Adopção de um cão vadio e adulto - Experiências

[Moody_Blue]

Caracterização da situação

Família de adopção:casal com duas filhas de 16-18 anos, cadela com 5 anos

Animal adoptado:cão macho de 1-2 anos, abandonado há pelo 2 meses, recolhido na rua

Experiências a partilhar

Hierarquia:Este foi o problema mais difícil de resolver, não pelo cão em si, mas pelo facto dele ter aceitado que eu (homem) fosse o "macho alfa" ao fim de dois dias, e ter levado cerca de 3 semanas para aceitar que as três mulheres estivessem "acima dele". Os conselhos que me deram neste forum foram extremamente úteis para o conseguir, em particular o de ignorar o cão até que ele esteja submisso, o que faz com que se evitem conflitos. O cão acaba por perceber que tem de se submeter a quem o alimenta.

Saúde:A ida ao vet no 1º dia deve ser usada para fazer o máximo possível (vacinas, curativo de feridas de lutas, desparasitação) e foi determinante para sentirmos que não tinhamos em casa um foco de infecção, da família e de outros. O banho inicial também ajudou a tal. O canito trazia o fígado afectado, pelo que teve de ser habituado só a ração. Ainda agora, caso coma algo na rua, lá vêm os vómitos e as diarreias. E como deixou de aceitar o açaime, o que dificulta o tratamento, "jogamos" agora na prevenção.

Higiene:Uma agradável surpresa, talvez derivada do facto dos cães nunca estarem mais de 3-4 horas sozinhos. Tirando dois motivos, 1) complicações digestivas e 2) "vendetta" com a minha mulher (que se resolveu quando aceitou a hierarquia), nada houve cá em casa. Muito provavelmente já estava previamente ensinado neste ponto.

Passeio:Levou cerca de 2-3 semanas para lhe conseguirmos reduzir o território. Agora, se o levamos sem trela, segue o percurso usual que lhe ensinámos com a trela.

Resultado final

Total integração ao fim de aprox. 4 semanas. Comparativamente com a cadela, que veio para cá bébé, o resultado final é igual. O único cuidado adicional é passeá-lo de trela para evitar complicações digestivas, dado que, ao contrário da cadela, se apanhar "porcarias" na rua foge para as comer.

Factores críticos de sucesso

1) Maturidade de todos os intervenientes (com filhos muito mais pequenos desaconselharia tal acção)
2) Tempo dedicado ao animal (o que se consegue com harmonização de horários dos 4 familiares e empregada)

[anjjazul]

dos cães, a primeira a chegar foi a carlota. devia ter uns 8 meses. era uma cadela asseada, sabia andar à trela, era (e é), muito brincalhona (doida varrida), simpática e muito mansa. na altura, só tinha medo de andar de elevador. habitou-se depressa.
não era para ficar com ela. o "macho" lá da casa ia tendo um avc quando a viu. durante uns tempos, não gozou de muitos privilégios. agora, está super mimada, mas não tem um comportamento agressivo. quando fica teimozinha ou quer mostrar a dentadura (coisa muiiito rara), leva uma valente palmada.

depois, veio o max. devia ter uns 2 meses. o estado era completamente deplorável. vinha quase morto. a história já foi mais que recontada na arca.
pensei que a cadela reagisse mal. como o cão era tão pequeno e vinha numa lástima, ela nem ligou. uma sorte
aos poucos, o cão foi crescendo e engordando. já dava mostras de não lhe fazerem o ninho atrás da orelha. isto em relação à carlota. comigo, era um parvinho. andava literalmente atrás dos calcanhares. com a cadela, já eram grandes amizades. ao fim de 3 meses, o cãozinho teria uns 8 meses e de 2 kgs, passou para uns 30. cresceu definitivamente. comigo, não brinca. já mordeu, mas porque o tratei com bastante violência.entrei em pânico e ele é muito nervoso. no entanto, quando faz alguma que eu veja... não me fico.
há que saber lidar bem com ele. continua a ser o chefe da matilha. como primeiro e fica sempre à frente em tudo. em relação à cadela. esta bem que rosna, mas que fazer?

[ladyxzeus]

Bem, situações análogas só tenho a do Infeliz. apareceu aqui e nunca mais se foi embora. Na altura viviam nesta casa mais quatro cães, três machos e uma cadela, que estavam muito bem estabelecidos entre eles. O Infeliz aceitou muito bem a liderança dos humanos mas a dos cães não. Na altura, era o Shadow quem mandava em tudo. Quando o Infeliz se tentava meter com ele, apanhava umas belas dentadas. Certo dia o Shadow passou-se e, em conjunto com o seu mais melhor amigo (o Fang... ambos já foram...), deu-lhe um enxerto de porrada que o desgraçado do Infeliz esteve às portas da morte (os outros abriram-he um buraco na barriga, ainda estou para descobrir como é que a criatura não perdeu as tripas a caminho do veterinário)
O infeliz nunca aceitou a liderança dos outros cães. Ainda hoje compete muito com o Fluffy: têm de ser presos à hora das refeições ( e na hora seguinte) porque se não pegam-se. Fora isso, o Infeliz dá-se extremamente bem com toda a gente, tem o seu sítio de fazer necessidades bem delineado, tem cientes na sua cabedcinha canina as ordens básicas de obediência: senta, deitar (isto é, vai para dentro da tua casota antes que eu me passe), chão (deita-te), vem e fica aí. Também sabe rebolar :p
Ainda estamos a tratar da sua sociabilização com o Fluffy. Talvez agora, que o Fang se foi embora, seja mais fácil. Ele metia-se sempre nas conversas deste par, o que não ajudava nada.

[loba_lua]

Em relação a não ter feito nenhuma necessidade em casa, pode não ser de já ter estado a viver em casa. Dos cães que acolhi quase nenhum fez alguma necessidade dentro de casa. Só um fez uma vez um cócó dentro de casa, este ainda era cachorro. Acho isto incrível deles não fazerem nada em casa e nunca terem sido ensinados para isso.

falando agora dos meus cães, a Homara já veio para aqui adulta e o Dusky ainda não tinha um ano. Era cachorro, fazia xixi á menina ainda.

O meu cão ainda não tinha um ano, mas já estava a demonstrar ser dominante e lá aceitou o macho, mas dominando-o sempre. ele agoora, o Dusky é muito teimoso e resmunga comigo, apesar de saber quem manda aqui.

A Homara claro que foi bem aceite, é cadela A minha outra cadela, a Dianinha é que coitadinha ficou com muitos ciumes porque agora tinha mais dois com que partilhar as atenções. A Homara (Doberman) domina a Diana, o Dusky domina a Homara e o que já cá está desde bébé, o Wolfy domina todos.

Com os acolhidos é um problema, em relação aos machos Têm que estar sempre separados. se for um caniche ou um cão que ande sempre cabisbaixo nem ligam, mas se não for assim ... esburacam-no todo
Os machos acolhidos têm que estar sempre separados destes monstrinhos. As minhas 2 fémeas aceitam outras fémeas e os machos. Os meus 2 machos só aceitam femeas.

Falando agora da Homara, foi uma agradavel surpresa Muitooooo inteligente, muitooooooo obediente (nunca vi nenhum cão assim), muitoooo inteligente, muitoooo meiguinha, dedicada demais a mim e não é nada teimosa, ao contrário dos meus dois que foram criados aqui desde bébés O Dusky é mais ou menos teimoso.

A Homara aprende tudo em menos de cinco ordens e já não é nem bébé nem cachorra. Anda sempre ao meu lado quando a levo a passear sem trela, fica no lugar à ordem (com o Wolfy não consigo que fique ), basta um não para ela não deixar de fazer o que está a fazer ou pensa fazer, faz aquelas coisas normais que todos ensinamos, dar a patinha, sentar, deitar, etc e muito mais. Pensava que um cão já adulto era difícil de ensinar mas não, esta é muitoooo fácil de ensinar, demais