quinta out 04, 2012 3:30 pm
Não é bem assim.
Nesta frase, por exemplo: Já não vou ao cinema "há" algum tempo.
Explique-me como é que substitui o verbo "haver" pelo verbo "existir".
De facto, é um dos erros que me põe fora de mim, esse de confundir este verbo impessoal "haver" com a contracção da preposição "a" e o artigo definido feminino singular "a", que resultam em "à".
"Fui à festa da aldeia. Já lá não ia "há" muitos anos.
Outra que me tira do sério: não tenho nada a "haver" com isso, significando que determinado facto ou acontecimento não me diz respeito.
Forma correcta: não tenho nada a "ver" com isso.
Mas são tantos, tantos os pontapés na gramática e no vocabulário que, se me dispusesse a fazer uma lista, ficava aqui a enumerá-los durante anos e anos.
Como não me restam anos e anos, por aqui me fico.
Mas não deixo de me sentir vagamente triste com os assassinatos à língua portuguesa. E, nessas alturas, abençoo a hedionda professora que tive na escola primária e que, por cada erro cometido no ditado e na redacção (provavelmente exercícios que já deixaram de se praticar para não traumatizar as criancinhas, tadinhas), me afinfava com a menina de cinco olhos nas palmas das mãos (ou nas costas das ditas - a bem dizer, onde calhava).
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>