ach que muita gente não trata os gatos como... gatos. Os meus também sao todos meigos (comigo) e os tímidos limitam-se a afastar-se de pessoas em quem não confiam. mas um gato traumatizado pode ser um problema grave. O Shiva, como já deve ter percebido, foi deixado na UZ pela dona. Não sei quantos anos esteve no gatil mas, após a adopção, percebeu-se que o Siva sabia o que era ter um lar, respeit e afecto. Muitos, no lugar dele, teriam deprimido e entrado em suicídio; o Shiva tornou-se "mau" mas era tudo medo e tristeza, nunca se adaptou. Mas teve a sorte de encontrar alguém em quem confiou e que lhe quis dar uma boa vida.
Sorte também teve a minha Madonna, gatamarela de olhos tristes e assustados, 10 ou 12 anos de idade; foi 2 vezes atirada de uma janela de um 2º andar pelo namorado da dona, que acabu por entregar a gata a uma associação, com medo que fosse morta (em vez de se livrar do homem, enfim...). Uma gata q sempre viveu em apartamento, esterilizada, não contactava cm outros gatos e já sénior... foi muito complicado. Esteve sem comer 6 dias (ao sétim, deus descansou e a Madonna comeu..

) e nao se deixava ver. Mesmo a colocar a comida e a água junto ao seu esconderijo, ela rosnava e deitava as garras. Demorou 3 meses a habituar-se a comida seca e a pôr a cabecita de fora para comer, mas qualquer gesto a fazia esconder-se. Passado esse tempo, o gatil q era emprestado, teve de fechar e havia 2 gatas sem FAT: a Nina, "siamesa" meiga mas que não se dava com outros gatos, e a Madonna, que não se dava com ninguém e ninguém queria por ser má. Vieram as duas cá para casa, a Nina em FAT - e conviveu raoavelmeente bem com os meus gatos durante os 15 dias q cá esteve, até ser adoptada - e a Madonna com adopção "condicionada": se se adaptasse, não vltaria para o gatil. E adaptou... fez a mesma fita de não comer e de se esconder, deitava as unhas mas com tanto medo que nunca acertava (acho que fechava os olhos

), dei-lhe espaço e tempo, passados alguns dias já andava a explorar a casa, embra ainda muito asustada. Isto foi em Julho. A primeira festa "a sério" e sem resmunguices consegui fazê-la em finais de Novembro. S´por essa altura é que pude confirmar que era mesmo fêmea, porque antes era impensável tocar-lhe, quanto mais levantar-llhe a cauda... Claro que poderia ter forçado, mas para quê? eu queria conquistar-lhe a cnfiança e faer com que fosse possivel ser manipulada por um vet sem o tentar matar nem morrer de enfarte com o susto. E consegui. Infelizmente, um tumor no pâncreas levou-a em meados de Agosto e a minha velhota mal teve tempo de poder voltar a ser feliz, quanto mais gozar uma velhice refastelada e tranquila... mas ficou uma gata meiga e muito mais confiante. Há uns que precisam de mais tempo que outros, reagem pior às mudanças, enfim, cada caso é único. Eu tenho um especial "prazer" em recuperar casos "perdidos", que só são perdidos mesmo se ninguém se interessar por eles.
Um gat pode ser muito prático num apartamento de uma cidade são limpinhos, silenciosos, não é "preciso" ir passeá-los... acredito que, com posibilidade de "arejarem" e com muitos estímulos, até possam ser felizes. Mas por norma surgem desequilíbrios, sejam na saúde ou comportamentais, devido ao stress que o confinamento provoca. Eu achava que a maioria dos meus gatos criados em apartamento desde bebés eram felizes, até nos mudarmos para o campo... Agora sim, e o melhor é que somos TODOS felizes! Espero não ter de voltar para a cidade e para uma "gaveta no formigueiro" nunca mais...