OK, vamos lá ver os factos:
A parvovirose, tal como qualquer doença viral, não tem tratamento especifico. Apenas se trata os sintomas e tenta-se ajudar o organismo a combater a doença. È tipo a gripe.
A doença não é cronica, nem de tratamento muito dispendioso. O tratamento consiste essencialmente em fazer fluidoterapia e antibióticos para prevenir infecções secundárias. Existe a possibilidade de dar soro hiper-imune, mas nem sempre é fácil de obter e esse sim, é caro, mas pode salvar vidas.
Ao fim de alguns dias de tratamento, se o cachorro resistir, fica curado e imune para toda a vida.
Em relação aos testes médicos, não se detecta, num animal assintomático e em incubação, a presença do virus. Normalmente quando se faz o teste, o animal já tem diarreia e mesmo assim, só ao fim de 2 dias é que é seguro detectar o virus, pois este não aparece logo nas fezes.
Ora bem... quais são os animais mais susceptiveis de não sobreviver a esta doença? Os cachorros e certas raças de cães, como o Dobermann, o Rottweiler, o pit bull e o Labrador. Estas raças fazem com frequencia complicações durante a doença, tendo por isso maiores taxas de mortalidade. A cachorra sendo um Amstaff.. podia ser mais susceptivel..
Os animais adultos, normalmente nem sequer tem sinais de doença clinica. Andam felizes da vida a excretar virus por umas semanas e niguém se apercebe. Neste caso, o macho mais velho apresentou sinais, mas teve uma recuperação rápida. Sendo cachorro a história seria outra como se viu...
As vacinas, podem proteger o cachorro, mas são inuteis se já houve contágio.
O protocolo que o veterinário seguiu foi o mais correcto, pois se ele tentou administrar uma vacina "inactivada" ( protege por alguns meses apenas e que não provoca por si a doença), e se for dada a tempo, pode proteger os restantes animais da casa. É o que está descrito na bibliografia especializada.
Agora... Eu não sei se a V8 do brasil é uma vacina inactivada ou uma viva modificada.., pela pesquisa que fiz na net, é a uma vacina octupla, que se dá a todos os cães no plano normal de vacinação e não faria sentido se fosse inactivada. Sendo assim.... além de lhe estar a dar virus da parvovirose, ainda lhe deu mais virus da esgana, etc.... Pode de facto ter complicado a situação, embora a parvovirose seja já por si, uma doença com taxas de mortalidade muitiiiissimo elevadas em cachorros. Se fez a diferença.... não sei, talvez.
Se a cachorra não tivesse sido contagiada, o melhor teria sido isolá-la o mais depressa possivel ( noutra casa , de preferência) e esperar para ver. Se isso fosse impossivel, pelo menos vacina-la com uma vacina inactivada. Agora.. já contagiada... é complicado. É rezar e esperar pelo melhor..
Não tenho a certeza se seria possivel dar, em casos de suspeita de contágio, o tal soro hiper-imune, se isso iria fazer alguma diferença no aparecimento de sintomas...
O virus da parvovirose é extremamente resistente no ambiente por alguns meses e ás vezes anos.
O que aconselho ao Carlos, é que desinfecte o melhor que puder a sua casa e as instalações dos cães e se possivel evite ter cachorros nos proximos tempos.
O seu cão mais velho não será uma fonte de contágio, pois já está curado, não se preocupe.