Comportamento com a comida

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

lds6
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sexta jul 12, 2013 5:10 pm

Não vou estar a entrar em mais uma inútil e estéril discussão... tudo bem, cada qual escolhe o tipo de relação que quer ter com os cães e pronto, e cada qual acredita no que quiser acreditar...


Mas há uma coisa que não percebo, de todo:
TheOne Escreveu:
MiMoo Escreveu:https://www.youtube.com/watch?v=xjpP5EZC7HI
Este também não é um mau método.
Ah pois não... :roll: Tadinho do cão, não pode ser contrariado, não pode ouvir um "não", não se lhe pode tirar a comida, "a dona é que dá, não quem tira..." Bah.... :roll:

A dona dá e tira quando quer, é a "democracia" que tem de imperar na relação dono/cão. Se o cão apanhar uma porcaria na rua e for preciso tirá-la da boca como é?? Se o cão apanhar comida que não é dele e for preciso tirar??
Qual é a dificuldade em perceber que todo o intuito do processo exemplificado no vídeo é o de chegar a um ponto em que os donos não só dão mas também tiram, e mexem e tudo e tudo quando lhes convém?
Qual é a dificuldade em perceber que o facto de se fazer uma coisa numa primeira fase isso não significa que se vai continuar a fazê-lo para sempre?
Juro que não percebo.

(já agora, só para ver que isto não é só preto ou branco, eu por acaso até acho aquele método da Victoria Stilwell muito simplista, mas isso agora não importa muito)
MiMoo
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sexta jul 12, 2013 7:25 pm

Eu gosto demasiado de mim e do que faço para arriscar-me com métodos à CM. Nunca tive problemas com os métodos que uso e os cães também não.

Novamente iria haver aqui uma discussão sobre métodos e eu não estou para aí virada.
MiMoo
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sexta jul 12, 2013 7:31 pm

lds6 Escreveu:(já agora, só para ver que isto não é só preto ou branco, eu por acaso até acho aquele método da Victoria Stilwell muito simplista, mas isso agora não importa muito)
Porque assim o é... sou mais adepta de usar o outro e como resulta não tenho sentido necessidade de experimentar essa forma da VS. Poderá ser como complemento do outro do site que o lds6 indicou e não como método único (uma vez que não tem a parte de aproximação à comida e à taça que o outro tem).
TheOne
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sexta jul 12, 2013 8:18 pm

lds6 Escreveu:Não vou estar a entrar em mais uma inútil e estéril discussão... tudo bem, cada qual escolhe o tipo de relação que quer ter com os cães e pronto, e cada qual acredita no que quiser acreditar...


Mas há uma coisa que não percebo, de todo:
TheOne Escreveu:
MiMoo Escreveu:https://www.youtube.com/watch?v=xjpP5EZC7HI
Este também não é um mau método.
Ah pois não... :roll: Tadinho do cão, não pode ser contrariado, não pode ouvir um "não", não se lhe pode tirar a comida, "a dona é que dá, não quem tira..." Bah.... :roll:

A dona dá e tira quando quer, é a "democracia" que tem de imperar na relação dono/cão. Se o cão apanhar uma porcaria na rua e for preciso tirá-la da boca como é?? Se o cão apanhar comida que não é dele e for preciso tirar??
Qual é a dificuldade em perceber que todo o intuito do processo exemplificado no vídeo é o de chegar a um ponto em que os donos não só dão mas também tiram, e mexem e tudo e tudo quando lhes convém?
Qual é a dificuldade em perceber que o facto de se fazer uma coisa numa primeira fase isso não significa que se vai continuar a fazê-lo para sempre?
Juro que não percebo.

(já agora, só para ver que isto não é só preto ou branco, eu por acaso até acho aquele método da Victoria Stilwell muito simplista, mas isso agora não importa muito)
Básico... Porque assim se educam cãezinhos mimados, cãezinhos mal educados, cãezinhos que continuam a achar que mandam, cãezinhos que não podem ser contrariados, cãezinhos que têm sempre de ter uma contrapartida quando fazem algo.
É tal e qual como as crianças e as novas teorias de educação...
"Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende." - Auto desconhecido

"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
MiMoo
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sexta jul 12, 2013 8:27 pm

TheOne Escreveu:Básico... Porque assim se educam cãezinhos mimados, cãezinhos mal educados, cãezinhos que continuam a achar que mandam, cãezinhos que não podem ser contrariados, cãezinhos que têm sempre de ter uma contrapartida quando fazem algo.
É tal e qual como as crianças e as novas teorias de educação...
Mito. Se assim o fosse, todos os meus cães seriam assim. Não tem a ver com o contrariar ou deixar de contrariar. Treino positivo NÃO é igual a permissivo... o cão não vive em anarquia, lá por ser feito treino em positivo não quer dizer que não hajam regras... simplesmente os meus cães GOSTAM de as cumprir.

Não é um conceito difícil de entender para quem está disposto a aprender. Como sei que não está... não me vou chatear mais com o assunto.
lds6
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sexta jul 12, 2013 8:59 pm

TheOne Escreveu:
lds6 Escreveu:Não vou estar a entrar em mais uma inútil e estéril discussão... tudo bem, cada qual escolhe o tipo de relação que quer ter com os cães e pronto, e cada qual acredita no que quiser acreditar...


Mas há uma coisa que não percebo, de todo:
TheOne Escreveu:
MiMoo Escreveu:https://www.youtube.com/watch?v=xjpP5EZC7HI
Este também não é um mau método.
Ah pois não... :roll: Tadinho do cão, não pode ser contrariado, não pode ouvir um "não", não se lhe pode tirar a comida, "a dona é que dá, não quem tira..." Bah.... :roll:

A dona dá e tira quando quer, é a "democracia" que tem de imperar na relação dono/cão. Se o cão apanhar uma porcaria na rua e for preciso tirá-la da boca como é?? Se o cão apanhar comida que não é dele e for preciso tirar??
Qual é a dificuldade em perceber que todo o intuito do processo exemplificado no vídeo é o de chegar a um ponto em que os donos não só dão mas também tiram, e mexem e tudo e tudo quando lhes convém?
Qual é a dificuldade em perceber que o facto de se fazer uma coisa numa primeira fase isso não significa que se vai continuar a fazê-lo para sempre?
Juro que não percebo.

(já agora, só para ver que isto não é só preto ou branco, eu por acaso até acho aquele método da Victoria Stilwell muito simplista, mas isso agora não importa muito)
Básico... Porque assim se educam cãezinhos mimados, cãezinhos mal educados, cãezinhos que continuam a achar que mandam, cãezinhos que não podem ser contrariados, cãezinhos que têm sempre de ter uma contrapartida quando fazem algo.
É tal e qual como as crianças e as novas teorias de educação...
Se se tratasse de "não contrariar os cãezinhos", simplesmente se faria como muita gente aqui já sugeriu em discussões anteriores: deixava-se o cão em paz quando ele estivesse a comer (aliás, é curioso que nunca vi ninguém acusar as pessoas que dão estas sugestões de estarem a mimar os cães e a ser condescendentes...).
Mas, como me parece óbvio, não se trata disso: trata-se de ajustar comportamentos. Trata-se de reconhecer um problema e educar-se no sentido de fazer desaparecer esse problema. E trata-se de fazê-lo de uma forma apoiada em estudos, aplicações e resultados confirmados objectivamente, de forma concreta e concisa, e revista por pares.
Já agora, aquilo que é descrito no link que eu enviei e, de certa forma, também no vídeo da VS chama-se condicionamento clássico. É algo que já tem cerca de século e meio de "vida"; e a sua aplicação ao treino ou educação de cães domésticos, que eu conheça, já tem mais de trinta anos.
Novas teorias onde?
Ah... mas está a falar em crianças... pois... já se mimam e estragam crianças há muito tempo; já se criam "fedelhos" embirrentos por educação insuficiente desde que há relatos históricos. Onde está a novidade? Que novas teorias são essas, afinal? O facto de hoje um professor não poder bater num aluno não cria, por si só, a existência de nenhuma teoria de educação, como certamente saberá...
Existem algumas directivas do ensino actual que abomino, como por exemplo não se poder reter (isto é, chumbar) uma criança no final do primeiro ano de escolaridade, mesmo que ela, claramente, não saiba sequer ler (não sei se isto entretanto mudou, mas pelo menos há três anos isto ainda era assim...). Só que isto tem muito pouca relação com "novas teorias"; tem simplesmente a ver com a criação de directivas legais que visam promover melhores números. Não existe nenhum fundamento "novo" teórico por detrás... bem pelo contrário, existe um enorme desprezo por aquilo que a pedagogia teria a dizer.

Voltemos aos cães, até porque, apesar de tudo, são assuntos bem distintos e, quando se misturam, normalmente só serve para se criar confusão
Theone, tenho uma pergunta para si, se não se importar de me conceder uma resposta: quando um cão rosna ao seu dono por este se aproximar do prato de comida, isso será sinal de quê? (partamos do cenário de que esse cão já convive com o respectivo dono há tempo considerável, e não apenas há umas semanas...)
TheOne
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sexta jul 12, 2013 10:26 pm

É sinal que o cão não respeita o dono, é sinal que o cão manda no dono, é sinal que o dono falhou como dono.
"Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende." - Auto desconhecido

"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
lds6
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sexta jul 12, 2013 11:32 pm

TheOne Escreveu:É sinal que o cão não respeita o dono, é sinal que o cão manda no dono, é sinal que o dono falhou como dono.
Hm hm, muito interessante. Muito interessante, mesmo.
A theone perdoe-me, mas tinha uma nova questão para si, à luz da resposta que acabou de me dar.
Quais são as suas impressões do que se passa entre os 14m15s e os 14m32s do vídeo que a theone usou neste mesmo tópico?
cockinhas
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sábado jul 13, 2013 6:03 am

É um pouco off topic mas deixem-me colocar aqui uma questão:

Quando se tem dois cães, nenhum rosna ao dono por lhe mexer na comida mas um por vezes ameaça o outro quando este se aproxima da sua taça, deve ignorar-se (isso é lá com eles, que se entendam), ou interferir? (era o que faltava, disputas, nem pensar, que o dono não o admite).
Inclino-me mais para esta última e quando me acontece, por impulso, ralho imediatamente. Que vos parece?
lds6
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sábado jul 13, 2013 2:04 pm

cockinhas Escreveu:É um pouco off topic mas deixem-me colocar aqui uma questão:

Quando se tem dois cães, nenhum rosna ao dono por lhe mexer na comida mas um por vezes ameaça o outro quando este se aproxima da sua taça, deve ignorar-se (isso é lá com eles, que se entendam), ou interferir? (era o que faltava, disputas, nem pensar, que o dono não o admite).
Inclino-me mais para esta última e quando me acontece, por impulso, ralho imediatamente. Que vos parece?
No link que coloquei mais acima também se fala da questão de "resource guarding" entre cães.
cockinhas
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sábado jul 13, 2013 7:47 pm

Obrigada, Ids6, não tinha consultado o link.

Retirado do mesmo:

"Between Dogs: (... Every owner has to decide what is acceptable in their own household; my criteria are quiet warnings like head turns or stares are acceptable, anything else is discouraged." ...)

Bom senso, portanto.
tiago26
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segunda jul 15, 2013 11:03 am

Obrigado pelas sugestões.

Uma coisa que eu queria esclarecer é que eu não tive medo do cão. Na primeira rosnadela apenas fiquei sem reacção. Tal como já tinha referido eu não admitia que um cão me rosna-se até ele me rosnar. Porém, depois de tantas sugestões e de 4 dias intensos eis o que se sucede:
Dei de comer à mão e não houve problema, punha a pia no meu colo e ele comia normalmente e eu punha-me a pé quando queria e tirava e nada de mais, porém quando ele estava no chão eu podia estar perto e era tranquilo, mas quando me afastava e voltava a aproximar o problema voltava. Agora, o que eu tenho feito tem dado resultado. Ponho a pia no chão com a minha mão lá dentro e ele come e se eu quiser não o deixo comer e a pia fica no chão na mesma, apenas afasto o focinho dele. Desta forma apenas aconteceu mais uma vez desde então e ele levou com um "reforço positivo" e agora quando eu me aproximo ele fica a olhar de lado mas já não faz nada e deixa-me pegar na pia e ir à minha vida.
Penso que parte do problema está resolvido, agora mais algum tempo e penso que ele fica livre do problema de vez. Espero eu pelo menos.
Cumps
Tiago Ferreira
lds6
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segunda jul 15, 2013 6:32 pm

tiago26 Escreveu: Desta forma apenas aconteceu mais uma vez desde então e ele levou com um "reforço positivo" e agora quando eu me aproximo ele fica a olhar de lado mas já não faz nada e deixa-me pegar na pia e ir à minha vida.
Penso que parte do problema está resolvido, agora mais algum tempo e penso que ele fica livre do problema de vez. Espero eu pelo menos.
Não me parece que esteja resolvido, nem total nem parcialmente. A não ser que o seu problema fosse, simplesmente, com o rosnar em si mesmo. Eu acho que deveria preocupar-se com as causas do rosnar e, sobretudo, com aquilo de que o rosnar é um sinal/aviso. Ou seja, logo porque o rosnar terá desaparecido (e 4 dias é muito cedo para dizermos se "desapareceu" ou não), isso não significa, necessariamente, que as causas do rosnar tenham também desaparecido, nem significa que o acontecimento que estava a ser "avisado" pelo rosnar seja menos provável só porque o rosnar saiu.
Ficar a olhar de lado é um sinal que entra, de modo genérico, na mesma gaveta do rosnar. Significa, em termos práticos, que o seu cão está longe de estar tranquilo perante as "aproximações" ao prato.

Lembre-se também que este tipo de problema de "guarda de recursos valiosos" não deve ser apenas "resolvido" perante o Tiago, mas perante um conjunto significativo de pessoas de modo a que ele generalize a coisa.

Se o Tiago tem optado por dar as refeições do seu cão pela sua mão (faz muito bem, já agora) estou certo de que percebeu porquê: trata-se de estabelecer confiança do seu cão perante a sua presença perto do prato da comida. Não acha que preencher essa presença com piparotes no focinho é um pouco paradoxal no meio disso tudo? É uma questão de se ser crítico e racional perante a informação disponibilizada, e ver que há certas coisas que não casam lá muito bem...
Mas então se ele rosna faço o quê? Festinhas? Questão mal colocada: se está a dar de comer pela mão, o objectivo é que o seu cão não rosne, ponto. Se ele rosna, é porque andou depressa demais. Isto estava ali no link que lhe enviei... Não se concentre em "o que fazer se ele rosnar", mas em "o que fazer para ele não rosnar". É a diferença entre trabalho activo e trabalho reactivo...

Por último, uma das várias informações que estavam no link que lhe enviei referia algo que me parece cada vez mais importante no seu caso: considere a hipótese da ajuda de um profissional que saiba fazer esse trabalho. Esse tal profissional saberá que o processo de gradualmente apagar o ímpeto de "guarda de recursos" implica, entre outras, uma coisa muito importante: trabalhar sempre abaixo do "limite de reactividade" do seu cão. Se ele rosna, é porque andou depressa demais. É aconselhável procurar alguém que não cometa esse erro. (Já agora, alguém que tenha uma estratégia que não implique ter de andar a corrigir rosnadelas do seu cão oito anos depois...)
Última edição por lds6 em segunda jul 15, 2013 6:37 pm, editado 1 vez no total.
lds6
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segunda jul 15, 2013 6:36 pm

repetido
anja-azul
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Localização: Cinderela,Chiquinho, Isaias, Serafim, Max, Carlota, Dorinha, Estrela,

segunda jul 15, 2013 7:04 pm

se algum dos meus cães me rosnasse, levava logo uma valente palmada. ou duas ou as que fossem precisas. e deve ser por isso que os trato mal. a carlota, por exemplo, dorme comigo há 12 anos. devia estar muito mal habituada e mal educada. eu deixo-a lá dormir mas tb. sei até onde pode ir. elas e os outros. eu até tenho mau feitio e não gosto que me enfrentem
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