Cão mal ensinado

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Carolina77
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sexta dez 05, 2014 4:23 pm

Boa tarde,

Sou nova aqui no forúm, fiz o registo pois preciso de ajuda. O meu namorado veio recentemente viver comigo e trouxe com ele o cão que tem quase dois anos. Já tínhamos passado algum tempo juntos os três e tudo parecia bem, mas viver junto com um cão é completamente diferente do que passar algum tempo. Preciso então de ajuda. Desde que vivemos juntos temos tido discussões constantes por causa do cão pois ele não está devidamente ensinado e faz o que lhe apetece, mas como a casa é minha quero que o cão tenha regras. Como não quero dar o cão pois gosto dele quero ensiná-lo a portar-se como deve ser. Conto para isso com ajuda de dicas de pessoal aqui do forúm pois neste momento não podemos pagar um treinador (para ser honesta aqui na zona também não existe nenhum).

O veterinário deu-me algumas dicas, no entanto parece que nada funciona.

A primeira situação é que o cão ladra imenso, sou sempre eu a última a sair de casa de manhã portanto cabe-me a mim o prepará-lo para o deixar sozinho. Assim que me aproximo da porta para sair começa a ladrar e por aquilo que os vizinhos me dizem fica a ladrar durante uns 5 a 10 minutos depois para. O problema é mesmo enquanto eu saio pois parece que fica louco, ladra, empina-se a mim, tenta furar para passar pela porta... Deixamos a televisão ligada, brinquedos e um kong xl com biscoitos mas mesmo assim não gosta de ficar em casa. Não estraga nada apenas tem este comportamento de ficar a ladrar quando vou sair, o problema é que eu saio de casa ás 8 da manhã e os vizinhos já se começam a queixar.

Pelos vistos ele sempre fez isto a única diferença é que onde moravam antes não havia ninguém no raio de +/- um km e eu tenho vizinhos mesmo ao lado que a esta hora ainda têm crianças a dormir.

Quando chegamos a casa a mesma coisa, ladra que nem um maluco e salta para cima de nós.

Outra situação que me chateia imenso: estou a cozinhar e lá vem ele empinar-se á bancada para ver o que consegue roubar. Já tentei com um não firme mas não serviu de nada pois continua a fazer o mesmo.

Li algumas coisas na internet e temos passeado bastante com ele e feito algum treino básico de senta, deita, fica etc. No entanto não sei lidar com as outras situações. Alguém nos ajuda? O meu namorado já falou em dá-lo (para evitar problemas com os vizinhos) mas eu não quero fazer isso, quero acreditar que não é tarde demais e que ainda o conseguimos ensinar. Alguém me dá umas dicas?

Obrigada
miguel1964
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sexta dez 05, 2014 5:13 pm

Olá Carolina

Nós tinhamos o mesmo problema. Quando estavamos em casa, era o cão mais bem comportado e raramente ladrava (e quando ladrava bastava um não mais forte para o calar)

Quando saíamos era o final do mundo... Passava o dia a ladrar. Até o servente que anda pelo prédio a fazer uns trabalhecos e que é meio surdo se queixava. OS nossos vizinhos também já se estavam a passar e diziam que era impossivel como era todo o dia a ladrar quase sem pausa.

Tentámos tudo para resolver - brinquedos, ossos, etc... E nada.

Até que resolvemos com a coleira anti-ladrar. Ela dá uma pequeno barulho cada vez que o cão ladra e se ele continua a ladrar dá-lhe uma estática.

Já sei que alguns fundamentalistas (daqueles que preferem que o cão seja abandonado a levar uns choquezinhos) vão para ai dizer as baboseiras e cretinices habituais.

MAs o facto é que resulta. E nós testámos em nós próprios e é apenas uma estática. Não dói é apenas incomodativo.

A alternativa, para nós, seria voltá-lo a devolver à origem, ou seja, ao canil....

Se fores ao OLX ou ao Custo justo encontras a coleira à venda.

Espero ter ajudado.

Cump
botas96
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sexta dez 05, 2014 5:46 pm

clap, clap, clap.clap, clap, clap.

Para disser cretinices e baboseiras está cá o Miguel.

Não resolveu problema nenhum, apenas contornou, o que é muito diferente.

Daqui a pouco passo por aqui, anda aí um outro tópico muito interessante sobre ansiedade de separação e ou aborrecimento.

Agora tenho que ir laurear a pevide da minha pequena.

Mas comece por especificar o recentemente.

E espere por mais ajuda, quanto a mim, eu já volto.
miguel1964
Mensagens: 6
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sexta dez 05, 2014 6:03 pm

Caro Botas,

Como dizia Einstein (possivelmente a sua cultura não vai tão longe mas digo-lhe apenas que era um físico muito respeitado): Existem apenas duas coisas que não tem limites: o universo e a estupidez humana.

Relativamente ao 1º, não faço a mínima ideia se ele tem razão. Relativamente ao 2º, é muito fácil concluir que ele tem toda a razão. Basta ver algumas respostas aqui na qual a sua se inclui....

Quanto ao não ter resolvido problema nenhum só me leva a crer que das duas uma: ou não tem cão ou são os seus paizinhos que tomam conta do cão.

No dia que tiver de resolver os seus próprios problemas irá perceber que boa parte deles resolvem-se contornando-os....
botas96
Membro Veterano
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sexta dez 05, 2014 7:45 pm

Caro Miguel

Muito obrigado pela lição de história, é um dos assuntos que mais me apaixona.
E nem uma nem duas, não tenho cão, é verdade, tenho uma cadela.
E obrigado mas dispenso paternalismos, mas entretanto, deixe-me retribuir-lhe o favor dando-lhe uma dica, os problemas evitam-se mas quando surgem é ataca-los pela raiz que os resolvemos, não é a contorná-los.

Agora chega de galhardetes e vamos ao que importa.

leiam isto (contem conteúdo interessante).

http://www.arcadenoe.pt/forum/viewtopic.php?t=93347

Não sei há quanto tempo o cão foi para aí, nem em que condições/regime estava antes de ir para aí.
Mas um cão precisa de tempo para se ambientar ao novo meio, mesmo cães que mudem de meio, volta tudo à estaca zero, é um novo território, onde ele vai certamente voltar a testar os limites. (e como é só um é muito mais simples).
Remetendo ao link acima e do que leio, prossuponho que esse comportamento ansiedade/aborrecimento nunca foi resolvido de todo e agora que a densidade populacional aumentou o que veio a realça-lo.
Não, não é tarde para o corrigir. Mas também não é da noite para o dia, leva o seu tempo e dedicação.
A não ser que trabalhe de noite, 7.30, 8 horas da matina é uma boa hora para as crianças se levantarem e prepararem para ir para a escola.
Isso tudo sem um único volt ou ampere envolvido.
ZezinhoManel
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sexta dez 05, 2014 9:05 pm

Carolina, primeiro tem que fazer exercícios quando está em casa e que não vá sair, para desabituar o cão a certos comportamentos que a Cláudia tem quando vai sair.

Estes comportamentos incluem lavar os dentes, vestir-se, pentear-se, calçar-se, vestir casaco, mexer nas chaves. É toda essa rotina é que despoleta esse comportamento no seu cão. E que tal trocar toda a sua rotina de manhã? E que tal fazer uma pseudorotina quando apenas vai para o sofá ao final da tarde? Deste modo ele vai ficando desabituado aos barulhos.

O que coloca no Kong? Algo irresistível ou são biscoitos que ele come todos os dias? Tente lá colocar biscoitos que ele não resista, e que não coma frequentemente.

Já o sabe fazer deitar-se ao seu comando? Então agora treine-o para ficar deitado numa divisão diferente da cozinha e mesmo da porta da rua, sozinho. Tem de o fazer progressivamente, tem de ter paciência, e recompensa-lo muito bem quando ele fica deitado sozinho longe de si e do seu namorado.

E lembre-se, ignore-o quando sai de casa e quando entra. Só lhe deve dirigir um olhar, uma palavra ou um carinho no momento em que ele se acalmar.

E isto são só começos, porque o comportamento que o seu cão demonstra necessita de muito treino (de preferência profissional) e muita paciência. Não vai conseguir mudá-lo da noite para o dia. E não existem remédios milagrosos (como a coleira de choques).
Carolina77
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domingo dez 07, 2014 3:39 pm

Editei porque submeti a mesma resposta 2 X
Última edição por Carolina77 em segunda dez 08, 2014 5:28 pm, editado 2 vezes no total.
Carolina77
Membro Júnior
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domingo dez 07, 2014 3:40 pm

Olá a todos, Boa tarde,

Obrigada pela v/ ajuda. Miguel, em relação á coleira, agradeço a sua ajuda mas tenho um vizinho que tem uma coleira dessas na cadela dele que está no quintal e para ser honesta não tenho visto melhoras nenhumas. Assim que se apanha sem a coleira ladra que se farta (isto porque ele durante o dia tira-lhe a coleira). O que pretendo é resolver a raiz do problema. Pode demorar mais tempo a ver resultados mas provavelmente será mais efetivo.
Botas, o cão está comigo há mês e meio, calculo que por esta altura já esteja ambientado? :| Pelos vistos ele sempre teve este comportamento quando alguém saía de casa mas como não tinham vizinhos por perto ninguém se preocupou com o facto de ele ficar a ladrar ás 7 ou 8 da manhã. O meu problema é que a vizinha do lado já me disse uma série de vezes que o cão lhe acorda as crianças que têm ainda 3 e 4 anos :oops: , e do outro lado tenho uma vizinha (que é tudo menos boa pessoa) que está de baixa com uma depressão e passa o dia todo em casa e também ela já veio queixar-se. Tenho receio que façam queixa de nós e que sejamos obrigados a ver-nos livre dele. Já pesquisei a lei do ruído e o que percebi é que de facto não pode haver barulho entre as 23 e as 8 horas da manhã. Ele durante a noite é muito sossegado, dorme a noite toda :D . Já tinha visto esse post aqui no forúm, e já tinha também lido um artigo sobre ansiedade da separação e comecei a fazer algumas coisas (como por ex. a tv ligada, o kong, brinquedos, exercício etc), mas até aqui não temos tido resultados
Zezinhomanel, li também acerca do que refere, trocar as rotinas, no entanto assim que eu faço qualquer coisa como por exemplo pegar nas chaves ele começa logo a ladrar e não pára. Imagine, pego nas chaves e sento-me no sofá, ele vem para o meu lado e começa a ladrar. Se por exemplo estou a calçar os sapatos começa também a ladrar e não pára, eu posso até ir para o sofá e ficar sentada mas ele não pára de ladrar. O que devo fazer? Devo ignorar até que se canse? É que quando ele começa com isto só consigo pensar nos vizinhos :evil: .
Ao longo da manhã ninguém mais o ouve, calculo que fique a dormir e a tentar tirar os biscoitos do kong. Chego ao ponto de fazer furos em garrafas de água e colocar biscoitos e ração dentro da garrafa para ele brincar a tentar tirar os biscoitos. Não estraga nada em casa nem faz as necessidades cá dentro. Espera sempre que o dono chegue ao meio dia para lhe abrir a porta do quintal. Os únicos problemas que tem são estes, o ladrar quando estamos a sair de casa e o empinar-se á bancada para roubar comida (que é outra coisa que me tira para fora do sério).
Carolina77
Membro Júnior
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segunda dez 08, 2014 5:31 pm

Zezinhomanel, boa tarde,

Em relação á sua resposta esqueci-me de mencionar o seguinte: ele fica sozinho noutras divisões sem problemas, desde que estejamos em casa. Muitas vezes estamos a jantar e ele está sozinho na sala a dormir ou então a brincar.
Sheeva22
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terça dez 09, 2014 10:54 am

Perguntas:
Costuma sair com ele para passear a que horas? Quantas vezes? Quando sai para o passear faz a mesma rotina?
inicialmente quando saia e ele ladrava voçe voltava a entrar em casa??
Só ladra quando o ultimo sai? ou ladra cada vez que alguem sai?
Quando vai ao super-mercado ou a outro lado ao final do dia ele tambem ladra ou é so de manhã?
Ele só fica sozinho quando vai trabalhar ou as vezes tambem fica quando vai a outro lado noutro horario?
Já experimentou sair quando ele come e está distraido?? (para esta situação é importante a mudança de rotina senão ele nunca fica distraido com nada, mas principalmente da chaves e casaco.)

Partilho da mesma opinião que o Botas no sentido que a coleira so irá contornar a situação dado que
à partida aparenta ser um caso de ansiedade.
Provavelmente poderá passar do ladrar a roer a mobilia....
LFGomes
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terça dez 09, 2014 12:33 pm

Qualquer coisinha é ansiedade por separação...enfim.
Pelo que relata trata-se de ausência de aprendizagem.

Faça o que o user ZezinhoManel lhe sugeriu: dessensibilização às rotinas de saída.
Escolha um fim de semana, fale com os vizinhos e explique que está a treinar o cão.

Exemplo: pega nas chaves de casa e mete no bolso. Faz outra coisa qualquer. Ignora sempre o cão. Se porventura ele se sentar e ficar calmo, recompensa.

Abre a porta e volta a fechar. Vai fazer outra coisa qualquer.
É expectável que ele ladre agora se não tem tempo, ou se a dada altura vai desistir porque ele está a ladrar muito, nem comece o treino porque assim que desistir para o fazer calar, anda novamente para trás.

Em relação ao roubar comida: se ele consegue chegar à comida, ainda que lhe ralhe acaba por ser recompensado. Cabe aos donos tirar tudo o que esteja ao alcance dele. Consegue corrigir se o apanhar a fazer isso mas tem que ser no momento do impulso de subir, trave-o. Se o apanha já em cima, a única coisa que o vai ensinar é a descer :)
   "He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
Carolina77
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terça dez 09, 2014 4:18 pm

Sheeva22 Escreveu:Perguntas:
Costuma sair com ele para passear a que horas? Quantas vezes? Quando sai para o passear faz a mesma rotina?
inicialmente quando saia e ele ladrava voçe voltava a entrar em casa??
Só ladra quando o ultimo sai? ou ladra cada vez que alguem sai?
Quando vai ao super-mercado ou a outro lado ao final do dia ele tambem ladra ou é so de manhã?
Ele só fica sozinho quando vai trabalhar ou as vezes tambem fica quando vai a outro lado noutro horario?
Já experimentou sair quando ele come e está distraido?? (para esta situação é importante a mudança de rotina senão ele nunca fica distraido com nada, mas principalmente da chaves e casaco.)

Partilho da mesma opinião que o Botas no sentido que a coleira so irá contornar a situação dado que
à partida aparenta ser um caso de ansiedade.
Provavelmente poderá passar do ladrar a roer a mobilia....
Olá Sheeva, Boa tarde,

Obrigada pela sua ajuda. Bem, vou responder ás suas questões: Sim, costumo sair com ele durante 20 minutos na hora de almoço e no final do dia de trabalho um passeio maior de 2 horas com brincadeira incluída com outros cães. A rotina diária salvo excepção é sempre a mesma. Pode alternar a pessoa que o passeia no final do dia mas só isso. Nunca voltei a entrar em casa porque ele está a ladrar. Digo-lhe é não para ver se se cala ou um xiu mas nada funciona. De manhã só ladra quando sou eu a sair, pois quando o dono sai é ainda noite (6 da manhã) e ele prefere ficar na cama :wink: . Sim este comportamento repete-se cada vez que eu saio de casa, indepentemente da hora, mas só comigo. Se for o dono a sair para ir a qualquer lado ele senta-se em frente á porta á espera mas não ladra :evil: . Normalmente só fica sozinho quando estamos no trabalho, ou quando saímos com amigos mas nunca mais de 5 horas. Tento sair quando ele está distraído a comer ou a brincar mas ele consegue topar-me sempre.

Pois, a coleira também não me parece solução. Roer a mobília :roll: ..
Carolina77
Membro Júnior
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terça dez 09, 2014 4:24 pm

LFGomes Escreveu:Qualquer coisinha é ansiedade por separação...enfim.
Pelo que relata trata-se de ausência de aprendizagem.

Faça o que o user ZezinhoManel lhe sugeriu: dessensibilização às rotinas de saída.
Escolha um fim de semana, fale com os vizinhos e explique que está a treinar o cão.

Exemplo: pega nas chaves de casa e mete no bolso. Faz outra coisa qualquer. Ignora sempre o cão. Se porventura ele se sentar e ficar calmo, recompensa.

Abre a porta e volta a fechar. Vai fazer outra coisa qualquer.
É expectável que ele ladre agora se não tem tempo, ou se a dada altura vai desistir porque ele está a ladrar muito, nem comece o treino porque assim que desistir para o fazer calar, anda novamente para trás.

Em relação ao roubar comida: se ele consegue chegar à comida, ainda que lhe ralhe acaba por ser recompensado. Cabe aos donos tirar tudo o que esteja ao alcance dele. Consegue corrigir se o apanhar a fazer isso mas tem que ser no momento do impulso de subir, trave-o. Se o apanha já em cima, a única coisa que o vai ensinar é a descer :)
Olá LFGomes, Obrigada pela sua ajuda.

Vou começar já este fim de semana esse treino. Os vizinhos bem podem preparer os ouvidos (e eu também :? ). Portanto, deixe-me ver se percebi bem: assim que eu pegar nas chaves ou nos sapatos (independemente da ordem) ele vai começar a ladrar como se fosse o fim do mundo, devo ignorar e sento-me por exemplo. Assim que ele se acalme, recompenso e continuo com a rotina para sair de casa?

Em relação ao roubar comida vou estar mais atenta e antecipar o movimento de forma a conseguir travá-lo. Obrigada :)
LFGomes
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quinta dez 11, 2014 10:02 am

Sim, ignora. Pode sentar-se, pode ir aspirar, ler um livro… o que quiser 
Se ele se cala e fica calmo, dá-lhe um elogio, por exemplo.
A ideia é misturar rotinas de saída com a actividade normal diária.
Mega importante é nas rotinas de entrada e saída ignorar também o cão.
Chegou do trabalho, o cão está todo contente aos pulos a pedir atenção, ignora. Só lhe dá atenção quando ficar calmo.
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botas96
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sábado dez 13, 2014 2:14 am

isto é uma citação de uma citação de um link que já tinha postado aqui e acho que ninguém leu.

Ansiedade por separação é um tema que ainda causa alguma confusão entre os donos de cães e até veterinários.

Na revista Cães e Companhia de Setembro publiquei um artigo sobre o que é ansiedade por separação e algumas dicas de como evitar o aparecimento deste grave problema comportamental e outras em como lidar com o mesmo no caso do seu cão demonstrar sintomas do problema.

Amanhã irei publicar neste mesmo blog um artigo que falará do problema comportamental da CCD (Canine Compulsive Disorder) ou em português comportamento canino compulsivo obsesssivo, que é outro dos problemas comportamentais graves e pouco conhecido. É importante não confundir CCD com AS (ansiedade por separação), uma vez que o tratamento comportamental de ambos deverá ser distinto, embora a ansiedade e stress possam ser factores que estejam na base de ambos os problemas.

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

“Ali está ele, sentado à janela, a olhar para o mundo como se o seu coração fosse partir sempre que você sai de casa sem ele. E ali está você, lá fora, do outro lado da janela, a sentir-se culpado porque tem que o deixar só, e a rezar que a sua casa ainda esteja em pé, quando você voltar.”

Este extracto retirado do livro de Patrícia MaCconnell “I’ll be home soon! – How to Prevent and Treat Separation Anxiety”, descreve o cenário diário de muitos donos de cães. Se você se revê nesta descrição então é provável que o seu cão sofra de ansiedade de separação.

O QUE É ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO?

Ansiedade de separação é, tal como a palavra indica, um estado de ansiedade sentido pelo cão que fica sózinho em casa. Este estado de ansiedade chega a diversos níveis, podendo atingir extremos de despoletar cenários gritantes como cães que saltam de varandas ou janelas para poderem sair. Existem casos gravíssimos de ansiedade provocada por separação e existem aqueles que estão no meio. Na realidade qualquer sinal que o seu cão lhe dê que sofre de ansiedade de separação, deverá ser imediatamente levado a sério e resolvido com a ajuda de um treinador/comportamentalista que o possa ajudar a reverter o processo e ensinar o seu cão a estar sózinho.

O FIM DA VIDA COMO A CONHECEMOS

Eu ouço muitos amigos meus que têm filhos pela primeira vez dizerem isto, curiosamente eu aplico-a de igual forma para as pessoas que têm um cão pela primeira vez.
A partir do momento em decidimos partilhar a nossa vida com um cão, temos que até, ao final de vida do mesmo, ponderar e planear bem as férias, saídas prolongadas e por vezes simples jantaradas que possam demorar mais tempo.

Os cães animais sociais e dependentes de nós, não podem ser deixados sós, durante mais do que 7 a 8 horas sem consequências catastróficas. Se é dono de um cão que fica sózinho por mais tempo e nada acontece, então considere-se um sortudo. A grande maioria dos cães, tolera o período de solidão imposto pela nossa vida, que dita que temos que trabalhar 8 horas. Mas mesmo isso já implica uma preparação e compensação do tempo que eles ficam sós. Quando chegamos do trabalho somos recebidos com efusão e felicidade e uns animais peludinhos cheios de vontade de interagir connosco. Muitos cães, aprendem a dormitar quando estão sós e guardar as energias para quando os donos chegam. Portanto se é pessoa para chegar do trabalho e gostar de se sentar do sofá sem fazer nada, esqueça ter um cão, e tente um peixe de aquário. Os cães mal chegamos a casa, querem e exigem toda a nossa atenção, e irão obtê-la de uma forma ou de outra.

Felizmente a grande maioria dos donos de cães, sabem disto esta é uma faceta muito apreciada nos nossos amigos caninos. A exuberância com que somos recebidos quando entramos na nossa casa, seja 8 horas depois ou 8 minutos depois, é a mesma que os fãs do Ronaldo lhe dão sempre que ele joga. Ou seja, nós somos para os nossos cães sempre “Ronaldos” e a nossa época de melhor jogador do mundo nunca terminará.

Até aqui tudo bem, mas e se o seu cão eleva este comportamento a uma obsessão tal que não pode passar nem 4 minutos sem você? Então subitamente o que era um ritual agradável de recepção passou a ser um problema tão grave que leva a que muitos donos releguem os seus cães a associações de animais. A verdade é dura, viver com um cão que sofre de ansiedade de separação é de facto muito difícil e por vezes impossível.

COMO SEI SE O MEU CÃO SOFRE DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO?

Determinar ansiedade de separação não é fácil. Muitas vezes mero aborrecimento e falta de estimulação mental e física são confundidos com ansiedade de separação. Um cão deixado em casa 8 horas sózinho tem que se ocupar com algo. Parte da nossa responsabilidade é garantirmos que os cães têm actividades suficientes com que se entreter enquanto estamos ausentes, até porque por cada cão que dormita enquanto o dono não chega existe um que não consegue dormir tantas horas e é mais activo. Para esses os jogos de estimulação mental são a solução a Cães e Companhia na sua edição de Abril/2009 publicou um artigo acerca de várias técnicas de estimular o cão mentalmente mantendo-o ocupado enquanto está só.

Assim sendo, o cão que destrói tudo em casa, ladra quando está só e/ou vai à casa de banho dentro de casa, pode não ser um cão que sofre de ansiedade de separação, pode apenas ser um cão aborrecido e sem nada para fazer, ou um que não foi ensinado a esperar pelo dono para ir á casa de banho e que está a desenvolver as suas actividades de entretenimento próprias. Aqui recai por vezes o erro e é preciso ter cuidado para não confundir os comportamentos.

O cão que sofre de ansiedade de separação por norma é um que começa a demonstrar sinais claros de ansiedade assim que os donos se começam a preparar para sair. Sempre que vamos sair de casa, temos uma série de comportamentos rituais que seguimos. Normalmente temos as chaves de casa ou do carro num determinado local, a carteira ou o casaco noutro, os sapatos, etc.… Cães que sofrem de ansiedade por separação assim que se apercebem destes rituais, entram em ansiedade, começando a arfar e circular à volta dos donos, choramingar, babar-se como que antevendo a saída dos donos, e quando saímos normalmente estes cães, têm já uma expressão de extremo pânico com pupilas tão dilatas que parecem panquecas e num estado que se assemelha ao pânico.

Alguns sinais característicos de cães que sofrem de ansiedade por separação:

1. Chorar e andar de um lado para o outro enquanto os donos se preparam para sair e muito depois de os donos saírem
2. Pupilas dilatadas
3. Arfar e circundar os donos, colando-se aos mesmos
4. Suar pelas patas
5. Tremer
6. Ladrar e uivar compulsivamente enquanto você está ausente
7. Roer e cavar, especialmente junto de portas e janelas
8. Não comem enquanto o dono não chega a casa
9. Tentativas desesperadas para tentar sair de casa quando ficam sós
10. Urinar e defecar e rolar nas fezes


COMO PREVENIR A ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

Ensine o seu cachorro e/ou cão a estar sózinho. Com os cachorros, é fácil criar este problema. Quando os vamos buscar, normalmente até tiramos uns dias extras do trabalho, ou vamos buscá-los ao fim-de-semana para podermos estar mais tempo com eles. Tudo isso é saudável e normal planeamento o erro ocorre quando chegada a segunda-feira ou a altura de ir trabalhar o cachorro passa do centro das atenção para um vazio social de 8 horas em que está só. Isto é contra natura dos cães que imediatamente podem sentir que estão abandonados e começam a sentir a ansiedade de estarem sós. Trocado por miúdos, não aprenderam a estar sozinhos.

Para prevenir o desenvolvimento deste problema comportamental tão grave a primeira regra prende-se com mesmo estando em casa, deixar o cachorro só por alguns períodos de tempo. Podem ser curtos períodos de tempo e podemos aproveitar as alturas em que estão a dormir ou descansar, ou a roer algo, para o fazer. Mas inevitavelmente os cachorros têm que aprender que nós desaparecemos, mas que depois voltamos e que é assim que têm que viver connosco. Se o cachorro chorar e vocês vierem a correr ao seu chamamento apenas o estão a ensinar que quando chora, vocês acorrem e quando ele estiver só em casa, ele irá chorar o tempo todo, desesperadamente chamando por vocês. Não existe crueldade em ensinar os cães a passarem tempo sem nós, esta é uma das consequências de viverem em nossa casa e coabitarem connosco, a crueldade está em não ensinar o cachorro a estar só e depois deixá-lo só forçadamente. Portanto com o cachorro vá deixando-o só por pequenos períodos gradualmente aumentando o período de tempo que este permanece só, até que ele aprenda que a solidão não é um castigo e que vocês eventualmente reaparecerão.

Com cães adultos, ansiedade de separação é comum em cães que foram abandonados e estiveram em canis ou associações. Rapidamente se “agarram” aos seus novos donos. O mesmo problema repete-se com estes cães do que com cachorros. A nossa necessidade de compensar a infeliz sorte destes cães faz com que despendamos muito tempo e atenção inicialmente quando os temos e depois somos obrigados a deixá-los sós. Portanto tal como faria com o cachorro, deixe o cão só por períodos curtos durante o dia. Deixe Kongs e ossos para eles roerem e esperem o momento oportuno (depois de um passeio ou quando estão mais cansados) e aproveitem para que eles aprendam que a solidão é parte integrante da vida deles.

O MEU CÃO SOFRE DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO E AGORA?

Se o seu cão sofre mesmo de ansiedade de separação o primeiro e mais sensato conselho é que procure ajuda de um profissional que acompanhe consigo o caso e o possa ajudar. Estes casos não são fáceis e na sua maioria são morosos e complicados, mas têm uma solução se forem devidamente acompanhados.

O treinador deverá estabelecer um protocolo de modificação comportamental adaptado a si, à sua vida e ao seu cão, de forma a diminuir a ansiedade do cão quando está só. Cada cão é um caso distinto como tal não existe uma solução que resulte com todos.

No entanto algumas dicas podem ajudar a diminuir o problema e para aqueles cães que começam a demonstrar sinais de ansiedade os donos deverão imediatamente começar a praticar algumas destas acções:

Torne as suas chegadas e saídas de casa um evento aborrecido. Saia de casa sem fazer muitas festas ao cão. Não pegue nele ao colo e lhe diga que o ama e que não vai demorar, nem o abrace no pescoço como se fosse embora para sempre. Os cães sentem-se ansiosos e estas suas acções apenas irão acentuar a sua ansiedade. Portanto quando sair ou entrar em casa, diga apenas algo como, “xau até logo” ou “olá, cheguei”. Ao entrar em casa, se o seu cão estiver muito exaltado, estabeleça contacto visual mas continue a fazer os seus afazeres até que ele acalme. Pouse as compras, tire o casaco, ligue a TV o que for preciso, mas só dê atenção ou fale com o cão quando ele estiver mais calmo e menos ansioso.

Mude as rotinas de preparação para sair. Se o seu hábito é pegar nas chaves do carro que estão na cómoda sempre antes de sair de casa. Mude as chaves de sítio, deixe-as no bolso para que não tenha que pegar nelas e fazer o típico barulho. Se o hábito dita vestir o casaco antes de sair, vista primeiro o casaco e pegue nas chaves depois, basicamente seja imprevisível e mude as suas rotinas repetidamente para que o cão não consiga antecipar o que estes sinais querem dizer.
Perca algum tempo a retirar valor destes rituais. Quando tiver tempo e estiver em casa, vista o casaco de ir à rua, sente-se na sala e leia o jornal. Tire o casaco e volte a pendurá-lo. Outro dia, pegue nas chaves, coloque-as no bolso e vá fazer o jantar. No final volte a colocar as chaves no local. Calce os sapatos de ir à rua, vá ao computador ver o e-mail, e quando terminar tire os sapatos e coloque-os no sítio. O seu cão começará a perceber que nem sempre pegar nas chaves, vestir o casaco ou calças os sapatos são sinais de que vai sair. O intuito é que perante estes sinais óbvios o seu cão comece a relaxar e não antecipar algo.
Saia de casa, sem o casaco, ou com algo diferente na mão. Espere 10 mnts e volte a entrar. Se o seu cão não estiver a ladrar ou uivar que nem um louco, está técnica ensina-o que o dono sai e volta imprevisível e rapidamente. Se o seu cão já desenvolveu um problema grave que assim que você sai ele vocaliza pânico e não pára até você parar, terá que adoptar outra postura e aí contactar um profissional.

Medicamentos para os casos extremos podem ser úteis, fale com o veterinário para que este o aconselhe quanto aos mesmos. No entanto, esteja ciente que medicar com anseolíticos um cão e não proceder a um plano de modificação comportamental não irá resolver nada, e a longo termo pode mesmo tornar o problema pior, na medida em que o seu cão continuará a sentir-se cada vez mais ansioso, mas apenas não actuará sobre essa ansiedade. Nunca dê medicação a um cão sem a supervisão e conselho de um veterinário.

Nunca castigue um cão que sofre de ansiedade de separação independentemente da destruição que pode encontrar quando chegar a casa. Lembre-se que o seu cão sofre de um estado de ansiedade extremo, puni-lo ou castiga-lo por algo que ele fez enquanto você esteve fora e ainda por cima enquanto esteve ansioso apenas irá enaltecer a ansiedade e piorar as coisas. Prepare a casa e os locais onde o cão pode ficar para que estes sejam à prova de cão e tenham o mínimo de coisas que ele possa destruir ao seu alcance. Tenha muitos Kongs, ossos de roer e outros brinquedos interactivos ao dispor do cão apenas quando você sai de casa e quando chegar a casa guarde-os todos e brinque apenas com bolas ou outros brinquedos que apenas “ganham” vida se os usarmos em conjunto. Brinquedos interactivos devem ser os melhores que alguma vez o seu cão teve e deverão ser deixados ao cão quando este está só, para que aprenda a apreciar os momentos de solidão.
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