Para Criadores

[Andree]

Boas!

Sou um jovem de apenas 19 anos com uma grande paixão por cães mas, infelizmente, nunca pude ter um único (mãe é assim) . No entanto, não me canso de ler, pesquisar sobre várias raças ou atravessar para o lado oposto da rua só para olhar nos olhos de um cão. Sei que um dia e quando puder ter condições vou ter 3, 4, 5 ou mais cães. Ao mesmo tempo penso se não será melhor ter apenas um ou dois exemplares uma vez que a dedicação e atenção dadas a cada um deles será muito maior.
Será que, tal como um criador, uma pessoa com uns 10 cães não perde um pouco a sensibilidade e o fascínio pelos cães ("mais um, menos um...")? Uma vez que estão habitualmente limitados ao canil e que não podem, por exemplo, ir todos "à rua" será que não se perde um pouco daquela proximidade especial com os cães? Será que o criador não tende a tratar os cães como um todo em vez de os tratar como 10 cães diferentes (com atenções, brincadeiras, mimos e cuidados individualizados)?
Esta ainda é a minha grande dúvida quanto ao meu sonho (que não estará muito longe) de um dia chegar a casa e ser rodeado de cães...

Cumprimentos a todos.

[CasadeAnaval]

Boa noite.

Uma mãe ou um pai com 7 filhos gosta deles menos do que se tiver só um ?

[bully2]

ola,

um, dois...três... isso é indiferente. O importante é se sabemos (e se podemos) cuidar deles. Porque quem tem mais que um cão consegue gostar de todos eles. Por vezes há uma maior identificação com um ou com outro, mas deve-se ( tal como nas pessoas ) ao "feitio" de cada um.
Desejo-te a maior sorte do mundo.... e que pelo menos um consigas ter.( pois também já passei pela mesma situação).

Abraço

[CasadeAnaval]

Um individuo com 2 cães em uma varanda já pode ser considerado puppy mill.

No Brasil existem criadores com 500 cães de raça e que os têm em condições incrivelmente boas.

Neste caso não é o que está em causa, mas a atenção e carinho que se pode dar a cada cão.

[penasepatas]

bom eu acho que quando chega um cachorro novo á familia apenas começa tudo de novo, as novidades, surpresas,e tambem o trabalho mas o amor esse é o mesmo

[Musky]

Neste caso não é o que está em causa, mas a atenção e carinho que se pode dar a cada cão.

E o tempo disponível para cuidar deles.

Se trabalhar 8 horas por dia, gastar 2 em deslocação, 2 para cuidar de si próprio, mais 8 para dormir, sobram 4 horas para os cães, isto se abdicar de tudo o resto (TV, livros, CD's, etc...).

Portanto, independentemente do espaço e das condições, convém ver de que tempo dispõe e logo avalia quantos cães pode ter.

[Golden_]

...

[nynf]

Cada cão é um cão único, mesmo que partilhem a mesma raça e muitas vezes a mesma herança genética.
O facto é que para se ser criador, além de tudo o resto, não é necessário ter 15 cães. Ser bom criador não é ter "n" ninhadas por ano.
Ser-se bom criador é ter um amor, respeito e conhecimento em constante devir pela raça que se escolheu.
É também saber e ser capaz de abdicar de muita coisa - entre elas o conforto e comodidade - para se poder dedicar á sua paixão, pois criar sem paixão é o mesmo que ter uma fábrica de cachorros.
São anos de estudo e anos de prática, são noites sem dormir, é ir ás quinhentas da manhã com uma cadela de urgência para um vet a kms de distância, mas no qual depositamos a vida dos nossos animais sem pestajenar.
É ser-se capaz de mudar de casa, a 5m do trabalho, para uma com terreno e condições para os seus animais, mesmo que isso signifique ter que se levantar ás 6 da matina para que, antes de sair para 1 hora de autoestrada para chegar ao trabalho, poder dedicar 1 ou 2 horas aos seus cães.
Sim, porque criar não dá dinheiro, e quem não tem heranças ou condições familiares que lhe permitam dedicar-se exclusivamente a essa paixão, tem que ter um trabalho que dê o dinheiro essencial para viver e porpocionar tudo aos seus animais.
É dedicar quase todos os momentos livres a essa paixão, aos seus cães.
É passar uma noite em branco porque uma cadela está a parir, e se ela não tiver leite, estar preparado para durante 1 mês ter a vida transformada num inferno por causa das mamadas...
É não vender ao primeiro que aparece porque os cachorros já têm 3 meses e comem alarvamente.
Ser criador é também fazer muitos sacrificios, para os quais não há dinheiro que pague.
È fazer kms para se ir a expos, é levantar ás 4 da matina para treinar os cães, é chegar do trabalho e ir com eles trabalhar debaixo de chuva, porque para eles não há frio como para nós...
É estar preparado para acompanhar cada cão que sai para um dono a qualquer hora,e estar pronto para o receber de volta, quantas vezes num estado deplorável, porque os donos tiveram um bébé, ou se separaram, e o cão já não serve para nada...

Ser criador é amar e é chorar...é sofrer e é rir de pura alegria e orgulho.

Porque quando chega o comprador, e olha para o cachorro, não vê nada disso, e o Criador é um chulo por estar a pedir aquela exorbitância (que muitas vezes mal paga as despesas que se tiveram com os pais, com a cruza, com a preparação, alimentação, ninhada, etc).

Porque Criar ... Criar deve ser sempre um acto de Amor e de Responsabilidade.

Isto além de tudo o mais.

E sim, para o verdadeiro criador, cada animal é um animal único e ele conhece cada um melhor que ninguem...

E se perguntarem a muitos cães...mil vezes no canil do criador do que em casa de um qualquer dono...

Isto além de tudo mais.

[ladyxzeus]

Olá.
A quantidade de cães não é inversamente proporcional ao amor que se tem por eles. Eu tenho três e gosto de todos eles. Se tivesse 10 (que um dia terei), gostaria de todos eles da mesma forma.
Da mesma maneira, um Criador (está aqui implícito que é aquele que cria por ser um apaixonado pela raça, que pretende melhorá-la e que se dedica à criação com amor, carinho, responsabilidade e todas essas qualidades) gosta da mesma forma de todos os seus cães. Porque, no fundo, ele é como um dono que quer melhorar os seus cães, cada vez mais. Isto quer tenha um, dois, três ou 500.
O melhor exemplo que tenho (desculpem andar quase constantemente a falar disto...) são os cães do albergue da UZ. São 900 e todos eles têm nome e uma dose de carinho diária. Os voluntários mais antigos e os membros da direcção gostam de todos da mesma forma, tratam-nos todos de igual forma. Claro que há uns que são "mais" que outros, mas isso é como em qualquer outra coisa.
Como já disse, o número não é um factor limitante para o amor que temos pelos nossos cães. Nem como donos nem como donos-criadores. A proximidade não se perde com o número. Quando muito, aumenta.