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daktari
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sábado fev 07, 2004 3:21 am

Obrigado Pedra!
Estou inteiramente consigo! Gosto e concordo plenamente com a sua forma de ser e de estar na canicultura.
Você parece-me um criador com um C grande! Siga sendo sempre assim! Haja quem dê o exemplo!
Parabéns!
Não desista, fazem falta mais criadores com a sua perspectiva das coisas e com a sua filosofia de criador.
Felicidades.
Vítor Oliveira.
CasadeAnaval
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sábado fev 07, 2004 9:23 am

daktari Escreveu: Não será talvez o caso no nosso país, visto ainda se admitirem em Portugal e no Clube Português de Canicultura cães de R.I. (Registo inicial), não se fazendo um controlo rigoroso das ninhadas, e não sendo também obrigatória a tatuagem nos cães de raça por parte dos criadores aquando da inscrição inicial desses no L.O.P (Livro de origens Português).
Há quanto tempo terá sido isto escrito ?
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
boerboelfan
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sábado fev 07, 2004 1:53 pm

Admito perfeitamente que ser criador não é fácil. Que exige determinadas condições desde monetárias, a disponibilidade de tempo , a condições inerentes ao local de criação , etc. Acredito que um um criador consciente muito dificilmente poderá ser um profissional da criação dado que , se os seus rendimentos dependerem da venda dos cães , inevitávelmente irá cair no multiplicador de cães. Entendo , pois , que a criação acabará por ser fundamentalmente um hobby suportado pelo gosto e paixão . Tanto mais que , na maioria dos casos de bons criadores que conheço, é um hobby caro.
O criador deverá ter sempre como objectivo subjacente , e permanentemente presente , a melhoria da raça e defesa da mesma. Neste sentido cada um pode ter a sua interpretação sobre os meios de o alcançar , significando isso diferentes conceitos e métodos de criação. É evidente que cada um pode discordar dos métodos seguidos pelos outros o que não invalida que os métodos de que se discorda não possam se mostrar como eficazes ou justificáveis. Todavia há que perceber que nem todos os meios justificam os fins. Isto é há limites assentes na razoabilidade dos meios face aos fins em vista . Decorre essencialmente do bom senso. Cada caso é um caso e custa-me a aceitar que se admita como regra imutável determinado procedimento independentemente da situação concreta em presença. Isto a respeito da necessidade de suprimir cachorros eventualmente em excesso nas ninhadas, ou o destino a dar a cães displásicos por exemplo. Admito que exista situações em que se tem de tomar a decisão de suprimir o animal mas depois de se equacionar todas as alternativas e não porque é o procedimento pré definido e como regra.

Saudações
CasadeAnaval
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sábado fev 07, 2004 3:00 pm

Caro Jaime ( permite que o trate assim ? )

Eu sou suspeito porque tenho extrema dificuldade em eutanasiar animais. Entendo que em algumas situações extremas de displasia não recuperável ou de deficiências de nascença incomportáveis com a vida se recorra a tal.

Tenho uma perspectiva humanista de que um animal só se mata em situações muto graves. Para mais sendo os animais, ANIMAIS e não objectos ( pese o que a lei portuguesa diz) a vida é preciosa e no meu entender matar um cão saudável apenas porque não corresponde às exigências que temos é ilógico. Aliás NENHUM cão é perfeito, se a pessoa quiser encontra sempre faltas.

Já investimos em vinte e tal anos em cachorros de canis estrangeiros filhos de campeões mundiais que não justificaram as expectativase não nos preocupámos com isso.

Considero é sem sentido abater animais à nascença simplesmente porque se considera que a cadela não os conseguirá criar ou pelo facto de se considerar que estes não serão uma mais valia para a raça morfologica ou etologicamente ( sinceramente ao nascimento não consigo detectar isto e duvido que alguém consiga). A unica razão com que posso entender o abate de cães com displasia da anca recuperáveis por via cirúrgica será por manifesta incapacidade económica.

Se uma pessoa abater cachorros por não ter tempo de os tratar por abandono da mãe ou por ninhada demasiadamente grande para as suas capacidades, o meu conselho será não criar, porque aí cairá em produtor visando a maximaização do lucro e minimização dos custos.

E já é sabido que os bons criadores não ganham muito dinheiro, ou,s e ganham, por favor, ensinem-me como.... desde que não envolva matar animais.

Fique bem

Vasco
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boerboelfan
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sábado fev 07, 2004 4:43 pm

Meu caro Vasco ( tomei a liberdade de iniciar assim e desde já a anuir plenamente quanto á permissão solicitada :) )

Estou absolutamente de acordo. Aliás é exactamente isso que digo no meu anterior post. Custa-me a aceitar como regra o facto de se suprimir cachorros sem que tenham sido equacionadas , e eventualmente testadas , todas as alternativas existentes. Porém, admito como excepção e dado que , como defendo , cada caso é um caso, poderá haver situações concretas em que tal solução se assuma como a única razoável e lógica. Refiro-me essencialmente a questões de saúde. O facto de se poder equacionar suprimir cachorros apenas porque , aparentemente , não cumprem os requesitos , no todo ou em parte , definidos no estalão insere-se no que eu afirmo no outro post " nem todos os meios justificam os fins ". Isto é ,mesmo que o objectivo presente do criador seja o melhoramento da raça ,o meio utilizado de suprimir os cachorros porque aparentemente não proporcionam um salto em frente na melhoria da qualidade , não me parece justificável.
Como diz o meu caro Vasco em termos de Código Civil Português os animais são considerados coisas mas, como a justiça é cega por definição muitas vezes não transporta para o ordenamento jurídico as situações reais. Independentemente disso ,existem normas morais , societárias , do próprio bom senso que , na prática , podem prevalecer , no relacionamento diário das populações ao próprio normativo jurídico. Significa que no meu ponto de vista , e aí somos perfeitamente coincidentes , animais não podem ser considerados coisas pelo que qualquer decisão de suprimir um animal terá que ser sempre em última instância.

Saudações

Jaime
mjoaomarques
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sábado fev 07, 2004 5:12 pm

Olá,

Será possível explicar o que são e no que diferem os testes PennHip e OFA?

Obrigada
CasadeAnaval Escreveu: ...
Por mais cuidados que se tenha ninguém está livre disto, infelzimente. O teste PennHip faz cá bastante falta face aos da OFA :(
...
Maria Jo&atilde;o
boerboelfan
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sábado fev 07, 2004 5:52 pm

mjoaomarques Escreveu: Olá,

Será possível explicar o que são e no que diferem os testes PennHip e OFA?

Obrigada
Olá Maria João

Sugiro que consulte os seguintes endereços :
para OFA : http://www.offa.org/

e para o pennhip : http:/www.vet.upenn.edu/pennhip
ou http:/www.workingdogs.com/doc0090.htm

Saudações

Jaime
Última edição por boerboelfan em sábado fev 07, 2004 11:09 pm, editado 1 vez no total.
jcsousa
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sábado fev 07, 2004 7:35 pm

Desde que me conheço, sempre houve um pastor em minha casa. Daí nasceu a minha preferência por esta raça. Até há cinco anos, altura em que me decidi a entrar no mundo da "canicultura oficial", 4 ninhadas eram a minha bagagem de experiência. Feitas com ilusão e oferecidas a amigos. Nunca até aí recebi um tostão que fosse por um cachorro.

Desde que tenho afixo, apenas produzi duas ninhadas. Fala-vos portanto um criador de 6 ninhadas, com tudo o que isso possa significar para alguns.

Esperei para tomar esta opção que a a disponibilidade financeira e sobretudo de tempo, em termos profissionais e familiares, me permitissem disfrutar do que fazia, fazendo-o segundo os meus critérios. Preparei-me o mais que pude: bibliografia, visitas a criadores reputados, conversas longas com especialistas das várias disciplinas ligadas à criação e à raça. Só avancei quando senti que reunia todas as condições que reputava essenciais para entrar neste maravilhoso mundo.

Sei o que quero:

- criar segundo o standard da raça, na sua vertente física mas também psicológica;
- fazer de cada cão um amigo como os que tive desde a infância e não uma máquina de produzir cachorros;
- perder (ganhar) com cada um deles um tempo de convívio e treino, procurando que desenvolvam dentro das suas possibilidades as características psico-físicas consagradas no estalão;
- contribuir, do meu ponto de vista, para potenciar no PA aerodinâmico de hoje o temperamento dos que conheci nos anos 60 e 70;

Como todos, também eu tenho "o meu" tipo de PA. Não quero consegui-lo a qualquer preço.

Discordo da eutanásia a cachorros por desvios evidentes ao estalão ou por apresentarem alguma deformidade que não provoque sofrimento. Por isso crio tão pouco - tenho sempre possibilidades de os oferecer a amigos onde sei que levarão uma vida feliz e não reproduzirão.

Estou preparado para alimentar a biberão cachorros de ninhadas numerosas. Por isso esperei tantos anos para me dedicar a este hobby - ter tempo e disponibilidade. Essa e outras tarefas - manipulação de CADA cachorro, sociabilização, faço-as sem qualquer sacrifício ou lamento, simplesmente porque GOSTO de o fazer.

Pessoalmente não gosto de exposições, daí que vã a muito poucas, e apenas com a intenção de colher meia dúzia de opiniões abalizadas de juizes especialistas sobre os meus cães. Perco muito pouco tempo em preparação específica para ring. Acho um trabalho monótono e desinteressante, que, na minha óptica, não vale uma classificação dois ou três lugares mais acima numa monográfica. Para ser sincero, não me sinto confortável na barafunda das monográficas, e o duplo manejo, embora necessário, faz-me sentir um pouco ridículo.

Procuro que os meus cães cumpram, dentro das limitações individuais, as funções para que foram criados, e esse tipo de treino é o que me satisfaz e potencia a nossa relação.

Esta é a minha postura face à criação de PAs. Sei que há outras, e tão legítimas como a minha, que não será, estou certo disso, a mais popular nem a mais reconhecida. Mas, meus amigos, eu entrei neste mundo para cumprir os meus critérios e não os dos outros. Se estão errados, demonstrem-mo. Até lá, continuarão a ser os meus critérios.

Resta dizer que sempre admirei os criadores que visitei e que mantinham no seu canil exemplares de 10,11 e 12 anos de idade, "reformados" das lides das expos, do RCI e da reprodução e que viviam os últimos anos da sua vida num merecido descanso junto daquele a quem deram tantos momentos de alegria, tristeza, entusiasmo e decepção. Para mim, um cão é um amigo que nos entra em casa e não uma mercadoria que se usa e deita fora. É sobre este princípio que tento desenvolver a minha actividade.

Prometo não voltar a chatear-vos com as minhas experiências pessoais.

Cumprimentos.

José Carlos
CasadeAnaval
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sábado fev 07, 2004 8:14 pm

Curioso, nunca pensei ser tão coincidente com o jcsousa.

São coisas que acontecem :) .

Quanto ao numero de ninhadas isso não quer dizer nada. Conheço um brasileiro que se intitulava GRANDE criador por ter 600 a 800 cães por ano... e no entanto...
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boerboelfan
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sábado fev 07, 2004 8:54 pm

jcsousa Escreveu:
Prometo não voltar a chatear-vos com as minhas experiências pessoais.

Cumprimentos.

José Carlos
Olá José Carlos

A mim não me chateias absolutamente nada , bem pelo contrário . É com as experiências vividas por cada um que todos nós aprendemos .

Um abraço

Jaime
MMMM
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sábado fev 07, 2004 10:29 pm

Concordo plenamente com o que o Jaime diz.
Ninguém nasce ensinado e só com as experiências dos outros ao serem-nos transmitidas podemos aprender algo.
Bem hajam.
Miguel
Pedra
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domingo fev 08, 2004 12:12 am

CasadeAnaval Escreveu: É um acto de grande coragem. Não sei se a teria, Pedra. De qualquer forma é sempre complicado pois é virtualmente impossivel garantir o animal. Não falamos de carros, mas de um cão.
Já nem sei se será um acto de grande coragem ou maluquice. Não sei se a irei ter, na hora. Mas terei que cumprir com a minha palavra. De qlqr forma será em co-propriedade.
Claro que não falamos de carros. E as garantias são sempre complicadas, mas era uma ninhada em que eu quase colocava as mãos no fogo. Estamos sempre a aprender, quanto mais não seja com os tombos. Nunca garanti nada a não ser que os pais estaõ testados e disso fiz prova. A pessoa também não me está a exigir nada, apenas a informar, pois foi coisa que eu pedi.
O que eu não posso é deixar que o meu nome, o nome dos meus cães e dos criadores portugueses (que já não são bem vistos lá fora), seja penalizado por este infortunio.
Isabel
daktari
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domingo fev 08, 2004 4:51 am

[quote=CasadeAnaval]
[quote=daktari]
Não será talvez o caso no nosso país, visto ainda se admitirem em Portugal e no Clube Português de Canicultura cães de R.I. (Registo inicial), não se fazendo um controlo rigoroso das ninhadas, e não sendo também obrigatória a tatuagem nos cães de raça por parte dos criadores aquando da inscrição inicial desses no L.O.P (Livro de origens Português).
[/quote]

Há quanto tempo terá sido isto escrito ?
[/quote]


Responder a CasadeAnaval
Vejo que só lê o que lhe interessa! Dá próxima vez cite todo o parágrafo, para não deturpar o que foi escrito. Não me venha com segundas intenções. induzindo terceiros em erro !
Já que como veterinário sabichão da nova Hera que é não esta esclarecido quanto as normas em vigor do CPC devia pelo menos como criador de «sucesso» estar melhor informado em relação as directrizes do CPC, pois sem o conhecimento das mesmas não percebo como pode alguém pretender intitular-se criador !?
A não ser que por lapso tenha omitido completar a sua leitura! Todavia aqui lhe mando no que ao meu artigo lhe faltou ler!
Quanto a data em que o mesmo parágrafo foi escrito posso lhe garantir que é mais actual do que os seus conhecimentos em veterinária !Espero ter me feito entender caso contrario posso ser-lhe mais explicito!
Parágrafo copiado de “criador é fácil intitular-se” escrito em 3 de fevereiro 2004
Não será talvez o caso no nosso país, visto ainda se admitirem em Portugal e no Clube Português de Canicultura cães de R.I. (Registo inicial), não se fazendo um controlo rigoroso das ninhadas, e não sendo também obrigatória a tatuagem nos cães de raça por parte dos criadores aquando da inscrição inicial desses no L.O.P (Livro de origens Português).Pois a identificação na maioria dos casos só é praticada após a venda dos cachorros, sendo os compradores da altura então obrigados a procederem a identificação dos seus animais em virtude de existirem exigências impostas pelo CPC só aquando dos pedidos de transferencia de propriedade assim como para na obtenção do LOP definitivo nesse mesmo órgão por parte dos supostos interessados. Tudo isto não faz muito sentido pois na verdade se controle houvesse teria de ser os criadores a proceder a identificação dos seus produtos aquando do nascimento dos mesmos e não os compradores a faze-lo após aquisição desses. Será isto uma lacuna provisória? O futuro nos dirá!

Enquanto comia as pipocas passou-lhe parte do texto ao lado, deve ter sido quando olhou para o saco das mesmas!
Já agora bom apetite!
Bem Haja.
Vítor Oliveira
CasadeAnaval
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domingo fev 08, 2004 10:17 am

Eu nunca me intitulei criador de sucesso nem veterinário sabichão, deve estar a ler mal .

Já agora, HERA é uma planta, pode quanto muito chamar-me de botânico ;) .

E continuo a não percebeer o que os seus ataques de raiva têm a ver com os pastores alemães e com o clube do mesmo, mas enfim, não é para perceber.

As pipocas estão óptima ;)
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jcsousa
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domingo fev 08, 2004 12:53 pm

CasadeAnaval Escreveu: Curioso, nunca pensei ser tão coincidente com o jcsousa.
Conhecimentos "virtuais" provocam, muitas vezes, preconceitos injustificados.
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