Idosode 83 anos com 25 cães e 10 gatos

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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P1TuXk4
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sábado nov 06, 2004 1:38 pm

Acabei de ver a TVI, penso que deve repetir logo à noite, uma reportagem sobre um velhinho de 83 anos que mantinha em casa 25 cães e 10 gatos, todos fechados.
Esta situação já se arrastava há algum tempo apesar das queixas constantes dos vizinhos.

É certo que é um acto nobre e por vezes de coragem recolher animais...mas acho que da forma que o velhinho o fazia... :?
É que ele mantinha os animais em casa...faziam as necessidades em casa...nem os deixava apanhar ar.....

Nem todas as adopções são benvindas..infelizmente.....

Mais um triste caso....


Mas a parte positiva é que a Câmara Municipal disponibilizou um espaço para alojar os animais, ainda que temporáriamente.
CasadeAnaval
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sábado nov 06, 2004 1:48 pm

Isso é um pet "hoarder", ou seja, uma pessoa com problemas psicológicos. Já tivemos exemplos reais na arca, nomeadamente no fórum felino de pessoas que ficam com animais de forma compulsiva.

O tal local provisório deve ser de certeza o canil municipal...

Mais uma vez pelos problemas das pessoas, pagam os animais...
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
aisd
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periquito FALCANITO

sábado nov 06, 2004 1:59 pm

É verdade, como disse o Casadeanaval até aqui, na arca, já nos deparamos com casos deste tipo.

Estas pessoas, por motivos pessoais (penso que solidão), convencem-se que são os únicos que querem saber dos animais e tratam "generosamente" de recolher todos os sem abrigo, mesmo não tendo o mínimo de condições.

Como de costume, quem sofre mais são os pobres animais.
Às vezes nem comida lhes conseguem dar.
Outras, não conseguem isolar cães e cadelas e acabam por ter procriações em casa.
Ás vezes os animais são tantos, em espaços tão limitados que se atacam mútuamente...houve um caso em que os grandes comiam os mais fracos e pequenos...

Tudo vem de um desejo de ajudar que, com o tempo e a idade se torna uma doença mental, em que as pessoas perdem a noção das suas limitações e do mal que fazem - sem querer.

É sempre um aspecto que quero reforçar : façamos o que PUDERMOS pelos animais mas sempre orientados pelo bom senso.
Rainbow
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sábado nov 06, 2004 7:50 pm

É triste...
É triste o ser humano chegar a esse ponto ,e é triste os animais sofrerem por causa de pessoas assim...
<p>Os animais s&atilde;o pessoas como as pessoas s&atilde;o animais</p>
<p>Teixeira de Pascoaes</p>
pifo
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domingo nov 07, 2004 12:46 pm

Pessoalmente, a minha opinião está na minha assinatura.

Cumps ;)
Cumps ;)
CasadeAnaval
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domingo nov 07, 2004 1:13 pm

pifo Escreveu: Pessoalmente, a minha opinião está na minha assinatura.

Cumps ;)
E é uma assinatura que diz tudo.
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Moody_Blue
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domingo nov 07, 2004 1:20 pm

Como foi afirmado no "post" inicial o assunto em questão está (estará ?)solucionado. Caso algum de nós tenha conhecimento pessoal de situações congéres aqui ficam algumas sugestões sobre como lidar com o problema:

1) Localizar / contactar a família do idoso
2) Estar preparado para o choque causado por essa família não se importar com aquele idoso, o que obriga a que a solução a seguir tenha de ser imposta ao idoso (via junta de freguesia ou câmara municipal)
3) Estar preparado para fazer ver ao idoso que um bichinho chega, ele que pense no que acontecerá aos outros quando morrer
4) Oferecer-se para encontrar donos para tanta bicharia
5) Deve aproveitar a situação para levar a família a dar mais atenção ao idoso. Isso é meio caminho andado para evitar que o problema ocorra de novo
6) Finalmente, lidar com um idoso tem muitas semelhanças com lidar com um filho na "idade do armário" (teimosia, "taras", etc.) pelo que só se tiver uma paciência sem limites é que deverá pôr mãos à obra
CasadeAnaval
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domingo nov 07, 2004 1:24 pm

Nâo, ninguém se deve armar em psiquiatra ou confessor. Regra geral, faz mais mal que bem e uma das características destas pessoas é a impermeabilidade a boas intenções. Além de piorarem a situação, pois asos há de gente que fugiu com os animais todos para outro lugar, podem surgir agressões, envenenamento dos animais para que " ninguém fique com eles", etc...


As pessoas que quiseram aqui ajudar um caso destes acabaram por incentivar a que a dita pessoa passasse de 6 para 30 animais...


Devem ser avisados os serviços sociais, de maneira a que uma assistente apoie com a ajuda de mais pessoal especializado.

Moody_Blue Escreveu: Como foi afirmado no "post" inicial o assunto em questão está (estará ?)solucionado. Caso algum de nós tenha conhecimento pessoal de situações congéres aqui ficam algumas sugestões sobre como lidar com o problema:

1) Localizar / contactar a família do idoso
2) Estar preparado para o choque causado por essa família não se importar com aquele idoso, o que obriga a que a solução a seguir tenha de ser imposta ao idoso (via junta de freguesia ou câmara municipal)
3) Estar preparado para fazer ver ao idoso que um bichinho chega, ele que pense no que acontecerá aos outros quando morrer
4) Oferecer-se para encontrar donos para tanta bicharia
5) Deve aproveitar a situação para levar a família a dar mais atenção ao idoso. Isso é meio caminho andado para evitar que o problema ocorra de novo
6) Finalmente, lidar com um idoso tem muitas semelhanças com lidar com um filho na "idade do armário" (teimosia, "taras", etc.) pelo que só se tiver uma paciência sem limites é que deverá pôr mãos à obra
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Golden_
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domingo nov 07, 2004 1:31 pm

aisd Escreveu: É sempre um aspecto que quero reforçar : façamos o que PUDERMOS pelos animais mas sempre orientados pelo bom senso.
Palavras sábias. O bom senso, devia ser uma linha de orientação, para todas as nossas atitudes e palavras. Infelizmente, tal não se verifica, num grande número de situações.

A solidão, é um dos principais motivos, na minha opinião, que leva a atitudes disfuncionais, como penso ser este caso. Também tive conhecimento de um caso (na margem sul), em que uma familia tinha em casa, com 100m2 de terreno, à volta de 50 cães, em situação deplorável. E, só com muitas queixas dos vizinhos, se pôs um fim. No entanto, para onde foram os cães? Para o canil e consequente abate :(

Cumprimentos,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
aisd
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periquito FALCANITO

domingo nov 07, 2004 2:02 pm

No entanto, para onde foram os cães? Para o canil e consequente abate
Pois esse é que é o meu receio, nestas situações.
A gente intervêm, cheia de boas intenções, mas depois o que vai acontecer aos bichos ?

Aqui, na minha zona, há uma situação que se aproxima.
Um homem sózinho de meia idade tem , na sua propriedade, um grande número de cães (dezenas, mas não sei quantos).
Os cães, por enquanto não estão mal.Têm onde se abrigar do Sol e da chuva, têm alimento e o espaço ainda dá para viverem de modo mais ou menos harmonioso.
Tenho colaborado na esterilização de algumas cadelas porque são sistemáticas as ninhadas que, eu sei, ele pura e simplesmente afoga.

Portanto tudo bem.
Mas pode evoluir (com a idade) para uma situação com a acima descrita.
Temo que dentro em breve se acabe o dinheiro para a alimentação, o controlo de ninhadas, o espaço.
É uma pessoas de posses modestas.

Mas fica o problema - ele seria internado, e os cães ?
Moody_Blue
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domingo nov 07, 2004 2:52 pm

Ajudar ou não, eis a questão. Não é para qualquer um. Se não se fizer nada, canil e abate. Se se fizer, "idade do armário" (como eu disse), ou mais explicitamente o tipo de reacções que CasaDoAnaval descreve, sem prejuizo da imensa "criatividade" dos idosos produzir uma mão cheia de outras.

Nem todos fazemos parte das AMI's, médicos sem fronteiras, etc., mas se pudermos usar algum do nosso conhecimento e bom senso para ajudar o nosso semelhante, eu pelo menos faço parte dos que tentariam fazer algo. Desde, como é óbvio, que a situação se passasse perto de onde vivo. A propósito, alguém conhece algum caso similar em Carnide, Lisboa ?
CasadeAnaval
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domingo nov 07, 2004 3:31 pm

Moody_Blue Escreveu:
Nem todos fazemos parte das AMI's, médicos sem fronteiras, etc., mas se pudermos usar algum do nosso conhecimento e bom senso para ajudar o nosso semelhante, eu pelo menos faço parte dos que tentariam fazer algo. Desde, como é óbvio, que a situação se passasse perto de onde vivo. A propósito, alguém conhece algum caso similar em Carnide, Lisboa ?
E é louvável, no entanto, existem pessoas especializadas e formadas para lidar com isso e é a elas que se deve recorrer, sempre pensando bem.

O problema da raca de noé é uns meteremse onde não devem, com boas ou com más intenções.

O apelo há um ano para "salvar" um dobermann foi assustador, até se alvitrava espancar o dono do cão. Salvou a situação a Siioux que foi lá, soube o que se passava. Mas nem todos são a Siioux. Em situações em que alguém queira fazer algo mas não tenha experiência, acabará por meter àgua.

E o apelo da Miau para ajuda há meses que levou uns a fazerem queixa sabe-se lá a quem e os cães foram levados do parque de campismo e só por sorte não fotam todos abatidos ?

A melhor forma de ajudar não é se meter onde não se é chamado e recorrer aos profissionais, é melhor para todos... e na situação daqui da arca até psicólogas tentaram ajudar... e não conseguiram...quanto mais nós leigos.
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Moody_Blue
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domingo nov 07, 2004 4:01 pm

CasadeAnaval Escreveu: O apelo há um ano para "salvar" um dobermann foi assustador, até se alvitrava espancar o dono do cão. Salvou a situação a Siioux que foi lá, soube o que se passava. Mas nem todos são a Siioux. Em situações em que alguém queira fazer algo mas não tenha experiência, acabará por meter àgua.
Poderia "postar" aqui o(s) contacto(s) da Siioux e/ou de outras entidades que prestem esse tipo de serviço ?
aisd
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periquito FALCANITO

terça nov 30, 2004 9:39 am

Só para actualizar esta notícia.
O que se segue foi retirado do www.adopta-me.org

"Apesar de estarmos no Séc XXI, quase todos os dias histórias de miséria e dor nos lembram o quanto ainda estamos longe de uma sociedade justa, onde os mais elementares direitos ao bem estar estejam salvaguardados e protegidos.

Desta vez foi em Viana do Castelo, mas podia ser na esquina da rua de qualquer um de nós. Um velhote com oitenta e muitos anos vivia sozinho, sendo do conhecimento geral que acolhia vários animais. Esta semana foi internado de urgência e a Associação Protectora de Animais da zona foi chamada (ALAAR).

O cenário encontrado não pode ser descrito na plenitude do horror encontrado, que deixou a responsável da associação, habituada a lidar com situações de crise, em estado de choque.
Fechados num quarto, 25 cães pequeninos, apavorados, gelados, tentanto encostar-se às paredes para não chafurdarem nas fezes e urina que empestava o quarto e o tornava irrespirável, mostravam-se nos olhos, com uma tristeza infinita, todo o horror dos dias que ali passaram.

Noutro quarto, 15 gatos, estavam no mesmo cenário de porcaria, sem comida e água, escanzelados, alguns esquelécticos, fechado num quarto onde respirar parecia impossível, com porcaria por todos os lados e também eles num estado físico deplorável.
Apesar da situação, cães e gatos são meigos e estão extremamente carentes.

Quase 50 animais que alguém, que nem sequer tinha condições para cuidar de si, procurou acolher e salvar, embora o resultado esteja bem longe de corresponder ao que foi sem duvida desejado pelo solitário velhote.

A ALAAR, apesar de ser uma pequena Associação e com recursos muito diminutos, não podia baixar os braços ou fechar os olhos a este drama. Conseguiu que a Câmara Municipal emprestasse umas instalações onde todos estes animais foram acolhidos.

Mas é agora que nós podemos e devemos ajudar. Também nós não podemos fechar os olhos, passar ao lado, como se nada disto fosse também connosco. Salvar o mundo está fora das nossas possibilidades, mas um pequeno gesto de solidariedade pode ajudar a fazer a diferença. Mesmo que com pouquinho, podemos contribuir para que a ALAAR consiga alimentar estes animais, recuperá-los, esterilizar e castrar alguns dos gatos e cadelas e encaminhá-los para adopção.
Ração, mantas, cobertores, camas e dinheiro são neste momento uma prioridade para a ALAAR.
Se estiver ao seu alcance, não fique indiferente.

Os donativos podem ser efectuados para o NIB:
0079 0000 13221035 102 21

Ou por cheque para a morada:
ALAAR - Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua
Sede provisória: Rua S.Gonçalo n.º 80 Arcozelo
4990-150 Ponte de Lima

A ALAAR poderá enviar-lhe um recibo. Para isso basta que envie o seu nome e morada e data da transferência e montantes para o e-mail: [email protected]

Para informações e esclarecimentos, contacte com:
Zulmira - 962 323 356

Se pode adoptar algum destes cães ou gatos, dar-lhes a conhecer como pode ser bom ter uma família, não hesite.
Todos os dias os olhinhos do seu novo amigo vão lembrar-lhe que para ele, você foi o fim do pesadelo.
Ajude estes animais. Eles dependem também de si para que o futuro seja bem mais risonho do que o passado infeliz que lhes foi dado."
<p>"O auto-convencimento manifesta-se pela falta de cordialidade nas palavras" - Teofrasto</p>
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