Raças portuguesas em risco de extinção
Moderador: mcerqueira
Investigadores analisam a relação existente entre os humanos e os outros animais domésticos
Isabel Forte
O castro laboreiro, cão de raça portuguesa, está à beira da extinção. Segue-lhe as pegadas o cão-de- fila de são-miguel e o serra-de- aires. Restará o serra-da-estrela como consolação.
A dedução parte de um estudo inédito, levado a cabo por investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), que amanhã é apresentado no primeiro dia do Portugalia Genetica, evento que decorre até quinta-feira no Ipatimup.
O trabalho, que tem como base a investigação forense, levou os cientistas a pegarem nos quatro exemplos de canídeos para caracterizarem as linhagens femininas dos cães domésticos autóctones. "Imagine-se que um sujeito é mordido por um cão", explica António Amorim, um dos investigadores. "A partir deste estu- do, que envolve toda a caracterização dos cães existentes, podemos detectar pericialmente se o cão A ou B é de facto o suspeito principal de uma agressão". E isso é que é único, revela: "A organização de uma base de dados do ADN do cão é importante para se resolverem uma série de casos forenses". De resto, sublinha, com esta descoberta já foi possível resolver 21 casos judiciais. Além de que, salienta, "este trabalho é também importante para os investigadores traçarem a linhagem canina" e do interesse d os próprios criadores de cães.
Ignorados
Dos quatro cães observados, os profissionais descobriram, no caso do castro laboreiro, que 95% destes animais têm apenas um ancestral comum e recente. Ou seja, explica Amorim, têm uma linhagem bastante apurada que o permite certificar geneticamente. "É esta diversidade doméstica, que é muito baixa, que acaba por fragilizar a sua continuação, arriscando-se a desaparecer". Mais a mais, acrescenta, "como não está na moda, os criadores também não apostam na sua vitalização".
De facto, diz Maria José, do Clube Português de Canicultura, dos 161 castro laboreiro registados há dois anos, já só haviam 96 em 2003: "As pessoas não estão a fazer criação, desinteressaram-se, esquecerem-no por completo". Como se não bastasse, adianta António Amorim, "é um cão rústico, ligado a actividades tradicionais, que também estão em declínio, e que levam ao desaparecimento da raça". O que não acontece com o "promíscuo" serra-da- estrela, indica, cuja raça foi "refrescada periodicamente com a entrada de animais de origem genética diferente". É por isso, advoga o investigador, que se não houver "uma rápida intervenção das autoridades em preservar estas raças autoctones, como se faz com o cavalo, a segunda exportação biológica mais forte do país, o Laboreiro, com muito valor de exportação, desaparece de vez".
No Portugalia Genetica, que arranca amanhã, este é apenas um dos vários estudos que estarão em discussão. O painel de cientistas é forte, os temas, nesta sétima edição, estarão todos relacionados com a ligação da história do homem à história dos animais, diz Amorim. E que passam pela análise da domesticação de coelhos, por comunicações sobre garranos, javalis e, em particular, sobre cães autóctones: "Os homens alteraram o planeta, criando condições para que algumas espécies fossem domesticadas". Pois pela primeira vez, frisa, "vamos poder conciliar as incidências forenses, com as dos criadores".
http://jn.sapo.pt/textos/text27.asp
Isabel Forte
O castro laboreiro, cão de raça portuguesa, está à beira da extinção. Segue-lhe as pegadas o cão-de- fila de são-miguel e o serra-de- aires. Restará o serra-da-estrela como consolação.
A dedução parte de um estudo inédito, levado a cabo por investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), que amanhã é apresentado no primeiro dia do Portugalia Genetica, evento que decorre até quinta-feira no Ipatimup.
O trabalho, que tem como base a investigação forense, levou os cientistas a pegarem nos quatro exemplos de canídeos para caracterizarem as linhagens femininas dos cães domésticos autóctones. "Imagine-se que um sujeito é mordido por um cão", explica António Amorim, um dos investigadores. "A partir deste estu- do, que envolve toda a caracterização dos cães existentes, podemos detectar pericialmente se o cão A ou B é de facto o suspeito principal de uma agressão". E isso é que é único, revela: "A organização de uma base de dados do ADN do cão é importante para se resolverem uma série de casos forenses". De resto, sublinha, com esta descoberta já foi possível resolver 21 casos judiciais. Além de que, salienta, "este trabalho é também importante para os investigadores traçarem a linhagem canina" e do interesse d os próprios criadores de cães.
Ignorados
Dos quatro cães observados, os profissionais descobriram, no caso do castro laboreiro, que 95% destes animais têm apenas um ancestral comum e recente. Ou seja, explica Amorim, têm uma linhagem bastante apurada que o permite certificar geneticamente. "É esta diversidade doméstica, que é muito baixa, que acaba por fragilizar a sua continuação, arriscando-se a desaparecer". Mais a mais, acrescenta, "como não está na moda, os criadores também não apostam na sua vitalização".
De facto, diz Maria José, do Clube Português de Canicultura, dos 161 castro laboreiro registados há dois anos, já só haviam 96 em 2003: "As pessoas não estão a fazer criação, desinteressaram-se, esquecerem-no por completo". Como se não bastasse, adianta António Amorim, "é um cão rústico, ligado a actividades tradicionais, que também estão em declínio, e que levam ao desaparecimento da raça". O que não acontece com o "promíscuo" serra-da- estrela, indica, cuja raça foi "refrescada periodicamente com a entrada de animais de origem genética diferente". É por isso, advoga o investigador, que se não houver "uma rápida intervenção das autoridades em preservar estas raças autoctones, como se faz com o cavalo, a segunda exportação biológica mais forte do país, o Laboreiro, com muito valor de exportação, desaparece de vez".
No Portugalia Genetica, que arranca amanhã, este é apenas um dos vários estudos que estarão em discussão. O painel de cientistas é forte, os temas, nesta sétima edição, estarão todos relacionados com a ligação da história do homem à história dos animais, diz Amorim. E que passam pela análise da domesticação de coelhos, por comunicações sobre garranos, javalis e, em particular, sobre cães autóctones: "Os homens alteraram o planeta, criando condições para que algumas espécies fossem domesticadas". Pois pela primeira vez, frisa, "vamos poder conciliar as incidências forenses, com as dos criadores".
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lil_bull Escreveu: Investigadores analisam a relação existente entre os humanos e os outros animais domésticos
Isabel Forte
O castro laboreiro, cão de raça portuguesa, está à beira da extinção. Segue-lhe as pegadas o cão-de- fila de são-miguel e o serra-de- aires. Restará o serra-da-estrela como consolação.
http//jn.sapo.pt/textos/text27.asp

Sorte a minha e azar o meu!
Gostaria de contribuir para a descendência dos Serra de Aires ( eu tenho 1), mas além de me terem dado o meu já castrado, conheço poucas pessoas com esta raça.
Uma pena

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Também não funciona bem assim.... Não eras tu que andavas a tentar descobrir se o teu cachorrinho era mesmo puro ou não? Ou seja não tens registos dele, não é? Logo, mesmo que fizesses criação, os filhotes iam ser rafeirinhos e não serras de aires....Oskarina Escreveu: Gostaria de contribuir para a descendência dos Serra de Aires ( eu tenho 1), mas além de me terem dado o meu já castrado, conheço poucas pessoas com esta raça.

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Fartei-me de rir com esta.lil_bull Escreveu: o Laboreiro, com muito valor de exportação
As raças mantêm-se se as pessoas se interessam por elas. Porque é que tem uma raça estrangeira?lil_bull Escreveu:espero que portugal mantenha estas raças nacionais vivas
"Quando o sábio aponta para a Lua, o idiota olha para o dedo" (provérbio chinês)
[quote=SeaLords]
[quote=lil_bull]
o Laboreiro, com muito valor de exportação ( isso vem no texto nao fui eu que escrevi) [/quote]
Fartei-me de rir com esta.
[quote=lil_bull]espero que portugal mantenha estas raças nacionais vivas [/quote]
As raças mantêm-se se as pessoas se interessam por elas. Porque é que tem uma raça estrangeira?[/quote]
ate tenho uma caida por fila sao miguel, quando comprei a minha cadela nao escolhi pela origem do pais, escolhi pela morfologia mas acima d tudo pelo caracter, nao sou muito fan de caes com instinto de guarda como os caes pastores ou caes d guarda.
[quote=lil_bull]
o Laboreiro, com muito valor de exportação ( isso vem no texto nao fui eu que escrevi) [/quote]
Fartei-me de rir com esta.
[quote=lil_bull]espero que portugal mantenha estas raças nacionais vivas [/quote]
As raças mantêm-se se as pessoas se interessam por elas. Porque é que tem uma raça estrangeira?[/quote]
ate tenho uma caida por fila sao miguel, quando comprei a minha cadela nao escolhi pela origem do pais, escolhi pela morfologia mas acima d tudo pelo caracter, nao sou muito fan de caes com instinto de guarda como os caes pastores ou caes d guarda.
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SarahKay Escreveu:Também não funciona bem assim.... Não eras tu que andavas a tentar descobrir se o teu cachorrinho era mesmo puro ou não? Ou seja não tens registos dele, não é? Logo, mesmo que fizesses criação, os filhotes iam ser rafeirinhos e não serras de aires....Oskarina Escreveu: Gostaria de contribuir para a descendência dos Serra de Aires ( eu tenho 1), mas além de me terem dado o meu já castrado, conheço poucas pessoas com esta raça.![]()

Mázinha!!
Ja descobri!!
Tenho os dados em casa, descobri os antigos donos dele ( fiz uma visita á rua deles

Este fds foi so descobertas!!
Não batas mais na aleijadinha, que eu ontem lesionei-me!
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Mas existem tantas pessoas com Serra de Aires!!!!
É so entrar em contacto com o clube, o qual sempre que organiza uma monográfica não organiza apenas uma exposição para meninos de exposição, mas uma verdadeira FESTA para TODOS os proprietários. O mesmo se passa com os concursos e alguns encontros que são organizados.
No estrangeiro a raça até é bastante valorizada, existindo várias pessoas realmente dedicadas não só a preservação da raça como do seu trabalho.
E usar um cão para reprodução apenas porque sim não é solução. Em nenhuma raça.
É so entrar em contacto com o clube, o qual sempre que organiza uma monográfica não organiza apenas uma exposição para meninos de exposição, mas uma verdadeira FESTA para TODOS os proprietários. O mesmo se passa com os concursos e alguns encontros que são organizados.
No estrangeiro a raça até é bastante valorizada, existindo várias pessoas realmente dedicadas não só a preservação da raça como do seu trabalho.
E usar um cão para reprodução apenas porque sim não é solução. Em nenhuma raça.
<p>Beijinhos a todos e festinhas aos 4 patas</p>
<p>Ana</p>
<p>Ana</p>
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Já vi que o teu amiguinho é um caso complicado!!!
Então afinal tem donos e é puro?! E microchip também?
Tens que ter cuidado com isso... Já passaste o chip para teu nome?

Então afinal tem donos e é puro?! E microchip também?
Tens que ter cuidado com isso... Já passaste o chip para teu nome?

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- Localização: Oskar ( Serra de Aires) por enquanto.... vem aí uma mana a caminho....
Pois é..... Só descobertas..... e nem te conto maioir parte delas, enfim....SarahKay Escreveu: Já vi que o teu amiguinho é um caso complicado!!!
Então afinal tem donos e é puro?! E microchip também?
Tens que ter cuidado com isso... Já passaste o chip para teu nome?
![]()
Ja pus o meu namorado hoje a tratar da mudança de dados, e inclusive, falei há pouco com os antigos donos ( resolvi ligar-lhes) e ate forma simpáticos comigo.
Eles abandonaram o Oscar, porque o cachorro era "propriedade da filha deles, que faleceu em Outubro do ano passado ( suicidou-se) e porque o pai da proprietária abriu falência, estando quase na miseria

Infelizmente, o Sr. até vai vender a casa onde mora, para ir para a terra dele, visto que estão na falência.
Acho que fui cusca demais mas o sr. é que contou a historia do cao.
Ele nunca gostou do facto da filha ter um cão ( o sr. é alergico) e prontificou-se a dar-me a documentação toda, para passar a propriedade do Oskar para mim.
Da proxima vez que me derem um cão, prometo solenemente que não vou questionar a vida dele, nem donos nem nada.
Podem imaginar como me sinto depois de saber esta história?

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ana_link Escreveu: Mas existem tantas pessoas com Serra de Aires!!!!
É so entrar em contacto com o clube, o qual sempre que organiza uma monográfica não organiza apenas uma exposição para meninos de exposição, mas uma verdadeira FESTA para TODOS os proprietários. O mesmo se passa com os concursos e alguns encontros que são organizados.
No estrangeiro a raça até é bastante valorizada, existindo várias pessoas realmente dedicadas não só a preservação da raça como do seu trabalho.
E usar um cão para reprodução apenas porque sim não é solução. Em nenhuma raça.
Eu estava a brincar!!
Não faço intenção de por o meu cão aí a procriar, como é logico, ate porque ele ta castrado.
Foi só uma piada!

E infelizmente, não sei de ninguém que tenha Serra de Aires, até porque enviei já um mail ao CPC, mas antes liguei para lá, mas sinceramente, com a simpatia das pessoas, até fico cheia de vontade de ir lá....

Whatever....
Se conhecem alguém daqui que tenha Serra de Aires avisem-me.
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Estive a ler a notícia no JN, e há um erro gritante... o número de exempares dito como sendo o existente é o número de registos de cães feitos o ano passado... como estamos a falar de raças portuguesas, só foram registados aqueles cachorros no LOP, não são as existências






<p>Gonçalo</p>
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Para fazerem uma estimativa mais ou menos correcta teriam de calcular com base nos registos de há 9 anos (vida média de um cão de médio/grande porte) para cá... mas eles é que são os cientistas...
<p>Gonçalo</p>
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