Cancro - Mastocitoma

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Moderador: Moinhodoceu

Golden_
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sexta fev 25, 2005 2:21 pm

Boa tarde,

além dos assuntos triviais que os nossos cães nos «obrigam» a discutir, por vezes existem outros bem mais sérios, que também devem ser discutidos.

Este caso toca-me particularmente, porque pensamos que sabemos muito, e de repente somos um Zero. Um cão meu, ou melhor, o MEU cão debate-se neste momento, com o problema descrito no tópico.

Apesar da fase de choque já ter passado, que faz hoje 8 dias, ainda me encontro totalmente abalada, ou seja, completamente à toa. No entanto, ele tem qualidade de vida, e enquanto assim fôr, tudo farei para o fazer ainda mais feliz.

Partilho esta história, não para que digam «coitadinhos» dele ou de mim, mas sim para poder aprender o máximo, e até ajudar quem se encontra na mesma situação.

Vou deixar aqui um artigo, e colocarei outros posteriormente.
Mastocitoma | por Hospital Veterinário do Porto
Oncologia

Os mastocitomas são as neoplasias da pele mais comuns nos cães, representando cerca de 16-21% de todas as neoplasias cutâneas. O crescimento tumoral dos mastócitos pode ter várias denominações: tumor das células mastocitárias, mastocitoma, ou sarcoma mastocitário. Se o tumor se espalhar, ou metastizar a doença pode ter a designação de mastocitose. Os sítios mais comuns de ocorrência desta neoplasia são a pele do tronco, períneo e pernas. Outros sítios menos comuns incluem a cabeça e pescoço. É possível que mais do que um tumor se desenvolva ao mesmo tempo e em sítios diferentes.


O tratamento dos mastocitomas (senso geral) baseia-se tanto no grau, estadio e localização do tumor. O grau é determinado pela análise microscópica de uma biópsia do tumor. Os tumores de grau I são normalmente benignos e são normalmente apenas tratados com cirurgia. Os tumores de grau II possuem uma malignidade moderada e são tratados com cirurgia agressiva, com amplas margens de recessão. Estes tumores possuem uma reduzida taxa de metastização. Os tumores de grau III são bastante agressivos e metastizam frequentemente. Os tumores localizados nos membros possuem um melhor prognóstico, do que tumores localizados no tronco e pescoço, sendo que as neoplasia localizadas nas junções mucocutâneas (lábios, pálpebras, prepúcio, vulva) são os que possuem pior prognóstico.


Os mastócitos exercem um papel importante na resposta imunitária do organismo canino. Eles possuem várias substâncias químicas com diferentes funções. Um é a heparina que impede a coagulação do sangue nos vasos; os outros são a histamina e a serotonina que actuam dilatando os vasos sanguíneos. Estas substâncias, quando libertadas, provocam alguns dos sintomas referidos na doença: hemorragias, inchaço, prurido, vómitos, diarréia e, em casos raros, choque e colapso.


Não foi encontrado um padrão hereditário no mastocitoma e a sua etiologia (causa) é desconhecida Em raras ocasiões foi encontrada uma associação entre mastocitomas e inflamações crónicas, ou irritativas da pele. Não existem actualmente, evidências de causas virais nesta patologia.


Os mastocitomas da pele aparecem em duas formas distintas. Uma consiste numa massa de 1 a 10 cm de diâmetro, bem circunscrita, elevada e firme, podendo, ou não ser avermelhada. O bordo desta massa pode assemelhar-se a uma borbulha e o centro pode ser amarelo, ou ulcerado. A segunda forma da doença consiste numa massa mole, pouco definida que geralmente possui pêlos. Raramente é ulcerada ou avermelhada e pode ser confundida com um lipoma. Embora os mastocitomas pareçam macroscopicamente massas bem delimitadas, as suas margens microscópicas estendem-se bastante para além da massa palpável à superfície. O tamanho visualizável do tumor não é factor de prognóstico.


O diagnóstico de mastocitoma pode ser feito por citologia aspirativa por agulha fina, mas a biópsia torna-se fundamental para a classificação do grau do tumor. Em adição, outros testes recomendados incluem um hemograma, painel bioquímico, radiografia abdominal, ou ecografia e urianálise. Os mastocitomas malignos espalham-se através da circulação sanguínea e linfática, pelo que a citologia aspirativa de gânglios linfáticos pode estar indicada para ajudar a determinar o grau de metastização.


O tratamento recomendável baseia-se no estado físico do paciente, na localização, tamanho, grau e estadio do tumor:


1.Prednisona-Possui uma eficácia de 20-30% na remoção de resíduos de tumor deixados após excisão cirúrgica. Grande parte dos animais apresentam recidivas dentro de 6-12 meses. Não devem ser administrados antiinflamatórios não-esteróides juntamente com prednisona. Os efeitos secundários deste medicamento incluem aumento da sede, micção, e apetite.


2.Radioterapia-Este procedimento consegue controlar 90-95 % dos tumores de grau II e 50% dos tumores de grau III, após cirurgia.


3.CCNU-Este agente quimioterapêutico oral possui uma eficácia superior a 50% e é administrado no hospital de 4 em 4 semanas e juntamente com prednisona, durante 6 meses.


Todos os pacientes deverão receber antibioterapia durante o tratamento, uma vez que os pacientes têm tendência a desenvolver baixas contagens de células brancas 7 dias após o início do protocolo. Os antibióticos ajudam a prevenir infecções bacterianas secundárias oportunistas.
Cumprimentos,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
laisidoro
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sábado fev 26, 2005 3:13 pm

Olá Golden

Antes de mais sinto muito o que está a passar neste momento, e espero que o cachorro tenha o máximo de qualidade de vida possível! Não tenho palavras que possam amenizar ou suavizar uma situação dessas e só espero que tenha forças para dar ao seu cão o maior conforo e felicidade apesar das circunstâncias.

Acho por outro lado muito bom que partilhe com os outros foristas a sua experiência, até porque grande parte de nós não equaciona nem está preparado para levar com uma situação dessas e sem dúvida que partilhar connosco esta triste notícia está pelo menos a ajudar outros cachorros. Parabéns pela sua atitude, que aliás só vem ao encontro daquilo que a Golden já nos habituou.

Falando do Mastocitoma, quais são as melhores formas de evitar ou diagnosticar de forma a que seja possível remover ou minorar os efeitos do mesmo. Não há possibilidade de efectuar uma intervenção cirúrgica no seu cachorro, tendo em conta a idade e o avanço ou não da doença?

Existem algumas causas prováveis para que tenha aparecido, já que não é provável que seja hereditário (segundo o artigo que enviou)?

Que consequências directas é que esse tipo de tumor tem no quotidiano do cão? Existe algum tipo de medicação que atenue ou não esses efeitos?

Espero que tudo corra dentro do melhor possível e mais uma vez, muita força para os próximos tempos!

Cumps,

Luis
Golden_
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domingo fev 27, 2005 12:44 am

laisidoro Escreveu: Falando do Mastocitoma, quais são as melhores formas de evitar ou diagnosticar de forma a que seja possível remover ou minorar os efeitos do mesmo. Não há possibilidade de efectuar uma intervenção cirúrgica no seu cachorro, tendo em conta a idade e o avanço ou não da doença?
Boa noite Luis,
antes de mais, não existem formas de evitar este tipo de câncro. Relativamente a intervenções cirurgicas, o Alex (cão do meu avatar, que está com este problema), tinha 2 quistos que aparentemente eram sebáceos. Foi precisamente na sua remoção, ao enviar para análise o que tinha sido retirado, que a situação foi detectada.

Ou seja, na minha opinião, incorri em alguns erros, que espero que outros aprendam com eles: submeti o Alex a uma operação, e só depois foi feita a biopsia. Com o que sei neste momento, deveria ter sido ao contrário. Segundo erro, acreditar que era sebáceo, daí não ter sido removido assim que apareceu. Conclusão: sempre que detectarem alguma anomalia cutânea nos vosso cães, LEVEM AO VETERINÁRIO, e antes de optarem pela mesa de operações, FAÇAM UMA BIOPSIA. Isto porque, em alguns casos, é pior remover do que deixar como está. Mas só um veterinário o pode qualificar.
laisidoro Escreveu: Existem algumas causas prováveis para que tenha aparecido, já que não é provável que seja hereditário (segundo o artigo que enviou)?
Neste momento não tenho elementos suficientes para lhe responder.
laisidoro Escreveu: Que consequências directas é que esse tipo de tumor tem no quotidiano do cão? Existe algum tipo de medicação que atenue ou não esses efeitos?
Para já, não existem quaisqueres alterações na vida diária do Alex, e penso que isso é o que mais me consome. Pois eu que sou humana, sei o que se passa dentro do meu cão, mas ele demonstra uma felicidade constante, como lhe é habitual.

Segundo a informação que me foi facultada, no tipo de câncro que ele tem, os orgãos a serem afectados são fígado e baço, ou seja... Mas também nesta resposta, poderei ser mais concreta na 4ª feira.

Uma coisa vos digo, não desistam, mesmo que o vosso veterinário vos responda negativamente a todas as questões colocadas, mesmo que outro veterinário abane a cabeça, após ler o relatório do vosso cão, não desistam.

Na passada 6ª feira, dirigi-me à Faculdade, porque tinha lá uma médica amiga, que por motivos pessoais não se encontrava, e telefónicamente indicou-me uma Professora, que por sua vez me indicou o Dr. Félix (perito em oncologia). Gostei do que foi feito por vários motivos:
- Abanou a cabeça, mas não foi dramático
- Foi concreto e racional, nos passos seguintes que deviam ser dados

Não vou deixar que o Alex seja cobaia, mas não vou baixar os braços. De momento, foi-lhe retirado sangue para ver o nível das plaquetas, entre outras coisas, e na 4ª feira ser-lhe-á feita uma ecografia abdominal (sem comer, nem beber 12h antes), para detecção da extensão dos estragos.

Tentarei dar o máximo de informação possível, á medida que me fôr chegando. Nomeadamente, o Dr. Félix ficou de me arranjar os últimos estudos, que foram feitos neste campo, só por isso valeu a pena lá ir.

Vou colocar aqui o relatório do Alex que veio de Barcelona.
Microscopia: El tejido remitido contiene una difusa y mal delimitada de celulas redondas o estrelladas con nucleo redondo de plcomorfismo discreto, cromatina rugosa, y citoplasma abundante con granulos finos basofilos en cantidades variables. Esta infiltracion se acompana por numerosos cosinofilos.

Diagnóstico: Mastocitoma muy bien diferenciado, infiltrativo

Comentário: Igualmente, el tiempo de supervivencia varia ostensiblemente entre los indiferenciados e os muy bem diferenciados <6 meses.
Cumprimentos a todos, e obrigada Aisd, mas como já deve ter entendido foi por minha causa aquele tópico.
<p>Anita / AzulJasmim</p>
ludovina
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segunda fev 28, 2005 11:52 am

Meu querido Alex ( meu reizinho do meu coração ),
Fiquei bastante triste quando soube da tua doença, já nos conhecemos á seis anos, e sei que vais ser forte, sei também que a tua dona tudo fará, para que os ultimos momentos da tua vida sejam os melhores possíveis, sei que vais continuar a ter o amor e carinho da tua querida dona. Mas mesmo assim, quero-te dizer que te amo também muito e aconteça o que acontecer vais estar sempre nos nossos corações.

Muitas lambidelas

Ludovina Oliveira
Ludovina Oliveira http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewforu ... 6rfha5r9c5 Ajude a ajudar: www.osbonsamigos.com
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alface
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segunda fev 28, 2005 6:43 pm

Espero realmente que o Alex seja um lutador (como parece que é) e que passe por esta situação o melhor possível e o mais rápido também.

Vá dando notícias Golden, e obrigada pelo tópico. É sempre bom aprender mais (ainda que por uma razão desta natureza...) e estar alerta para todos os sinais.
Golden_
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quinta mar 03, 2005 1:33 pm

Boa tarde,

ontem foi mais um dia inteiro na FMV (Faculdade Medicina Veterinária), além de uma radiografia ao tórax, fizeram-lhe 2 ecos, uma ao abdomen e outra ao coração.

O Diagnóstico para já é o descrito nos quadros abaixo:
Imagem

e

Imagem

ou seja, o Alex, enquadra-se neste momento na categoria 3 do 1º quadro, e categoria I do 2º quadro.

No entanto, o diagnóstico definitivo só se saberá dentro de uma semana, pois ainda terá de ser feita uma punção à medula e ao baço.

Quer o fígado, quer o baço encontravam-se aumentados, foi encontrado um «abcesso» na próstata, e uma alteração ao nível do coração. Irei também colocar as análises que lhe foram feitas, para que possam comparar os valores.

Imagem

Os valores estão todas normais, com excepção dos globulos brancos que estão abaixo, o que é normal neste tipo de situação.

Conselho dado pelo Dr. Nuno Félix, sempre que aparecer um quisto, VÃO AO VETERINÁRIO!!

Isto também se aplica aos humanos.

Cumprimentos,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
Nikasj
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quinta mar 03, 2005 8:25 pm

Olá a todos!!!
Em primeiro lugar uma palavra de agradecimento ao Alex, foi quando o vi pela primeira vez que me apaixonei completamente pelos Golden, e um especial agradecimento também pelos mimos todos que me deu.

E em segundo, toda a coragem do mundo para a Golden para enfrentar os proximos tempos. Aconteça o que acontecer, estamos cá para ajudar e apoiar.

Não queria deixar de deixar esta mensagem
Golden_
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quinta mar 03, 2005 9:03 pm

Catarina, Luis, Bina, Alface,

muito obrigada pelos vossos posts, e obrigada também a quem não refiro nomes, mas que têm sido de um humanismo incrivel.

Sei q a MMPA não vai gostar deste parágrafo, mas aqui vai:
Marta, não tenho palavras para lhe agradecer, o seu apoio, a sua companhia, e a sua mania de me proibir de chorar, quando estou quase quase a descontrolar-me. Você tem-me acompanhado estas últimas semanas, e tem sido incansável, é muito bom tê-la ao meu lado, em momentos como este. Em meu nome e do Alex, obrigada.

SOS - se souberem de alguém que vá aos EUA ou Canadá, agradecia que entrassem em contacto comigo, pois é necessário um medicamento, que se comercializa lá: Vinblastine ou Lomustine

Obrigada,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
laisidoro
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quinta mar 03, 2005 9:45 pm

Ola Golden

Muitos beijinhos para o Alex, cada vez que leio este post dá-me um aperto mas tenho sempre a esperança de ler que o Alex está melhor, ou que foi um engano, nem imagino o que a Golden_ está a passar!!!

Eu vou aos EUA mas apenas em Junho, e sei que esses medicamentos tem que os ter quanto antes! Se eu souber de alguém entrarei logo em contacto!

Muita força para ambos,

Luis
Golden_
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quinta mar 03, 2005 11:03 pm

Luis,

antes de mais muito obrigada pela sua oferta. Após ter colocado o meu post, ligaram-me de Aveiro (obrigada Margarida), dizendo que o 1º medicamento, talvez possa ser encontrado no Hospital Vet do Porto, na forma injectável. Vou ligar de manhã para falar com eles.

Entretanto, vou deixar aqui mais alguma informação:

http://www.colvet.es/madrid/revista/may ... linico.htm
Presentación clínica

En el perro, el mastocitoma asienta, fundamentalmente, en piel o tejido subcutáneo. Las localizaciones más frecuentes son: 50% en la piel de tronco y región perineal, 40% en las extremidades y 10% en cabeza y cuello (3,9,11). Un 11% de los casos son múltiples. Estas formas múltiples son más frecuentes en la raza Boxer (8). Las localizaciones extracutáneas sin representación en piel son raras (10).

La presentación clínica del mastocitoma cutáneo en el perro es muy variable. En general, se define que el mastocitoma puede "parecerse a cualquier cosa y comportarse como cualquier cosa" (10), por lo que debe incluirse en la lista de diagnosticos diferenciales de cualquier masa cutánea. En general, la apariencia clínica de un mastocitoma no permite establecer su grado de malignidad ni definir su evolución. Existen mastocitomas que se mantienen estables durante meses o años antes de desarrollarse con extrema rapidez; en otras ocasiones, se comportan de forma agresiva desde el principio (2,10).

Imagem
Mastocitoma intradérmico, encapsulado y bien delimitado, de superficie ulcerada, en la región lumbar de un Boxer.

Imagem
Mastocitoma intradérmico, de gran tamaño, infiltrante y adherido a planos profundos en la región abdominal de un Pastor de Brie.

La forma más frecuente de presentación es la aparición de nódulos intradérmicos (9,10), de consistencia firme y tamaño variable que puede oscilar entre 1 y 10 cm, aunque, en ocasiones, las masas tumorales pueden ser de mayor tamaño. Pueden aparecer encapsulados y bien circunscritos (Figura 1) o infiltrar el tejido subcutáneo o, incluso, alcanzar la capa muscular (Figura 2). La superficie tumoral puede estar ulcerada o eritematosa y, a veces, existe un historial previo de prurito; con frecuencia la zona está alopécica y en los tejidos adyacentes aparece eritema y/o edema. En esta forma intradérmica, el mastocitoma puede adoptar, menos frecuentemente, forma de placa no encapsulada y pobremente demarcada con ulceración, eritema, edema e inflamación (Figuras 3 y 4).

Complicaciones clínicas del mastocitoma
(síndromes paraneoplásicos)

Las manifestaciones clínicas asociadas al mastocitoma tienen importancia desde un punto diagnóstico y pronóstico; así mismo, pueden llegar a modificar las perspectivas terapéuticas. Son consecuencia de la liberación local o sistémica de las sustancias biológicamente activas almacenadas en los gránulos del mastocito. En algunas ocasiones, estos síntomas paraneoplásicos pueden llegar a provocar un cuadro más grave o urgente que la presencia del propio tumor.

Desde el punto de vista clínico, las tres consecuencias más importantes del mastocitoma son la aparición de úlceras gastroduodenales, las coagulopatías y el retraso en los procesos de cicatrización. Otras manifestaciones tienen poca relevancia clínica (presencia de eosinófilos en la masa tumoral) o sólo se producen en casos extremos (shock hipotensivo por liberación masiva de los componentes vasoactivos de los mastocitos) (8).

Hasta un 83% de los casos de los casos de mastocitoma canino se acompañan de la presencia de ulceras gastrointestinales, localizadas, fundamentalmente, en el fundus gástrico, píloro o porción anterior del duodeno (8,9). La presencia de úlceras gastroduodenales no se correlaciona con el estadio clínico, el grado histológico o la localización del tumor. Estas úlceras se producen por la liberación de histamina que estimula los receptores H2 y por la disminución de la gastrina (8,9,13).

La presencia de úlceras puede cursar de forma asintomática o producir anorexia, vómitos (con o sin sangre), diarrea, melena o anemia. Si se perforan (15% de los casos) pueden producir peritonitis (13). En algunas ocasiones, la sintomatología producida por las úlceras gastroduodenales pueden ser el primer motivo de consulta; en estas ocasiones, los propietarios no relacionan la aparición de vómitos con la presencia de una masa cutánea que puede haber tenido una evolución lenta o poco aparente. En otras ocasiones, las úlceras pueden ser las principales responsables de la muerte del animal, por hemorragia gástrica masiva o perforación.
El tratamiento con cimetidina disminuye la incidencia y severidad de las úlceras. Una vez que se ha desarrollado la sintomatología clínica, debe añadirse sucralfato que reviste la úlcera e impide la penetración de ácido gástrico (11).
Peço desculpa pelas fotos, que penso serem necessárias para melhor identificação do problema. Coloquei a bold o que está a ser considerado, relativo ao Alex.

Obrigada,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
MMPA
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sexta mar 04, 2005 2:54 am

Boa noite,

Como este tópico (e outros) foi aberto com o "objectivo" de juntar o máximo de informação possivel sobre mastocitomas, achei por bem realçar este parágrafo (o que está a bold) para que não haja confusões:
Golden_ Escreveu: ...Quer o fígado, quer o baço encontravam-se aumentados, foi encontrado um «abcesso» na próstata, e uma alteração ao nível do coração...
Ou seja, o facto de ter sido encontrado um "abcesso" (entre aspas porque não se tem a certeza até à próxima semana) na próstata e o coração "globoso" (gostei da palavra :D), não quer dizer que tenha alguma coisa a ver com o mastocitoma, são coisas à parte. Isto para que não haja confusões. Uma coisa não tem nada a ver com outra.

Outra coisa que também acho importante que seja dita é que os quadros que a Anita pôs aqui foram retirados de um artigo de uma revista americana, é um estudo que foi feito em 60 (60? não tenho a certeza :oops: ) cães. O resto do artigo aqui não fazia mal nenhum ;) (por outras palavras, ainda não li e gostava de ler :D).

Quanto ao que me disse ali em cima, eu não proíbo nada, só refilo ;) É do mau feitio... :D
Nikasj
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sexta mar 04, 2005 11:05 am

Mais uma vez, Olá

Para além de toda a informação sobre a doença, lembrei-me de deixar aqui alguma informação sobre os medicamentos que podem ser usados no tratamento:

Os medicamento mencionados (Vinblastine e Lomustine) são fármacos antineoplásicos, ou seja, actuam sobre as células malignas dos tumores destruindo-as. A explicação cientifica é mais complicada, mas basicamente é isto.

Para mais informação:
www.infarmed.pt (prontuário terapeutico)
(a informação é boa e simples e acima de tudo menciona outros medicamentos usados em Portugal)

A medida que descubrir mais informação vou deixando-a aqui.

Beijos a todos e um especial para a Anita e para o Alex,
Catarina
Golden_
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sexta mar 04, 2005 11:43 am

MMPA Escreveu: Ou seja, o facto de ter sido encontrado um "abcesso" (entre aspas porque não se tem a certeza até à próxima semana) na próstata e o coração "globoso" (gostei da palavra :D), não quer dizer que tenha alguma coisa a ver com o mastocitoma, são coisas à parte. Isto para que não haja confusões. Uma coisa não tem nada a ver com outra.
Aproveito e junto também mais alguns dados, e uma rectificação:
O «abcesso» só terá influência, uma vez que terá de ser tratado 1º que tudo, segundo as palavras do Dr. Nuno Félix. Quanto ao coração, pensou-se em dirofilariose, mas fez-se o teste e não era. O problema do coração do Alex tem a ver com a válvula mitral que não fecha. Ou seja, o sangue entra no coração, e ao sair, não sai todo, uma parte volta para trás. Esta situação está a tentar ser controlada neste momento com medicamentos.
MMPA Escreveu: Outra coisa que também acho importante que seja dita é que os quadros que a Anita pôs aqui foram retirados de um artigo de uma revista americana, é um estudo que foi feito em 60 (60? não tenho a certeza :oops: ) cães. O resto do artigo aqui não fazia mal nenhum ;) (por outras palavras, ainda não li e gostava de ler :D).
Os quadros pertencem a uma revista, de Janeiro deste ano. Marta, esse estudo era outro, que foi feito em Portugal, mas que o Dr. Félix acabou por não nos dar :( Vou colocar aqui o resto do artigo, acho que interessa a todos.

Vou deixar também, uma listagem dos medicamentos possíveis para este tipo de casos, vou ter que ser eu a escrever, pois a cópia q me deram na FMV está de muito má qualidade :(
<p>Anita / AzulJasmim</p>
Nikasj
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sexta mar 04, 2005 12:48 pm

Deixo aqui mais umas informações:

Mast Cell Tumor (MCT) Treatment Update, 1999

Summary: Treatment with Chemotherapy
Prednisone alone is effective at inducing remission and prolonged survival time in only 20% of dogs with grade II or III mast cell tumors (one had LN metastasis). (McCaw, 1994)
Vincristine alone is effective at inducing partial remission (PR) in 21% of dogs with measurable mast cell tumor. (McCaw, 1995)

CCNU (Lomustine) as a single oral dose of 90 mg/m2 PO q 3 weeks was used to treat 21 dogs with MCT (mostly II and III). 7/16 dogs had measurable response. One complete remission (CR) lasting 441 days, 6 PR that lasted for a median duration of 79 days (range,28-261); 6/16 had stable disease. (Resnick, 1998)

Prednisone (2mg/kg PO SID to discontinue over 12 - 26 weeks) and Vinblastine (2 mg/m2 every 1-2 weeks). Overall response rate for animals with "gross disease" was 7/16 dogs; 5 with CR and 2 with PR. Median response duration was 154 days (24 to >645 days). As adjuvant therapy to "incomplete surgical resection", the protocol conferred a 57%, one and 2 year disease free rate. The median survival time for dogs with grade III was 331 days with 45% living 1 and 2 years. (Thamm, 1998)

Results of a study using combined therapy consisting of Prednisone 1.0 mg/kg PO q24 hours, Vinblastine 2 mg/m2 IV on day one of a 21 day cycle, and Cyclophosphamide 250 mg/m2 PO divided over 4 days, given on days 8,9,10.11 of 21 day cycle. Prednisone is continued for 4 months and Vinblastine/Cyclophosphamide for 7 months. Median survival time in 7 dogs treated with surgery and chemotherapy was 18 months (5-27+ months range). Median survival time of 14 dogs with unresectable MCT treated with chemotherapy was 5 months (1-10 month range); 11/14 dogs had PR, none had CR. (Elmsile, 1995)

CR - complete response or no gross evidence of disease
PR - partial response or 50% or greater reduction in gross evidence of disease
SD - stable disease not greater than 25% increase in gross size of tumor



Summary: Treatment with Radiation Therapy
Thirty-two dogs with grade II, dirty margins microscopically after surgery, were treated with cobalt radiation treatment to a total dose of 54 Gy. 94% disease free interval of one year. The 2,3,4 and 5 year disease free intervals were 86%. The survival rates were 100% for one year and 96% for 2-5 years. (Al-Sarraf, 1996)
Study: Eighty-five dogs with trunk and extremity MCT, most grade II; 18 grade III. Most had received previous corticosteroids before radiation therapy. Total radiation dose was up to 36-48 Gy from Ortho or Cobalt sources. The median survival was 19 months for the group, while mean survival was 61.2 months. The one and 2 year survival was 76 and 75% respectively. The median disease free interval was 17 months. (Turrel, 1988)

retirado de:

http://www.vetmed.ufl.edu/sacs/Oncology ... tocols.htm

Estive a ver com mais atenção e depois de ler alguma informação sobre o assunto:
- Segundo percebi o tumor não está ainda metastisado, ou seja, está confinado à pele, certo?
Se o que percebi está correcto, acho que ainda podemos (e deveremos ter sempre ) esperança. Com tratamento o Alex ainda pode ter bastante tempo de vida e com qualidade.
O que deixei aqui escrito, é acima de tudo de coração, apesar de ter alguns conhecimentos de veterinária e formação na area de saude, não sou especialista, e ainda faltam exames.

Beijinhos,
Catarina
Golden_
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sexta mar 04, 2005 1:01 pm

Esta é a tabela de medicamentos, que me foi fornecida pelo Dr. Nuno Félix, foi retirada da revista Compendium Vet, edição de Janeiro deste ano:

Imagem

Catarina,
como sempre você é espectacular. Entretanto já falei com o Dr. Luis Lobo do Hosp Vet do Porto, confirmou a possibilidade de ter o Vinblastine injectável. Neste momento, já coloquei em contacto ambos os médicos.

Muito obrigada a todos, espero que, o que aqui tem sido exposto, possa vir a ajudar outros, que infelizmente tenham que passar pelo mesmo.

Catarina, o Alex tem metastases uma vez que o tumor é infiltrativo. Inclusivamente, o Dr. Vieira Lopes quando efectuou a cirurgia avisou-me de imediato que um dos tumores tinha sido retirado pela totalidade, mas o outro tinha sido impossível, devido ao grau existente de infiltração.

A dúvida é, qual o grau real da infiltração, daí se irem fazer os restantes exames na próxima 4ª feira.

Para terem uma noção do tamanho de um dos tumores, deixo aqui uma foto da cicatriz abdominal do Alex. Para quem o conhece, sabe que ele é um cão grande, peso 41,5kg.
Imagem

A foto seguinte é da cicatriz dorsal:
Imagem

Devido aos problemas de cicatrização, normais neste tipo de problema, a cicatriz abdominal apesar da cirurgia ter sido a 7 de Fevereiro, ainda não se encontra seca.

Bjs,
<p>Anita / AzulJasmim</p>
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