Fugas e ataques a aves de capoeira

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Moderador: mcerqueira

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hecep
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quinta fev 04, 2016 5:13 pm

Vivo num local de contexto rural, em que a maior parte das pessoas têm os cães (sobretudo os de grande porte) na rua em situação variável (no quintal à solta com casota, em canil, preso por corrente ou completamente á solta (mais raros)).
Algumas das pessoas que conheço que têm os cães presos por corrente não gostam de todo de os ter assim. Mas se não estiverem assim eles sistematicamente fogem e atacam aves de capoeira dos vizinhos (frangos e galinhas, patos, etc…). Curiosamente esses cães geralmente não atacam as capoeiras dos próprios donos. Muitas vezes associam-se mais que um cão da casa ou com cães das vizinhanças para fazer essas incursões. Gostaria de fazer aos entendidos em matérias caninas 2 tipos de questão:

PREVENÇÃO DO PROBLEMA
Flash
Tenho habituado a minha cadela de 4 meses às nossas galinhas, geralmente vai comigo dar-lhes comida de manhã e tento desencorajar comportamentos agressivos. Também já as levei a visitar galinhas de uns amigos nossos e fiz o mesmo. A cadela está a ser treinada com o básico e podemos dar uma passeio grande com ela à noite. De dia tem ficado fechada no gatil mas quando estamos em casa acordados geralmente está connosco. Prevejo que quando ela crescer venha a passar umas quantas horas sozinha no quintal vedado ou num canil grande, de resto, qd estivermos em casa estará connosco e poderemos passear à noite. Nas férias passará longos dias no quintal vedado ou canil grande.
Além de fechá-la dentro de casa, o que nem sempre será viável, que outras formas sugerem nestas condições de prevenir fugas e ataques a aves? Em termos de vedações etc, faremos o nosso melhor, mas esse cães que eu conheço conseguem escapar de qq recinto (mereciam estar num circo), até às cercas elétricas eles parecem imunes, por isso acredito que o caminho não seja esse mas antes o treino e condicionamento comportamental, para o qual peço dicas.
Cão a adotar:
Fazemos tenções de, pelo próximo Verão, adotar um cão do canil da associação local de proteção de animais. Como poderemos prevenir que este cão venha a ter este problema? Treinando e sociabilizando da mesma forma que a flash? Gostaríamos de adotar um cão adulto pois sabemos que são os mais difíceis para arranjar dono e o treinador da Flash concordou em nos ajudar a escolher um animal calmo e de bom trato no geral. Mas mesmo assim fico com algum medo que ele já traga consigo o hábito de fugir e atacar aves e até que o possa ensinar à Flash. Acham que seria mais seguro um cachorro? Ou um cão adulto de pequeno porte que tenha algum condicionamento natural à fuga e ataque a aves devido ao seu tamanho?

SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA
Para os desgraçados dos cães que vivem acorrentados por essa razão propõem alguma solução (abate não incluído)? Haverá algo que possa ser feito em cães adultos que já o fizeram (fuga e ataque a aves) antes por meio de treino e sociabilização? Ouvi falar na coleira de choques, o que acham? Bem sei que é duro mas poderia ser a forma de eles posteriormente terem mais qualidade de vida.
E dar medicamentos que os acalmassem um pouco? Nos gatos por exemplo recorre-se com alguma frequência a medicamentos como o prozac ou clomicalm para alterar comportamentos indesejáveis. Acham que poderiam surtir efeito e ser viáveis?
Obstáculos à fuga esqueçam, a não ser que estejam fechados dentro de 4 paredes com teto (o que os donos não querem) ou presos com corrente eles fogem de qq lado.
botas96
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sábado fev 06, 2016 2:24 pm

A solução é algo, injusto no mínimo.
Estamos a falar de instinto, algo básico, primário, uma pedra base e fulcral nos animais, em todos.
coleiras de choque, etc, são métodos quando mal aplicados podem destruir um cão.
Medicamentos? Fora de questão, então para quê ter um cão? Já para não falar nas consequências a longo prazo.
Está a ver onde eu quero chegar? Se não, nem me vou dar ao trabalho.
Não pode ter a presa e o predador no mesmo saco e interferir dessa maneira.
Há que estar bem ciente do que significa ter um cão adulto e das suas responsabilidades, para com o cão e sociedade.
Se vive num meio rural ou tenha umas galinhas a perfazer a vez de cabras miatónicas ou limita-se a pagar as galinhas mortas ao vizinho, ou aumentava os muros. Era a solução que eu procuraria, e pronto, assunto arrumado.
Mas como pela sua conversa posso antever que não é isso que quer e se for realmente esse o caso então procure por redireccionamento do instinto de presa ou contra condicionamento. Mais não lhe posso ajudar.
Ao menos não destrói o animal insensatamente apenas o inutiliza que em certos contextos (não me estou a referir obrigatoriamente á caça) é a mesma coisa.
Agradar a Gregos e a Troianos é uma das muitas das expressões que significa querer obter o impossível, se me diz que gosta muito de animais então eu pergunto-lhe, de que lado está?
Reflita agora no que estava ou está ou estará prestes a fazer, se é justo? já lhe apontei umas soluções, ignorância já não é justificação.
Cães ou galinhas? O resto depende dessa escolha que tomar, responsabilidades e consequências contraditórias
Vasques1988
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terça fev 09, 2016 2:40 pm

Concordo que, caso haja abertura para isso, um muro será a melhor opção!
Amante da natureza e https://pt.betclic.biz/content.aspx?pag ... osdecasino
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hecep
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quarta fev 10, 2016 3:23 pm

Muito obrigada pelas respostas, para mim é importante ter a opinião de alguém com mais experiência em cães.
botas96 Escreveu:A solução é algo, injusto no mínimo.
Estamos a falar de instinto, algo básico, primário, uma pedra base e fulcral nos animais, em todos.
coleiras de choque, etc, são métodos quando mal aplicados podem destruir um cão.
A usar coleiras choque deveria ser sempre com acompanhamento de um treinador com conhecimentos na matéria, é isso? OK, irei transmitir
botas96 Escreveu:Medicamentos? Fora de questão, então para quê ter um cão? Já para não falar nas consequências a longo prazo.
Está a ver onde eu quero chegar? Se não, nem me vou dar ao trabalho.
Mas há consequências muito gravosas do uso de medicamentos tipo ansiolíticos nos cães, já teve essa experiência? É que nos gatos (de que eu realmente tenho mais experiência) usa-se com alguma frequência e aparentemente sem grandes efeitos secundários. Também há pessoas (humanas) que têm de permanentemente de tomar medicação para a saúde mental (antidepressivos e ansiolíticos por exemplo) e lá por isso lá vão vivendo com os efeitos secundários, sempre é preferível a outras coisas.
botas96 Escreveu:Não pode ter a presa e o predador no mesmo saco e interferir dessa maneira.
Há que estar bem ciente do que significa ter um cão adulto e das suas responsabilidades, para com o cão e sociedade.
Se vive num meio rural ou tenha umas galinhas a perfazer a vez de cabras miatónicas ou limita-se a pagar as galinhas mortas ao vizinho, ou aumentava os muros. Era a solução que eu procuraria, e pronto, assunto arrumado.
Pois o melhorar as vedações, muros etc, quase toda a gente que conheço tenta. Mas juro que eles trepam paredes verticais, não entendo como. Uns amigos meus até cerca elétrica (da que se usa para as vacas) puseram e eles preferiram apanhar choques e fugir. Parece impossível conseguir um espaço exterior à prova destas criaturas que poderiam estar num circo. Uma das cadela trepou uma árvore de 6 metros quase até acima. E a seguir desceu sozinha sem se magoar. É difícil de entender.
botas96 Escreveu:Mas como pela sua conversa posso antever que não é isso que quer e se for realmente esse o caso então procure por redireccionamento do instinto de presa ou contra condicionamento. Mais não lhe posso ajudar.
Obrigada, vou procurar esses termos e encontrar informação
botas96 Escreveu:Ao menos não destrói o animal insensatamente apenas o inutiliza que em certos contextos (não me estou a referir obrigatoriamente á caça) é a mesma coisa.
Agradar a Gregos e a Troianos é uma das muitas das expressões que significa querer obter o impossível, se me diz que gosta muito de animais então eu pergunto-lhe, de que lado está?
Reflita agora no que estava ou está ou estará prestes a fazer, se é justo? já lhe apontei umas soluções, ignorância já não é justificação.
Cães ou galinhas? O resto depende dessa escolha que tomar, responsabilidades e consequências contraditórias
Se à minha cadela der para atacar as minhas galinhas, escolho a cadela claro está, as galinhas são fáceis de dar. Mas o problema é precisamente que eles quase sempre atacam as galinhas dos vizinhos e não as dos donos. E se fazem isso muitas vezes o que acaba por acontecer é que os cães aparecem mortos, as pessoas por cá não são propriamente muito tolerantes a essas coisas e mesmo pagando as galinhas passam a ver o cão como um alvo a abater. Apesar de ter imensa pena de ver os cães sempre presos também compreendo que os donos estão à sua maneira a protege-los como podem.

Aqui há uns anos um vizinho acusou o meu gato de lhe matar uns pintos. Eu sabia que não era verdade, pelo que lhe disse isso mesmo e o ignorei. Pois o gato apareceu morto… (e os pintos continuaram a morrer, pois não era mesmo ele). Bem sei que o gato não deveria ir à rua, etc, mas não circunstâncias em que me encontrava (e encontro) eles saem, é um facto. Coitado do Salem, nesse caso nem o tinham visto lá, era mesmo implicância.
botas96
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quinta fev 11, 2016 10:42 am

Antidepressivos para cães, saúde mental? Só pode estar a brincar.
Então o que anda aqui a fazer? Quer dar-lhe antidepressivos? Pois bem, dê-lhe actividades, treino e exploração, tá dado o antidepressivo.
Ansiolitos para quê?
Tudo isso terá um preço mais para a frente, a nível de saúde.
O food drive e o prey drive é o que faz deles um bom aluno, a "teimosia" um bom cão. Você mesmo deu um exemplo. Se alguem trabalhasse essa cadela já não tinham tantos problemas.
Esqueça os humanos, não são exemplos. Por muitas razões, não tente aplicar o que se passa no nosso mundo ao mundo deles.
Cães e gatos são dois bichos completamente diferentes. Ou não solta o gato ou solta o gato quando as aves do vizinho estão recolhidas na capoeira.
Quem me dera a mim estar na sua situação, ter um vizinho com galinhas.
Há que conhecer também os hábitos e o cão. Por onde anda não devia de ser uma questão devia de ser uma certeza, um cão não deve andar sozinho, deve andar consigo a explorar, etc. No exacto momento em que o cão se tornar previsível em comportamentos e capacidades, etc, aí já pode dizer que o conhece.
hecep
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quinta fev 11, 2016 12:23 pm

Obrigada mais uma vez pela resposta. Recomendas alguns livros relativos ao treino de cães e compreensão do comportamento canino? (podem ser em inglês e espanhol tb, se achares que os melhores não estão traduzidos para português)
botas96
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quinta fev 11, 2016 6:01 pm

Infelizmente não, pelo menos para essa finalidade.
E ainda é um pouco cedo para falar de comportamentos.
Você tem uma cadela com 4 meses, o temperamento está longe de se fixar, ainda se está a formar como indivíduo, e fala de outro que não conhece ainda.
O importante agora é ser o tutor dessa "criança", como o fazer, já o respondi aqui várias vezes é só pesquisar os tópicos vai encontrar coisas sobre esse assunto minhas e de outros utilizadores. Isso para o geral
Para "fazer" essa cadela em específico é necessário passar tempo com o animal, trabalhar o animal, perceber como ele "trabalha" e como fazer para melhora-la e perceber os seus defeitos e viver com eles.
Os livros, net, etc, só servem como guias, para lhe dar as bases, o resto terá que ser você a fazer, pegar o que eles dizem e adaptar à sua cadela.
Não se prenda por nenhum método em particular, utilize o metodo que for mais eficiente a um dado caso.
Se precisar de teoria, adquiri-a, mas lembre-se que a practica é muito importante.
Arregaçe as mangas e comece o trabalho.
hecep
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sexta fev 12, 2016 10:44 am

OK, obrigada pelos conselhos. Isso é o que tenho tentado fazer mas com as dúvidas típicas de principiante. Tenho é muita sorte com a Flash que tem respondido muito bem apesar de eu estar em processo de aprendizagem. So far so good... A ver vamos.
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