Um dia, vários gatos que viviam num quintal de uma casa foram postos na rua quando essa casa vagou, e acoitaram-se numa oficina desactivada. Fui-os vendo na rua, e às cuvetes com comida que almas caridosas lhes iam deixando à porta dessa oficina. Foram sendo cada vez menos (dizem-me que alguns desapareceram, outros foram sendo recolhidos), até que ficaram só dois. E, um dia, o desvão por onde eles entravam na oficina foi tapado.
Nesse dia consegui falar com o dono da oficina, um senhor de idade, e ele deixou-me colocar lá uma armadilha. Os gatos tinham ficado lá dentro. Um foi recolhido por uma jovem com a qual continuo a manter contacto, e que o adoptou, e o outro por mim. Pus-lhe o nome de Bué.
O Bué era "bué da" bonito e "bué da" medroso. A partir de dada altura, esteve e está em casa do meu amigo "encantador de gatos", que alguns já conhecerão do tópico do Tomilho.
Embora continue a ser algo tímido, o Bué está já muito mais sociável e está pronto a ser adoptado (dorme com o "encantador"

). Está castrado, vacinado, desparasitado e dá-se bem com outros gatos. E é um gato muito bonito, com o pêlo para o comprido e uma senhora cauda.
Chegou a hora de o Bué debutar e encontrar a casinha que já tanto merece, e de onde nunca mais vai sair. Cá está ele.

«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke