Incidente com cães, ambos sem trela, responsabilidade?

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Moderador: mcerqueira

jackboot
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sábado out 25, 2014 10:07 am

Pois a história é muito simples, tenho uma cadela com 6 anos, aqual levo a passear todos os dias de trela. ha coisa de 15 dias num descampado soltei-a um pouco, reagiu ao chamamento até que a uma determinada altura acabou por não me respeitar e fugiu. Nessa fuga, a não mais de 600 metros dali, acabou por atacar um cachorrinho de 6 meses tambem este sem trela. Ao falar com a proprietário acordei pagar das despesas de veterinário, pensando que não seria nada de mais (a minha cadela nada teve). O problema é que passados 15 dias o cachorro ainda nao recuperou, tendo sido intervencionado cirurgicamente, e a conta já vem em 1.800 euros e sem fim à vista!

Ao comentar esta situação como uma pessoa amiga, ela disse-me que teve conhecimento duma situação idêntica e que a lei indica que nestes casos, apesar de uma desigualdade de idade e porte dos cães envolvidos, pelo facto de ambos estarem SEM TRELA, cada parte deve assumir culpa do incidente 50/50, e acarretar os prejuízos ou danos que o seu cão tenha sofrido.

Ainda que já tenha desembolsado 700euros das despesas por sentir-me moralmente responsável, existe ou não uma responsabilidade CIVIL que me obrigue a fazê-lo?

Só apenas um aparte, o cachorro encontra-se internado desde o 2º dia após o incidente, onde lhe foi diagnosticado o baço prefurado. Ao 3º dia o estômago e intestinos deixaram de funcionar. Seguiu-se medicação apropriada durante 3 dias em franca recuperação quando depois piorou. Fizeram-lhe uma transfusão de sangue, melhorou novamente durante 4 dias onde tinha apenas vómitos. Voltou a piorar e foi-lhe feita uma intervenção cirurgica onde lhe detectaram um quisto no figado. Todos os exames que lhe tinham feito antes, desde radiografias, ecograficas, biopsias de agulha fina e 30 por uma linha, nada apontava para problemas no figado...encontra-se neste momento em recuperação muito lenta desde 2ª feira passada.
Isto já me cheira a esquema do hospital veterinário ao prolongar esta situação toda e sacar mais alguns cobres, tenho razões para desconfiar de algo?

Obrigado desde já pela vossa atenção e disponibilidade.
Última edição por jackboot em sábado out 25, 2014 10:49 am, editado 1 vez no total.
icecosta
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sábado out 25, 2014 10:36 am

É complicado responder ás suas perguntas, relativamente á questão médica, dificilmente encontrará a resposta neste forum, o ideal seria conversar com o dono do animal e discutirem a hipótese de levarem o animal a outro veterinário.

Em relação á questão legal tb não serei grande ajuda e duvido que consiga obter uma resposta consensual neste forum.

Moralmente acho que esteve bem, claro que a dado momento a questão monetária começa a pesar é compreensivel, ambos tiveram culpa no incidente, mas voce devia saber melhor uma cadela com 6 anos é um animal que voce já conhece perfeitamente, sabe que anda sempre com ela á trela, seria de esperar que ao retirar a trela mesmo num descampado, pudesse surgir alguma situação que não conseguisse controlar.

Eu normalmente defendo o andar com o animal sem trela em circunstancias que não ofereçam perigo nem para o animal nem para terceiros.

Bem resumindo o melhor seria conversar com o dono do animal e explicar que na sua óptica ambos tiveram culpas muito embora não se esteja a tentar desculpar torne obvio e seja directo diga mesmo que 1800€ está fora de questão já pagou 700€ o máximo que eventualmente está disposto a dar será mesmo esse apartir dai terá o dono do animal de procurar outra solução ou suportar ele os custos.

Claro que ao fazer isto ablita-se a levar com um processo em tribunal agora se terá ou não pernas para andar está dependente de uma consulta á legislação e tentar perceber o que a mesma diz sobre o assunto.
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Floripes3
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sábado out 25, 2014 12:15 pm

O melhor será mesmo entender-se com o dono do outro cão. Acho que a partir do momento em que se detectou o quisto no fígado, que julgo não ter relação com o ataque da sua cadela, a sua responsabilidade terá terminado.

Mas isso tem de ser apurado junto dos veterinários que estão a tratar o cachorro, ou outro que venham a consultar e que dará opinião depois de ter conhecido de todo o processo clínico.

Tem aí para pêras...
<p>Ol&aacute;, eu sou a... Floripes3 que j&aacute; foi 2. &nbsp;:mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a v&iacute;tima. O sil&ecirc;ncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
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St0pAF
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sábado out 25, 2014 12:27 pm

jackboot Escreveu:Voltou a piorar e foi-lhe feita uma intervenção cirurgica onde lhe detectaram um quisto no figado. Todos os exames que lhe tinham feito antes, desde radiografias, ecograficas, biopsias de agulha fina e 30 por uma linha, nada apontava para problemas no figado...encontra-se neste momento em recuperação muito lenta desde 2ª feira passada.
Isto já me cheira a esquema do hospital veterinário ao prolongar esta situação toda e sacar mais alguns cobres, tenho razões para desconfiar de algo?
Se lhe fizeram tantos exames é porque as análises já indicavam problemas, apenas não tinham encontrado o "sítio" certo. Eu não acho nada estranho os quistos no fígado, podem muito bem ser de natureza bacteriana, consequência dos problemas intestinais (e não só).

O internamento e todas as complicações posteriores tiveram origem na sua cadela. Não me parece lá grande coisa dizer que "só sou responsável por 700 euros" :roll:
icecosta
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sábado out 25, 2014 12:56 pm

Pois pode ser resultado de complicações após a mordida, mas só mesmo os vet´s lhe poderão explicar isso.

A questão aqui prende-se mais com a culpa/legal, ora legalmente os dois cães deviam andar de trela, mas nenhum tinha trela, apartir daqui seria necessário a ajuda de um jurista, eu na minha humilde opinião o proprietário do animal que fugiu tem culpa no incidente, quanto mais não seja porque já devia saber melhor a cadela tem 6 anos.

Se estivesse-mos aqui a falar de outro cenário por exemplo a cadela fugia e 600 metros á frente mordia uma criança nem sequer se punha em questão quem tinha ou deixava de ter culpa.

Mas não, foi morder um cachorro de 6 meses, e claro o dinheiro custa a ganhar.

Olhe moralmente acho que devia pagar, claro primeiro tente mesmo encontrar explicações dos vet´s para as despesas que está a ter, entretanto se vir que o tratamento está a ficar demasiado caro fale com o dono do cachorro e procurem uma solução, pagar em várias vezes por exemplo, dividir a culpa metade cada um, embora eu ache que a culpa neste caso é do dono da cadela mas ok, estavam os dois sem trela já deve ser justificação para tentar baixar um pouco a despesa.

Em ultimo caso se realmente achar que está a ser demasiado e não consegue comportar a despesa olhe comece a rezar para que realmente não exista margem para o outro dono actuar judicialmente.

Senão quase que aposto que ainda lhe fica mais caro.
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botas96
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sábado out 25, 2014 1:05 pm

faço minhas as palavras da stopaf.

Não se pode considerar responsável ou co-responsável só até um certo ponto, os danos não ficam pela metade.

Pode é recorrer a uma segunda opinião, pegue na papelada e vá a um vet que confie se desconfia de marosca (já devia de ter feito).

Outra coisa, há que conhecer o nosso canídeo a fundo, pelos vistos não conhece, ainda é capaz de surpreender, tem que conhecer os limites e as esquisitices do mesmo, para o puder soltar.
botas96
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sábado out 25, 2014 1:15 pm

"Se estivesse-mos aqui a falar de outro cenário por exemplo a cadela fugia e 600 metros á frente mordia uma criança nem sequer se punha em questão quem tinha ou deixava de ter culpa. "

Não não estamos a falar de outro cenário, o cenário é o mesmo, o alvo é que foi diferente, mas o impulso indesejável está lá, não estou a disser que o cão seja agressivo mas há algo que despoleta essa reacção

Há que saber o que é e agir em conformidade para erradicar isso.

Ou no mínimo conhecer o cão ao ponto deste não ter acções imprevisíveis.

Conheço malta com cães instáveis mas os donos estão cientes e alertam para o facto e não podem garantir a integridade dos demais, prefiro esses à aqueles que não sabem o que têm nas mãos e depois ficam espantados com o que acontece.
lesleyanne
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sábado out 25, 2014 1:22 pm

A sua cadela tem algum antecedente similar?
Pertence a que raça?


Nestes casos, o melhor é chamar logo a polícia. Fica tudo registado. E você pode sempre alegar que a cadela rebentou a trela.

Agora parece-me a melhor coisa a fazer é procurar uma opinião profissional de um veterinário.
E talvez levar o cachorro a uma outra clínica. E procurar saber exatamente os danos que a sua cadela lhe provocou.

Não é um típico golpe de burla, mas 1.800€ são mais de 3x o ordenado mínimo. Não é brincadeira nenhuma.....

Cumps, Lesly
danniela
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sábado out 25, 2014 2:29 pm

Boa tarde

Tive uma situação identica à sua.Há uns 15 dias uma cadela minha soltou-se e atacou a cadela de uma vizinha que andava solta.

E cada uma uma pagou metade da despesa. A minha é maior que a dela, é verdade mas ela tb devia acautelar o animal dela.

A culpa neste caso foi das duas.
icecosta
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sábado out 25, 2014 2:33 pm

botas96 Escreveu:"Se estivesse-mos aqui a falar de outro cenário por exemplo a cadela fugia e 600 metros á frente mordia uma criança nem sequer se punha em questão quem tinha ou deixava de ter culpa. "

Não não estamos a falar de outro cenário, o cenário é o mesmo, o alvo é que foi diferente, mas o impulso indesejável está lá, não estou a disser que o cão seja agressivo mas há algo que despoleta essa reacção

Há que saber o que é e agir em conformidade para erradicar isso.

Ou no mínimo conhecer o cão ao ponto deste não ter acções imprevisíveis.

Conheço malta com cães instáveis mas os donos estão cientes e alertam para o facto e não podem garantir a integridade dos demais, prefiro esses à aqueles que não sabem o que têm nas mãos e depois ficam espantados com o que acontece.
Pois, até pode ter ferrado por medo, a questão é que ao fim de 6 anos se não conhecemos os nossos proprios cães, mais nimguem conhece.
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icecosta
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sábado out 25, 2014 2:48 pm

danniela Escreveu:Boa tarde

Tive uma situação identica à sua.Há uns 15 dias uma cadela minha soltou-se e atacou a cadela de uma vizinha que andava solta.

E cada uma uma pagou metade da despesa. A minha é maior que a dela, é verdade mas ela tb devia acautelar o animal dela.

A culpa neste caso foi das duas.
Entendo a lógica e até sugeri que realmente acordassem em dividir as despesas, mas moralmente se um animal foge e vai atacar outro que está solto e sossegado na vida dele, que culpa tem o que está solto e quieto?

Na realidade não tem culpa nenhuma, a sugestão de dividir a despesa prende-se mais com o facto de aos olhos da nossa lei todos os cães obrigatóriamente tem de usar trela na via publica.

A meu ver é uma lei absurda mas é a lei, agora moralmente o dono do cão que ataca outro que está quieto e sossegado na vida dele, é que tem de assumir a responsabilidade dos danos que o animal dele fez.

Existe uma data de preconceitos e má informação relativamente aos animais, e mesmo os supostos "peritos" muitas das vezes não se entendem em relação á forma como interpretamos o comportamento animal, fruto disto temos leis que procuram proteger a sociedade, limitando a liberdade dos animais e restringindo esta a espaços privados.

A meu ver não tinha de ser assim, mas é.
Como muitas outras coisas, na incapacidade de fazer melhor, remendamos na esperança de que não existam danos de maior.

Agora neste caso em concreto já sabemos ambos estavam sem trela, do ponto de vista legal tanto um como o outro estavam na via publica de forma ilegal.

Contudo se a cadela foge do dono, isso revela que o dono agiu de forma irresponsável, pois ao fim de 6 anos com um animal já se sabe se o animal responde á chamada ou não, aliás mesmo estando num descampado nunca podemos descartar a possibilidade de surgiu outro animal ou pessoas, e por isso mesmo em antes de soltar-mos o nosso animal temos de saber com o que podemos contar da parte dele.

O dono do outro animal tem o cachorro solto, mas não foi o seu cachorro que arrancou em direcção á cadela tanto quanto saiba, ora nada indica que mesmo que o cachorro estive-se a ser conduzido á trela isso seria capaz de travar o ataque, porque tanto quanto o sabemos foi a cadela que fugiu e acabou por atacar o cachorro, nestas circunstancias o dono do cachorro não tem culpa nenhuma.

Isto tudo visto meramente de um ponto de vista moral, legalmente poderá ou não ser diferente.

Agora claro que isto tem implicações económicas pesadas e as pessoas tem de conversar e tentar chegar a um acordo até porque nem toda a gente terá capacidade de pagar 1800€ de um dia para o outro.

Entretanto há aqui uma coisa que se calhar merece alguma consideração, não sabemos em que tipo de espaço isto aconteceu, sabemos sim que a lei obriga o animal a estar atrelado na via publica, existe alguma certeza quanto a este descampado ser via publica, não se tratará de um terreno privado por exemplo e ambos os proprietários terem decidido aceder ao mesmo para soltar os animais, não seria uma 1ª vez que via algo do género.

Nesse caso em terreno privado ambos sem trela quem teria a responsabilidade o dono do cachorro? o dono da cadela ? ou ambos?

Eu para mim seria o dono da cadela porque mais uma vez ao fim de 6 anos tem o dever de conhecer o animal e saber o que esperar dela, e teria de se ter acautelado em relação a estas coisas.

Aliás a divagar por isto tudo surgiu-me aqui uma duvida, uma mata ou bouça que seja propriedade privada mas que não tenha vedação é considerado propriedade privada ou via publica?

Imaginem por exemplo uma bouça sem qualquer vedação e com uma placa a informar "propriedade privada proibida a entrada a pessoas estranhas" isto é considerado propriedade privada ou via publica?
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ASTAHOLIC
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sábado out 25, 2014 9:37 pm

Na minha opinião os gastos não teriam que ser divididos...
Que culpa tem o outro cão que está solto e calmo?
Uma pessoa quando solta um cão tem que ter a certeza absoluta que o seu cão irá obedecer ao chamamento e não desatar a correr quando aparecer outro. Convem salientar tambem o temperamento do cão em questão.
Eu tenho dois cães, um sei que só o posso soltar tendo a certeza absoluta que naquele local não vão aparecer mais cães e outro posso soltar sem problema nenhum pois obedece-me e é super amistoso com outros cães.
Existe outra situação tambem, o nosso pode ser meigo e o outro não ser e vice-versa.
Concordo sim que deve pagar as despesas do veterinário mas apenas e somente dos problemas causados pelo seu cão.
<p>&nbsp;"Vamos agradecer aos idiotas. N&atilde;o fosse por eles n&atilde;o far&iacute;amos tanto sucesso."</p>
<p>"Sou respons&aacute;vel pelo que eu falo, n&atilde;o pelo que voc&ecirc; entende." </p>
KavakoSilva
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sábado out 25, 2014 9:57 pm

jackboot Escreveu:Pois a história é muito simples, tenho uma cadela com 6 anos, aqual levo a passear todos os dias de trela. ha coisa de 15 dias num descampado soltei-a um pouco, reagiu ao chamamento até que a uma determinada altura acabou por não me respeitar e fugiu. Nessa fuga, a não mais de 600 metros dali, acabou por atacar um cachorrinho de 6 meses tambem este sem trela. Ao falar com a proprietário acordei pagar das despesas de veterinário, pensando que não seria nada de mais (a minha cadela nada teve). O problema é que passados 15 dias o cachorro ainda nao recuperou, tendo sido intervencionado cirurgicamente, e a conta já vem em 1.800 euros e sem fim à vista!

Ao comentar esta situação como uma pessoa amiga, ela disse-me que teve conhecimento duma situação idêntica e que a lei indica que nestes casos, apesar de uma desigualdade de idade e porte dos cães envolvidos, pelo facto de ambos estarem SEM TRELA, cada parte deve assumir culpa do incidente 50/50, e acarretar os prejuízos ou danos que o seu cão tenha sofrido.

Ainda que já tenha desembolsado 700euros das despesas por sentir-me moralmente responsável, existe ou não uma responsabilidade CIVIL que me obrigue a fazê-lo?

Só apenas um aparte, o cachorro encontra-se internado desde o 2º dia após o incidente, onde lhe foi diagnosticado o baço prefurado. Ao 3º dia o estômago e intestinos deixaram de funcionar. Seguiu-se medicação apropriada durante 3 dias em franca recuperação quando depois piorou. Fizeram-lhe uma transfusão de sangue, melhorou novamente durante 4 dias onde tinha apenas vómitos. Voltou a piorar e foi-lhe feita uma intervenção cirurgica onde lhe detectaram um quisto no figado. Todos os exames que lhe tinham feito antes, desde radiografias, ecograficas, biopsias de agulha fina e 30 por uma linha, nada apontava para problemas no figado...encontra-se neste momento em recuperação muito lenta desde 2ª feira passada.
Isto já me cheira a esquema do hospital veterinário ao prolongar esta situação toda e sacar mais alguns cobres, tenho razões para desconfiar de algo?

Obrigado desde já pela vossa atenção e disponibilidade.
A sua cadela atacou o outro cão, a responsabilidade é 100% sua.
sarinhasc
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Registado: sexta dez 06, 2013 10:09 pm

domingo out 26, 2014 1:52 am

"O dono ou detentor de animais de companhia que causem ferimentos, lesões ou danos materiais a terceiros ou à sua propriedade será responsável pelas despesas decorrentes, nomeadamente as resultantes de tratamentos médicos, sem prejuízo de outras eventuais responsabilidades cíveis ou criminais.

RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS POR ANIMAIS

No que se refere à responsabilidade extracontratual do proprietário de animais, há que atender, antes de mais, ao disposto no n.º. 1 do artigo 483.º, do Código Civil.

RESPONSABILIDADE OBJECTIVA - Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. É o caso da responsabilidade pelos danos causados por animais (cfr. artigo 483.º, n.º 1, do Código Civil).

RESPONSABILIDADE FUNDADA EM CULPA EFECTIVA - Só existe obrigação de indemnizar independentemente de culpa nos casos especificados na lei. (cfr. artigo 483.º, n.º 2, do Código Civil).

RESPONSABILIDADE CIVIL PELO RISCO – Responsabilidade não subjectiva, ou seja, não fundada na culpa ou independentemente de culpa efectiva. É um tipo de responsabilidade civil baseada no risco próprio de certas actividades e cujos pressupostos de aplicação funcionam independentemente de culpa do sujeito ou da prática de um acto ilícito. É exemplo deste tipo de responsabilidade a derivada de danos causados por animais. (cfr. artigo 499.º e 502.º, ambos do Código Civil).

Quem tiver em seu poder coisa móvel ou imóvel, com o dever de a vigiar e bem assim quem tiver assumido o encargo da vigilância de quaisquer animais, responde pelos danos que a coisa ou os animais causarem, salvo se provar que nenhuma culpa houve da sua parte ou que os danos se teriam igualmente produzido ainda que não houvesse culpa sua. (cfr. art.º 493.º, n.º 1, do Código Civil).

Quem causar danos a outrem no exercício de uma actividade, perigosa por sua própria natureza ou pela natureza dos meios utilizados, é obrigado a repará-los excepto se mostrar que empregou todas as providências exigidas pelas circunstâncias com o fim de os prevenir.· (cfr. art.º 493.º, n.º 2, do Código Civil).

O artigo 493.º, nº. 1, do Código Civil, tem em vista a responsabilidade, fundada na aí estabelecida presunção de culpa, do efectivo detentor, como é o caso do guardador, dos animais, isto é, de quem, - seu proprietário ou não -, enquanto e porquanto na sua efectiva detenção, assume o encargo da vigilância de seres, por sua natureza, irracionais.

Danos causados por animais - É a obrigação que impende sobre aquele que utilizar animais no seu próprio interesse de responder pelos danos que eles causarem, desde que esses danos resultem do perigo especial associado à sua utilização (cfr. artigo 502.º, do Código Civil).

O artigo 502.º do Código Civil não se refere somente ao perigo especial de determinada espécie de animais, mas de igual modo ao perigo especial que qualquer ser irracional, dado, precisamente, que destituído de razão, necessariamente envolve. É, mesmo, esse perigo que, descontado facto de terceiro, eventual caso fortuito ou de força maior pode, em vez de afastar, inclusivamente, acentuar, agravar ou desenvolver. É a espécie e o modo como são utilizados os animais que pode colocar o utilizador na circunstância de responder por danos causados por estes com comportamentos anormais provocados por factos que possam ser previsíveis, tendo em conta as características do animal em causa.

Quem no seu próprio interesse utilizar quaisquer animais responde pelos danos que eles causarem, desde que os danos resultem do perigo especial que envolve a sua utilização. (cfr. art.º 502.º, do Código Civil)."
icecosta
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Localização: Faisca

domingo out 26, 2014 10:05 am

Ora é sempre bom saber isto.
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