O meu cão Artur (que é um teckel de pêlo cerdoso) tem exactamente o mesmo problema. Passei meses a fio a chegar a casa para encontrar cadeiras sem perna (duas), buracos no tapete ou no sofá, portas roídas, telemóvel comido, comando da TV idem, etc. etc. E ele já foi adoptado com mais de um ano (estava abandonado, provavelmente por ser uma peste destruidora).
Acabei por consultar um especialista em comportamento, que me deu algumas dicas para superar o problema, geralmente causado por um fenómeno que se chama ansiedade por separação (o bicho entra em stress com a ausência do dono e para superar a ansiedade destrói). As principais dicas são ase seguintes:
- Nunca bater no cão (ele não se lembra do que fez e a agressão só serve para aumentar mais o seu stress)
- Ignorá-lo pelo menos 15 minutos antes de sair de casa e pelo menos outros 15 minutos depois de voltar (às vezes, quando há grandes asneiras, é preciso contar até 100 para não ter um ataque de fúria, mas o esforço compensa)
- Habituar o cão a estar separado do dono quando estão ambos em casa (por exemplo, noutra divisão)
- Ir fazendo saídas curtas, seguidas por outras cada vez mais prolongadas, para o bicho se ir habituando à nossa ausência (sempre sem falar com ele antes de sair nem após entrar)
- Nunca fazer festas no cão quando ele as pede de forma excitada, saltando-nos em cima, por exemplo (o cão tem que perceber que lhe fazemos festas quando nós queremos e não quando ele quer e que nem sempre estamos à sua disposição)
- Usar e abusar das festas quando o cão se encontra calmo (quando chegamos a casa, por exemplo, só devemos ir fazer festas ao cão quando ele já se deitou com um ar tristonho, por não lhe ligarmos nenhuma)
No caso do Artur, estes truques têm resultado, embora os progressos tenham sido lentos (hoje em dia, tenho destruição mais ou menos uma vez por quinzena ou mesmo uma vez por mês, quando dantes tinha todos os dias). O deixar ossos e outras coisas à disposição para ele roer não funciona, porque o stress o leva a fazer coisas que sabe serem proibidas. A pimenta ou picante também não resultou... Outro truque que uso (esse da minha autoria) é deixar coisas à disposição para ele roer, mas dando-lhe a entender claramente que não quero que ele o faça. Por exemplo, deixo muitas vezes garrafas de água de plástico vazias ao pé do caixote do lixo e digo-lhe com um ar severo "não mexes nas garrafas". Geralmente, quando lhe dá o stress é logo lá que vai e assim salvam-se os móveis. Pouco ortodoxo, mas eficaz
Espero ter ajudado alguma coisa
Boa sorte!
Isabel