fl1pp3rpt Escreveu:
A 1ª resposta que é dada por criadores e fundamentalistas da raça é que o géne branco está associado a cardiopatias graves, ausencia de visão e audição e problemas de pele. As 1ª são uma falsidade e 1 boato a questão da pele é verdade.
Não vamos também cair no extremo oposto e negar o que está cientificamente provado. A ausência de pigmento PODE afectar a visão e a audição assim como muito raramente também afectar o desenvolvimento fetal de outros orgãos internos.
TODAS as raças onde existe falta de pigmentação estão sugeitas a estes problemas mas ao contrário do que se pensa, a prevalência não é de 100%, porque senão não havia cães brancos de raça nenhuma a serem criados.
A razão porque os brancos de origem genética swsw, duplos merle ou albinos do tipo I , têm problemas ao nivel da audição ( mais frequentemente unilateralmente ) da visão e de outros orgãos, é que durante o desenvolvimento embrionário as células precursoras dos melanócitos ( as células que irão produzir o pigmento da pele, a melanina)também são precursoras de outros tecidos, inclusive os tecidos nervosos do canal auditivo, do desenvolvimento das estruturas dos olhos e outros orgãos como o figado e coração.
Estas células precursoras sofrem uma migração apartir da corda neural do embrião para todo o corpo e mesmo em cães normalmente pigmentados, ás vezes as pontas das patas, debaixo do queixo e no peito não são atingidas por estas células e ficam brancas. O que o gene SW faz é impedir esta migração e daí que um cão que tenha apenas um dos genes sw fica marcado de branco nas patas, focinho e peito. Se tiver dois genes swsw, a migração é mais impedida ainda e o cão fica com muito branco dependendo da extenção da actuação dos genes. Pode ficar com algumas malhas de cor em fundo branco ou ser totalmente branco. Ora aqui é que está o problema. Se estes cães tiverem o azar de uma dessas áreas não pigmentadas ( ou seja de não migração das células precursoras ) for o canal auditivo, os olhos ou onde nós não vemos como alguns orgãos internos.... ele vai nascer com esses orgãos "incompletos". Normalmente surdo de uma das orelhas e niguém se apercebe disso, ou totalmente surdo. Muito mais raramente com microftalmia ( olhos pequenos ou até sem olhos ) e com probelmas de desenvolvimento por estarem afectados orgãos internos concomitantemente, isto claro em casos muito extremos.
Nas raças onde o branco swsw existe ( bull terrier, dalmata, dogo argentino, etc...), esses problemas existem, mas é tudo uma questão de percentagem. A surdez unilateral anda na ordem dos 15-20% mas a surdez bilateral já anda na ordem dos 1-2% e isto varia muito conforme a raça, há raças onde a prevalência ainda é menor. Se formos a ver há doenças genéticas não relacionadas com a falta de pigmentação com prevalências muito maiores e essas sim, graves problemas para a raça, como a cardiomiopatia dilatada, a displasia da anca, o cancro, etc..
Para mim a questão é: Se nas outras raças brancas, essas probabilidades são aceitáveis.. então também deveriam sê-lo nesta raça. Abandonar a cor branca porque sim e pior ainda eleminá-los á nascença, mesmo sendo a grande maioria totalmente saudável, com a desculpa que se é branco é porque é deficiente ou porque contaminava o pool genético, não tem qualquer fundamento, pois a maioria de facto é saudável e porque a cor branca do boxer não é de origem albina, mas de origem piedbal (sw) o mesmo gene que sempre existiu nos boxer e que faz os tão desejados boxer malhados de branco no focinho, peito e patas. Se soubessem minimamente de genética saberiam como evitar os brancos ( isto claro, para quem não os quer)... escusavam de os eliminar.