Para as memórias de um criador...

[anjaazul]

É incrivel, não é ? Com todas as caracteristicas de um comprador de risco e vejam lá....

a mim, sempre me ensinaram a duvidar das aparências. de facto, o que está dentro de cada um não pode ser avaliado em euros. felizmente.

[RMarques]

de facto, o que está dentro de cada um não pode ser avaliado em euros

Concordo plenamente, dar 1200 ou 1500 euros por um cão não quer dizer que o dono o vá tratar bem.

[aisd]

E, na verdade, o amor não se mede em dinheiro.

Já vi pessoas de posses modestas gastarem com os seus rafeiritos pequenas fortunas (pe, um vizinho meu operou 3 vezes a sua cadelita, sem conseguir deixá-la bem - ainda hoje coxeia. Uma vizinha minha gastou largas dezenas de contos na velhice de um canito que ela salvou da rua - onde estava encostado a um contentor de lixo, todo roto de um atropelamento, cheio de pulgas e carraças, etc.)

É uma questão de sentimento pelos animais, pelo nosso cão, que não se mede.
Que os próprios não medem.
É amor verdadeiro, daquele que não se encontra por aí aos pontapés.

Nunca se envergonhem de ter coração.
É a única coisa na vida que vale realmente a pena e de que nunca nos arrependemos.

[ladyxzeus]

Obrigado fang, por ter partilhado tudo isto. Eu também devo estar muito carente, porque me comovi.
Isto eram compradores de risco, donos de risco. Mas revelaram-se "amor sem riscos". Vale a pena ser-se criador, só por existirem pessoas como estas que amam. Sem riscos.

[nynf]

Realmente dar ou vender um animal é uma responsabilidade. Até hoje tive muita sorte e sei que todos os animais que dei ficaram bem e tenho noticias regulares deles (principalmente gatos)...
Mas muitos deles foram dados a pesoas humildes e com poucas posses,e contudo são esses que estão a ser mais amados e bem tratados! É que a capacidade de amar não se compra...nasce com a pessoa e com ela morre.

[Dalilah]

Nunca se pode avalir ninugém pelas posses quem tem. No entanto, o tipo de relação entre os dois futuros donos, a fobia da menina a cães... de facto sugeriam que a coisa iria correr mal!!! E afinal n foi assim, o que é maravilhoso! Adorei o relato, parabéns, Fang! A "sua" cadelinha é uma sortuda!

[Pedra]

Ò Fang, estou cansada e faltam-me as palavras, por isso aqui vai
(há falta de melhor, sorry, outro dia boto aí uma prosa mais bonita)
Isabel

[FAbarm]

Diamantino se me permite:

A primeira é trabalhar em prol da raça, seja para a morfologia e para o trabalho, e diga-se o que se disser quem faz este tipo de trabalho tem gosto e vontade em mostrá-lo, por isso ou apresenta os seus cães em exposições e vai a provas de trabalho.

Cumprimentos

Tiago

[casadotrevo]

Diamantino se me permite:

A primeira é trabalhar em prol da raça, seja para a morfologia e para o trabalho, e diga-se o que se disser quem faz este tipo de trabalho tem gosto e vontade em mostrá-lo, por isso ou apresenta os seus cães em exposições e vai a provas de trabalho.

Cumprimentos

Tiago

Sou obrigado a concordadar que isso, de facto, seria o ideal.

[anjaazul]

eu só não percebo porque é que alguém não pode ter um animal "só porque sim".

quanto ao amor, é importante, mas há algumas coisas que me deixam perplexa e preocupada. estou farta de ver dois cães aqui na rua e um pouco por todo o bairro. usam trela e um até é muito bonito. ainda pensei que fossem abandonados. em casa, disseram-me que eram de uma velhota.
no outro dia, a passear os meus, encontrei a dita com os tais cães. ela anda literalmente ao papel. já a vi sentada num jardim com os cães deitados num papelão. pelo que percebi, dormem todos ao relente. os cães andam muito por aqui, porque há uma colonia de gatos e as pessoas põem comida. que vida a daqueles animais?

[amarg]

anjaazul,

Acho mais preocupante a situação da velhota. Por mais que se goste dos animais e nos preocupemos com eles, o bem estar da senhora deve estar primeiro, ainda por cima se já tem alguma idade. Os animais se calhar são a única companhia que tem, e mesmo não havendo grande comida poderão ser melhor tratados do que com muitos donos com boas condições económicas.

[nel]

...Não me intitulo de criador. Para mim um criador é quem já criou algo visível e reconhecido pela raça que cria. Considero-me um reprodutor / aprendiz de criador, pois não criei ainda o meu 1º campeão (e provavelmente estou ainda muito longe disso).
No entanto já fiz algumas ninhadas, cujos cachorros foram vendidos ou dados...

Hummmm, oh Fang, não haverá aqui um excesso de modéstia ou mesmo falsa modéstia?
É que a história que relata contradiz em absoluto o conceito que eu tenho de um criador. Isto é, não concebo um criador que não tenha a preocupação de destinar os seus cachorros a pessoas de confiança.
Por outro lado, para se ser criador com C grande, em oposição ao comerciante ou produtor de cães, julgo que não é absolutamente necessário obedecer ao princípio que enuncia: "Para mim um criador é quem já criou algo visível e reconhecido pela raça que cria".
Essa condição vem por acréscimo. É uma condição que vem naturalmente por consequência, mas que não determina o estatuto.

Isto tudo é muito complicado, a começar pelo facto de não existir um "estatuto" de criador. Ser Criador, em princípio, é uma forma de sentir, de amar uma raça, é uma paixão, é uma actividade cujas regras e cuja ética existe mais em termos morais do que legais.
Com isto não quero dizer que os criadores são uns santinhos. Mas creio que se regem por princípios que não têm nada a ver com as motivações de um criador com c pequeno.

E um dos princípios é pôr à prova os seus exemplares em exposições. É imprescindível.

[fang]

...Não me intitulo de criador. Para mim um criador é quem já criou algo visível e reconhecido pela raça que cria. Considero-me um reprodutor / aprendiz de criador, pois não criei ainda o meu 1º campeão (e provavelmente estou ainda muito longe disso).
No entanto já fiz algumas ninhadas, cujos cachorros foram vendidos ou dados...

Hummmm, oh Fang, não haverá aqui um excesso de modéstia ou mesmo falsa modéstia?
É que a história que relata contradiz em absoluto o conceito que eu tenho de um criador. Isto é, não concebo um criador que não tenha a preocupação de destinar os seus cachorros a pessoas de confiança.
Por outro lado, para se ser criador com C grande, em oposição ao comerciante ou produtor de cães, julgo que não é absolutamente necessário obedecer ao princípio que enuncia: "Para mim um criador é quem já criou algo visível e reconhecido pela raça que cria".
Essa condição vem por acréscimo. É uma condição que vem naturalmente por consequência, mas que não determina o estatuto.

Isto tudo é muito complicado, a começar pelo facto de não existir um "estatuto" de criador. Ser Criador, em princípio, é uma forma de sentir, de amar uma raça, é uma paixão, é uma actividade cujas regras e cuja ética existe mais em termos morais do que legais.
Com isto não quero dizer que os criadores são uns santinhos. Mas creio que se regem por princípios que não têm nada a ver com as motivações de um criador com c pequeno.

E um dos princípios é pôr à prova os seus exemplares em exposições. É imprescindível.

Boas nel,
Talvez haja algum excesso de modéstia da minha parte, mas continuo na minha.
Não disse que era produtor, mas sim reprodutor no sentido lato da palavra.
E sim, considero-me um aprendiz de criador. "Para mim um criador é quem já criou algo visível e reconhecido pela raça que cria".

Tal qual para mim, um pintor não é apenas aquele que já faz uns rabiscos.
Como um arquitecto não é apenas aquele que faz uns projectos engraçaditos.
Tal como um poeta não é apenas aquele que faz umas quadras.

Criar é uma arte. Sejam quadros, edificios, poemas ou cães.
E o verdadeiro artista é aquele que marca a diferença pelo que cria e por isso é reconhecido.
Qualquer pintor, arquitecto, poeta ou criador de cães que não tem a sua obra reconhecida, para mim é aprendiz.

Não quero com isto dizer que os aprendizes não têm ética e técnica no que fazem. Apenas têm que palmilhar mais caminho e aprender um pouco mais, ou então serem muito bafejados pela sorte.

Mas pronto, se não gostam do termo, altero para "criador em fase de auto-formação" ou "criador em estágio prolongado".

Tá melhor assim?

Mas acho que perceberam o que quiz dizer.

No fundo há mestres e aprendizes.

E eu como estou sempre a aprender...

[Pedra]

E eu como estou sempre a aprender...

Estamos todos sempre a aprender, todos os dias.
E mal daqueles ou de quem acha que já nada mais tem para aprender.
Isabel

[isabelnobre]

E eu como estou sempre a aprender...

Estamos todos sempre a aprender, todos os dias.
E mal daqueles ou de quem acha que já nada mais tem para aprender.
Isabel

Ai, ai, a nostalgia... :p