Há 6 meses mudaram-se uns vizinhos para o meu lado que têm imensos cães. Neste momento não sei precisar quantos pois acharam engraçado meterem o suposto Rottweiler a cruzar com uma rafeira parecida com ele, do qual resultaram 10 fantásticos cãezinhos, cuja finalidade é a venda. Para além deste Rottrafeiro, têm mais dois cães adultos (um casal) e mais uns quantos bebés da tal ninhada. Serão uns 6 ou 7 ao todo. Fechados num quarto, todos fechados num quarto! Dia e noite! Ela chega às 3 da manhã, ele chega um pouco mais tarde e os cães continuam fechados. As idas à rua existem, mas por 5 ou 10 minutos e raramente.

Dia e noite só se ouve ladrar, ganir, uivar! A maior parte das noites tenho de ir dormir com a minha filha para a marquise, de porta fechada, com tampões nos ouvidos, é completamente impossível dormir na minha cama, pois a minha casa é lado a lado com a deles. Fora a barulheira dos cães, eles são pessoas muito complicadas, ordinárias e mal formadas. Passam as madrugadas todas aos gritos, aos insultos, a bater portas, um autêntico filme de terror. Ao fim-de-semana este espetáculo é a triplicar pois não trabalham. Cheguei a falar com eles umas 5 vezes, inclusive sobre o facto de, quando estão em casa aos fins de semana abrirem a porta de casa e os cães andarem ali no patamar comum, fazendo xixi por todo o lado, por vezes tenho o “Rott” deitado no meu tapete e se quero sair de casa tenho de dar um grito para eles recolherem os cães, para eu poder passar. Eu morro de medo do cão, que ele faça algum mal às minhas 2 cadelas ou à minha filha, pois ele já se mostrou “nervoso” na minha presença (no elevador). Houve outro dia em que tinha ido com a minha filha e com as minhas cadelas à rua, quando abro a porta do elevador, aparece-me o cãozão por ali a dentro, quase que o entalei para poder voltar a fechar a porta e sair dali e ir para a rua. Não consigo viver assim…
Como o diálogo não resultou, enchi-me de coragem e fui a um posto da polícia apresentar a minha situação. Eles prontificaram-se a ir lá naquele momento comigo. Os donos não abriram a porta, mas mesmo assim prossegui com uma queixa contra eles. Mal os polícias se foram embora, o rapaz (tem 20 anos) apanhou-me à entrada do elevador e disse-me tudo e mais alguma coisa, insultou-me e disse-me que me ia fazer a vida num inferno. A polícia voltou lá há 3 dias à paisana e eles tornaram a não abrir a porta, inclusive, desligaram a campainha. A polícia diz que se não os conseguir identificar, o meu problema não terá fim à vista tão cedo. Ainda por cima, não puderam ouvir a barulheira dos cães, pois eles quando sentem alguém no patamar, calam-se e começam a cheirar por baixo da porta do quarto, que é junto à porta de saída. Apenas constataram o ar irrespirável, nauseabundo no meu patamar que me entra pela casa a dentro.
Entretanto o meu irmão tem uma amiga na Câmara, falou com ela, mas supostamente eles estão “legais” pois só tem 3 cães adultos, os bebés não contam, sejam 3, sejam 20 (só de pensar que os cães não estão castrados, nem a cadela esterilizada e que proximamente vem aí outra ninhada, entro em choque). O veterinário municipal diz o mesmo… os adultos são 3, os bebés não contam. A solução é a polícia! A polícia sem os conseguir identificar não pode fazer nada… O senhorio já foi contatado pela empresa do condomínio quer por telefone, quer por carta. Resumindo, a minha vida e a da minha filha há 6 meses que é um inferno. Os vizinhos não querem fazer nada porque têm medo de represálias e que lhes façam mal, apesar de eu lhes ter dito que as queixas podem ser anónimas. Eu também morro de medo deles, e do tal cão, principalmente porque vivo sozinha com a minha filha, e a juntar os remorços por vir a ser responsável pela ida daqueles cães para um canil (apesar do da minha área não ser de abate e até ter mínimas condições) mas cheguei ao meu limite! Sinto-me esgotada, toda a minha vida sofreu uma reviravolta, quer pessoal, quer profissional pois não me sinto em condições para nada. Não sei o que é estar em paz na minha casa…

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