A minha cadela mini passeou lado-a-lado com o meu cão ciumento-intolerante-agressivo. Vou explicar como fiz, pode ser útil a alguém.
Mas vou fazer uma breve introdução primeiro.
Quem não estiver para isso pode passar directamente ao video aqui: https://vimeo.com/56393245 .
Ele é o Dálmata e tem 11 anos. Tem problemas de agressividade/dominância mas que são dificilmente controláveis, uma vez que eu sou a única pessoa da família que treina os cães e já não moro em casa da minha mãe. Por isto mesmo, ele também raramente é passeado, uma vez que os meus pais já não são novos e pode fazer cair qualquer um deles (eu própria já caí!). E como nenhum deles o treina de forma sistemática, pronto, ele básicamente não é treinado, puxa muito a trela, faz um festival quando passa lá no território do inimigo e é uma chatice, embora não possamos registar nenhum problema maior até hoje. Tem num entanto o jardim muito grande, mas ele é a prova provada que não é o suficiente. Além de que adora ir á rua.
Numa das últimas vezes que o levei á rua, vim com sérias dores de costas (para 2 ou 3 dias!), por ele puxar e eu ter de o conter. Já depois disto tentei a técnica da trela por baixo das orelhas, que também se revelou boa, mas hoje nem usei porque me esqueci. Eu também tenho culpa, uma vez que mantendo-o na berma o levo com trela "flexi" para ele poder ir cheirar lá as coisinhas dele e poder usufruir o passeio. No entanto, a verdade é que ele hoje foi SEMPRE junto da minha perna e no global teve dos melhores comportamentos dos últimos tempos. (Mas não cheiricou quase nada e se calhar para ele não teve a mesma graça).
Depois e resumindo, a Amy tem agora perto de ano e meio e ele nunca a aceitou, mas tem vindo progressivamente a melhorar. São muitos, muitos cíumes.
Bem, sobre o passeio.
Primeiro saiu o cão comigo. Aguardámos uns metros adiante pela minha mãe e pela Amy. Quando as viu ficou electrico e com mau feitio. Era a cadela que ele não acha graça com a DONA DELE. Neste aspecto, não havia nem haverá qualquer hipótese de inversão dos papeis. Elas passaram por nós e seguiram ligeiramente uns metros á frente.
No final dessa rua é o território do arqui-inimigo.

Portanto, no fim dessa rua, ele fica impossível. Vira-se para a casa antes e depois de passarmos, pisa-me, morde a trela e só sai dalí literalmente arrastado. Uma vez que existem os tais 2/3 cães soltos e que se aproximam (para o vir cheirar, mas não ia dar bom resultado!) não tenho a mais pálida ideia de como ultrapassar essa zona calmamente! É também por isto que se vê uma "vardasquinha", para afastar os outros que teimam em aproximar-se!
Enfim, lá passámos pelo festival e assim que ele acalmou, aproximamo-nos da amy. Inclusivamente passámos para a frente, já que ele é o cão dominante, e mantivemos a distância até o sentir mais calmo. Quando a distância era grande ele olhava sistemáticamente para trás, porque quer estar perto da minha mãe. Já é assim quando fazemos caminhadas, ele nunca gosta de deixar nenhum da família para trás! Então aqui resolvi aplicar a técnica de não o deixar olhar, dando-lhe toques com a perna, no entanto isto requeria mais velocidade da minha parte e nem sempre os apliquei. E fui-lhe tocando quando o sentia com aquela energia de "campeão", até que ele se passou a concentrar na caminhada. Logo após isto, reduzimos muito naturalmente as distâncias entre nós (sem paragens bruscas, sem stresses) apenas com a cadência do passo até que ficaram lado-a-lado, como se vê. Continuou a ser repreendido quando olhava para ela e ocasionalmente quando estava a portar-se bem, era elogiado e até levou festinhas e mimos.
Nunca ficaram excessivamente próximos, mas sou levada a crer que é possível de acontecer com habituação. Outro comportamento meio surpreendente dele, foi logo a seguir a se acalmar, quando estavam quase lado-a-lado ele deu uns gemidos, meio de mimo, meio de protesto porque não podia estar mais próximo da outra dona. Ou fazer aquilo que ele queria. Não eram de frustação nem de agressividade, pelo que interpretei desta maneira, embora sem segurança.
No regresso, voltamos a ter o "carnaval" na "zona quente" e nessa altura em que ele estava zangado com tudo, também tentou canalizar para a amy, por uma vez. Voltou a estabilizar e ao entrar em casa, voltou novamente há atitude de "campeão"! Bom, mas aí, cada um fica no seu espaço.
Ao chegarmos, foi ainda assim presenteado com um grande mimo "pão-com-manteiga", já para ele associar a amy a coisas boas como ir á rua e um petisco no fim!!!
(desculpem-me o lençol!)