A caridade paga imposto
Como em meia duzia de palavras se resume e identifica a maioria das associações beneméritas de hoje em dia.marianamar Escreveu: c) parecem mais interessados em fazer festas e jantares que gestos de solidariedade directos
Em cheio!
Sofia 
						Uma coisa sei, tem voluntários do Banco alimentar (funcionárias de um centro de solidariadade social) que a despensa delas estão cheias de produtos dos peditórios. Incluindo alimentos fornecidos pela comunidade europeia, daqueles que tem estampado ''Venda proibida''. 
Uma funcionária que conheço, até diz que vai como voluntária apenas para poder carregar para casa bens para uns largos meses...
Assisti á uns 3 anos, elas a combinarem com um Dr qualquer da associação, de que sempre que a carrinha fosse carregar do hiper para o armazem, passariam por casa delas a descarregar alguns produtos....
Acredito que não seja assim em todo o lado, mas este caso não deve morrer solteiro e devem existir muitos mais assim. O que quer dizer que grande parte dos bens oferecidos com boa vontade por tantos de nós, vai desaguar a casa de quem não é propriamente pobre.
Abri os olhos e continuei a ajudar quem conheço e infelizmente não são poucos aqui na freguesia
			
									
									Uma funcionária que conheço, até diz que vai como voluntária apenas para poder carregar para casa bens para uns largos meses...
Assisti á uns 3 anos, elas a combinarem com um Dr qualquer da associação, de que sempre que a carrinha fosse carregar do hiper para o armazem, passariam por casa delas a descarregar alguns produtos....
Acredito que não seja assim em todo o lado, mas este caso não deve morrer solteiro e devem existir muitos mais assim. O que quer dizer que grande parte dos bens oferecidos com boa vontade por tantos de nós, vai desaguar a casa de quem não é propriamente pobre.
Abri os olhos e continuei a ajudar quem conheço e infelizmente não são poucos aqui na freguesia
<p>amiga 3msq</p>
						- 
				pesquebrados
 - Membro Veterano
 - Mensagens: 1839
 - Registado: segunda jan 30, 2012 12:58 pm
 - Localização: os meus e os que estão de passagem
 
A tina de zinco era posta no meio da estreita cozinha, entre o lava-louças de pedra e um velho armário, e com um púcaro grande de esmalte tomava banho..uma vez por semana.colette Escreveu:Ó Floripes, desculpe lá, mas este pobre a que me refiro de "limpinho" não tinha nada.
Se bem me recordo, tresandava. E qual era a admiração? Mesmo que quisesse, calculo que não tinha onde se lavar. Isto acontecia nos anos 50 do século 20. Urinóis havia com fartura, agora balneários só se fosse na Mitra.
E se bem se lembra, nessa época, mesmo nas famílias ditas "remediadas", banho era só uma vez por semana. Nos outros dias as lavagens eram às prestações.
O resto dos dias da semana eram as lavagens por fases que demoravam tempo e davam trabalho...
O meu pai só vinha a casa a casa uma vez por semana, no dia da folga, e eu adorava vê-lo fazer a barba
num lavatório onde a água era colocada com um regador de zinco pintado de amarelo e que escorria por um tubo para uma tampa com um buraco no meio que tapava um sidónio de esmalte branco bem alto com um filete azul
ficava muito sossegada e atenta a tudo
Ajude A Ajudar!
http://ospeludosdamelinha.blogspot.com/
só sei que nada sei
http://coisasparadizer.blogspot.com/
						http://ospeludosdamelinha.blogspot.com/
só sei que nada sei
http://coisasparadizer.blogspot.com/
- 
				pesquebrados
 - Membro Veterano
 - Mensagens: 1839
 - Registado: segunda jan 30, 2012 12:58 pm
 - Localização: os meus e os que estão de passagem
 
Há uns anos atrás a minha vizinha do 1º andar viu-me a passar e chamou-me. Deu-me 5 kg de arroz que tinham em letras impressas "Venda Proibida", eu não sabia sequer a razão de tal escrito.3msq Escreveu:Uma coisa sei, tem voluntários do Banco alimentar (funcionárias de um centro de solidariadade social) que a despensa delas estão cheias de produtos dos peditórios. Incluindo alimentos fornecidos pela comunidade europeia, daqueles que tem estampado ''Venda proibida''.
Uma funcionária que conheço, até diz que vai como voluntária apenas para poder carregar para casa bens para uns largos meses...
Aí ela explicou-me que a cunhada era voluntária numa organização de cariz social e humanitário em Torres Vedras e que tinha sempre a despensa + a garagem bem fornecidas.
A vizinha tinha ido passar o fim-de-semana e só de arroz trouxe 60 kg, fiquei KO e o resto do relato ainda foi pior...não trouxe o arroz...
Mas alguém ainda se lembra do 1º grande evento em Portugal, peditório benemérito, que ficou conhecido pela Pirâmide, na FIL?
E que o grosso do dinheiro desapareceu «misteriosamente»...?
Ajude A Ajudar!
http://ospeludosdamelinha.blogspot.com/
só sei que nada sei
http://coisasparadizer.blogspot.com/
						http://ospeludosdamelinha.blogspot.com/
só sei que nada sei
http://coisasparadizer.blogspot.com/
- 
				marianamar
 - Membro Veterano
 - Mensagens: 3632
 - Registado: segunda abr 13, 2009 2:14 am
 
Ouvir estes relatos está a revoltar-me tanto  
 
Lembrei-me agora de um ano em que fui à Avisan e tive de parar num supermercado. Estava a decorrer campanha do BA e eu e o meu companheiro abrimos a carteira e fizemos as contas àquilo que podíamos trazer para nós e o que podíamos trazer para o BA. Pois NUNCA MAIS!
			
									
									
						Lembrei-me agora de um ano em que fui à Avisan e tive de parar num supermercado. Estava a decorrer campanha do BA e eu e o meu companheiro abrimos a carteira e fizemos as contas àquilo que podíamos trazer para nós e o que podíamos trazer para o BA. Pois NUNCA MAIS!
Também tenho as minhas histórias, desde encontrar latas de feijão e grão e de conservas de peixe ao lado dos contentores do lixo, todas ostentando rótulos com o tal "Venda Proibida" e a identificação da entidade caritativa que as tinha dado, em zonas em que não havia "pobrezinhos" a ajudar, até recusas em receber donativos que não fossem em dinheiro, de tudo já me calhou.
Como me aconteceu com uma instituição de ajuda a bebés, que recusou dois sacos dos grandes cheios de bonecos de peluche, argumentando que do que precisavam era mesmo de dinheiro. Ou outra que só a muito custo e de má vontade aceitou um bom lote de roupas de bebé, e mesmo assim tivemos de lhas enviar pelo correio porque o responsável que todas as semanas vinha a Lisboa não estava disponível para as levar para baixo. E depois de enviadas e recebidas, nem uma palavra a acusar a entrega, teve de se lhe telefonar semanas depois a perguntar se a encomenda já tinha chegado.
Para já não falar das associações de animais insistentemente contactadas para virem a minha casa (não tenho carro nem conduzo) buscar cobertores, edredões e mantas para os seus animais, disseram todas que sim, agradeceram muito, mas até hoje. Ou aquela outra que andava em campanha por doações de azulejos que depois de vários telefonemas acabou a discutir a cor dos ditos que iam ser oferecidos e a rejeitar a oferta por não serem antiderrapantes (não eram, eram azulejos de parede e eu tinha sido clara a esse respeito), nem da tal cor certa...
Enfim, histórias destas há-as aos milhares por esse país fora. A caridade é um grande negócio.
			
									
									Como me aconteceu com uma instituição de ajuda a bebés, que recusou dois sacos dos grandes cheios de bonecos de peluche, argumentando que do que precisavam era mesmo de dinheiro. Ou outra que só a muito custo e de má vontade aceitou um bom lote de roupas de bebé, e mesmo assim tivemos de lhas enviar pelo correio porque o responsável que todas as semanas vinha a Lisboa não estava disponível para as levar para baixo. E depois de enviadas e recebidas, nem uma palavra a acusar a entrega, teve de se lhe telefonar semanas depois a perguntar se a encomenda já tinha chegado.
Para já não falar das associações de animais insistentemente contactadas para virem a minha casa (não tenho carro nem conduzo) buscar cobertores, edredões e mantas para os seus animais, disseram todas que sim, agradeceram muito, mas até hoje. Ou aquela outra que andava em campanha por doações de azulejos que depois de vários telefonemas acabou a discutir a cor dos ditos que iam ser oferecidos e a rejeitar a oferta por não serem antiderrapantes (não eram, eram azulejos de parede e eu tinha sido clara a esse respeito), nem da tal cor certa...
Enfim, histórias destas há-as aos milhares por esse país fora. A caridade é um grande negócio.
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2.  :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
						<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
Também já me aconteceu ir buscar roupas a casa de beneméritos, que só queriam que lhes tirassem a "tralha" de casa. Incluindo cobertores cheios de m**** que, imediatamente foram deitados no contentor. Há de tudo. Como há voluntários também necessitados a quem, obviamente, se ajuda com géneros. Também há voluntários pobres.
Até nas paróquias, onde se fazem entregas, algumas coisas desaparecem. Duvido que sejam "desviadas" pelos párocos.
			
									
									
						Até nas paróquias, onde se fazem entregas, algumas coisas desaparecem. Duvido que sejam "desviadas" pelos párocos.
Mariana, eu por acaso também tinha uma ideia errada sobre este Club pois também eu pensava que passavam a vida em festarolas, jantares e cocktails.marianamar Escreveu:Estou a perguntar porque fui convidada a participar, na parte dos jovens, o Rotaract. Mas estou um bocadinho céptica porque
a) além de mim só uma outra pessoa do grupo sabe o que são dificuldades, para as entender
b) pelo menos 50% do grupo é gente bem rica
c) parecem mais interessados em fazer festas e jantares que gestos de solidariedade directos
Vamos a ver... se vir que é só treta, adeuzinho.
Actualmente uma das minhas Irmãs pertence ao Rotary Club de Carnaxide e, se bem que tenham bastantes jantares (pago do bolso de cada um), é verdade sim que, são bastante solidários e, na medida do possível, tentam chegar junto daqueles de que mais ajuda precisam.
Vou colocar aqui duas fotos da úlitma cadeira de rodas que conseguiram dar a alguém que tanto precisava.
Uploaded at Picoodle.com
Uploaded at Picoodle.comSe quiseres mais informações sobre os "meandros" do Club posso dar-te o contacto dela.
Pois claro que essas "festanças" (jantares, etc.) são pagos pelos membros para angariação de fundos. Em todo o mundo se faz isso mas pronto... 
 
se quiserem acabar com estas organizações (privadas
 ) façam-no e fique-se à espera que o Estado resolva.
			
									
									
						se quiserem acabar com estas organizações (privadas
Eu sei disso Joie2 mas não quis deixar de frisar esse aspecto pois, como o nosso País é o país dos subsídios, não fossem pensar que as jantaradas eram "oferecidas".Joie2 Escreveu:Pois claro que essas "festanças" (jantares, etc.) são pagos pelos membros para angariação de fundos. Em todo o mundo se faz isso mas pronto...![]()
se quiserem acabar com estas organizações (privadas) façam-no e fique-se à espera que o Estado resolva.
Percebi, claroArguida2 Escreveu:Eu sei disso Joie2 mas não quis deixar de frisar esse aspecto pois, como o nosso País é o país dos subsídios, não fossem pensar que as jantaradas eram "oferecidas".Joie2 Escreveu:Pois claro que essas "festanças" (jantares, etc.) são pagos pelos membros para angariação de fundos. Em todo o mundo se faz isso mas pronto...![]()
se quiserem acabar com estas organizações (privadas) façam-no e fique-se à espera que o Estado resolva.
![]()
- 
				marianamar
 - Membro Veterano
 - Mensagens: 3632
 - Registado: segunda abr 13, 2009 2:14 am
 
Arguida, aqui pelo menos na parte dos jovens não são pagas do bolso deles, aliás se fossem é que eu não podia participar mesmo.