Bem, vou falar de tudo o que posso acerca desta ave, que também já tive.
Em relação ao alojamento adequado, aconselho como medidas mínimas cerca de 1,50 m de comprimento, 1 m de largura e 1 m de altura. A maior parte das caturras são mantidas em gaiolas bastante mais pequenas, porém não conseguem voar nem exercitar-se e muitas vezes ficam com o rabo e a crista danificada devido à pouca altura da gaiola.
Os poleiros aconselho de madeira natural ( ramos de árvores secas ) seja para que ave for. Isto porque permitem um maior desgaste das unhas e um maior estímulo muscular.
A alimentação deve ser o mais variada e equilibrada possível. Como alimentação base deve dar uma mistura para caturras com poucas sementes de girassol ( pois estas têm muita gordura ). Normalmente as misturas à venda na maior parte das lojas de animais tendem a ter uma quantidade absurda de sementes de girassol, por isso, tenha cuidado e escolha bem a mistura.
Como suplementos pode dar fruta ( uva, banana, tâmara, maçã, pêra, morango, etc. ), vegetais ( espinafres, couve, tomate, cenoura, etc. ), espigas de painço ( existem à venda em muitas lojas e são óptimas para afastar o tédio, além de serem muito nutritivas e imitarem a alimentação natural das aves ), sementes germinadas, sticks ( existem sticks à venda nas lojas em muitos sabores, assim como iogurte, fruta, sésamo, vegetais, etc. ), papa ( embora os psitacídeos raramente apreciam papa, não custa tentar fornecer vários sabores e ver se a caturra gosta, em excesso fazem engordar pelo que não devem estar sempre disponíveis ), entre outros.
Alface não dê em excesso, pois pode causar diarreia. Se der funcho, este deve ser em pequenas quantidades. Nunca dê abacate, já que é venenoso.
O cálcio também é muito importante. Na gaiola, deve sempre estar disponível uma fonte de cálcio, assim como osso de choco, pedras de cálcio para aves de bico curvo ou grit.
As minhas aves têm sempre disponível osso de choco ( não só pelo cálcio, mas também porque ajuda a desgastar o bico ) e grit ( também não só pelo cálcio, mas também porque é essencial para digerir a semente na moela ).
Os brinquedos são importantíssimos, especialmente se a caturra estiver sozinha. Isto porque vão estimular mentalmente a ave, afastando o tédio e mantendo-a entretida. Sem brinquedos, a ave pode começar a desenvolver problemas comportamentais, tais como gritos e piar constante ou até começar a auto-mutilar-se.
Existem muitos brinquedos disponíveis, assim como escadas, cordas, bolas ( com ou sem guizo ), rolos do cartão do papel higiénico, sinos, baloiços, entre muitos outros.
Em relação à domesticação, se quiser que a caturra se venha a tornar uma ave mansa e dócil, é conveniente ter sido criada à mão. Isto porque uma ave que não tenha sido criada à mão muito dificilmente se irá domesticar ou este processo irá ser muito mais complicado.
Se realmente quiser investir na domesticação, então deixo aqui umas dicas:
- Antes de iniciar a domesticação, dê-lhe algum tempo para se ambientar. Após alguns dias pode então começar a conviver com ela.
- Comece por determinar uma rotina para a troca de água e comida e para a limpeza e faça-o com calma e sem movimentos bruscos e deve ir falando com ela calmamente cada vez que o fizer. Ao fim de umas semanas, a ave não deverá demonstrar grande receio quando introduz a mão na gaiola.
- O próximo passo será tentar dar-lhe alimento por entre as grades. No princípio ela deverá ter receio e afastar-se, mas com o tempo irá deixar de recear. Ao fim de um tempo ( se calhar, quando menos esperar ) ela irá debicar o petisco.
- Depois poderá tentar então acariciá-la. Tal como nos passos acima, é importante ter calma e paciência e não se precipitar. Ao princípio irá estranhar, como é óbvio.
- Depois de criar um laço de confiança entre si a caturra, é altura de pegar-lhe e, de vez em quando, soltá-la pela casa.
Estes são os passos básicos da domesticação. Isto são os passos que se devem tomar quando a ave é criada à mão. Se for uma ave '' brava '' por assim dizer, tudo se torna muito mais difícil, trabalhoso e demorado e pode até nunca resultar, o que irá acabar em meses ou mesmo anos perdidos a stressar uma ave que nunca irá ter confiança com seres humanos.
É importante mentalizar-se que tanto pode conseguir domesticar a caturra como não, para depois não fazer coisas que podem resultar, por exemplo, na devolução da ave.
Relativamente à experiência que tive com estas aves ... já tive uma caturra lutina domesticada. Comprei-a criada à mão.
Bem, nunca a tive numa gaiola. Comprei-lhe uma, mas nunca a utilizei. Ela sempre andou à solta por toda a casa.
É óbvio que tínhamos de ter cuidado com as janelas, portas, etc. e ela deixava excrementos um pouco por toda a casa

. Portanto, ter uma ave à solta pela casa não acredito que seja para todos.
Ela sempre foi muito meiga. Víamos televisão com ela, comia connosco à mesa, andava sempre nos nossos ombros

. Adorava festas no pescoço, mas não gostava na barriga!
Morreu há alguns anos de velhice ( também já tinha alguns problemas nos ossos ), mas há-de sempre ficar no coração. Era um amor de pássaro. Chamava-se Linda.
Só tenho a dizer bem destas aves.
Não voltei a ter caturras, pois neste momento não tenho tempo para domesticar aves e nem tenho espaço para colocar uma gaiola das medidas que referi mais acima. Mas que tenho saudades da Linda, é óbvio que tenho ...
Espero que a sua caturra também lhe proporcione momentos bons. São aves cheias de personalidade e muito inteligentes, não tenha dúvidas.