Vou falar-vos deste meu fiel companheiro: http://www.arcadenoe.pt/petsite/pablo/5100
Após perda de apetite e um episódio de fraqueza anormal e extrema, o meu cão foi ao veterinário.
Tinha os linfonodos submandibulares aumentados. Efetuou-se ecografia e análise citológica que confirmou o pior cenário. Um linfoma, provavelmente de alto grau, com colonização esplénica e hepática (fígado e baço).
É o nosso único e primeiro cão. É um membro da nossa família desde há oitos anos atrás e como podem imaginar, a má noticia provocou-nos uma angústia de todo o tamanho..
Depois das lágrimas derramadas, decidiu-se enfrentar o linfoma com a quimioterapia. Apesar do elevado custo dos tratamentos, decidimos fazer tudo pelo nosso companheiro sem pestanejar.
Iniciou o protocolo quimoterápico CHOP de 19 semanas. Nos primeiros dias fez cortisona, e já realizou 2 semanas de quimioterapia.
E agora a angústia. Pelo que investiguei, a quimioterapia no mundo canino é supostamente mais leve que nos humanos, que querem viver a todo o custo. Existem efeitos secundários, mas que se controlam com medicação. No caso do meu cão está a ser penoso.
No terceiro dia após a 1ªsessão de quimioterapia, o meu cão ficou muito em baixo, vomitando, nauseado, sem querer comer. Fomos ao veterinário onde se deu terapêutica para o recuperar. Nos 3 dias seguintes estava arrebitado, comia, bebia doseando a àgua (se bebesse muita de seguida vomitava) e até ladrava.
Agora, 3 dias após a 2ºsessão de quimioterapia foi-se abaixo. Está apático, não come NADA há um dia e meio. Tentou-se todo o tipo de comida, feitios e maneiras. Recusa-se. Foi ao veterinário, administrou-se medicação que após 5 horas ainda não parece ter efeito.
E agora estamos todos em dúvida, a questionarmos, valerá a pena o cão continuar a quimioterapia?
Confio a 100% no nosso veterinário, que no inicio colocou as 2 hipóteses. Cortisona e tentar dar qualidade de vida até ao dia D, ou quimioterapia, sendo que o resultado poderia ser: remissão e durar uns anos; viver com qualidade durante o tratamento e após o fim recair e não sobreviver; não sobreviver durante tratamento; o tratamento não surtir efeito e não sobreviver.
Estamos portanto, no campo da aleatoriedade. O único prognóstico faz-se através do tipo celular/fenótipo do linfoma(B e T) e para o determinar é necessário remover um gânglio e estudá-lo. Acontece que o meu cão não aguentava uma cirurgia. Pelo que estou de mãos atadas.
O meu cão perdeu uns bons quilos, até tem o crânio saliente, e eu considerava-o um cabeçudo! Está tão magrinho.
Eu sei que cada caso é um caso, mas o motivo de escrever este testemunho é de tentar encontrar opiniões, dicas, experiências passadas, qualquer coisa que seja, mesmo que não o queiram fazer para não influenciar numa decisão tão difícil.
Decidimos seguir pelo rumo da quimioterapia na esperança de prolongar a vida. Acontece que estamos reticentes pois estamos a perceber que com os efeitos secundários não existe qualidade de vida, sendo que se o cão não comer, não aguenta mais uma sessão de quimioterapia..
É uma angústia ver o nosso membro da família assim. Não queremos que o nosso cãopanheiro sofra. O intuito é que tenha o máximo de qualidade de vida. Mas também não queremos desistir sem tentar o que está ao nosso alcance..
Que angústia..
O meu cão tem linfoma. Que caminho seguir??
Moderador: mcerqueira
Falando de um modo geral, a quimio é um "tratamento" extremamente agressivo, é a versão médica da politica de terra queimada. Destrói tudo.
É o vai ou racha, muitas vezes passa, muitas vezes racha.
A qualidade de vida poderá vir nos intervalos dessas sessões e poderá até aumentar de sessão para sessão, por tempo indefinido, caso se sobreviva da cura.
Durante as sessões isso é normal, perda de apetite, náuseas e até outros problemas.
Depois das sessões é normal ter-se que se haver com problemas oportunistas pois o organismo como um todo ficou debilitado.
Voltando aos cães.
Conheço um canídeo que consegui passar pelas 3 sessões, o dono consegui-lhe esticar a vida e a qualidade de vida.
A perda de peso foi benéfica, o canídeo está mais activo e chega a correr e a brincar alguma coisa, agora por quanto mais tempo? não sei. Mas seguramente mais que um ano (prazo que o vet lhes deu e que entretanto expirou ou em vias de ).
Não faço a mínima ideia em comparação ao seu, nem dá para comparar depende totalmente de caso para caso.
Voltando ao geral.
Dizem que os mais novos tem mais hipóteses de sobreviver, mas uma senhora de 60 anos viu muitas miúdas de 16 e 18 anos partirem antes dela, sobreviveu o suficiente para ver a enfermaria onde estava ser totalmente "remodelada" várias vezes antes de ser a vez dela. Como vê, não é certo.
Agora é possível que o seu canídeo melhore se conseguir passar para além da última sessão. Se vai ou não, está aí a questão.
É o vai ou racha, muitas vezes passa, muitas vezes racha.
A qualidade de vida poderá vir nos intervalos dessas sessões e poderá até aumentar de sessão para sessão, por tempo indefinido, caso se sobreviva da cura.
Durante as sessões isso é normal, perda de apetite, náuseas e até outros problemas.
Depois das sessões é normal ter-se que se haver com problemas oportunistas pois o organismo como um todo ficou debilitado.
Voltando aos cães.
Conheço um canídeo que consegui passar pelas 3 sessões, o dono consegui-lhe esticar a vida e a qualidade de vida.
A perda de peso foi benéfica, o canídeo está mais activo e chega a correr e a brincar alguma coisa, agora por quanto mais tempo? não sei. Mas seguramente mais que um ano (prazo que o vet lhes deu e que entretanto expirou ou em vias de ).
Não faço a mínima ideia em comparação ao seu, nem dá para comparar depende totalmente de caso para caso.
Voltando ao geral.
Dizem que os mais novos tem mais hipóteses de sobreviver, mas uma senhora de 60 anos viu muitas miúdas de 16 e 18 anos partirem antes dela, sobreviveu o suficiente para ver a enfermaria onde estava ser totalmente "remodelada" várias vezes antes de ser a vez dela. Como vê, não é certo.
Agora é possível que o seu canídeo melhore se conseguir passar para além da última sessão. Se vai ou não, está aí a questão.
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- Membro Veterano
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- Registado: quarta mar 17, 2004 2:20 pm
- Localização: 5 cães - 12 gatos
Antes de mais quero dizer-lhe que lamento profundamente o vosso, e dele, sofrimento.
Percebo perfeitamente o seu desabafo, mas essa é uma decisão que só vocês podem tomar. É uma coisa que tem que ver connosco e com a maneira como encaramos a vida. Ninguém pode ou deve dar palpites.
Pessoalmente nunca optei pela quimioterapia com nenhum animal meu, mas essa foi a minha opção.
Percebo perfeitamente o seu desabafo, mas essa é uma decisão que só vocês podem tomar. É uma coisa que tem que ver connosco e com a maneira como encaramos a vida. Ninguém pode ou deve dar palpites.
Pessoalmente nunca optei pela quimioterapia com nenhum animal meu, mas essa foi a minha opção.
que situação angustiante
vou dar a minha opiniao pessoal, que não é mais do que isso: tentar que ate ao dia D tenha a maior qualidade de vida possivel, e evitar mais sofrimento.
Entretanto tive uma cadela com cancro, e dava-lhe comprimidos de Graviola.
Os medicos preveram que durassem 3 meses, durou 2 anos, sem quimio.
Olhe, decida voce em consciencia e que corra tudo pelo melhor.
vou dar a minha opiniao pessoal, que não é mais do que isso: tentar que ate ao dia D tenha a maior qualidade de vida possivel, e evitar mais sofrimento.
Entretanto tive uma cadela com cancro, e dava-lhe comprimidos de Graviola.
Os medicos preveram que durassem 3 meses, durou 2 anos, sem quimio.
Olhe, decida voce em consciencia e que corra tudo pelo melhor.
Infelizmente sei bem do que fala e lamento profundamente.
Tive um cocker que tinha um linfoma. Infelizmente só o soubemos depois dele "partir" quando pedimos a necrópsia, pois o vet que o seguia dizia que era uma hérnia discal (ficou paralítico). Chegou a ir à FMV e também lá não adiantaram nada assim como a dois outros vets e, nenhum descobriu o que se passava.
Foi horrível assistir à degradação do Buggy ... mas, obviamente que não o iríamos adormecer pelo facto de ter uma hérnia discal.
Há dois anos perdi um outro patudo, o Sebastião a quem foi diagnosticada uma leucemia, tendo o vet dado como "prazo" um ano a um ano e pouco. Fez quimioterapia oral e levava uma vida perfeitamente normal. Aguentou-se passou de 2,5 anos. 5 meses antes de morrer, foi-lhe diagnosticado um linfoma a juntar à leucemia. Já tinha 15 anitos e, lá se foi aguentando. Nos dois últimos meses começaram as convulsões até ao dia em que tivemos de o deixar "partir".
O meu conselho, se é que em situações destas alguém nos pode aconselhar, é deixá-lo viver a sua vidinha enquanto a mesma tiver qualidade ... quando esta deixar de existir, "libertá-lo". É a maior prova de amor que podemos ter para com aqueles que amamos.
Coragem...
Tive um cocker que tinha um linfoma. Infelizmente só o soubemos depois dele "partir" quando pedimos a necrópsia, pois o vet que o seguia dizia que era uma hérnia discal (ficou paralítico). Chegou a ir à FMV e também lá não adiantaram nada assim como a dois outros vets e, nenhum descobriu o que se passava.
Foi horrível assistir à degradação do Buggy ... mas, obviamente que não o iríamos adormecer pelo facto de ter uma hérnia discal.
Há dois anos perdi um outro patudo, o Sebastião a quem foi diagnosticada uma leucemia, tendo o vet dado como "prazo" um ano a um ano e pouco. Fez quimioterapia oral e levava uma vida perfeitamente normal. Aguentou-se passou de 2,5 anos. 5 meses antes de morrer, foi-lhe diagnosticado um linfoma a juntar à leucemia. Já tinha 15 anitos e, lá se foi aguentando. Nos dois últimos meses começaram as convulsões até ao dia em que tivemos de o deixar "partir".
O meu conselho, se é que em situações destas alguém nos pode aconselhar, é deixá-lo viver a sua vidinha enquanto a mesma tiver qualidade ... quando esta deixar de existir, "libertá-lo". É a maior prova de amor que podemos ter para com aqueles que amamos.
Coragem...
Hoje é um dos dias mais tristes da minha vida.
O linfoma foi galopante, o declínio vertiginoso. Há 4 dias que não conseguíamos que ingerisse comida, completamente apático, não se mexia e o olhar do cão disse tudo. Estava em sofrimento profundo e queria liberdade.
Nunca pensei que isto acontecesse. Nunca pensei termos coragem para o momento final, mas o amor que temos pelo cão assim o obrigou, deixámos o cão partir em paz.
Foram 8 anos de alegria, que deixam lágrimas e sorrisos. Vai custar a passar..
Obrigado pelas respostas e apoio. Quem tem animais sabe a importância que têm na nossa vida.
O linfoma foi galopante, o declínio vertiginoso. Há 4 dias que não conseguíamos que ingerisse comida, completamente apático, não se mexia e o olhar do cão disse tudo. Estava em sofrimento profundo e queria liberdade.
Nunca pensei que isto acontecesse. Nunca pensei termos coragem para o momento final, mas o amor que temos pelo cão assim o obrigou, deixámos o cão partir em paz.
Foram 8 anos de alegria, que deixam lágrimas e sorrisos. Vai custar a passar..
Obrigado pelas respostas e apoio. Quem tem animais sabe a importância que têm na nossa vida.
R.I.P Pablo
Sei bem o que sente. Ainda não há 2 meses tive de optar pela mesma decisão (insuficiência renal) e não foi nada fácil.
A dor vai atenuando, principalmente quando "sentimos" que fizemos tudo pelo nosso patudo.
Muita força.
Sei bem o que sente. Ainda não há 2 meses tive de optar pela mesma decisão (insuficiência renal) e não foi nada fácil.
A dor vai atenuando, principalmente quando "sentimos" que fizemos tudo pelo nosso patudo.
Muita força.
Já não sofre.
Força.
Força.
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
É a nossa ultima obrigação com eles, a ultima manifestação do afeto que lhes temos.
lamento imenso
lamento imenso
Os meus olhos não vêm, as minhas mãos não tocam, mas o meu coração SENTE!
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- Membro Veterano
- Mensagens: 3790
- Registado: quarta mar 17, 2004 2:20 pm
- Localização: 5 cães - 12 gatos
Não há palavras que vos possam consolar neste momento. Só o tempo vai ajudar ultrapassar. Lamento a vossa perda.
Lamento imenso, mas lembre-se que fez tudo pelo seu cão e que neste momento se acabou o sofrimento para ele.
Quem cala nem sempre consente. Pode ser só preguiça de discutir idiotices.
Nunca discutas com um idiota. Ele arrasta-te até ao nível dele, e depois vence-te em experiência.
http://animalartportugal.blogspot.com/
www.apterrariofilia.org
Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam...
Não é bonito, mas é profundo.
Madalena Marques
Nunca discutas com um idiota. Ele arrasta-te até ao nível dele, e depois vence-te em experiência.
http://animalartportugal.blogspot.com/
www.apterrariofilia.org
Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam...
Não é bonito, mas é profundo.
Madalena Marques
Volto a agradecer as vossas palavras.
Finalizou-se um ciclo de vida que para além de deixar boas recordações, deixou uma porta aberta para uma continuação de felicidade..
Apresento-vos estes dois patudos, raça indeterminada, irmãos.
Finalizou-se um ciclo de vida que para além de deixar boas recordações, deixou uma porta aberta para uma continuação de felicidade..
Apresento-vos estes dois patudos, raça indeterminada, irmãos.
Ao ler o seu texto só chorava baba e ranho.
Tenho um patudo de 3.5 meses e fico a pensar nas coisas piores que um dia possa vir a ter, já sei que não devo pensar assim mas pronto.
Não posso dizer que entendo perfeitamente o que se passou pois estaria a mentir,nunca passei por nada disso,posso dizer apenas que imagino a dor... no entanto ter esses novos dois patudos pode servir de cura e lembrar os bons momentos do seu outro cão.
Abraço.
Tenho um patudo de 3.5 meses e fico a pensar nas coisas piores que um dia possa vir a ter, já sei que não devo pensar assim mas pronto.
Não posso dizer que entendo perfeitamente o que se passou pois estaria a mentir,nunca passei por nada disso,posso dizer apenas que imagino a dor... no entanto ter esses novos dois patudos pode servir de cura e lembrar os bons momentos do seu outro cão.
Abraço.
Parabéns, tem dois lindos patudos e é de facto a melhor coisa a fazer quando passamos por uma dor destas, não nos fecharmos e abrirmos o coração a um outro (ou outros como foi o seu caso ).
Também eu no dia 5 de Setembro adotei uma patudinha vinda do canil da Ribeira Grande nos Açores...
Também eu no dia 5 de Setembro adotei uma patudinha vinda do canil da Ribeira Grande nos Açores...