
De facto concordo que a história que vos foi contada levanta dúvidas que vocês têm de tentar esclarecer o mais rigorosamente possível.
O primeiro passo já foi dito: pedir necropsia noutra clinica.
O segundo deve ser pedir o Livro de Reclamações, caso se verifique alguma negligência ou até mesmo se simplesmente mentiram sobre a causa de morte (mesmo que não tenha havido negligência).
A confiança entre veterinário-dono é muito importante e não deve ser quebrada... na minha opinião qualquer situação que quebre essa confiança de forma irreversível é sempre caso para Livro de Reclamações.
Quanto a anestesia vs sedativo, depende se a limpeza inclui gengivas ou não. Não sei até que ponto um cão sedado permite que se limpe a fundo.
Em todo o caso, eu já fiz uma destartarização ao meu velhote quando ele tinha 10 anos. Ele tem problemas de figado desde dos 8 (sobrecarga alimentar, não é grave mas requer controlo) e foi preciso pré-medicá-lo durante 1 semana para o preparar para o procedimento e fez análises e ECG (alias foi aí que se descobriu um problema cardiaco, igualmente não grave).
Certifiquei-me o melhor que pude acerca dos riscos da anestesia dada a idade e os problemas de saúde do cão. O meu veterinário nesse ponto é muito cuidadoso e desde do ínicio alertou que só iria avançar com o procedimento se as análises no dia do procedimento estivessem boas e que iria monitorizar os sinais dele durante o processo (portanto, a clinica tem um minimo de equipamentos que permite esta monitorização).
Os dentes dele estavam mesmo maus, tinham um hálito péssimo de cheiro intenso e foi preciso limpar a fundo (gengivas). Bem, o resultado foi óptimo e o animal veio para casa no final da tarde (o procedimento foi de manhã), ainda meio mole mas bem disposto.
Não estando em posição de dizer como os veterinários deviam ter procedido ou não, não posso deixar de levantar questões sobre o caso (numa tentativa de ajudar a perceber o que correu mal). Contudo não consigo evitar apontar o dedo aos profissionais que lidaram com a situação...
Ora bem, o meu caso foi uma situação normal.
O seu caso é estranho desde do 1º internamento... se havia problemas com análises que não requerem tratamentos especiais, porque é quê não foi o animal para casa e pré-medicado para o procedimento (como no meu caso, p.e.)? Era mesmo necessário o internamento (aumenta o stress do animal, sai mais caro para os donos, etc) e ficar a soro?
Sangrar pela boca (se fosse gengivas, p.e.) ainda podia ser normal mas pelo ânus parece muito alarmante... e associar isso a uma torção gástrica? Pelo que li, não faz parte da sintomologia de uma torção gástrica sangrar da boca e ânus... mas posso estar enganada.
Nada disto vos suscitou dúvidas na altura? Não levem a mal, a culpa não é de todo vossa mas é preciso, mesmo confiando no veterinário, tentar perceber sempre o máximo e melhor possível o que se passa com os nossos animais e porquê. Não se pode ter medo/vergonha de fazer perguntas destas ao veterinário.
Por fim, disseram que a operação à torção gástrica tinha corrido bem mas que o animal teve uma paragem cardio-respiratória no fim e falecera... bem, acho que alguém devia dizer a esses "Srs." o significado de "correr bem"... de que interessa resolver um problema (supostamente a torção) se depois no fim o animal morre à mesma? Azares acontencem e até podia não ser negligência mas depois não sabem explicar o que causou a tal paragem?! Que credibilidade podem ter esses profissionais... Muito mau mesmo, parece muito surreal mas infelizmente acredito que existam clinicas e profissionais assim.
Lamento mesmo muito que estejam a passar por isto, é surreal mesmo.
Isto é a minha opinião, espero que consigam esclarecer melhor a situação e tomar as devidas acções se necessário.
Boa sorte
