Mitos e crendices

[nel]

Olá a todos

Aqui há uns dias iam-me batendo aqui no fórum por eu ter afirmado que as cadelas deviam procriar, porque isso contribuiria para a sua saúde.
Fiquei a saber que este conceito não passa de um simples mito.

Haverá mais mitos e crendices sobre cães? Sobre a sua saúde, alimentação, comportamento, etc?
É provável que já antes se tenham referido uns quantos a propósito disto ou daquilo. Reuni-los num tópico não me pareceu má ideia. Querem citar alguns?

[SeaLords]

Assim de repente:

- que os cães, ao manifestarem comportamentos "sexuais", é porque estão a precisar de cadela
- quando um cão faz chichi em casa e se encolhe quando o dono chega a casa e ralha é porque percebe que fez mal
- que o leite de vaca deve ser diluido para dar aos cachorros
- que a consanguinidade é uma coisa muito má e que cria defeitos genéticos
- que se deve esfregar o nariz no cão no chichi para ele deixar de fazer porcaria em casa

Se me lembrar de mais ...

[Nuria]

O mito dos dobermann:
Têm um crânio pequeno, e o seu cérebro gigantesco não cabe lá dentro, por isso aos 7 anos de idade deve-se abater.

(nota: o 7 anos varia muito, pode ser 2 ou 10 anos )

É claro que isto não passa de um mito muuito antigo, ridiculo por sinal.

Um pequeno aparte nel, queria felicitá-lo por ser um membro 'activo'.
É muito importante, e são esses membros que mantêm o forum "acordado"

[anjaazul]

já agora gostava de saber se o facto de alguns cães ao comerem as fezes de outros animais, é sinal das suas Tendências ancestrais ou faz parte de um mito (dizerem tal coisa).
anjaazul

[nokio]

Olá a todos,

Sim o famoso mito do crânio do Dobermann é aquele que me «acompanha» mais de perto para onde quer que eu vá com o Thor, sem dúvida.

Dar carne crua ou comida picante aos cães os torna mais agressivos e implacáveis - outro mito ridículo.

Nokio.

[PauloC]

Olá AnjaAzul,
Comer fezes é um acto que NÓS humanos classificamos como nojento e anormal, mas na verdade as fezes podem ser um excelente suplemento para nutrir determinadas necessidades alimentares. Parentes não muito distantes de nós, os Gorilas, fazem-no com regularidade.
Também os cães podem fazê-lo por esta razão e só o NOSSO nojo e repreensão os impede de reiterar o comportamento.
Por vezes, no entanto, este comportamento é reiterado quando há grandes carências orgânicas ou então simplesmente por desafio ou por chamada de atenção.

Abraços
Paulo C.

[nel]

Olá

Estou perfeitamente estupefacto.
Primeiro, pela prontidão de respostas. É realmente gratificante!
Segundo, porque eu tinha como verdades alguns mitos que aqui foram referidos, especialmente pela SeaLords. Não vou dizer quais são, porque até tenho vergonha. SeaLords, puxe lá pela memória e atire cá para fora mais uns quantos. É que eu, e não só, só quremos aprender...

O do crâneo pequeno do Doberman já conhecia (como mito).
O de eles comerem as fezes também, porque foi uma questão que coloquei ao veterinário logo nos primeiros dias de convivência com os cachorros, cuja explicação coincide com a do PauloC (como não podia deixar de ser).

Em relação a isto, permitam-me fazer um aparte. Os meus dois primeiros whippets tinham a tendência de comer as fezes. E não só. Tinham o hábito de roer a ferrugem. Como moro à beira-mar isso abunda por aqui e eles faziam autênticos festins. Mas o veterinário nunca deu importância a isso.
O terceiro, o Kiko, nunca teve essas tendências. Creio que se trata do facto de a racção que actualmente lhes dou ser diferente. Não sei...

Ainda a propósito das fezes, não resisto contar isto: Quando os dois primeiros ainda eram jovens, eram atraídos por aqueles "montes" que alguns donos deixam a enfeitar os passeios. Um dia eles dirigiam-se a um desses presentes e deparei com um senhor a olhar para o aspecto esquelético deles e para mim com o ar mais reprovador do mundo. Eu adivinhei-lhe o pensamento: "Pudera, miserável, não lhes dar de comer e eles até comem m..."

[SeaLords]

- que não se pode cortar os pêlos à frente dos olhos nos cães de pêlo comprido, senão ficam cegos
- que as coisas doces provocam lombrigas
- que a esgana se cura com borras de café
- que num apartamento só se podem ter cães pequenos
- que os rafeiros são mais saudáveis que os cães de raça

[BeuBeu]

Não percebi bem uma coisa.

Quer dizer que a consaguinidade entre os cães não faz mal nenhum?

Bernardo

[nel]

SeaLords

Com a velocidade com que isto anda, responde-me antes de lhe fazer o pedido. Não haverá aqui também "transmissão de pensamento"?
De facto, só depois de enviar a minha mensagem é que dei conta da sua segunda intervenção.
E deixe que lhe diga: alguns mitos são mesmo hilariantes. Parecem anedotas. E eu acreditava nalguns...

Um abraço

[SeaLords]

À medida que me for lembrando - vou juntando à lista. E olhe que há muitos mitos e crendices. Entâo pessoal, contribuições?

Queria felicitá-lo, nel, pela brilhante ideia. É simultaneamente lúdico e educativo.

Um abraço

[PauloC]

Olá,
Eu faria umas ressalvas a dois dos mitos que Sealords referiu:
- que os rafeiros são mais saudáveis que os cães de raça;
- que a consanguinidade é uma coisa muito má e que cria defeitos genéticos.
De facto, convém explicar que, embora estas afirmações não sejam genericamente verdade, há um pouco de verdade nelas.

Os rafeiros e os cães de raça são todos cães e a sua susceptibilidade às doenças não é NECESSÀRIAMENTE maior ou pior. No entanto, os rafeiros (sobretudo os cães de rua), são o resultado de um processo de selecção natural dos mais aptos e dos mais fortes. Por esta razão, um cão de rua adulto (vamos chamar-lhes assim) é normalmente um cão muito resistente fisicamente, imune a uma serie de doenças e bastante inteligente.
Um cão de raça fruto da criação de criadores responsáveis, poderá ser um cão igualmente resistente. Isto se tiver por base um processo de selecção por parte do criador que tenha afastado dos seus ascendentes eventuais tendências para problemas genéticos, uma boa alimentação e demais cuidados.
Existem alguns problemas de saúde que algumas raças têm tendência ou propensão para vir a ter, mas isto também pode acontecer com os rafeiros! De facto, a diferença é que naquela raça A ou B nós já sabemos que o problema poderá existir ( e estamos preparados) e num rafeiro não sabemos que tipo de problemas poderemos ter.

Quanto à consaguinidade ela de facto não CRIA defeitos genéticos! Há mesmo cruzamentos consaguineos que se fazem para melhorar as raças! O que acontece é que este cuzamentos têm de ser feitos por quem sabe o que está a fazer ( imprescindível entender minimamente o básico da genética) sob o risco, não de CRIAR defeitos, mas sim de POTENCIAR defeitos genéticos.
Este risco de POTENCIAR defeitos também existe em cruzamentos com animais sem parentesco, mas o riscos são bem menores ( cães com parentesco têm muito mais probabilidades de ser geneticamente semelhantes no que têm de bom.. e de mau).

Abraços
Paulo C.

[anjaazul]

olá nel
pois, mas o max cão come as fezes dos gatos... isto com areia à mistura deu para uma amiga minha levar o cão dela a correr para o vet. no outro dia, apanhei-o em flagrante e castiguei-o. mas não é o diabrete não queria levar os cócos com ele? com a carlota aconteceu o mesmo quando ela era mais nova (agora, lá de vez em quando...)e com a mónica aconteceu, também, enquanto esteve comigo. o max quando era pequeno dava-se ao despplante de se meter na liteira dos gatos para o repasto...
em relação à mónica, o vet disse que eram as tais tendências ancestrais... com o max. dizem que é da idade!!!!
anjaazul

[anjaazul]

olá paulo c
então os srd, aparentados de... mantêm a tendência dos problemas genéticos do cruzamento ou estão "imunes" como os primeiros?
anjaazul

[FAbarm]

Mitos que alguns caçadores ainda têm:

- Não se deve alimentar os cães alguns dias antes de uma jornada de caça, pois desta forma aumeta-se o seu instinto;
- Não se deve vacinar um cão de caça, pois tira-se-lhe o faro,
- Um cão cruzado é melhor que um cão de raça pura.

Um abraço

Tiago