Concordo consigo sheep23 no aspecto em que, quando se fala em educação, nunca se pode ir muito ao 8 ou muito ao 80. Há que adaptar o ensino ao "aluno" que temos pela frente
Penso que talvez até seja este o motivo para o insucesso das escolas caninas relatado por tanta gente. Isto porque, se pensarmos um pouco, e à semelhança do que acontece connosco, as escolas dão aulas de grupo; aulas estas em que cada turma pode ter 10, 20, 30 alunos. Deste modo, estas aulas não servem este ou aquele indíviduo, servem o grupo. Isto quer dizer que, ao chegar a casa, há muito trabalho individual a ser feito (as crianças também têm os TPC, fichas de avaliação, testes, etc) e é aqui que, pelo que me tenho vindo a aperceber ao longo do tempo, a grande maioria dos donos falha (não quero contudo generalizar, porque há casos e casos obviamente!).
As aulas numa escola de treino servem, a meu ver, para dotar os donos das ferramentas necessárias ao relacionamento com o seu cão e ao treino, educação e correcção do mesmo. Assim, se o dono não usar essas mesmas ferramentas em casa (diariamente), os problemas comportamentais não irão ficar resolvidos apenas com aquela horinha por semana em que o animal está na escola. (imagine-se um aluno de secundário ir a um exame nacional de matemática só tendo realizado 4 exercicios durante um mês, 1 vez por semana...)
A educação dos nossos animais não é uma ciência exacta e imutável. É preciso aprender, estudar, evoluir...dizer que este ou aquele método é que é eficaz e tem resultados 100% garantidos e pronto é no mínimo ingénuo. E, se formos a ver (pelo que eu referi mais atrás), os métodos têm todos uma justificação e uma aplicação lógica, dependendo depois da preferência pessoal.
Por exemplo, eu posso corrigir um cão por estar a ladrar a outro batendo na minha perna com uma garrafa de água contendo pedras no interior...como faz um barulho que o cão não gosta - é portanto um castigo positivo - ele pára de ladrar e o comportamento é interrompido. Se pudermos fazer o mesmo através de reforço positivo é, a meu ver, melhor, mas a verdade é que não é possível aplicar a todos os cães... Queria com este exemplo mostrar que, sem causar dano físico ao animal, posso usar o castigo como uma ferramenta, ainda que, se o dono abusar nas correcções, às tantas deixa de funcionar porque o cão habitua-se ao som

(este exercício é usado normalmente com cães mais complicados, no ínicio, para tentar reduzir o comportamento. O cão é depois redireccionado e começa-se a usar o reforço positivo. Eu só uso em casos extremos em que as outras técnicas não estejam a ter resultados)
Voltando ao assunto inicial, agora com o seu comentário surgiu-me uma dúvida

Quais dos métodos negativos/aversivos e, portanto, quais os castigos positivos e/ou reforços negativos é que os meus colegas foristas consideram exagerados? Existem também, dentro dos métodos considerados aversivos, métodos que considerem totalmente reprováveis do ponto de vista ético e moral?