E porque não pedir a certificação do próprio cliente, que seria exibida ao treinador certificado? Perdoe-me a piada, espero que não tenha sido de mau gosto...Eu, muito particularmente, acho que é fundamental haver preparação do cliente antes do contacto com o treinador.
Treinadores
Moderador: mcerqueira
Tudo bem. Podemos fazer algo em jeito de exercício especulativo. No entanto, há dois pontos prévios que gostaria que se tornassem claros.zeca2 Escreveu: Gostaria que o lds elaborasse um pouco sobre estas questões.
1. Uma coisa é discutir acerca da necessidade ou, pelo menos, dos benefícios de uma regulamentação da actividade; outra será uma conjectura acerca do modelo de implementação de tal regulamentação. A única razão pela qual a segunda questão poderia influenciar a primeira seria se se chegasse à conclusão de que a aplicação de uma tal regulamentação seria impossível. De outra forma, tratam-se de duas questões distintas, com os respectivos debates, também eles distintos.
2. O seu convite tem o seu quê de envenenado. Não o conhecesse melhor, e acharia que estava a querer ver-me patinar um bocadinho

É que tudo o que se poderá fazer não passará de um exercício hipotético, um conjunto de ideias rapsódicas, pensadas um pouco em cima do joelho, e certamente a rever com muito mais cuidado, rigor, e por equipa de pessoas mais competentes, no caso de implementação real.
Posto isto:
Pois bem.Quanto ao futuro, expus algumas dúvidas que acho pertinentes, e que complemento:
Comecemos por aceitar que não se trataria de inventar algo de absolutamente novo, mas sim de regulamentar uma actividade em curso. Com tal regulamentação, algumas exigências novas surgiriam. Certo. Mas seria de todo benéfico aproveitar o que já há.
Um primeiro passo poderia passar por ver que cursos são já oferecidos, e avaliar a sua profundidade, extensão, compreensão, etc. de modo a poder tomá-lo como forma de certificação. Poder-se-ia gerar uma espécie de complementaridade entre alguns cursos, não sei, tudo dependeria de uma avaliação das ferramentas já existentes.
O que nos leva para uma nova questão:
Sei bem qual é o contra-senso a que nos expomos. Os formadores não terem, eles próprios, a formação que se estará a exigir aos futuros formados. Pois, vicissitudes de uma mudança de quadro. Sem dúvida.- quem faria a "certificação inicial" dos actuais treinadores? Um colégio de "sábios", por inerência "descertificados"? quem reconheceria oficialmente tais certificações?
Seja como for, não é, por si só, algo impeditivo.
Há um conjunto de profissionais a quem, hoje, se reconhece um estatuto de credibilidade na área. Sei o quão vago isso é, mas é uma vagueza gerada pela falta de regulamentação de critérios que existe até hoje; é uma vagueza que se pretende reduzir no futuro justamente pela criação de critérios mais objectivos ou mais definidos.
O ideal seria fazer algo que, sei-o bem, poderá conhecer algumas "resistências" dentro do panorama de incomunicabilidade actual: reunir um conjunto significativo de profissionais de competência reconhecida em áreas distintas, e mesmo conhecidos praticantes de metodologias diversas.
E, como esses possíveis formadores seriam, eles próprios, especializados numa ou noutra área, mas não necessariamente em outras...:
... sim, a existência de certificações "orientadas" poderia ser uma via. Assim de repente, não vejo grande mal nisso. O que seria importante era criar alguns troncos inamovíveis, baseados em noções nucleares de comportamento, bem como em áreas que o próprio Zeca referiu ("anatomia", fisiologia", "preparação física", ao que poderemos acrescentar, linguagem ou sinais comunicativos, e por aí fora). O fundamental, para mim, seria garantir que o futuro formado tivesse tido contacto e provado domínio suficiente de leitura e interpretação dos sinais comunicativos do cão, e que tivesse obtido formação consolidada das noções basilares da lei da aprendizagem.- que tipo de habilitação conferiria tal certificação: resolução de problemas de conduta no que se refere exclusivamente ao treino? obediência básica? RCI? Mondioring? Mushing? Haveria vários graus nessa certificação?
É doloroso ver que muitos profissionais que resistem ao tempo (e que, pelos critérios de alguns, serão "bons profissionais", pois os maus não perduram...) não sabem o que é e quais as abrangências do condicionamento clássico, e interpretam mal as leis do condicionamento operante. Eis algo que uma regulamentação da actividade tenderia a tornar mais raro. Não impossível, mas raro...
No restante, poderia haver maior ênfase numa ou noutra área, neste ou naquele segmento, conforme os interesses dos formandos.
Não vejo por que razão não seja exequível. Não vejo mesmo. Uma coisa é achar que uma regulamentação iria homogeneizar as metodologias, ou sequer aproximá-las um pouco mais. Isso será ambicionar demais. Mas nem sequer me parece algo tão importante. O importante seria que se garantisse o contacto e conhecimento das várias propostas, e que se apurasse o sentido crítico dos eventuais formandos em relação a todas essas propostas metodológicas. Isto é, em vez de se ridicularizarem certas ideias, e em vez de se demonizarem certos instrumentos, ganhar capacidade crítica para se justificar as próprias escolhas sem recorrer a preconceitos ideológicos.- como conciliar, no âmbito de uma mesma certificação, filosofias de treino diferenciadas, como o dito "treino positivo" e o também dito "treino tradicional"? Deveria esta certificação aprofundar o press-training do H.Raiser ao mesmo tempo que o "clicker - training" da K. Pryor?
- é que, sendo vários aspectos do treino mais ou menos objectivos (anatomia, fisiologia, preparação física, etc) os concernentes a filosofias de treino esbarram numa diferenciação "ética" que me parece inultrapassável. O ideal seria que cada treinador certificado conhecesse todos os métodos e depois escolhesse em função do cão e das suas convicções, mas, será isto exequível?
Uma vez mais, o objectivo não seria o de apaziguar as guerrilhas existentes, mas, já agora, como saberá muito bem, muitas das acusações mútuas que existem são truncadas por convicções que nascem de avaliações precipitadas das metodologias "opostas". Talvez assim se fosse suavizando os preconceitos de parte a parte...
No limite, poderá sempre haver apelo a instâncias jurídicas. Coisa que hoje também poderá haver. Agora, o acolhimento de um tal apelo será tanto maior quanto maior reconhecimento houver da actividade.Finalmente a questão da responsabilização: se um treinador certificado me "parte" um cão, seria responsável por isso, mas em que termos: dava-me um cão novo? Indemnizava-me? Ia preso? E se andasse meses a "encher pneus" sem progressos aparentes, devolvia-me o dinheiro?
A comprovação dos "danos causados" será sempre algo muito difícil de se obter. Mas pelos menos a actividade teria um peso social e, como tal, jurídico que permitiria um acolhimento diferente, um tratamento mais cuidado da situação.
Seja como for, há outras consequências associadas à tal "responsabilização". Desde logo, as práticas tendem a ser mais visíveis, logo, mais comunicáveis, mais conhecidas pelo meio.
A hipótese de andar a "encher pneus" parece-me que também tende a tornar-se mais dificultada num cenário de clareza profissional. É que, se a profissão ganhar mais rigor, começa a tornar-se prática recorrente a definição de um plano de trabalhos, dentro do qual fariam parte os objectivos e as metas previstas. "ah, mas isso varia muito, depende muito do dono, depende do cão", já se sabe; mas tudo isto, parece-me, tende a tornar-se menos problematizante quanto maior for o grau de profissionalização, responsabilidade, exigência e transparência da actividade.
Já se sabe que, havendo ou não regulamentação rigorosa, o cliente deverá ser sempre aquele que decide do grau de satisfação do serviço prestado. Mas não me parece haver dúvidas que, desde logo, essa avaliação possa ser feita de forma mais clara logo de início (e não ao longo dos trabalhos, onde o mal pode já ter sido feito). Ou há?
Numa coisa penso estarmos todos de acordo - independentemente das certificações ou dos diplomas pregados na parede, nada dispensa nunca um conhecimento prévio dos métodos e filosofias de treino, dos resultados do trabalho do treinador.
Sem dúvida. Só não entendo é por que razão não há igual concordância em relação ao facto de uma maior clareza legal e uma mais rigorosa definição do estatuto profissional tornarem mais visíveis os métodos, as filosofias e os resultados, tornando mais fácil a definição dos critérios de busca do potencial cliente.
ok, penso que estamos conversados...Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
o dinheiro envolvido é irrelevante, pode ou não existir.
é a minha forma de encarar as coisas, mas eu por norma não levo nada demasiado a sério, nem a mim própria. daí a tendência de desdramatizar.
séria é neurocirurgia, treino de cães (com ou sem disturbios ) é desporto! opiniões....
Sim, e não esquecer o boletim de vacinas em dia...zeca2 Escreveu:E porque não pedir a certificação do próprio cliente, que seria exibida ao treinador certificado? Perdoe-me a piada, espero que não tenha sido de mau gosto...Eu, muito particularmente, acho que é fundamental haver preparação do cliente antes do contacto com o treinador.
Olhe, não sei o que lhe diga; não percebi mesmo o que tentou dizer com isso.
Mas é claro! Não percebo a dúvida. Eu próprio cheguei a ponderar essa opção, mas o sudoku falou mais alto.-Tambor- Escreveu:Medicina Veterinária também é passatempo????Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
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e desde quando med.vet. gravita em torno de canicultura?-Tambor- Escreveu:Medicina Veterinária também é passatempo????Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
o problema aqui é mesmo "desinterpretação" intencional.
tanto quanto sei a medicina vet. como ramo da medicina que é, não tem qualquer exclusividade com cães!
desde elefantes a manatins é só escolher. assim sendo, é algo que não gravita em torno da canicultura... essas são as actividades associadas exclusivamente aos cães.
é só ler aquilo que é dito, não aquilo que a gente gostaria que tivesse sido dito.
a medicina ( e o seu exercicio ) implica regulaçao legal, moral e ética, um cod. deontológico bem definido. é coisa séria.
An ye harm none, do what ye will
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normal, esse tipo é sempre o mesmo malcriado!! é ignorar o gajo.lds6 Escreveu:Mas é claro! Não percebo a dúvida. Eu próprio cheguei a ponderar essa opção, mas o sudoku falou mais alto.-Tambor- Escreveu:Medicina Veterinária também é passatempo????Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
An ye harm none, do what ye will
ok, e então se estivermos a falar de um comportamentalista? É coisa séria?Netherwing Escreveu:e desde quando med.vet. gravita em torno de canicultura?-Tambor- Escreveu:Medicina Veterinária também é passatempo????Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
o problema aqui é mesmo "desinterpretação" intencional.
tanto quanto sei a medicina vet. como ramo da medicina que é, não tem qualquer exclusividade com cães!
desde elefantes a manatins é só escolher. assim sendo, é algo que não gravita em torno da canicultura... essas são as actividades associadas exclusivamente aos cães.
é só ler aquilo que é dito, não aquilo que a gente gostaria que tivesse sido dito.
a medicina ( e o seu exercicio ) implica regulaçao legal, moral e ética, um cod. deontológico bem definido. é coisa séria.
Não; por muito malcriado que o gajo seja, pelo menos não tenho de andar com códigos deontológicos para a frente e para trás. Acabou por ser boa escolha.Netherwing Escreveu:normal, esse tipo é sempre o mesmo malcriado!! é ignorar o gajo.lds6 Escreveu:Mas é claro! Não percebo a dúvida. Eu próprio cheguei a ponderar essa opção, mas o sudoku falou mais alto.-Tambor- Escreveu:Medicina Veterinária também é passatempo????Netherwing Escreveu:ter animais de estimação é questao de opção, similar a passatempo.
a canicultura é um desporto/ passatempo, lucrativo ou não, irrelevante.
todas as actividades que gravitam em torno dela também o são.
Segundo os médicos não veterinários, um ramo bastante afastado... até a medicina dentária já é bem afastadinha, a veterinária nem sequer é do bosque quanto mais da árvore...Netherwing Escreveu: tanto quanto sei a medicina vet. como ramo da medicina que é
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Bom dia
Além do mais neste ponto concordo com o(a) Netherwing, não vamos meter os veterinários ao barulho...
Cumprimentos,
Ricardo
Mas por que raio é que neste forum tudo acaba por descambar?? Não sabem comunicar sem insultos?Netherwing Escreveu: normal, esse tipo é sempre o mesmo malcriado!! é ignorar o gajo.
Ui, aonde já vamos... comparar veterinários com comportamentalistas? A sério lds6? Já estivemos a "falar" melhor!lds6 Escreveu: ok, e então se estivermos a falar de um comportamentalista? É coisa séria?
Além do mais neste ponto concordo com o(a) Netherwing, não vamos meter os veterinários ao barulho...
Se fizer a pergunta a um neurocirurgião, ele também considera os de Clinica Geral fora do seu "bosque", não vamos por ai, a Veterinária é um ramo da medicina, ponto.krug Escreveu: Segundo os médicos não veterinários, um ramo bastante afastado... até a medicina dentária já é bem afastadinha, a veterinária nem sequer é do bosque quanto mais da árvore...
É os gatos aos veterinários e os seus comentários neste forum! Se tem uma opinião sobre isso diga-a, não divague, para isso escreva um livro!-Tambor- Escreveu: Pois é, esqueço-me sempre dos gatos. São os gatos que dão seriedade às actividades Cool

Cumprimentos,
Ricardo