Caturra: Novo membro na família

Fórum para trocar ideias sobre os nossos amigos com penas.
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Katy500
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quarta set 05, 2012 10:22 pm

Boas. Bem, à algum tempo, eu criei um tópico no fórum dos Exóticos a dizer que ia adquirir um porquinho da índia, e portanto a pedir informação básica para que o porquinho vivesse feliz. Mas, na feira realizada na minha cidade, este ano nenhuma loja de animais tinha uma barraquinha. Resultado: Não pude comprar o meu amado porquinho da índia :( . A única barraquinha com animais era a da Associação ornitológica da minha cidade. Onde, obviamente, só vendiam aves. Então, os meus pais autorizara-me a comprar uma ave. A minha escolha foi imediata: uma caturra :) À bastante tempo que a minha família pensava em adquirir uma destas magnificas aves, e bem, a altura chegou.
Eu comprei como sendo um macho, mas visto que a ave é tão jovem, é dificil ter a certeza se é macho ou não, mesmo vendo a distância entre os 2 ossinhos perto da cloaca, e mesmo sendo uma pessoa experiente que o fez (neste caso, o criador). Visto que ele é de cor cinzento silvestre, quando a ave chegar à idade adulta será possível identificar o sexo olhando para a cor da cara (que deverá ser amarelo com a marca vermelho-vivo) e para a cauda, que deverá ser de cor preto/cinza escuro uniforme. Se for fêmea então não irá mudar de cor. (a única coisa que vai ter que mudar é o nome dele :lol:)
Como é a primeira caturra que tenho, não sei muito bem o que fazer. Já me informei na internet sobre a gaiola adequada, o tipo de poleiros, a mistura de semente para alimentação, alimentos a evitar e outros a dar como complemento, como a amansar e habituar a ser manuseada pelos humanos da casa, isso tudo. Mas pronto, informação nunca é de mais, e queira saber qual a vossa experiência com estas aves lindas.
Nitara
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quinta set 06, 2012 11:33 am

Bem, vou falar de tudo o que posso acerca desta ave, que também já tive.

Em relação ao alojamento adequado, aconselho como medidas mínimas cerca de 1,50 m de comprimento, 1 m de largura e 1 m de altura. A maior parte das caturras são mantidas em gaiolas bastante mais pequenas, porém não conseguem voar nem exercitar-se e muitas vezes ficam com o rabo e a crista danificada devido à pouca altura da gaiola.

Os poleiros aconselho de madeira natural ( ramos de árvores secas ) seja para que ave for. Isto porque permitem um maior desgaste das unhas e um maior estímulo muscular.

A alimentação deve ser o mais variada e equilibrada possível. Como alimentação base deve dar uma mistura para caturras com poucas sementes de girassol ( pois estas têm muita gordura ). Normalmente as misturas à venda na maior parte das lojas de animais tendem a ter uma quantidade absurda de sementes de girassol, por isso, tenha cuidado e escolha bem a mistura.
Como suplementos pode dar fruta ( uva, banana, tâmara, maçã, pêra, morango, etc. ), vegetais ( espinafres, couve, tomate, cenoura, etc. ), espigas de painço ( existem à venda em muitas lojas e são óptimas para afastar o tédio, além de serem muito nutritivas e imitarem a alimentação natural das aves ), sementes germinadas, sticks ( existem sticks à venda nas lojas em muitos sabores, assim como iogurte, fruta, sésamo, vegetais, etc. ), papa ( embora os psitacídeos raramente apreciam papa, não custa tentar fornecer vários sabores e ver se a caturra gosta, em excesso fazem engordar pelo que não devem estar sempre disponíveis ), entre outros.
Alface não dê em excesso, pois pode causar diarreia. Se der funcho, este deve ser em pequenas quantidades. Nunca dê abacate, já que é venenoso.

O cálcio também é muito importante. Na gaiola, deve sempre estar disponível uma fonte de cálcio, assim como osso de choco, pedras de cálcio para aves de bico curvo ou grit.
As minhas aves têm sempre disponível osso de choco ( não só pelo cálcio, mas também porque ajuda a desgastar o bico ) e grit ( também não só pelo cálcio, mas também porque é essencial para digerir a semente na moela ).

Os brinquedos são importantíssimos, especialmente se a caturra estiver sozinha. Isto porque vão estimular mentalmente a ave, afastando o tédio e mantendo-a entretida. Sem brinquedos, a ave pode começar a desenvolver problemas comportamentais, tais como gritos e piar constante ou até começar a auto-mutilar-se.
Existem muitos brinquedos disponíveis, assim como escadas, cordas, bolas ( com ou sem guizo ), rolos do cartão do papel higiénico, sinos, baloiços, entre muitos outros.

Em relação à domesticação, se quiser que a caturra se venha a tornar uma ave mansa e dócil, é conveniente ter sido criada à mão. Isto porque uma ave que não tenha sido criada à mão muito dificilmente se irá domesticar ou este processo irá ser muito mais complicado.
Se realmente quiser investir na domesticação, então deixo aqui umas dicas:
- Antes de iniciar a domesticação, dê-lhe algum tempo para se ambientar. Após alguns dias pode então começar a conviver com ela.
- Comece por determinar uma rotina para a troca de água e comida e para a limpeza e faça-o com calma e sem movimentos bruscos e deve ir falando com ela calmamente cada vez que o fizer. Ao fim de umas semanas, a ave não deverá demonstrar grande receio quando introduz a mão na gaiola.
- O próximo passo será tentar dar-lhe alimento por entre as grades. No princípio ela deverá ter receio e afastar-se, mas com o tempo irá deixar de recear. Ao fim de um tempo ( se calhar, quando menos esperar ) ela irá debicar o petisco.
- Depois poderá tentar então acariciá-la. Tal como nos passos acima, é importante ter calma e paciência e não se precipitar. Ao princípio irá estranhar, como é óbvio.
- Depois de criar um laço de confiança entre si a caturra, é altura de pegar-lhe e, de vez em quando, soltá-la pela casa.
Estes são os passos básicos da domesticação. Isto são os passos que se devem tomar quando a ave é criada à mão. Se for uma ave '' brava '' por assim dizer, tudo se torna muito mais difícil, trabalhoso e demorado e pode até nunca resultar, o que irá acabar em meses ou mesmo anos perdidos a stressar uma ave que nunca irá ter confiança com seres humanos.
É importante mentalizar-se que tanto pode conseguir domesticar a caturra como não, para depois não fazer coisas que podem resultar, por exemplo, na devolução da ave.

Relativamente à experiência que tive com estas aves ... já tive uma caturra lutina domesticada. Comprei-a criada à mão.
Bem, nunca a tive numa gaiola. Comprei-lhe uma, mas nunca a utilizei. Ela sempre andou à solta por toda a casa.
É óbvio que tínhamos de ter cuidado com as janelas, portas, etc. e ela deixava excrementos um pouco por toda a casa :wink: . Portanto, ter uma ave à solta pela casa não acredito que seja para todos.

Ela sempre foi muito meiga. Víamos televisão com ela, comia connosco à mesa, andava sempre nos nossos ombros :lol: . Adorava festas no pescoço, mas não gostava na barriga!

Morreu há alguns anos de velhice ( também já tinha alguns problemas nos ossos ), mas há-de sempre ficar no coração. Era um amor de pássaro. Chamava-se Linda.

Só tenho a dizer bem destas aves.
Não voltei a ter caturras, pois neste momento não tenho tempo para domesticar aves e nem tenho espaço para colocar uma gaiola das medidas que referi mais acima. Mas que tenho saudades da Linda, é óbvio que tenho ...

Espero que a sua caturra também lhe proporcione momentos bons. São aves cheias de personalidade e muito inteligentes, não tenha dúvidas.
Katy500
Membro Veterano
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Localização: Muitos e bons! :D

sábado set 08, 2012 9:25 pm

Muito obrigada por toda a informação Nitara. O Óscar (nome dele) Já se ambientou à nova casa, e acho que já reconhece as nossas vozes. Sempre que assobiamos, ou que o chamamos pelo nome, ele olha pra nós e levanta a crista :D
Ele é ainda muito arisco, mas já deixa nós chegarmos perto da gaiola sem se afastar, coisa que não permitia nos primeiros dias. O único problema agora é a limpeza da gaiola. Visto ele estar numa gaiola provisória, porque ainda não encontrei nenhuma que ache adequada em termos de tamanho para ele. Tenho que o tirar da gaiola e por noutra, porque não confio em deixa-lo à solta em casa enquanto for arisco e sem ter as asas aparadas. Por isso tenho que o agarrar para mudá-lo de gaiola, coisa que não me agrada nada visto que ele esperneia muito e faz uma algazarra de todo o tamanho. Da primeira vez que lhe peguei, o barulho foi tal que a minha mãe veio a correr a pensar que uma das cadelas estava a matar o pássaro :lol:
Da ultima vez já não esperneou tanto, e espero que ele aos poucos se já habituando.
Nitara
Membro Veterano
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domingo set 09, 2012 9:39 am

Em relação à limpeza, nunca tive de tirar nenhuma ave da gaiola para a fazer.

O chão limpa-se simplesmente aspirando ( ele pode assustar-se nos primeiros dias, mas depois habitua-se ao barulho ) ou tirando as gavetas. Normalmente, as gaiolas trazem uma gaveta, a qual acumula o lixo e depois tem uma ranhura para a remover e deitar o lixo fora.

Uma limpeza total deve ser feita de vez em quando. Eu faço uma de seis em seis meses a todas as minhas gaiolas e inclui a limpar, ferver e desinfectar ( com desinfectantes próprios ) todos os objectos da gaiola ( incluindo grades, poleiros, comedouros, bebedouros, etc., etc. ). Nestas limpezas torna-se impossível limpar tudo sem retirar as aves.

Mas limpezas regulares, não acho necessário retirar a ave, vai assustá-la e stressá-la sem precisar de o fazer.
Como ainda se está a ambientar, é normal que se assuste e provavelmente parece missão impossível limpar a gaiola, mas com o tempo e o estabelecimento de uma rotina, o Óscar vai habituar-se e deixar de se assustar :wink: .
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