Medo de ir à rua

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Moderador: mcerqueira

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inesdmr
Mensagens: 1
Registado: domingo jul 26, 2015 10:36 am

sábado ago 06, 2016 11:34 pm

Olá a todos, recentemente eu e o resto da minha família cá em casa temos andado com imensas dificuldades em levar a minha cadela Arya, uma labradora preta cruzada, à rua. Acontece que à uns meses atrás a Arya embateu com um carro ,acidentalmente , na rua , quando ia a atravessar a estrada , sem ficar ferida gravemente e nunca apresentado sinais de algum trauma tanto físico como psicológico.
Mas à cerca de 1 semana atrás que ela nem sequer saí para as escadas do prédio quando a tentamos levar à rua a passear. Simplesmente fica à porta com medo , ofegante ou esconde-se na minha cama quando abrimos a porta ou ouve um barulho. Já tentamos de tudo, desde oferecer comida, mostrando-lhe pouco conforto para não aumentar o medo sabendo que isso pode ser um sinal de aceitação do comportamento. Até já utilizamos táticas como dizer que o cão X ou a pessoa X estão na rua à espera dela mas ela simplesmente abana a cauda e mostra-se apreensiva em sair.
A única explicação que temos para o medo dela será o acidente , que apesar de não ter sido muito grave causa-lhe grande medo de carros e de se aproximar da estrada e esperemos que seja apenas uma curta fase mas pelo sim pelo não, se alguém me puder ajudar ou dar alguma dica de como mostrar à Arya que a rua não é um sítio mau ou que ela necessita mesmo de lá ir , eu iria agradecer imenso visto que estamos a ficar constantemente esgotados de passar horas e horas a tentar tirá-la de casa e a não conseguir. Agradecida.
Inesrsoares
Membro
Mensagens: 79
Registado: segunda jun 30, 2014 4:11 pm

domingo ago 07, 2016 3:54 am

Tenho um problema semelhante com o meu cão. Foi abandonado e adotado por nós há 3 meses e meio. Não querendo projectar os problemas do meu cão na sua cadela, vou deixar-lhe a minha opinião.

Sem ser no último passeio do dia em que fica eufórico pois vamos de carro a um parque onde anda solto 1h ou mais... Ele sai de casa, entra no elevador, sempre de cauda em baixo e olhar triste, e precisa sempre de um empurrãozinho para sair da porta da rua. Moro no centro da cidade com trânsito constante e sempre MUITA gente na rua, dia e noite, para ajudar à festa.

Tem medos que se vão alterando, era de motas, agora crianças aos gritos e camiões do lixo. A cauda fica entre as pernas, tenta encostar-se aos prédios, fica desorientado... Farto-me de ouvir comentários de que o cão deve ser maltratado... Lamentável. Para piorar as pessoas, ignorantes e enganadas pelo olhar triste vão direitas ao cão aos berros e tocam-lhe sem ele querer nem eu deixar (ATENÇÃO A ISTO não deve mesmo permitir que o façam) Também tentámos tudo... Mas os medos dele persistem (com fases melhores e outras piores, que vão alternando).

Parece que estou sempre a dizer o mesmo neste fórum: mas sinceramente não perca tempo e peça ajuda profissional. A tendência é de se agravar e causar um stress tal no animal que pode resultar em episódios fora do vosso controlo. E eles sentem que nós já estamos de pé atrás e fazem pior ainda. Ainda por cima no seu caso não existe a certeza do que despoletou este comportamento.

No nosso caso, com um treinador particular (mais em conta que uma escola), temos vindo a ensinar-lhe comandos base, de forma a focar-se em nós quando tem medo, e através de reforço positivo gradualmente inserir as coisas a que tem medo nos treinos.

Alguém com mais experiência que se acuse :D

P.S. certamente que cada caso é um caso. Mas chegamos à conclusão com o Vet que o medo que ele sente e o stress lhe está a dar cabo do sistema imunitário. Só nestes 3 meses foram, Malassezia, otite, um problema pulmunar, uma alergia na pele, uma gastroenterite, diarreias sem explicação... A lista é grande. Embora seja tratado como um príncipe :(
botas96
Membro Veterano
Mensagens: 1955
Registado: quinta mai 17, 2012 6:27 pm

domingo ago 07, 2016 11:54 am

No primeiro post, não sei.
acho estranho um cão reagir tão à posteriori ao que se passou hà uns meses.
Cá para mim algo aconteceu há uma semana atrás, que despoletou isso, agora o quê não sei. Mas convêm saber.

No segundo post, parece-me mais que não houve um processo de desensibilização completo ou com sucesso ao mundo exterior.

Esses problemas eu tive quando a minha pequena tinha 4-6 meses +-
agora nem liga ao quotidiano citadino ao qual costumava reagir.
É um processo já de si chato e repetitivo com pequenos avanços e hands on. Neste processo não há lugar para tratamentos de príncipe (bah).
É agir com calma e naturalidade e mostrar e mostrar e mostrar e mostrar...o que se pretende, reforçar os pequenos avanços à direcção certa e ignorar o que não se pretende.
Mais desmultiplicado esses passos serão quanto maior a reacção ao estímulo e solidez da "cabecinha" do cão.
Inesrsoares
Membro
Mensagens: 79
Registado: segunda jun 30, 2014 4:11 pm

domingo ago 07, 2016 3:41 pm

"No segundo post, parece-me mais que não houve um processo de desensibilização completo ou com sucesso ao mundo exterior.

Neste processo não há lugar para tratamentos de príncipe (bah)."

Ahaha expliquei-me mal! Nada disso. Em termos de saúde e disponibilidade nossa em andar sempre em Vets é tratado como um príncipe.

De resto somos muito rígidos e severos não permitindo que ganhe espaço e alimente estes medos. Quando se encolhe é agir com naturalidade puxar a trela e passados uns segundos já lhe passou. É um cão complicado na rua e todos os passeios são um desafio (3 passeios rápidos, mais 1 longo à noite). Não o mimar na rua, reforço positivo, insistência e paciência têm vindo a ajudar.

Pois nós, não fazemos ideia do que se passou. Foi encontrado numa bomba de gasolina enfiado numas silvas. Tem vindo a melhorar. Mais vai demorar.
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