Cães que entram em disputa

[LiNkInBoY]

Olá. Gostava que me aconselhassem na melhor coisa a fazer no meu caso.
Tinha um cão rafeiro que adoptei numa associação e vai fazer agora 1 ano, mas recentemente adoptei um labrador também através de uma associação este sem documentos por isso não sei ao certo mas segundo a anterior dona deve ter 2 anos.

A anterior dona dizia que o Labrador se dava bem com outros cães e que o costumava ir passear com frequência, o que é mentira, pois o cão para além de gordo, não tolera outros animais.
Por isso como imaginam a adaptação está a ser complicada.

Hoje fomos passear os cães e apesar da agitação toda inicial ao fim de um bocado já andavam bem lado a lado, quando cheguei a casa deixei-os andar a solta pelo meu pátio a ver a reação e no inicio não brigaram. Passado um bocado o Labrador tentou "montar" o mais pequeno e o mais pequeno reagiu mal tentando morder o labrador e a partir dai tivemos dos separar porque estavam só a brigar.

Se eles fossem de igual porte eu deixava estar para ver se eles estabeleciam as regras deles e depois acalmavam, o problema é que o Rafeiro é de porte pequeno e o Labrador já é grande, como tal se eles brigam tenho medo que o pequeno fique mal tratado.

O que aconselham fazer numa situação como esta?

[anja-azul]

estão a estabelecer hierarquias, mas se forem ambos dominantes, é o cabo dos trabalhos. acho que devia falar com um treinador

[carlaved]

Parece que o cão novo tem muita confiança para um novato. Se o cão novo não tolera outros cães então terá mais trabalho, porque terá que o socializar. E também terá que assumir o seu papel como líder da matilha de uma forma mais natural ou mais tipo treino.
Evite ter objectos que possam causar disputa, ex brinquedos, espalhados pela casa. Inicie o treino de obediência para os 2, caso o outro também precise.
E uma pergunta, em que situações eles começam a brigar?

[LiNkInBoY]

Eles estão sempre separados para não se pegarem, o mais pequeno está no pátio e o grande está num canil que supostamente era para os dois, mas como brigam só o grande é que fica lá dentro, por isso apesar de separados, têm contacto visual um com o outro todo o dia, porém ladram muito um para o outro.
Quando os vou passear eles vão bem, apesar de excitados não ligam muito um ao outro, se passarmos por outros cães ambos tentam correr atrás deles, mas entre eles até nem se chateiam quando estão a passear.
Quando chegamos do passeio eu deixo estar os dois um bocado no pátio juntos e eles até nem ficam mal, mas depois começam a cheirar-se um ao outro e é ai que o grande tenta dominar o pequeno e o pequeno vira-se ao grande.

Ou seja, de forma geral eles até se toleram, mas quando se começa a tratar de dominância perdem logo a calma, e apesar de ser o pequeno que começa a guerra ambos ficam raivosos e acabam por tentar morder mutuamente.

Se fosse o grande a morder, podia tentar deixa-los juntos e colocava um açaime no grande, o problema é que apesar de ser o grande a tentar dominar, eles só brigam quando o pequeno morde primeiro.

[anja-azul]

o pequeno já lá estava e ve o seu espaço invadido. não resolve nada com açaime a não ser perturbar mais o cão. ou fala com um treinador ou nunca os junte. eu tenho esse problema com 2 cadelas e é o que faço. o treinador já não veio a horas

[LiNkInBoY]

Pois mas não tenho orçamento para um treinador.

[LLing]

Tive uma situação semelhante à sua. Há 2 anos adoptei um rafeiro de +/- 1 ano com 30 Kg. No inicio do ano adoptei outro de +/- 4 anos com 42 Kgs. Quando este chegou a casa, lutaram para estabelecer a hierarquia. Depois melhoraram, mas um dia sem eu ter tempo de intervir, o mais pequeno (dominante) atacou o outro, mordeu-lhe e cortou a meio uma das orelhas do grande, que teve que ir de urgência para a Clinica para ser operado.
Percebi que além de estarem a estabelecer a hierarquia, também tinham ciumes. Portanto, eu também era o problema. Durante uns 2 meses e diariamente educava-os e se havia alguma inicio de briga ponha-me entre os dois, e obrigava cada um ir para lados opostos. Se o domimante furioso ia comer a comida do outro, que é um comportamento que significa "eu sou o Alfa", eu tirava-lhe a comida e voltava a dar a comida depois de ambos estarem calmos.
Da nossa parte é preciso paciência e muita calma durante a educação de comportamentos agressivos. Mas conseguimos que fiquem amigos para sempre.

[botas96]

provavelmente escolheu mal.

[anja-azul]

provavelmente escolheu mal.

e...?

[botas96]

E agora não sei o que possa fazer. Para mim, nunca juntar dois cães sob o mesmo tecto não é solução.
Não tenho disponibilidade de fazer o que faço a um, fazer a dois separadamente.
Quando se opta por ter mais que um cão, há que ter em conta coisas como temperamentos e níveis de energia, convêm não serem muito diferentes (níveis de energia) e convêm ser compatíveis.(temperamento).
Até porque se assim não for, um deles acaba por se "encostar a um canto" em vez de isso servir para "puxar" por ambos, o que para mim é o efeito contrário ao desejado.
Chamo a atenção que quando se opta por ter mais que um cão, a "dinâmica da coisa" muda tanto quanto mais cães houver.
Se a coisa for recente, como diz, talvez esteja em curso um estabelecimento hierárquico que convêm supervisionar e para todo o sempre, talvez ematilhem, talvez não.
Mas sem querer por a carroça à frente dos bois e estando deste lado, parece-me que tais cuidados não foram contemplados.

[anja-azul]

há gente que não percebe o básico. neste caso, o user adotou animais, provavelmente porque estavam em risco. pelo menos, foi o que aconteceu comigo. e neste caso, em vez de louvar, atiram-se pedras.
e há soluções, sim. e quem as pode dar, é um bom treinador e não quem vem para aqui dar palpites.
os meus cães são todos diferentes, como eram os meus gatos e chegaram a ser 9. como toda a gente é diferente, incluindoos gémeos.
as minhas cadelas toleraram-se até um dia. tive um treinador em que muito confio e recomendo. avaliou os 4 cães e disse-me que dado a idade dos animais, era melhor te-los separados (as 2 cadelas). e assim fiz. estão infelizes? não me parece. a mais nova, a perdigueira passa o dia a malucar no quintal. quando se cansa, vem dormir na sua caminha, no hall de entrada. a vehota que já deve ter uns 14 anos, está em casa e dorme onde lhe apetece. vai ao quintal embora não aprecie muito. fica em contacto com a podenga e com o cão.
quanto muito o problema é meu que tenho mais trabalho, mas quem corre por gosto

[LLing]

E agora não sei o que possa fazer. Para mim, nunca juntar dois cães sob o mesmo tecto não é solução.
Não tenho disponibilidade de fazer o que faço a um, fazer a dois separadamente....quote]

Os cães gostam de viver em companhia (matilha). Se se tem tempo, espaço, condições monetárias e todas as outras condições inerentes para se ter mais do que um cão, é aconcelhável para o bem deles. São mais felizes.

[carlaved]

O problema ás vezes não é escolher bem ou não, porque alguns cães tem diferentes atitudes para sítios diferentes. por exemplo no canil são uma coisa mas depois quando são levados para casa são outra coisa. O problema aqui é o dono estabelecer o lugar de cada cão. E para isso os cães têm que ser tratados por igual.
Eu também na altura em que juntei todos os meus cães houve atrito. A situação era que haviam 2 matilhas portanto haviam 2 lideres da matilha e quando os juntei só podia haver 1. E o guffy e o Putchi andaram ás turras. O tamanho não interessa porque o Guffy era um serra da estrela de 50 kg e o Putchi é um cão de 10 Kg e o Putchi 'batia' no Guffy. Tudo isto porque o Putchi (confesso que o mimava muito) escapava com muitas asneiradas e desobediências. Mas eu dei a volta á situação sozinha.
Com isso, quero dizer que o cão novo também tinha a vida parecida com a do putchi portanto é normal que ele faça o que sempre fez. controlar. Agora o seu trabalho é fazer como LLing fez, supervisionar os 2 juntos e corrigir qualquer situação de domínio entre ambos.

[LiNkInBoY]

provavelmente escolheu mal.

Será?
O primeiro que escolhi foi um rafeiro que é tão calmo mas tão calmo que até a veterinária o elogia cada vez que ele lá vai. É um cão tão fofinho que toda a gente o adora e brinca com ele. Se tem algum defeito é esse mesmo, é tão fofo que acaba quase por ser tratado como se fosse um gato e talvez esteja mimado de mais.

O segundo era de uma senhora que ia para Inglaterra e se ninguém fosse buscar o Labrador ela ia deixa-lo na rua por não o poder levar. Ela mentiu-me quando disse que o cão se dava bem com outros, e que era passeado com frequência, nota-se bem nas atitudes do cão que era mentira só para eu gostar do cão.
E é um Labrador puro, logo é uma raça que supostamente tendo uma boa convivencia tal como a antiga dona dizia que ele tinha não daria problemas nenhuns.

Quanto a infra-estruturas, moro numa aldeia, tenho uma casa com um Pátio grande, e fiz num canto um canil com uma cerca que tem quase tanto espaço como o pátio e abrigo para o sol, por isso mesmo que presos lá os cães teriam quase tanto espaço para estar à vontade como se tivessem à solta no pátio.
Como moro numa rua pouco movimentada posso ir passear os cães e eles andam bastante à vontade.

Acha mesmo que não pensei antes de tomar esta decisão?
Se a antiga dona não me tivesse mentido em relação ao temperamento do Labrador estava tudo a correr que era uma maravilha, mas não correu como planeado, e o que quer que faça agora? Abandonar o cão nunca, só se pagar uma viagem de ida para o avião e mando o cão para a antiga dona que pelo que o cão mostra também não deveria ser lá muito bem tratado.

[Palmeida92]

Discordo quando diz que é o pequeno que começa a guerra. Não tenho, nem nunca tive dois cães ao mesmo tempo mas costumo juntar semanalmente, a minha cadela com 2 cadelas de uma tia minha. Uma das cadelas da minha tia é dominante e quando as junto tenta sempre dominar a minha. Mas não se pegam nessa altura, costumam-se pegar quando se metem brinquedos ao barulho.

A coisa que ando a fazer é pegar num dos brinquedos e chamar uma delas e pedir-lhe para ir buscar o brinquedo. Ao início custou mas tem dado resultados, mesmo que lentamente. Também lhes costumo dar a corda para brincarem mas ao mínimo sinal dominante por parte de alguma, acaba-se logo com a brincadeira.

Na minha opinião devia-se impor como a "líder" de casa e ensinar-lhes a comportarem-se em conjunto.

Outra coisa que disse foi que os ia passear, com eles num estado de excitação. Não me parece uma boa ideia.