Tentar mordiscar as mãos

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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estevez
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sexta fev 22, 2013 9:57 pm

Bem, isto de discutir na internet é complicado e com estas quotes e escritas de cor diferente torna-se mais difícil fazer um seguimento, por isso não vou citar ninguém e responder a todos em alguns pontos:

- eu não ignorei o rosnar. O facto de nao ter ficado exageradamente preocupado nao quer dizer que tenha ignorado ou que nao esteja a tentar prevenir que aconteça de novo.

- quanto mais leio e mais me vou interessando sobre estes temas menos vou na onda da hierarquia e dos alfas e lideres da matilha e afins. Até nos lobos isto começa a ser contestado, nos cães então nem se fala. Li e concordo com o link colocado aí anteriormente que fala em dominância pontual relativamente a algo, seja um brinquedo ou alimento, mas a hierarquia familiar como se fosse uma matilha e a tentativa do cao ser o lider da familia parece-me cada vez mais desajustada.

- eu nao permito que ela faça o que quer que seja que eu nao quero. Se eu consigo imediatamente, ou se levo umas quantas tentativas ou ainda nao consegui de todo, é uma coisa, mas o facto de achar um bocado rebuscado que o facto de ela me tentar colocar as patas em cima esteja relacionado com dominância hierárquica nao quer dizer que seja permissivo. Se nao quero que ela faca algo, nao deixo e insisto até ela desistir naquele momento. Quando ela reincide repetimos. Alguns dos poucos comportamentos que eu nao gosto já se tornaram bastante reduzidos nestas semanas, outros já desapareceram e alguns estão a levar mais tempo. De todos, o único que achei grave foi o facto de ter rosnado.

- ainda quanto ao rosnar e à relação entre ela e o meu filho: é obvio que já notei desconforto dela antes e depois daquilo. como disse antes, o meu filho ainda nao sabe dosear os abraços, as festas, é tudo muito intenso com muita vontade e acaba por ser bruto. Se algum dos intervenientes aqui tem filhos (filhos, não é sobrinhos e filhos de amigos, é filhos mesmo, sempre connosco, dependentes de nós para aprender tudo, para lhes fazer tudo) sabe que um miúdo entre os 2 e os 4 anos é do mais engraçado e giro que há, mas também sabe que é uma altura muito complicada. É a altura das birras, de um attention span muito curto, em que nos percebem mas nao nos ouvem. E por muito que lhe chame a atenção, além de precisar de ter bastante cuidado para ele nao sentir que eu prefiro a cadela a ele (parece ridículo para nós, mas nao para uma criança) o facto de ele ouvir e parar naquele instante nao quer dizer que passado um bocado nao esteja outra vez a ser bruto. No entanto o desconforto dela é sempre momentâneo, ela procura-o para brincar, chega a ir sentar-se ao lado dele quando ele esta na casa de banho, respeita os brinquedos dele (por vezes se ele os agita ela fica excitada mas basta um 'hey' ou algo parecido para ela deixar estar). Estou a torna-lo cada vez mais apetecível para ela, fazendo com que ele lhe de pedaços de salsicha, de queijo, ração, etc. Ele não é muito coordenado para ser eficaz a fazer o jogo da troca, mas faço com que ele tire e volte a oferecer tudo e recompense sempre que ela deixa (que tem sido sempre excepto aquelas duas vezes. E inclusive, como julgo já ter mencionado, ele chegou a cair do sofá para cima dela, estando ela a dormir, já a pisou varias vezes (tudo isto sem querer, obviamente, ele é um pouco bruto as vezes, nao é cruel) e ela nunca esboçou uma reacção agressiva nestas situações.

Para concluir: mesmo usando recompensas e brincando com ela mais à bruta e recompensando, enquanto ele estiver nesta idade em que nao se sabe dosear, vai existir sempre algum desconforto. E mais, nao acredito muito que esse desconforto nao exista com qualquer outro animal, por muito socializado ou educado que seja, contrariamente ao que algumas pessoas gostam muito de fazer crer em relacao aos seus. Todos têm o seu limite, podem é nunca se verem confrontados com esse limite. Ela é adulta, a altura mais importante da socialização, em que realmente se podia ter habituado a conviver e a ser quase (e o quase aqui é muito importante e vem na linha do que disse antes) 100% permissiva com uma criança já passou. No entanto ela é bastante equilibrada e sociável e com estímulos positivos relacionados com o meu filho estou confiante que a coisa vai ser pacifica. Mas por muito confiante que esteja nunca me vou desleixar na interacção dos dois, isso garanto. Nem que a minha cadela fosse a lassie e o meu filho tivesse o feitio do ghandi.

Ps: peco desculpa pela falta de acentos e cedilhas, mas escrever correctamente no tablet é complicado.
margoustink
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sábado fev 23, 2013 1:27 pm

Mas afinal o que é que entendem por dominância e hierarquia?


O cão pode exercer dominância sem exercer agressividade. Mas até aqui todos sabemos.

Um cão pode mostrar alguma reacão agressiva quando sujeito a uma situação de maior stress na proteção dos recursos.
lds6
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sábado fev 23, 2013 7:53 pm

margoustink Escreveu: O cão pode exercer dominância sem exercer agressividade. Mas até aqui todos sabemos.
A dominância é um recurso comportamental cujo propósito é, justamente, o de evitar agressividade...
lds6
Membro Veterano
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sábado fev 23, 2013 7:54 pm

ah, e não estamos a falar de relação entre cães e pessoas, pois não?
lds6
Membro Veterano
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Registado: domingo out 28, 2012 1:49 am

sábado fev 23, 2013 7:55 pm

estevez Escreveu:Bem, isto de discutir na internet é complicado e com estas quotes e escritas de cor diferente torna-se mais difícil fazer um seguimento, por isso não vou citar ninguém e responder a todos em alguns pontos:

- eu não ignorei o rosnar. O facto de nao ter ficado exageradamente preocupado nao quer dizer que tenha ignorado ou que nao esteja a tentar prevenir que aconteça de novo.

- quanto mais leio e mais me vou interessando sobre estes temas menos vou na onda da hierarquia e dos alfas e lideres da matilha e afins. Até nos lobos isto começa a ser contestado, nos cães então nem se fala. Li e concordo com o link colocado aí anteriormente que fala em dominância pontual relativamente a algo, seja um brinquedo ou alimento, mas a hierarquia familiar como se fosse uma matilha e a tentativa do cao ser o lider da familia parece-me cada vez mais desajustada.

- eu nao permito que ela faça o que quer que seja que eu nao quero. Se eu consigo imediatamente, ou se levo umas quantas tentativas ou ainda nao consegui de todo, é uma coisa, mas o facto de achar um bocado rebuscado que o facto de ela me tentar colocar as patas em cima esteja relacionado com dominância hierárquica nao quer dizer que seja permissivo. Se nao quero que ela faca algo, nao deixo e insisto até ela desistir naquele momento. Quando ela reincide repetimos. Alguns dos poucos comportamentos que eu nao gosto já se tornaram bastante reduzidos nestas semanas, outros já desapareceram e alguns estão a levar mais tempo. De todos, o único que achei grave foi o facto de ter rosnado.

- ainda quanto ao rosnar e à relação entre ela e o meu filho: é obvio que já notei desconforto dela antes e depois daquilo. como disse antes, o meu filho ainda nao sabe dosear os abraços, as festas, é tudo muito intenso com muita vontade e acaba por ser bruto. Se algum dos intervenientes aqui tem filhos (filhos, não é sobrinhos e filhos de amigos, é filhos mesmo, sempre connosco, dependentes de nós para aprender tudo, para lhes fazer tudo) sabe que um miúdo entre os 2 e os 4 anos é do mais engraçado e giro que há, mas também sabe que é uma altura muito complicada. É a altura das birras, de um attention span muito curto, em que nos percebem mas nao nos ouvem. E por muito que lhe chame a atenção, além de precisar de ter bastante cuidado para ele nao sentir que eu prefiro a cadela a ele (parece ridículo para nós, mas nao para uma criança) o facto de ele ouvir e parar naquele instante nao quer dizer que passado um bocado nao esteja outra vez a ser bruto. No entanto o desconforto dela é sempre momentâneo, ela procura-o para brincar, chega a ir sentar-se ao lado dele quando ele esta na casa de banho, respeita os brinquedos dele (por vezes se ele os agita ela fica excitada mas basta um 'hey' ou algo parecido para ela deixar estar). Estou a torna-lo cada vez mais apetecível para ela, fazendo com que ele lhe de pedaços de salsicha, de queijo, ração, etc. Ele não é muito coordenado para ser eficaz a fazer o jogo da troca, mas faço com que ele tire e volte a oferecer tudo e recompense sempre que ela deixa (que tem sido sempre excepto aquelas duas vezes. E inclusive, como julgo já ter mencionado, ele chegou a cair do sofá para cima dela, estando ela a dormir, já a pisou varias vezes (tudo isto sem querer, obviamente, ele é um pouco bruto as vezes, nao é cruel) e ela nunca esboçou uma reacção agressiva nestas situações.

Para concluir: mesmo usando recompensas e brincando com ela mais à bruta e recompensando, enquanto ele estiver nesta idade em que nao se sabe dosear, vai existir sempre algum desconforto. E mais, nao acredito muito que esse desconforto nao exista com qualquer outro animal, por muito socializado ou educado que seja, contrariamente ao que algumas pessoas gostam muito de fazer crer em relacao aos seus. Todos têm o seu limite, podem é nunca se verem confrontados com esse limite. Ela é adulta, a altura mais importante da socialização, em que realmente se podia ter habituado a conviver e a ser quase (e o quase aqui é muito importante e vem na linha do que disse antes) 100% permissiva com uma criança já passou. No entanto ela é bastante equilibrada e sociável e com estímulos positivos relacionados com o meu filho estou confiante que a coisa vai ser pacifica. Mas por muito confiante que esteja nunca me vou desleixar na interacção dos dois, isso garanto. Nem que a minha cadela fosse a lassie e o meu filho tivesse o feitio do ghandi.

Ps: peco desculpa pela falta de acentos e cedilhas, mas escrever correctamente no tablet é complicado.
Este é sem dúvida um dos posts mais lúcidos que vi por estas bandas.
WaterMonitor
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Localização: 5 cães - 12 gatos

sábado fev 23, 2013 8:07 pm

Diz isso porque ainda não escrevi um livro sobre o tema "A dominância nas regiões do árctico" ou "Clicker, usar na casa de banho sim ou não".
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