quanto ao sr Vitor, bem, não somos génios mas as ninhadas de Dogues Alemães são geralmente numerosas, atingindo 10 a 13 cães fácilmente e nunca tivemos problemas em criar cães a biberão.

talvez a sua tecnica, desculpe a minha expressão é que não seja lá essas coisas ;)

Talvez se ler melhor a minha resposta verá que as pessoas a quem damos os cães nessas situações são conhecidos de longa data ou amigos, por razões óbvias nunca dou cães a [b]desconhecidos[/b]. Existem várias formas de contornar a displasia da anca através de cirurgia desde a mais simpels que é a ablação da cabeça do fêmur até à prótese total da anca.

Note que não está a falar na sua mensagem anterior de cães displásicos mas de cães que não sejam uma mais valia para a raça, o que inclui cães perfeitamente saudáveis.

Mas cada qual é como é, eu não concordo com a sua forma de criar, estou no meu direito, tal como o senhor pode não concordar com a minha e estará no seu direito, logicamente.
[/quote]



Pode Explicar como procede? E já agora não se importa responder a algumas das perguntas que fiz anteriormente? Pode considera-se uma pessoa de sorte conseguir criar tantos cachorros de uma só ninhada não deve deixar a mãe em muito bon estado? Nao parece ser um criador preocupado com o bem estar dos seus animais muito menos das suas progenitoras para submete-las a tamnho sacrificio?
Vitor Oliveira
daktari
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quinta fev 05, 2004 10:51 pm

responder a CasadeAnaval


As suas soluções quanto a displasia só preconizam mais sofrimento e dor para os animais!
Quando não tem a quem dar os animais o que faz deles quando já não restam os tais amigo? Vai guardando os mesmos?
Não lhe ira acontecer mais cedo ou mais tarde como a bola de neve que rolando serra abaixo acabou numa avalanche destruidora?
O que preconiza como soluções quando o espaço das suas instalações não comportar o amontoamento indiscriminado de mais animais?
Vitor Oliveira
CasadeAnaval
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quinta fev 05, 2004 11:32 pm

Antes de mais, graças a Deus não temos enchentes de cães ditos "maus para criar. Nem fazemos criações em todos os cios, por uma razão lógica.

Não deve ter lido a parte em que escrevi que usamos biberões ? Existe leite de substituição adequado e passamos noites à volta dos cães. Por isso não somos mais espertos que os outros, se calhar dedicamo-nos mais aos cães. Por essa razão pode ver que não há " desgaste " da cadela como refere. Subetendo das suas palavras que se as suas cadelas tiverem um numero excessivo de cães para a sua mente, também os abate ? :o

Quanto à situação da displasia, não abateria um cão a menos que a situação fosse irrecuperável e danosa para a qualidade de vida. E se calhar, não quero ser arrogante tenho mais meios de recuperar animais com displasia, se estivesse no seu lugar se calhar talvez tomasse a mesma atitude, mas sinceramente duvido.

Sofrimento e dor existem sempre durante um tratamento mas o controlo da dôr está evoluido nos animais, hoje em dia, felizemente. Se um cão seu fôr atropelado e precisar de resolução cirurgica abate-o ? É que é exactamente a mesma situação...

Agradecia, caso não leve a mal que fizesse quote só das partes que interessam porque os seus tópicos tornam-se excessivamente compridos
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daktari
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sexta fev 06, 2004 12:00 am

Responder a CasadeAnaval
A displasia não tem nada a ver com o exemplo que cita do cão atropelado. Os dois casos não são comparáveis!
O cão atropelado poderá ser totalmente recuperável, neste caso o animal é vitima de um traumatismo acidental e não hereditário, o mesmo não ira perpetuar as mazelas do acidente que o vitimou ! enquanto a displasia é degenerativa afectando gravemente a saúde e o bem estar sendo esta também na maioria dos casos Hereditária tornado um animal impróprio para qualquer uso do mesmo respeitante a canicultura oficial.
Vítor Oliveira
CasadeAnaval
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sexta fev 06, 2004 12:09 am

daktari Escreveu: enquanto a displasia é degenerativa afectando gravemente a saúde e o bem estar sendo esta também na maioria dos casos Hereditária tornado um animal impróprio para qualquer uso do mesmo respeitante a canicultura oficial.
Vítor Oliveira
Sim, a displasia é uma doença degenerativa mas que em muitos casos tem tratamento. O grande óbice é somente poucos veterinários estarem aptos em termos de ortopedia e os custos destas cirurgias.
Para sua informação tenho acompanhado cirurgias a cães à displasia da anca nos ultimos 10 anos ( Pastores alemães, São Bernardos, Serras da Estrela, mesmo Boxers). Têm tido vidas normais e longas. Logicamente que são cães a não servir de reprodutores nem para "canicultura oficial" mas são excelentes companheiros e vivem felizes. Eu mesmo tenho um rafeiro cruzado serra aires e labrador submetido a uma osteotomia tripla que vive feliz e sem dores. Pela sua ordem de ideias deve ser abatido. Já agora abatemos os animais com leishmaniose todos, com diabetes, insuficiência renal, etc.
desculpe a nota brincalhona mas começo a ver que se calhar devo meter-me a gerir um crematório, não ? Ganhava umas massas :)
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mjoaomarques
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sexta fev 06, 2004 12:29 am

daktari Escreveu: ...
Não acredito que os senhores tenham êxito com as tão boas intenções preconizadas pela Maria João dizendo a mesma que atempadamente procura uma outra cadela se for caso disso.
...
Não sei de onde é que tirou esta idéia. O que eu escrevi foi
mjoaomarques Escreveu: ...
No meu conceito de criador ideal está uma pessoa responsável que tomou em consideração todos os infortúnios capazes de ocorrer e estar preparado para superá-los. Há que estar preparado inclusivamente para a morte da progenitora e, nesse caso, ter programado as coisas de modo a substituir a mãe na criação de 12 ou 13 cachorros.
...
A substituição a que eu me refiro será o próprio criador (ou pessoal por ele contratado.
Eu que sou a tal produtora sem ética e com falta de escrúpulos nunca deixo que ocorra uma cruza se não tiver a certeza de que poderei dispor do tempo necessário caso as coisas corram mal. E olhe que os gatinhos são amamentados (a biberão) de 2 em 2 horas, com excepção durante a noite a qual, na maioria das vezes dormem umas 4 horas seguidas.
Claro que é difícil e cansativo criá-los sem mãe. Claro que é difícil sociabilizá-los e ensiná-los sem mãe. Mas é possível e tenho-o conseguido (tal como tantas outras pessoas, basta passear pelo fórum geral) com raras excepções. Actualmente, todos eles são saudáveis e normais. Tudo isto comparado a apenas à ajuda à mãe porque a ninhada é grande é como um rio comparado com um pequeno regato.
Maria Jo&atilde;o
Pedra
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sexta fev 06, 2004 1:49 am

CasadeAnaval Escreveu: Olá Pedra.

Essa situação é complexa. O que preconizo é devolver o dinheiro aos donos e aceitar o cão de volta caso o não queiram. Nesse caso de o não quererem com dois anos nunca daria um cão, devolveria o dinheiro.

No que se refere caso as pessoas desejem manter o cão por estarem afeiçoados equacionávamos oferecer-lhes outroou o dinheiro de volta.

Calma gente, também não é caso para tanto. Não é nenhuma displasia do outro mundo no entanto, segundo as normas de cria, minhas e da pessoa em questão, é de pôr de lado.
Devolver o dinheiro, a mim não me satisfaz, pessoalmente. Houve investimento, houve expectativas...e o animal saiu daqui com 2meses e meio.
Devolver está fora de questão, e a esterilização será feita. Abate, fora de questão, que é lá isso?!!! Parece-me que estão muito a leste do que realmente se passa, pois conheço muito cão displasico e muito, incluindo PA, já de idade, e se não fosse o rx. ninguém o diria.
O que eu propus foi mandar a minha melhor cadela, apta para reprodução e com um grau de displasia A (pelo HVP), que é mais ou menos da mesma idade. Foi das decisões mais dificeis e dolorosas que tive que tomar, mas a única que neste momento me parece a melhor e mais correcta.
Agora pergunto, algum de vocês faria isso? Eu vou fazer, embora com muita magoa. Alias, a magoa, é a dobrar, a noticia inesperada e o ter que deixar ir um cão com 2 anos....mas não vejo outra solução.
Isabel
Pedra
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sexta fev 06, 2004 2:44 am

daktari Escreveu:
Ser criador significa
Ø Melhorar uma raça, agora e sempre.
Ø Não poupar tempo, nem trabalho.
Ø Ter amor aos animais.

Como é óbvio, ser criador não é trabalho fácil. Para além do amor dispensado a todos os animais, o criador deve ser capaz de eliminar imparcialmente um cachorro, que à nascença apresente defeitos.
Talvez deva ainda, no interesse evidente dos próprios cachorros a criar, suprimir animais de perfeita saúde, quando a ninhada for excessivamente numerosa, o que nem sempre é fácil tendo em conta que poderá acontecer eliminar por vezes um ou mais cachorros de grande valor em prejuízo de outros, que poderão mais tarde revelar anomalias.
Criar cães com um objectivo bem definido exige do criador uma certa dureza, ao contrário dos seus próprios sentimentos para com os seus protegidos. Assim aquele que recuar perante esta dureza não terá estofo de criador. À sua firmeza de carácter será ainda posta a rude prova, aquando da colocação dos cachorros por si criados em boas mãos, pois as experiências com alguns com alguns proprietários de jovens cães são muitas vezes ocasião de depressão e dissabores. Julga-se ter encontrado o dono que convinha, mas, semanas depois, verifica-se o contrário o cão que criámos com todos os cuidados estragou-se por mimos de um proprietário ignorante, que agora já não gosta dele. Porém, o cão com a sua percepção também já não lhe corresponde. E, regra geral, o proprietário vai exigir ao criador, que retome o cão que ele estragou, pedindo-lhe um preço superior ao da compra, pois «não se tratou um cão todo este tempo por nada». Inútil fazer entender a esses proprietários, que a culpa não é do cão, mas sim deles. Que não se devolve um cão trocando-o como a um objecto qualquer. Melhor dizendo, não entendem que um cão não é uma mercadoria, mas sim um ser vivo, que tem direitos e perante quem tem obrigações. Este género de dificuldades repugnam, por vezes, muito bons criadores. È pena! Talvez fossem estes os melhores criadores.
Por Vitor Manuel Dos Santos Oliveira (criador de cães).
Bem Vitor, na realidade não é nada fácil.
Não tendo a sua experiência de criação, pois em 8 anos fiz 10 ninhadas, mas já me aconteceram alguns precalços na vida.
Nunca me nasceu um cachorro com defeito grave e que colocasse a sua qualidade de vida em questão, mas se isso acontecesse, não hesitaria em eliminá-lo.Já tive casos de recem nascidos que aparentemente não tinham qualquer defeito, mas, que eram constantemente rejeitados pelas mães, O resultado era dois dias a "miar", frios, e por mais que os colocasse junto das maes, elas afastavam.
Dei soro glucosado, leite, aquecia, esfregava, mas ao fim de 2 dias, eles acabavam por morrer. Por essa razão, todo o cachorro que passe um dia a "miar", não passa desse dia, a partir de agora.
Nunca tive ninhadas de 13, mas ja tive de 9, e raramente tive que recorrer a biberão, mas nos casos em que tive, ia alternado os cachorros por biberaõ e leite materno. As minhas cadelas nunca ficaram em estado miseravel por alimentar 9 cachorros. Felizmente.
Já tive patinhos feios que se tornaram em belos cisnes e vice versa.
Já tive uma pessoa que me devolveu um cão com 2 anos por mudança de residencia e desadaptação de cão á nova casa. Mas a triste realidade, foi que o animal tinha uma doença incuravel e contagiosa que eu só descobri 3 semanas depois. Colocou todo o meu canil em risco. E mandei-o abater, com muita magoa. Mas não podia colocar em risco todos os outros animais.
Já retirei um animal por maus tratos, que para a maioria das pessoas, não seria caso para tanto, pois os maus tratos não eram tareias, mas apenas um abandono e um deleixo grande da parte dos novos donos.
Tem razão quando diz que muitas das vezes as pessoas enganam muito e por mais cuidado que se tenha ao escolher os novos donos, há muitos dissabores. Mas.. a vida é cheia de dissabores e não é só com os cães. Por isso, só temos é que estar preparados, por mais que nos custe, e a mim pode crer que me custa.
Todo e qualquer animal que saia da minha casa, será sempre acolhido, caso os donos não o queiram, pois se eu fechar as minhas portas, já sei o que vai acontecer. E eu não ando a criar cães para serem abandonados nas ruas.
Compreendo e entendo as suas ideias e intenções, mas não todas.
O dia que eu não consiga mais ( e já estive mais longe disso), lidar com as situações que lhe descrevi, então terei que deixar de criar.
O lidar com as invejas e etc... Bem tenho uma amiga que um dia me disse, se os teus concorrentes, dizem mal de ti e dos teus cães, isso significa que estás no bom caminho. Porque dos perdedores toda a gente tem pena e não fala mal.
Isabel
Pedra
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sexta fev 06, 2004 2:44 am

repetida
CasadeAnaval
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sexta fev 06, 2004 7:06 pm

É um acto de grande coragem. Não sei se a teria, Pedra. De qualquer forma é sempre complicado pois é virtualmente impossivel garantir o animal. Não falamos de carros, mas de um cão.
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daktari
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sábado fev 07, 2004 3:20 am

Obrigado Pedra!
Estou inteiramente consigo! Gosto e concordo plenamente com a sua forma de ser e de estar na canicultura.
Você parece-me um criador com um C grande! Siga sendo sempre assim! Haja quem dê o exemplo!
Parabéns!
Não desista, fazem falta mais criadores com a sua perspectiva das coisas e com a sua filosofia de criador.
Felicidades.
Vítor Oliveira.
Responder

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