Na passada sexta-feira o meu cão foi atacado por outro na rua. O atacante tinha dona e estava à solta. A senhora já tinha sido avisada várias vezes que não o podia passear à solta, visto o seu cão (arraçado de pastor alemão) não obedecer ao chamamento (já nem digo que é porque é proibido por lei... Sei que o é, mas se for um cão sociável e obediente, não me oponho. Não ando com o meu à solta mas cada um sabe de e responde por si). Por várias vezes se aproximou do meu arreganhando a boca e ladrando. Sexta-feira aconteceu. Prendeu-o pelo pescoço e ali ficou, a abaná-lo até que alguém conseguiu separá-los. Foram minutos que pareceram uma eternidade e não vou entrar em grandes pormenores, porque não gosto sequer de relembrar o pânico que senti. Felizmente o meu pequeno saiu ileso, apenas ficou com uma marquinha na pele mas não perfurou nem rasgou. O único medo que tenho é ele já sofrer de paralesia da laringe e ter sido atacado na garganta, mas isso vou tratar com a médica dele em breve.
Como era recorrente, chamei a polícia. A polícia identificou-me a mim e à dona do cão, que desmentiu tudo. Sendo que a polícia não pode tomar partidos, fomos ambas notificadas para nos apresentarmos no canil a fim de serem conduzidos exames para saber se está tudo ok. Ora acontece que devido à paralesia da laringe, o Átila está a fazer um tratamento de cortisona há cerca de 1, 2 meses. A vacina da raiva devia ter sido administrada em Junho, mas como está em tratamento estamos a aguardar o seu fim para isso acontecer. Claro que no canil levantaram esse problema e agora pedem-me um termo de responsabilidade da veterinária, senão o meu cão tem de ficar no canil 15 dias.
Porquê?
O meu cão não mordeu ninguém, foi ele o atacado. O papel da polícia foi entregue às duas donas e são exactamente iguais - não destingue o atacante do atacado porque ela desmentiu. Ou seja, o papel basicamente diz que se morderam.
Não houve ferida nem sangue. E caso houvesse, e não sendo ele a ter a vacina, não deveria ser o outro, ou os dois a ficarem de quarentena?
A veterinária diz que apenas passa um papel a justificar o porquê dele não ter a vacina, mas não passa o termo de responsabilidade porque ele teria de ficar a fazer quarentena com ela.
No meio disto tudo, a senhora irresponsável que deixou que o seu cão atacasse o meu e ficou a assistir impávida, e que ainda teve a lata de me desmentir em frente às testemunhas e à polícia e dizer que o cão estava preso, que foi o meu que atacou o dela e que eu bati no cão dela (sim, dei-lhe os pontapés que consegui, sempre com medo que o largasse e me mordesse a mim. não é uma coisa bonita de se fazer mas não ia ficar a assistir enquanto ele tinha o meu cão pendurado pela garganta na boca e o abanava fortemente...) sai ilesa. Não é multada, porque a polícia não viu o cão à solta. E caso queira avançar com a queixa, tenho de pagar 200 euros para tal, porque é um crime particular, e corro o risco de ficar a ver navios... Como não aconteceu nada de grave com o Átila, preferi ficar sossegada. Caso fosse preciso pagar tratamentos e ela não quisesse pagá-los, aí sim acho que deveria avançar.
No meio disto tudo fui eu que apanhei o susto, fui eu que chamei a polícia, ela sai na boa e na volta sou eu que me lixo...
 às vezes parece que mais vale ficar quieta.
 às vezes parece que mais vale ficar quieta. 
  fico doente com estas situações bah
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