Ora bem, perfeitos disparates está você a dizer!casadiscaes Escreveu: Caro caoegato...
Que perfeito disparate...![]()
![]()
![]()
Como ateu, cínico e critico dos "Direitos do aninais" (coisa que acho que não existe) e ser humano, posso dizer-lhe que a sobrevivência das espécies não está sujeita a nenhum contrato ambiental como diz Desmond Morris, mas sim às necessidades do homem e às condicionantes geradas por este. O homem é prioritário, e é ele que tem que fazer a gestão dos recursos disponíveis. Podemos concordar que não o está a fazer da melhor maneira, mas se para garantir a sobrevivencia do homem for necessário exterminar 50% das espécies animais, é óbvio que esse extermínio deve ser feito, agora se a preservação dessas espécies não colocar em risco o homem, então deve ser tentado tudo para a sua preservação.
[...]
Nalguns aspectos somos priveligiados... seremos das últimas gerações de seres humanos a conhecer a bio-diversidade do planeta actualmente... pode-me perguntar se não tenho pena, e tenho, e muita, mas prefiro que a minha filha e família (se ela a vier a ter) sobrevivam, do que o macaco rhesus ou os golfinhos...
O texto do caoegato contém incorrecções históricas, e conclusões reducionistas, mas pelo menos mostra respeito pelo planeta e pelo seu conjunto!
Agora você, francamente!! E o mais engraçado é que se afirma ateu, nem se apercebe sequer que, inconscientemente, está a veicular o conceito judaico-cristão de homem como rei da criação!
Nem há comentários a fazer a esta visão estreita -"é óbvio que esse extermínio deve ser feito".
E cai em contradição logo mais abaixo, ao lamentar que sejamos das últimas gerações a ver esta biodiversidade!! Haja Deus!!
Vou-lhe transcrever, para si e para os outros, (muito a propósito também para o cãoegato que não entendeu nada da relação dos homens primitivos com os animais) uma passagem de um livro que considero uma obraprima no campo da defesa ecologista: O Poema ecológico - Carta do Chefe Seattle em 1854 ao Grande Chefe Branco de Washington.
"Somos parte da Terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família. (...) Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de vida.
Ele não sabe distinguir um pedaço de terra de outro, porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga e, uma vez conquistada, ele segue o seu caminho, deixando atrás de si a sepultura dos seus pais, sem se importar com isso! Rouba a terra aos seu filhos: também não se importa! (...) O seu apetite devorará a terra deixando atrás de si só o deserto. (...) Sou um selvagem e não compreendo outro modo de vida. (...) Sou um selvagem e não compreendo como é que uma máquina fumegante pode ser mais importante que o bisonte que nós só matamos para sobreviver.
Que seria do homem sem os animais? Se todos fossem exterminados, o homem também morreria de uma grande solidão espiritual. Porque o que suceder aos animais também sucederá ao homem.
Tudo está ligado. (...) Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence á terra. Isto sabemos. Tudo está ligado."
Palavras extraordinárias de um selvagem.
O que é triste, é que mais de um século depois os homens civilizados digam as barbaridades que li aqui.
Desculpem se me alonguei na transcrição mas não resisti. Pode ser (abro sempre a porta às possibilidades por mais remotas que sejam) que alguém fique a reflectir nisto.