Eu também me lembro perfeitamente

Eu já tive a oportunidade de felicitar a Alícia pela sua preocupação em escrever bem o português, o que não acontece, infelizmente, a muitos portugueses. E a maioria dos estrangeiros que vêm a Portugal nem sequer se preocupam em aprender a falar aquele mínimo dos mínimos.
Mas nós também não lhes damos oportunidade. Somos hospitaleiros, é certo, mas também temos a mania de sermos poliglotas. Um inglês, um francês, mesmo um espanhol, encontram sempre um português que arranha umas coisas ou então que exibe os seus dotes linguísticos.
Posso contar um episódio?
Aqui há tempos em Londres, na recepção do hotel onde estava hospedado fiz uma pergunta à empregada. Ela não percebeu à primeira porque realmente o meu inglês é mesmo daqueles muito "macarrónicos". Repeti a pergunta e a custo ela lá percebeu, mas com um ar de enfado e de petulância que só visto. Fiquei furioso e consegui dizer-lhe: "Espero que aprenda a falar bem português quando visitar Portugal".
Posso contar outro episódio? Posso?
Bem, como concordam, lá vai

Aqui na zona onde vivo e passeio os meus cães costumo encontrar uma senhora italiana a passear a sua cadela, a Marta, uma dálmata.
Naquelas conversas de ocasião do tipo "quem é o seu veterinário" ou "que ração dá ao cão" verifiquei que ela não sabia uma única palavra em português. Pois pasme-se, a senhora estava cá no Porto há já quatro anos... (o marido tinha vindo fazer uma comissão de serviço)
Moral da história: a Alícia é um caso à parte.