aisd Escreveu:Nunca se perguntou porque é que ilustres desconhecidos que, cá no burgo não são ninguém, lá fora brilham ?
Há n exemplos desde a medecina à filosofia, passando pelo futebol e pelo cinema...
Só sabemos que existem porque - depois de verem o seu valor reconhecido lá fora - são louvados cá dentro...
Porque será ?
Toda a gente que eu conheço e quer fazer carreira em qualquer área que não a política, sai do país.
Aqui cortam-lhes as pernas.
É o triunfo da mediocridade e da inveja.
É uma questão de mentalidade.
Isto devido, penso eu, a centenas de anos de perseguições ao livre pensamento e iniciativa.
Primeiro a inquisição e depois a política.
Consagrou-se, nas nossas cabecinhas, a mediocridade.
Mantêm-te desconhecido e estás seguro.
Salienta-te e vais ser perseguido.
Devido a isto, torna-se impossível qualquer tipo de concorrência legítima.
Funcionam as panelinhas - de forma limitada - e a protecção do estado (o grande inquisidor).
Ainda não tinha reparado ?
É porque não está numa àrea concorrencial.
Olá.
Uma coisa que me faz grandes dúvidas é... Se toda a gente que quer fazer sucesso sai do país e aqui só ficam os taralhocos que não querem "concorrer", como podemos viver num regime... bom?
Afinal, se todas as pessoas que interessam vão para o estrangeiro, como podemos nós evoluir?
Isto é um ciclo infinito em que uns se cão embora porque ninguém os reconhece e os outros não os reconhecem porque não há ninguém que os ensine a fazê-lo.
Somos um país feito de fora para dentro.
Todos querem ter a vida facilitada, ninguém quer competir poruqe "não é bonito" e, acima de tudo, porque dá mais trabalho do que ser uma criatura amorfa e gregária.
Em minha opinião, toda a gente quer ser famosa (vide os concursos de modelos, de cantores e de tudo e mais alguma coisa e respectiva afluência). Toda a gente quer ser célebre, aparecer na Maria e na TVI. Só que ninguém sabe porque é que querem ser reconhecidos. Isto é, "quero que todos me conheçam, mas não sei porque é que me conhecerão e, sinceramente, também não quero saber")
As perseguições já acabaram, já ninguém liga nenhuma.
No entanto, as pessoas acabam por cair no quotidiano e deixam-se estar quietas no seu canto sem fazer nada. Porquê? "Não vale a pena, é tão difícil..."
Assim, nunca vamos sair da cepa torta. Vivemos numa Europa capitalista, composta por países capitalistas que concorre com países capitalistas. Temos de nos adaptar. Não vale a pena ficar quieto, à espera que venham os favores dos conhecidos que se tem num lado qualquer (isto dos favores também é uma coisa gira... Aqui, só se safa quem tem cunhas. Não vale a pena dizer que é "só em alguns casos", porque é em todos! Até eu, uma reles miúda, vejo isso! Como é que se entra para o conservatório de piano? Primeiro entram os meninos de seis anos que já sabem tocar invenções. Depois sobra meia dúzia de lugares. Metade são preenchidos por cunhas. Os outros ficam para os que sobram, dos quais um é chinês, outro checo e outro norueguês. Ou ainda melhor! Como obter um passaporte brasileiro em um dia? ...).
Podíamos ser um grande país, como já fomos. Mas ninguém tem atitudes revolucionárias, aliás, ninguém tem atitude nenhuma.
Era bom que não ligássemos às estatísticas da UE e que não estivéssemos sempre a comparar-nos aos outros países.
Era bom que não mantivéssemos sempre esta atitude de autocomiseração e revolta interior.
Era bom que quem merece desataque fosse, efectivamente, destacado. Só assim se poderia ensinar os outros a ver o triunfo de alguém como algo bom.
Era uma vez...
Isto cansa-me. Nunca ninguém liga nenhuma e depois... Olha, depois.
I'm gonna start a revolution from my bed!
