eu tambem me lembro do meu primeiro amiguinho. Era um rafeiro, achei a ninhada na aldeia da minha avó, e sem a minha mãe saber levei um para casa. Era branquinho com machas castanhas, tamanho médio. Eu tinha 6 anos na altura, mas lembro-me como se fosse ontem. Ele era mesmo pequenino, tive que lhe dar leite, mas já naquela altura era inteligente (

), como não tinha leite proprio para cães misturava com agua e dava-lho com um biberão que tinha sido meu.
Dormia debaixo da minha cama dentro de uma caixa, até que a minha mãe o achou e felizmente deixou ficar com ele.
Foi o meu grande amigão, pelo menos durante 9 anos e teria sido durante mais alguns se o BOI do vizinho do meu pai não tivesse a mania de envenenar os cães.
Ainda hoje tenho raiva daquele vizinho por causa disso.
Um dia quando cheguei a casa da escola, estava a minha mãe a porta, para me dar a noticia, ainda me agarrei a ele mas já estava frio, e com o corpo duro, mesmo assim ainda fui buscar um cobertor na esperança de aquecer, fiz-lhes festas e dei-lhe abraços, para ele acordar, mas nada. Escusado será dizer que chorei durante muito tempo,perguntava á minha mãe se ele ia para o céu, entre muitas coisas.Entrerrei-o no quintal e o meu pai, pos uma pedra marmore por cima que ainda hoje lá está, e estará. Os meus netos qunado os tiver, vão saber quem foi o Dique e onde está enterrado.
Agora, as vezes ponho-me a pensar e parece que o que fiz foi um exagero, mas eu gostava mesmo daquele cão.
Posso ter muitos mais cães, mas nenhum será como aquele.
Susana Marques