Que Raça é?

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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kitten
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segunda mai 10, 2004 8:53 pm

FBC,
Pensando desse modo ninguém teria cães de raça, ou melhor só os teriam para qualquer actividade que não a companhia.

Eu tenho 2 cadelas de raça, uma keeshond e uma teckel, segundo reza a história o keeshond era utilizado na Holanda como cão de vigia de barcaças, como eu não tenho barco ...
O teckel como toda a gente sabe é um cão de caça por excelência, como eu não sou caçadora ...

Como diz o Nel e muito bem, em qualquer sociedade desenvolvida os cães rafeiros cada vez se veêm menos, porquê? Porque as pessoas já há muito se consciencializaram que não podem deixar os seus animais terem "acidentes" dos quais resultam às vezes bonitos rafeiros.

Se calhar também sou arrogante e se calhar pedante, é possível, mas eu ou tinha estas ou não tinha nenhum.
Poderia adoptar um, claro que sim, mas nenhum que eu fosse a um canil adoptar me garantiria o temperamento que eu pretendo. Não tem a ver com o "look" ou com o estar ou não "in", tem a ver sim com o gosto pessoal de cada um.

Um whippet pode ser utilizado para companhia, assim como o teckel, o cocker, o rott, o pastor alemão, o bobtail, etc, etc, etc, poderia estar aqui toda a noite a enumerar raças, todos os nossos cães são de companhia assim nós os queiramos para esse efeito.

Os cães são uma paixão na minha vida e não têm que ter qualquer utilidade especifica senão aquela que eu pretendo, fazer-me companhia, dar-me todo o amor incondicional que só eles sabem dar, recebendo em troca todo o carinho e amor que eu lhes dispenso.
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Madalena Marques
FBC
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quarta mai 12, 2004 2:34 am

Caros amigos nel e kitten
Considero que as sociedades modernas ( urbanas e ocidentais ) são de uma maneira geral bastante pobres do ponto de vista da cultura canina. E porquê ?
Nestas sociedades, a quase totalidade dos cães vive nas cidades, e tem como função existir ( ou fazer companhia como alguns dizem) e isto independentemente da raça, das características físicas e psicológicas. Numa mesma rua podem viver dezenas de raças desde um lulu a um Mastim Napolitano, desde um Galgo a um Nórdico, e todos com a mesma função – existir. Reduzir a isto milhares de anos de selecção, quer natural quer humana, de centenas de raças caninas, é falta de cultura, é desperdiçar todo o património vivo que é uma raça canina.

Hoje, nas ditas sociedades “civilizadas”, as infinitas características de cada raça apenas servem para satisfazer o gosto pessoal dos donos da futura mascote ( compra-se um basset hound porque tem umas orelhas imensamente giras, compra-se um husky porque parece um lobinho ou compra-se um labrador por é muito meigo)- isto é reduzir os cães a “ peluches animados”, mascotes, “pets”, ou o que lhe queiram chamar.

Escolher um cão de uma determinada raça, que foi seleccionada durante centenas de anos para determinado trabalho, e depois utiliza-lo apenas para servir de brinquedo para os nossos filhos e ir com ele ao jardim ao fins-de-semana, é como comprar um livro de um grande autor só porque fica bem na estante e depois não o ler, é como comprar um “ todo terreno” e depois não sair no alcatrão.

Quando, atras, me refiro ao termo existir como menosprezo de “ fazer companhia” é propositado, porque considero que companhia é desfrutar, com os nossos cães, das funções para as quais foram criados ( ou outras substitutas, mas que utilizem as suas capacidades). Todas as raças são de companhia ( pois são animais domésticos e gostam de estar com o homem) mas salvo raras excepções nenhuma raça é só de companhia.
Penso todos os cães reprodutores de todas as raças ( à excepção das do grupo 9 ) deveriam ser submetidos a testes de funcionalidade

Caro nel
acredito que os seus cães sejam excelentes companheiros, mas os seus corpos esguios e musculosos e o forte instinto de perseguição de tudo o que se move não foram seleccionados para os passear à trela no jardim.

Crumpimentos
Francisco Bica
xache
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quarta mai 12, 2004 7:41 pm

oi raquel td? sou eu a marta que te tou a resp. eu convivi com este cao e kero informar a tdas as pessoas que disseram que o nequinho e um cao do "lixo" que nao deviam insultar os caes das outras pessoas mas sim olhar para os que tem :( !!! pensem bem antes de falarem dos outros, pois os vossos caes tb podem ser caes do "lixo" !!! nunca ouviram dizer que so fala quem tem que se lhe diga !!!! ah pois atao pensem bem nisto !!!!!
adeus e um grande bjinho pra ti raquel!!! tou mortinha por ver o nequinho deve tar mesmo grande!!!! bjs **** :lol: [color=violet][/color][size=18][/size]
kitten
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quarta mai 12, 2004 8:41 pm

Olá amigo FBC

Quando diz que, e cito:

"Escolher um cão de uma determinada raça, que foi seleccionada durante centenas de anos para determinado trabalho, e depois utiliza-lo apenas para servir de brinquedo para os nossos filhos e ir com ele ao jardim ao fins-de-semana, é como comprar um livro de um grande autor só porque fica bem na estante e depois não o ler, é como comprar um “ todo terreno” e depois não sair no alcatrão. "

Não deve com toda a certeza estar a falar de mim. As minhas cadelas todos os dias saem e correm até terem vontade, não servem de brinquedo para os meus filhos, são tratadas com todo o respeito e consideração que me merece todo e qualquer ser vivo, ou melhor, são tratadas como fazendo parte da minha familia.
Se todos nós pensassemos como vc 80% das raças estavam extintas.

Já agora se me permite que cães tem? E outra coisa, que utilidade têm eles para si?

E novamento cito:

"Hoje, nas ditas sociedades “civilizadas”, as infinitas características de cada raça apenas servem para satisfazer o gosto pessoal dos donos da futura mascote ( compra-se um basset hound porque tem umas orelhas imensamente giras, compra-se um husky porque parece um lobinho ou compra-se um labrador por é muito meigo)- isto é reduzir os cães a “ peluches animados”, mascotes, “pets”, ou o que lhe queiram chamar. "

As "minhas" raças existem na minha vida por são estas que eu quero e não outras. Não gosto do baixote por estar "in" ou porque tem orelhas grandes e patas curtas, gosto do baixote porque tem um temperamento fascinante.
Não gosto da keeshond porque tem muito pêlo ou porque é parecida com uma raposa, gosto exactamente pelo mesmo motivo acima descrito.
E gosto essencialmente porque são as minhas meninas, estou no meu direito de escolher a raça que quero e posso garantir-lhe que são as duas felicissimas.
E já agora o que acha dos bull? foram criados para lutas, como tal assim devem continuar, é isso?

Digo-lhe mais, já criei teckel e cocker há cerca de 12 anos e recusei sempre vender a caçadores, preferi oferecê-los a amigos.


Pronto a mensagem já vai longa. And i rest my case
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Madalena Marques
nel
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quarta mai 12, 2004 10:02 pm

Olá FBC
Lendo esta sua última mensagem e comparando-a com a primeira, dir-se-ia que não se trata do mesmo autor. Desta vez não vou rabujar e vou tentar responder-lhe da melhor forma que puder.
O que me irritou na sua primeira mensagem não foi tanto o conteúdo, mas a forma como colocou o problema. Eu não a reli, mas no essencial passou um atestado de menoridade a todos os possuidores de cães de raça que não são usados segundo as suas potencialidades funcionais, mas antes e apenas como objectos fúteis e de ostentação ou como simples brinquedos.
Ora usando as suas palavras, “isto tem muito que se lhe diga”.

Em primeiro lugar, eu acho que a FORMA de se expressar nesta última mensagem é bastante mais correcta e é, aliás, um dos motivos por que respondo; mas eu continuo a discordar com o CONTEÚDO. E este também é um outro motivo para responder. Isto é um fórum e se estivéssemos todos de acordo era uma chachada.

Acho que aqui há uma série de conceitos interligados: cão de raça, cão de trabalho, cão de companhia, humanização do cão, snobismo, moda ... enfim, muitos, muitos mais conceitos. Mas dá para entender que o usufruto do cão pelo homem, em termos latos, tem realmente muito que se lhe diga, é muito complexo e, como tal, não pode ser reduzido a uma única função como pretende nas suas mensagens: o cão é fundamentalmente um animal de trabalho e, também, por acréscimo, um animal de companhia.
Pois, esta é uma forma muito redutora e muito limitada de entender o cão. E por causa desta mentalidade, pois julgo tratar-se mais de mentalidade do que de mera ignorância, muitos cães são maltratados por esse país fora.

Eu um dia disse aqui a propósito não sei de quê, talvez tenha sido a propósito do bem-estar ou da felicidade do cão, que todos os cães de qualquer raça ou sem raça definida deveriam ter uma tarefa qualquer de acordo com as suas aptidões, pois isso garantir-lhes-ia uma muito maior satisfação.
Sempre defendi isto. Mas não vou inventar um trabalho convencional à força, se essa tarefa puder ser substituída por uma actividade simultâneamente lúdica e saudável para o cão e para o dono. Basta um pouco de imaginação, um pouco de bom senso e um grande respeito pelo animal, que não quer ser outra coisa do que ser um cão.

O conceito “cão de companhia” é relativamente recente. É um produto da sociedade urbana, mas apenas das grandes cidades. O cão de companhia na província, inclusivamente nas cidades do interior, não existe e não faz qualquer sentido. Trata-se de uma questão puramente cultural. É um fenómeno muito interessante, porque grande parte dos habitantes das grandes cidades provêm da província, como por acaso, e a propósito, é o meu caso.
Já tentei explicar em diversos tópicos anteriores o desenvolvimento deste fenómeno, em muitos casos doentio, e que resulta dos modos de habitar e se traduz numa convivência fisicamente estreita das pessoas com os animais, em que se geram cumplicidades, afectos, dependências e todo um conjunto de sentimentos. E, em grande parte dos casos, tende-se para a “humanização” do animal, com todas as consequências negativas conhecidas.
Mas uma cois é certa: o cão entrou nas nossas casas para ficar.
Na província não é assim. O cão não põe a pata dentro de casa. Cão é cão, expressão muito comum. O cão serve para guardar a casa ou para a caça. Cão de companhia é mariquice. Mas (nalguns casos) até acredito que o cão da província seja mais feliz do que o cão de companhia da grande cidade. Por um motivo simples: anda solto, livre. Mas duvido que o cão vocacionado para a caça, que passa a maior parte do tempo metido num espaço exíguo tipo galinheiro, a ganir desalmadamente horas a fio, seja feliz. Sê-lo-á durante aquelas parcas digressões uma meia dúzia de vezes por ano durante o período da caça. Mas, e fora desse período?

Não vou referir-me às corridas de galgos, por exemplo, porque me dá voltas ao estômago só de pensar na forma como os galgos são tratados para a competição e, principalmente quando atingem o fim da carreira e deixam de ter rendimento.
Até acredito que sejam muito felizes durante a competição.
Mas... e fora desse período?
Pois, mas os galgos também têm aptidão para a caça à lebre. Pois, não duvido de forma alguma que lhes daria um enorme prazer ir atrás de umas lebres. Mas o problema é que eu respeito os meus cães como cães, mas também respeito as lebres, que não têm culpa nenhuma de haver galgos e de donos que têm a mania que são caçadores.

Bom, isto já vai muito longo.
Só queria referir o seguinte: há aqui dois aspectos fundamentais a considerar. Um tem a ver com o bem-estar do animal, competindo ao dono encontrar vias alternativas às suas potencialidades funcionais de modo a garantir a sua satisfação. E isso é perfeitamente possível quando se tem um cão fundamentalmente para companhia. Outro aspecto, e muito importante, é uma nova dimensão do cão como animal de companhia, que infelizmente não é entendida por muitas pessoas, como creio que é o seu caso.
Limitação a sua.
Quer um conselho? Abra o espírito. Veja um pouco mais longe. Não seja tão rígido.
Não tenha um raciocínio tão redutor e tão limitado sobre a cinofilia. As coisas não são só preto ou só branco. Há muitas cambiantes e o mais maravilhoso desta vida é a subtileza desses cambiantes.
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FAbarm
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quarta mai 12, 2004 11:40 pm

kitten Escreveu: Digo-lhe mais, já criei teckel e cocker há cerca de 12 anos e recusei sempre vender a caçadores, preferi oferecê-los a amigos.
Boa Noite

Se me permite, eu creio que esses BRUTOS dos CAÇADORES é que não gostavam muito dos seus cães... não venha agora dizer que não os vendia a eles.

E também se me permite, acho muito triste para quem ja foi "criadora" que a Função não estivesse presente. Obrigado por ter deixado de "criar"...

Tiago Fortuna
A forma &eacute; a imagem pl&aacute;stica da fun&ccedil;&atilde;o
FAbarm
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quarta mai 12, 2004 11:40 pm

repetida
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fl1pp3rpt
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quinta mai 13, 2004 1:35 am

Epah... vivam os cães do lixo!!

Se repararem... cães do lixo e pitbulls são as raças aqui do forum que tem mais respostas!!

Por isso mesmo estão de parabens!

Parabens aos pitbulls (do lixo?) e aos oficiais "Cães do lixo"
FBC
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quinta mai 13, 2004 3:02 am

Caros amigos

Em primeiro lugar quero dizer que embora não seja caçador (ainda) não tenho nada contra a caça, antes pelo contrário, por razões que já especifiquei muito bem noutro tópico e que vou resumir

1º É a função mais natural do cão, por razões obvias, todos os cães adoram caçar e então os de raças especialistas no assunto nem se fala. E a este respeito quero dizer o seguinte se vocês tiverem cães de caça e os tratarem com todo o carinho possível com uma alimentação excelente, etc, etc... e os emprestarem a um amigo caçador para os levar meia dúzia de dias por ano à caça eles vão considerar o caçador o líder e abandonam-vos para ir com o caçador. Falo com conhecimento de causa.

2º Sempre que comemos um animal caçado, estamos a comer um animal que viveu feliz e livre e não a comer um infeliz frango de aviário ou porco de pocilga. Do ponto de vista do direito dos animais, o ideal era que todas as pessoas só comessem caça. É claro que isso é impossível, mas quantos mais javalis comermos menos porcos se criam nas pocilgas. O problema dos direitos dos animais não tem a ver com a sua morte mas sim com a forma como vivem. Alem do mais a predação, na natureza, ( ou a caça neste caso particular) evita que os animais morram de doença ou velhice e, nesse caso sim, com grande sofrimento- a natureza é sábia.
3º Têm sido os caçadores que mais têm feito pela recuperação da natureza. Sobre este assunto teria muito para dizer mas apenas vou referir a vacinação do coelho bravo que pode vir a ser a salvação da águia imperial, águia de bonelli, lince ibérico, etc.

4º A caça é a lei mais básica da natureza, todos os seres vivos se comem uns aos outros e todos os carnívoros têm instinto de caça e o homem também. Por isso o gosto pela caça não deve ser alvo de juízos de valores visto ser um instinto básico do homem, adquirido por selecção natural.

Desculpem-me os excessos, pois desviei-me do assunto.

Concordo em quase tudo com o nel e concordo que muitos dos cães de trabalho ( caça, corridas , etc) são mal tratados, mas uma coisa não implica a outra. São mal tratados porque os donos são os tratam mal e não porque trabalham, porque o trabalho só contribui para a felicidade deles.
Mas não concordo com a transformação dos cães de trabalho em cães que sirvam apenas para companhia, isso leva ao fim das raças. Se queremos manter uma raça a selecção deve ser baseada na funcionalidade. Caso contrário vamos perder este belo património que são as raças caninas.
Para mim um cão é um dos melhores companheiros que se pode ter mas reduzir um cão a isso é desperdiça-lo e é deixar perder a selecção das raças feita durante milhares de anos
Quanto aos galgos e lebres, digo apenas que na natureza uma lebre nunca morre de velha, é sempre morta por um predador e para a lebre é indiferente que esse predador seja lobo, raposa, águia ou galgo...

Amiga kitten
Lamento que afaste os seus cães de caça daquilo que eles mais gostam de fazer, desta forma não contribui para que eles sejam plenamente felizes nem contribui ( caso seja criadora para a conservação da raça).
Quanto à questão dos bull, eu disse na minha intervenção anterior que os cães deviam desempenhar as funções para as quais foram criados ou outras onde pudessem utilizar as suas características ( como é o caso de certos desportos “radicais” inventados pelos donos dos pitts para testar a força e o gameness). Em relação às lutas de cães já tive a oportunidade de dar a minha opinião noutro tópico e não vou repetir.

Cumprimentos
Francisco Bica
Última edição por FBC em quinta mai 13, 2004 9:13 am, editado 1 vez no total.
casadofarol
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quinta mai 13, 2004 8:49 am

Os cães, tal como os jeeps (comparação feita por outro forista) adaptam-se a novas funções, quando as originais desaparecem. Eu, confesso, :oops: já tive um jeep, comprado não por um gosto particular, uma vez que também pensava que andar com um jeep na cidade era exibicionismo, mas por outras questões que não são para aqui chamadas. Vendi-o porque era a gasolina, mas devo confessar que foi o melhor carro de cidade que tive até hoje. Não havia passeio que me resistisse ;) , e mesmo quando ficava bloqueada no estacionamento era só fazer uma gincanazita no passeio, e já está.
Os cães hoje já não matam lobos nem ursos: o que é que se vai fazer a essas raças? eliminá-las? Não me parece que seja a melhor solução, assim como meter um urso no jardim para entreter o cão também não é. As raças evoluem, e adaptam-se, afinal foi isso que aconteceu a todas as espécies,desde os primórdios, e continuará a acontecer.
FBC
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quinta mai 13, 2004 9:31 am

Caro amigo casadofarol

Uma coisa é a evolução de uma raça, ou espécie ao longo de centenas ou milhares de anos ( por exemplo o podengo vem do cão dos faraós, os vários mastins modernos vêm do antigo mastim do Tibete, etc), outra coisa totalmente diferente é a transformação repentina de todas as raças caninas em mascotes e de todas as espécies selvagens em peças de jardim zoológico. A isto chamo uma forma diferente de extinção em massa.

Infelizmente ja ha poucos lobos e ursos mas a caça maior está a aumentar portanto neste caso não ha razão para essas raças modarem de profissão

Cumprimentos
Francisco Bica
Jordan
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quinta mai 13, 2004 10:33 am

[quote=cgtorres]
[quote=Guida__F]
Bem, em primeiro lugar devo informa-lo que maioria dos foristas divide os cães em rafeiros e cães de raça e se os cães de raça têm direito às suas caracteristicas próprias conforme as diferentes raças, os rafeiros são classificados como um grupo único.

Prepara-te para receber as mesmas respostas que eu própria recebi, e são todas do género "rafeiro é rafeiro e ponto final". E olha que eles classificam os cães de raça sem registo com sendo rafeiros.

[/quote]

Eles isto, eles aquilo....
Tanto disparate junto!
Além de que a abordagem aqui é diferente. Encontrou um cão e quer saber se tem raça e se sim, qual é..
Ora se não tem raça é rafeiro..porque mesmo a mistura de duas raças dá um rafeiro..mas qual é o mal disso???
Há que chamar as coisas pelos nomes, não se melindre tanto!!
[/quote]


Visto que as "raças" que conhecemos hoje são misturas... e das misturas surgiram "raças" estamos diante do dilema, quem surgiu primeiro o ovo ou´a galinha!!!
A forista fez uma simples pergunta, alguém é capaz de responder de modo simples???? Sim Não Talvez...
Aproveitaram logo para transformar isto num campo de batalha! Já vão espantar um novo forista que chaga aqui cheio de inocência e camaradagem (como eu própria a uns meses atrás) e vai acabar se desiludindo (se é que já não está!)!!! :?: :?:

Pois bem caros fica uma dica, para todos:

"Sinceridade é bom, mas sinceridade a mais é falta de educação!"
angie_bcl
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quinta mai 13, 2004 10:51 am

raquel21 Escreveu: eu gostaria de saber se o meu cão tem alguma raça especifica pois foi encontrado na rua ainda muito bebe e o veterinario não me esclareceu vou-vos apresentar o neco numa foto e gostava da vossa ajuda...
talvez não tenha numa raça mas é so para esclarecer a minha duvida...
A dúvida da Raquel não é pertinente porque se o veterinário não a consegui esclarecer foi porque não tem nenhuma raça definida, isto é, não se consegue perceber no Neco nenhum traço caracteristico de nenhuma raça reconhecida.

Mesmo conhecendo algum dos progenitores, e algum destes seja de raça, o aspecto do cão pode não ter nada a ver, pode inclusivé, ter parecenças com o avô ou avó.

Convençam-se que os nossos cães não têm nenhuma raça definida, e a Guida_F especialmente, pois essa mania da perseguição já satura.

Apesar de a Jordan achar que os foristas são muito duros nas respostas, eu considero que só assim as pessoas caem na real. Quase como aconteceu naquele programa das Misses. Como ninguém teve coragem de dizer áquelas meninas que elas eram feias, foram expor-se a Portugal inteiro e choraram baba e ranho porque o juri foi duro.

A forma como este tópico descambou, não é de admirar, mas destas intervenções no campo de batalha retira-se sempre alguma coisa de útil ;)
FAbarm
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quinta mai 13, 2004 10:58 am

casadofarol Escreveu: Os cães hoje já não matam lobos nem ursos: o que é que se vai fazer a essas raças? eliminá-las? Não me parece que seja a melhor solução, assim como meter um urso no jardim para entreter o cão também não é. As raças evoluem, e adaptam-se, afinal foi isso que aconteceu a todas as espécies,desde os primórdios, e continuará a acontecer.
Mas a FCI obriga a prova de trabalho... porque razão?!
Cumprimentos

Tiago
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nel
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quinta mai 13, 2004 11:43 am

É realmente a falar que a gente se entende, mas neste meio de comunicação em que as mensagens têm que ser ou devem ser sintéticas, lacónicas e às vezes mesmo telegráficas, parte das ideias ficam na nossa cabeça e outras vão mas corre-se o risco de serem mal interpretadas.
Realmente, à medida que vou lendo as mensagens do FBC, vou percebendo que existe mais um défice de comunicação do que uma oposição tão drástica de conceitos. Mas enfim, poderei estar enganado. Oxalá que não.

Um outro aspecto que gostaria de referir, à margem, é que o tema degenerou em relação ao assunto inicial. Isto acontece frequentemente aqui no fórum, com a agravante de, em muitos casos, os conteúdos das mensagens se desviarem na totalidade da cinofilia e cairem no insulto fácil. Felizmente não é o caso aqui, embora se notem umas interferenciazitas de vez em quando, e julgo que valeu a pena desenvolver o tema num sentido completamente diverso do inicial.

Um terceiro aspecto que gostaria de referir, e que já por inúmeras vezes salientei aqui no fórum, é que as posições que muitas vezes se tomam aqui PARECEM mais do que SÃO. Eu explico.
Em muitos casos, para se defenderem posições ou convicções, cai-se facilmente no extremo.
Assim, eu quando referi que não levava os meus cães à caça porque tenho respeito pela lebre, entenda-se isso de forma simbólica. Eu não sou caçador nem conto vir a sê-lo, mas não é por me considerar um bonzinho e os caçadores uns selvagens e insensíveis. Até poderá haver muitos e eu até conheço alguns, mas aqui como noutras áreas, não devemos generalizar.

Finalmente, acho que há aqui um diferendo no que respeita à função do cão que, provavelmente, não tem solução. Esta é uma velha batalha minha, em relação à qual já estou relativamente bem treinado.
A maior parte dos meus amigos vivem na província, mais concretamente na zona de Viseu. Uns da minha geração, outros nem por isso, uns caçadores, outros não, uns mais instruídos, outros menos, enfim, o que quero expressar é que há um conjunto muito heterogéneo de pessoas com quem tenho debatido estes aspectos da vivência do cão.
Mas é uma batalha perdida, porque o conceito de "cão de companhia" efectivamente não faz qualquer sentido na província, como tantas vezes tenho referido. Trata-se de uma questão cultural. Não de se ser mais ou menos culto, entenda-se, instruído.
Diga-se, de passagem, que o entendimento que eu fui tendo do "cão de companhia" foi muito lento. Sempre me opus e considerei aberrante, ridículo, anti-natural conviver com bichos em apartamentos, por exemplo.
Mas a ÚNICA forma de me converter e de mudar radicalmente de opinião e de entender a VERDADEIRA dimensão do cão de companhia foi através do convívio que passei a ter com os meus cães. Se não tivesse passado por essa experiência, de certeza que ainda estaria do outro lado.

Ora muito bem. A defesa acérrima que estou a fazer aqui do cão de companhia não exclui, de forma alguma, a defesa honesta que habitualmente faço sobre a funcionalidade do cão e o aproveitamento das suas capacidades de trabalho. Do que não tenho quaisquer dúvidas é que ALGUMAS raças, como é o caso do whippet, são excelentes cães de companhia e serão efectivamente felizes se lhes forem proporcionadas actividades que se aproximem das tarefas convencionais. Repito, haja bom senso, imaginação, dois dedos de caco e um grande respeito pelo animal.

Um aspecto muito importante que pouco tem sido referido por mim aqui nestas mensagens tem a ver com o lado extremamente perverso e ambíguo que envolve o “cão de companhia”. Isto daria pano para mangas, mas mensagem já vai longa.
Concordo em absoluto, e já o tenho referido inúmeras vezes, que muitas das motivações que levam à aquisição e manutenção de um cão para companhia são viciadas à partida. Seja por moda, por snobismo, por impulso, por estupidez, por carência afectiva, sei lá ... (são tantas...) realmente isto é extremamente criticável. E mais ainda. Em tantos e tantos casos, as pessoas acabam por não respeitar o animal, seja humanizando-o, seja abandonando-o horas a fio, seja não o entendendo como animal que é e que não quer ser mais do que isso.

Mas não vamos rotular e meter todos os possuidores de cães de companhia no mesmo saco. Isso é que eu considero muito injustio e redutor. Eu sei que não é fácil entender a VERDADEIRA DIMENSÃO do cão de companhia. E também concordo que um infelizmente elevado número de possuidores também não entende essa dimensão.
Direi mais para concluir: não sabem o que perdem quem não entende essa dimensão.

Para quem teve a pachorra de ler, desculpem a extensão da mensagem.
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