Não há nada de mal em ser mais tradicional, desde que isso não implique de ver de forma exagerada como realmente são as coisas. Agora ver um tipo de ferramenta de forma exagerada quando não tem muito conhecimento sobre tal nem o conhecimento de como funciona para o cão, e ainda por cima criticar, já não é ser apenas tradicional. Todos nós podemos ser ignorantes sobre certas coisas, podemos achar que estranguladoras possam ser horríveis e usados para estrangular animais (o que não é verdade, quem usa essas coleiras como deve ser não os estrangula...), que as coleiras de picos possam furar a pele do cão (outra coisa falsa, usado como deve ser não é para furar mas sim beliscar...), que as coleiras de choque são terríveis instrumentos que devem dar uns altos volts de choques (podem dar, mas para usar correctamente bastam choques mínimos e estáticos, que causam desconforto e não necessariamente dor), que as crates devem ser horrivelmente cruéis pois ninguém gostaria de ser fechado num espaçozinho.... Mas será que realmente percebemos como funciona cada instrumento, a forma como os cães realmente sentem com esses instrumentos, e os potenciais destes?Floripes3 Escreveu:Eu sou uma dessas botas-de-elástico de "mentalidade mais tradicional": detesto o uso de crates por quem não é treinador nem expositor de cães e acha que a jaula é a melhor maneira de "arrumar" um animal que se tem em casa e se afirma ser um membro da família.sheep23 Escreveu:Muitas vezes, esse tipo de comentário sobre crates vem de pessoas que não conhecem bem os treinos com crates e que apenas o conseguem ver como algo horrível e não natural, pois têm mentalidades mais tradicionais e não estão habituados em ver cães dentro de espaços pequenos. É como pessoas que acham horrível ter cães dentro da casa e não em quintais, ou pessoas que nunca ouviram falar de coleiras de treino (estranguladoras, picos ou choque) e que depois ficam horrorizadas só de as ouvir.
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Acontece-me, sabe? Como odeio qualquer forma de violência, não prendo os membros caninos da minha famíla entre grades, não lhes dou choques eléctricos se pretenderem ou precisarem de se manifestar, não os estrangulo se quiserem correr, não os relego para os fundos do quintal presos a uma corrente, essa versão doméstica das grilhetas da escravatura, e assim por diante.
Por isso, estou de acordo com a Zorra, que também deve ter uma "mentalidade mais tradicional". É que para pessoas como nós há modernices inadmissíveis e até perigosas: deixem as crates para quem sabe como e em que alturas deve usá-las e deixem os vossos cães serem aquilo que são: cães.
Acessoriamente, devo dizer que acho imensa graça àqueles que são incapazes de educar o seu cão mas depois aparecem aqui a debitar teorias, armados em grandes "expertos"...
Eu sou a favor de coisas que facilitam a vida, desde que isso não diminui a qualidade de vida nem do cão nem do dono. E por que não? Se um instrumento ajuda-nos a alcançar certos objectivos de treino mais rapidamente, isso não só é melhor para o dono como também para o cão, pois este passa a ter mais liberdade e privilégios.
Já agora, também acho piada às pessoas que em vez de focarem no debate de ideias, começam a realçar o como as pessoas nem conseguem educar os seus própios cães, quando não concordam com alguém. Pior que ignorância e mentes fechadas, são ataques pessoais numa tentativa de desvalorizar o que não concordam.
Mas já agora, se tiver alguma dica de educação que funcione 100% em qualquer cão, de modo que nunca iremos precisar de crates, coleiras de treinos e trelas, será bem-vindo(a) a partilhar.
