Leishmaniose - Ajuda / Opinião

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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filipa02
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sexta nov 08, 2002 5:09 pm

Olá a todos,

É com profunda tristeza que exponho este assunto:

Tenho um colega que tem uma cadela de raça malamute, a Carol de dois anos, sobre a qual falamos várias vezes. Acontece que lhe foi detectada a terrível doença - Leishmaniose.
O meu colega diz que após ponderar toda esta triste situação, decidiu que vai mandá-la abater, uma vez que os vets (ele pediu mais que uma opinião) dizem ser uma doença transmissível até aos humanos, e como ele tem um filhote de 3 anos, teme pela sua saúde.

Na vossa opinião o que é que acham que ele deva fazer???

Alguém tem ou teve experiências com este tipo de doença??

É realmente transmissível aos humanos?? Por acaso não tinha essa ideia!

Eu sei que é uma doença que não tem cura, mas lembro-me que há uns tempos atrás, alguém aqui do fórum falou ter um animal há seis anos nestas circunstâncias.... como lidar com isto??

Não conheço a Carol, mas cada vez que falo com o meu colega, ele refere-se a ela com tanto carinho, que até eu já a adorava como se fosse minha conhecida( também, não é preciso ver os animais para gostar deles)...

Saudações,

Filipa :cry: :cry:
tiabela
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sexta nov 08, 2002 5:14 pm

sei pouco sobre essa doença,mas tenho uma amiga q tem um rott q infelizmente a apanhou e tem feitotratamento e o cão tem-se aguentado mto bem.acho q não é transmissivel assim como diz acho q apenas por via sanguinea,mas não tenho a certeza.ele q consulte outros médicos
tiabela
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sexta nov 08, 2002 6:07 pm

fui agora fazer uma pesquisa e acho q deve fazer e mostrar ao seu colega se conseguir dar qualidade devida ao animal por favor peça-lhe para não o mandar abater
angel
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sexta nov 08, 2002 6:47 pm

filipa
Deixo-lhe aqui um artigo sobre esta doença. Entretanto, devem aparecer pessoas que poderão falar melhor sobre o assunto. Isto é só para ficar com uma ideia, ok?

"Comum ao homem e ao animal, a leishmaniose é uma zoonose grave contra a qual não é, no entanto possível imunizar-se.

- esta doença deve-se a um protozoário (Leishmania sp.)que coloniza algumas células sanguíneas, denominadamente os macrófagos. As leishmanias, assim se chamam estes parasitas, são inoculados no organismo por um pequeno mosquito ( o Phlebotomus) que é simultaneamente o hospedeiro e vector do parasita, quer dizer, aloja e transmite o agente infestante.

Tratar, mas, não curar.
-o tratamento baseia-se nos derivados de estibiados (derivados do antimónio) ou nos derivados das diaminas aromáticas,, estando em ensaio outras substancias,em especial os derivados do imidazol. A este tratamento geralmente se junta outro sintomático, para corrigir os transtornos digestivos ou renais. É IMPORTANTE REFERIR QUE: o tratamento da leishamaniose não cura definitivamente o animal: apenas o "limpa". Por outras palavras, os sintomas desaparecem, mas, o animal continua sendo portador do parasita, convertendo-se pouco a pouco num foco.
Isto coloca o problema do que FAZER COM O ANIMAL!!
É verdade que se o ambiente é rico em Phlebotomus, e, portanto em vectores da doença, estes são fortemente expostos a infectar-se por contacto com o animal doente e a transmitir o protozoário aos animais e ás pessoas que vivem á sua volta.
Infelizmente, não se pode empreender uma profilaxia médica porque actualmente não há qualquer vacina contra a leishmaniose."

Por aqui dá para ficar com uma ideia acerca desta doença.
PauloC
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sexta nov 08, 2002 8:15 pm

Olá,
Infelizmente é verdade que a doença actualmente não tem cura e é transmissível através da picada de mosquito.
Veja mais sobre o ciclo da doença aqui:
http://www.samishilandia.com
Já existe uma vacina para a Leishmaniose, mas as burocracias impedem que esteja já a ser comercializada! Será em primeiro lugar ( claro!) nos EUA (está previsto para Dezembro, mas também já se previa que fosse neste verão e não foi!), e não sei quando na Europa! Isto é uma treta com as burocracias, porque a vacina até foi desenvolvida no Brasil e foi lá que ficou pronta, mas como o laboratório é americano (FORTH DODGE) tem de ser liberada em primeiro lugar nos EUA ( e entretanto milhares de animais a serem contagiados por esse mundo!).

Cumprimentos
Paulo C.
Will
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sexta nov 08, 2002 11:23 pm

Ola!

Ja´ escrevi aqui sobre o assunto. O meu namorado tem a Lili que ja´ foi detectada a doença ha´ uns anos! A unica coisa a fazer e´ tentar dar-lhe a melhor qualidade de vida possivel! Nunca ninguem foi infectado... e nem sabia que era possivel passar para as pessoas! Tambem acho que se fosse assim tao facil o contagio, de certeza que ja havia uma vacina, como com a raiva!

Ela tem que fazer testes regulares para observar o estado da doença e envolve tambem medicaçao. E´ uma doença para toda a vida, e´ certo, e que tem altos e baixos, mas tambem e´ certo que o animal pode viver muitos anos com esta doença desde que vigiada, controlada e muito amada!

E´ a minha opiniao baseada na experiencia da cadela que conheço ter esta doença! Para mim nao considero eutanasia uma soluçao, so em extremo caso!

Beijinhos, espero ter contribuido de alguma maneira e que o seu amigo tome a melhor decisao! ;)
PauloC
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sábado nov 09, 2002 11:25 am

Olá,
Dada a dificuldade de tratamento eficiente dos animais infectados, assim como reações secundárias graves quando o tratamento é tentado, no estágio actual do nosso conhecimento é prescrito o sacrifício dos animais enfermos, principalmente em se tratando do cão ou do gato, com o fito de assim impedir o contágio humano. Pessoas infectadas com o parasita, devem ser obrigatoriamente isoladas em local apropriado, a fim de ser impedido serem sugadas pelos vectores Flebótomos, interrompendo a cadeia evolutiva do protozoário. Trata-se de uma doença chamada exótica, mas infelizmente presente em alguns locais do território nacional. Por essas características, quando diagnosticado um foco da doença, deveriam tomar-se as necessárias medidas enérgicas para sua erradicação, sob pena de sua disseminação em larga escala a todo o território.

A eutanásia é uma decisão muito penosa e difícil, por isso convém ter a certeza absoluta que o animal está mesmo infectado ( existem testes falíveis).

Boa sorte
Paulo C.
Will
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sábado nov 09, 2002 2:21 pm

Gostava de saber como a doença se propaga a pessoas e outros animais, visto ninguem na familia do meu namorado ter sido infectado e, alem disso, tem mais uma cadela e 2 gatos!?

Sendo assim tao facil a propagaçao, como e´ que ainda nenhum tem sintomas? A Vet (e bem competente), nunca falou em eutanasia, e ela propria teve uma cadela com esta doença, que viveu largos anos, nem em ser extremamente contagioso!

E´ uma doença cronica que bem controlada e em constantes cuidados e observaçao, o animal pode viver alguns anos com uma qualidade de vida razoavel! eu falo por aquilo que conheço!
PauloC
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sábado nov 09, 2002 4:22 pm

Olá,
Já que não seguiu o link que sugeri, aqui está então um artigo sobre Leishmaniose:

É doença infecto contagiosa que pode ser classificada como zoonose, pelo fato de ser transmissível dos animais ao homem, e vice e versa. O agente causal dessa zoonose, é um protozoário, e como tal microscópico. Tem a forma ovo-arredondada, medindo de 2-4 X 1,5 a 2 micra, e possui além do núcleo um blefaroplasto, porém não possui flagelos. São várias as espécies desse grupo capazes de causar a doença, sendo as mais frequentemente encontradas as seguintes, assim como os nomes vulgares respectivos para cada uma de suas correspondentes doenças:

1 - Leishmania donovani (Laveran y Mesnil, 1903): Agente das Leishmanioses viscerais, Calazar Indiano, Leishmaniose Infantil da Área do Mediterrâneo e o Calazar Americano ou Leishmaniose visceral americana.
2 - Leishmania canis (Cardamatis,1911): Leishmaniose visceral dos cães e gatos.
3 - Leishmania infantum (Nicole, 1908): Calazar na área do Mediterrâneo, hoje reconhecidamente idêntico ao Calazar Indiano, de Wright.
4 - Leishmania tropical (Wright, 1903): Agente da Leishmaniose cutânea ou botão do Oriente, Botão de Biskra ou Botão de Aleppo.
5 - Leishmania braziliensis (Vianna, 1911): Determina a Leishmaniose tegumentar americana, ou Leishmaniose cutaneomucosa, Espúndia, Uta, Úlcera de Baurú, etc.

Todas essas espécies de Leishmania já classificadas, têm em comum o fato de necessitarem para se reproduzir e atingirem a forma adulta, passarem por um hospedeiro invertebrado obrigatoriamente um mosquito diptero do gênero Phlebotomo. Tal característica de exigirem mais de um hospedeiro em seu ciclo evolutivo biológico, lhes conferem em Parasitologia a denominação de parasitas heteroxenos.

Os mosquitos do gênero Phlebotomo, hospedeiros intermediários desses parasitas unicelulares causadores dessas doenças, são vulgarmente chamados no Brasil por Biriguís, Mosquito Palha, Mosquito pólvora ou Cangalhinha, por serem de pequeno porte, medindo em torno de 2 a 3 milímetros, portanto menores que um pernilongo comum. Tais mosquitos tem hábitos noturnos, atacando suas vítimas para sugar sangue em geral no entardecer e começo da noite, e dessa picada transmitem para o novo hospedeiro (animal ou o homem), a doença, que assume duas formas distintas:

LEISHMANIOSE CUTÂNEA OU TEGUMENTAR - Essa forma clínica da doença, admite-se ser autóctone do Continente Americano. Os Índios ceramistas, pré-colombianos do Perú, representam em seus vasos numerosos estados patológicos, de modo que o médico e o historiador encontram nesses "huacos " possibilidade de identificação de diversas enfermidades. No Perú é essa doença denominada Uta, assim parecendo não haver dúvida a respeito da existência da Leishmaniose tegumentar entre os habitantes da América Pré-colombiana. No Brasil, já no ano de 1885 foi a mesma observada e identificada ao Botão de Biskra, pelo médico Brasileiro A. Cerqueira. Em 1895, Breda, na Itália, descreveu-a em Italianos que, de S. Paulo, haviam voltado para sua pátria. Em 1908, começaram a afluir à Santa Casa de S. Paulo, numerosos doentes vindos das regiões assoladas pela doença, e como em sua maioria fosse procedentes da região Noroeste (Baurú), ficou a doença conhecida por Úlcera de Baurú. Apenas em 1909, Adolfo Lindeberg noticiou a descoberta do parasita dessa doença, que ele identificou ao agente causal do Botão do Oriente, descoberta posteriormente confirmada pelos cientistas Brasileiros Carini e Paranhos.

LEISHMANIOSE VISCERAL - O cientista Brasileiro Carlos Chagas, descobridor de todo o ciclo da doença que hoje leva seu nome (Doença de Chagas), percorrendo nos anos de 1911 e 1912 o Vale do Rio Amazonas, suspeitou da ocorrência do Calazar, nessa região; Nome esse que também é sinônimo dessa forma clínica da doença Pesquisas de Evandro Chagas, irmão de Carlos Chagas, também cientista, é inclusive criador de um teste de soro-aglutinação para diagnóstico dessa doença, permitindo identificar as diferentes espécies de Leishmanias. Essa forma clínica (Visceral), é aquela freqüentemente encontrada entre os animais sensíveis como o cão ou o gato, além da cobaia utilizada em laboratório.

O mosquito hospedeiro intermediário, do gênero Flebótomo ( Phlebotomo), no qual gênero foram já descritos várias espécies (P. Whitmani. P. Pessoai e P.migonei entre outros), ao sugar sangue de um animal (ou do homem) infectado, também de contamina, e em seus intestinos e glândulas salivares esse protozoário se multiplica, sendo então as chamadas formas de leptomonas encontradas no buco-faringe desses mosquitos. Tais mosquitos, ao sugarem sangue posteriormente, pelo fato de por assim dizer injetarem na picada da pele sua saliva, por ser esta anti-coagulante e assim evitar que o sangue da sua vítima se coagule, injetam nesse ato também tais formas infectantes da Leishmania, a qual caindo da circulação sanguínea desse novo hospedeiro (chamado porisso hospedeiro definitivo), vai dessa forma reproduzir a doença, numa das formas clínicas anteriormente citadas.

O período chamado de incubação (período que vai da picada pelo mosquito infectado até o aparecimento dos primeiros sintomas) varia entre 10 e 25 dias, podendo, no entretanto, chegar até um ano. Após esse período aparecem em geral pápulas na pele do animal ou do homem infectado, pápulas essas nada características, porém proriginosas (coçam) determinando sensação de calor e dor. Ocorre também nessa fase adenopatia (inflamação) dos gânglios próximos a picada pelo mosquito. Nessa ocasião, sendo feita punção desses gânglios inflamados, deverão ser encontradas as formas infectantes do protozoário. O gânglio linfático inflamado se necrosa, e assim lesado acaba por vir a furo para evacuar esse material purulento, ficando em seu local uma úlcera, denominada de cancro espúndico.

Nessa forma clínica a doença nessa fase é facilmente diagnosticavel pela exibição de úlceras cutâneas características. Em alguns casos, no entretanto, a doença cutânea assume formas não ulcerosas, chamadas de impetiginoide ou tuberiformes, além de verrugosas e franboesoides, estas últimas assim denominadas pela sua semelhança com a fruta framboesa . O evoluir dessa doença, sem tratamento adequado, leva a lesões graves e deformantes, inclusive com perdas irrecuperáveis muitas vezes do nariz e da epiderme do rosto.

Na sua forma visceral, as lesões sendo internas, principalmente no baço, se traduzem por aumento de volume desse órgão (esplenomegalia), além de febre e dor abdominal. Sua evolução leva também a hepatomegalia (aumento de volume do fígado).

PROFILAXIA DA DOENÇA - A mais eficiente medida de prevenção do mal, ainda é o combate ao mosquito hospedeiro intermediário, impedindo-o de se multiplicar, pela aplicação de inseticidas em seus criatórios . Paralelamente, isolamento dos hospedeiros definitivos enfermos, ou seu tratamento quando possível. Têm os mosquitos hospedeiros intermediários (Flebótomos), uma característica peculiar: Atividade crepuscular e no início da noite, quando tem atividade intensa a procura de suas vítimas para serem sugadas, pois é o sangue seu alimento, ou melhor, apenas as fêmeas desses mosquitos nutrem-se de sangue. Já os machos desses mosquitos por terem vida curta, alimentam-se de frutas silvestres por breve período. Durante a fase do dia, procuram esses mosquitos abrigo ou no interior das residências ou em matas em local protegido dos ventos. São freqüentemente encontrados em tocas de outros animais como tatus , buracos em paredes de construções, ocos de paus ou bambus ou similares. Em matas fechadas, devido a pouca luz em seu interior, podem ser visto mesmo durante o dia, inclusive ativos a procura de possíveis animais ou o próprio homem para ser sugado.

DIAGNÓSTICO - Existe um teste , criado pelo cientista Brasileiro Montenegro no ano de 1926, bastante eficiente. Trata-se de uma intradermorreação, chamada em sua homenagem por Reação de Montenegro, consistindo-se de uma simples reação alérgica, obtida pela inoculação por via intradérmica de uma suspensão de leptomonas às quais foi juntadoo fenol para sua esterilização.

TRATAMENTO - Vários medicamentos quimioterápicos, como o Tártaro Emético, Tartarato de sódio e antimonila, Fuadina, Eparseno (Amino-arseno-fenol), arsenito de sódio, e o glutamato de antimônio sódico, entre outros, foram já utilizados, porém todos determinando paralelamente graves reações secundárias , o que inviabiliza seu tratamento, a não ser em pouquíssimos casos, e nestes obrigando acompanhamento médico direto e permanente.

VACINAÇÃO PREVENTIVA - O médico Brasileiro Samuel Barnsley Pessôa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de S. Paulo , já falecido, no ano de 1939 empregou com sucesso uma vacina preparada por cultura do protozoário em suspensão fenolada, vacina essa aplicada em três doses. Tal vacina foi aplicada em localidade altamente endêmica, com pleno sucesso. Em animais, no entretanto, ainda não empregada por motivo que desconheço.


No ser humano, se diagnosticada a tempo, a doença tem tratamento e cura.
No cão, o tratamento é viável (dependendo do estado geral do animal e do estágio em que se encontra a doença), embora não ocorra a cura do mesmo. Por isso, o cão que teve Leishmaniose, mesmo que deixe de apresentar sintomas poderá ser um 'depósito' da doença para "abastecimento" do mosquito e posterior propagação para o resto da vida (pelo que o ciclo continua).

Figura: O CICLO DE TRANSMISSÃO DA LEISHMANIOSE
Imagem
Como se pode ver, sem mosquito não há propagação. É ele o dissiminador, não há contagio por proximidade do animal infectado! Se um mosquito picar o cão infectado e ficar cheio de sangue, normalmente satisfez-se e vai embora! Não vai picar pousado no animal à espera de outra vitima diferente para picar! Além disso, o mosquito da leishmaniose aparace sobretudo em zonas de matas, prados, rochedos. "Ataca" normalmente no final da tardinha ( ao anoitecer) e ao amanhecer.
Por essa razão, é mais provável que um mosquito que morda a cadela do seu namorado, durante um passeio na mata ou no quintal lá de casa, vá infectar o cão de alguém longe dali do que os outros animais ou pessoas lá de casa.


Um abraço
Paulo C.
Sandrara
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sábado nov 09, 2002 4:41 pm

Minha querida Filipa

Já não me dou ao traalho de vir aqui a este fórum responder, mas tendo em linha de conta que és tu a colocar a questão e a estar interessada em opiniões, eu resolvi dar-te a minha. Li "na diagonal" as respostas que foram dadas e digo-te que se fosse meu esse cão enquanto tivesse qualidade de vida, estaria na minha companhia. Não sou veterinária e nem estudei para isso , mas pelo que percebo a leishmaniose é uma doença tipo camaleão, que se disfarça e só se mostra qdo bem entende e nessa altura pode ser tarde demais. Essa doença pode atingir as vísceras e pelo que sei é mais complicado controlar a situação, acabando por se adormecer o animal (havendo excepções) e no aspecto exterior do animal não há o menos indicio que é portador da doença; e existe o outro lado que é pelo aspecto exterior nota-se nitidamente que é portador mas que com o tratamento (dispendioso é verdade) até se pode controlar a situação. Eu tenho 1 amigo que tem uma cadela com leishmaniose há 7 anos e ela faz o mesmo tipo de vida dos outros animais que ele tem. Não existe conhecimento ( e se estiver errada p.f avisem) de alguém humano contaminado com leishmaniose. Alguém falou na veracidade dos testes e com as incompetências existentes no meio da medicina veterinária esse é um grave risco. Para te dar um exemplo foi dianosticada leishmaniose num cão de uma vizinha minha e ela não querendo acreditar repetiu o teste e desta vez foi enviado para Espanha e o resultado foi Negativo. Agora imagina que ela tinha tomado a decisão da eutanásia no dia em que soube do resultado do 1º teste??? Havia de ser bonito.
O teu amigo que pondere e se realmente ele parece gostar da carol como tu dizes , então a eutanásia não poderá ser a decisão dele a não ser claro se ela não puder ter qualidade de vida .

Boa sorte para a Carol

e para ti beijinhos
Victor
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sábado nov 09, 2002 5:57 pm

Estou estupefato... então é diagnosticado uma zoonoze fatal e tem gente que prefere esconder e "trata" o animal e dane-se o mundo!
Esse pensamento de que se meu cão vai, vai acompanhado é absurda!
É triste por para dormir seu companheiro ?
Sim é..por isso é nescessários vários exames; mas é um extrema irresponsabilidade tranformar seu lar em um foco.
Mas a pessoa gosta de animais...
NÃO PARECE!
Que se lixem os cães dos vizinhos (e os próprios!) é o que pensam essas pessoas....
Sandrara
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sábado nov 09, 2002 11:21 pm

Victor Escreveu: Estou estupefato... então é diagnosticado uma zoonoze fatal e tem gente que prefere esconder e "trata" o animal e dane-se o mundo!
Esse pensamento de que se meu cão vai, vai acompanhado é absurda!
É triste por para dormir seu companheiro ?
Sim é..por isso é nescessários vários exames; mas é um extrema irresponsabilidade tranformar seu lar em um foco.
Mas a pessoa gosta de animais...
NÃO PARECE!
Que se lixem os cães dos vizinhos (e os próprios!) é o que pensam essas pessoas....
Boa noite Victor

Eu nem sei se entendi a sua resposta, mas parto do principio que é a favor da eutanásia em casos diagnosticados de leishmaniose. Então Victor podem começar a eutanasiar todos os casos diagnosticados de SIDA. Realmente para o cão do vizinho ficar bem eu mato o meu....por amor de Deus. Se me disser que há que ter mais cuidados, mas daí a levar ao exagero da sua resposta vai uma grande distância. É incrivel como neste fórum se tem vindo a mostrar que se gosta de animais , mas não é nos geral mas sim os animais que cada um tem . Pois caro Victor eu infelizmente ainda não cheguei a esse estádio "superior de grandeza" em que goste só dos meus e os outros que se danem. Eu já tive uma cadela que se suspeitava ter leishmaniose e a eutanásia seria a ultima coisa que faria se ela não tivesse qualidade de vida e olhe que eu tenho 16 cães.
Eu tenho amigos seropositivos e nem por isso me afastei deles, porque têm direito a viver assim como eu, têm que se ter alguns cuidados mas isso não faz com que eu alguma vez pense que se devem eutanasiar só para não contaminarem os restantes humanos.
Eu dei a minha opinião à Filipa, pessoa que tenho em alta estima, e não fazia ideia de voltar a responder mas como penso ter entendido a sua resposta e por a achar um tremendo egoismo e egocentrismo tive que voltar.
Tenho visto neste fórum ultimamente parvoices que não pensava ver e por isso me tenho mantido afastada, também pode estar a pensar que poderia ter respondido á filipa em Pm, mas não me apeteceu.

Eu não consigo gostar só dos meus animais, lamento. Eu consigo gostar de todos os animais e só por isto sou muito diferente da maioria que aqui anda.

Fique bem
PauloC
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domingo nov 10, 2002 12:40 am

Olá Sandra,
Desculpa lá, mas desta vez não posso concordar contigo ;) .
Concordo, concerteza, que o diagnóstico deve ser muito bem feito ( confirmado e reconfirmado várias vezes), porque é uma decisão muito drástica e definitiva! Mas havendo CERTEZA ABSOLUTA, e até haver uma cura, a eutanásia deveria ser a "coisa certa" a fazer. Não se trata apenas do nosso cão e da qualidade de vida dele, mas sim de todos os outros cães que poderão vir a ser infectados a partir de um foco de doença que se mantém activo.
Não há comparação possível com a SIDA, por duas razões essenciais:
- A SIDA só se transmite por via activa, ou seja, um paciente de SIDA consciente só transmite a doença se quiser!
- A LEISHMANIOSE transmite-se por via passiva, ou seja, o animal pode estar muito bem tratado e cuidado e não se meter com nada nem ninguém, mas é um foco na medida em que um mosquito que o picar poderá contagiar o próximo animal/pessoa que picar.

Felizmente, esta forma de Leishmaniose canina que temos na Europa não é fácilmente transmissível aos seres humanos ( mas não é impossível). Mas no Brasil e em outras àreas mais quentes, tens várias formas de Leishmaniose e tens muitas pessoas sofrendo com isso ( daí a resposta do Victor). Espero bem que por aqui se mantenha assim como está!

Tu sabes bem como eu gosto do Furst e da Mara, e concerteza não os eutanaziava de ânimo leve! Mas havendo a CERTEZA ABSOLUTA que tinham Leishmaniose eu ia optar por essa solução..... com muito sofrimento, mas ia. É por isso que anseio muito pela vacina ( para não ter de tomar essa decisão) e assim que ela estiver a ser comercializada no Brasil ( agora prevê-se que seja em Janeiro), eu vou arranjar maneira de tê-la cá para os meus dois cães.

Um abraço
Paulo C.
Ines2002
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domingo nov 10, 2002 1:37 am

Boas!

Apesar do que já foi aqui exposto, se o meu cão tivesse leishmaniose, faria tudo para prolongar a sua vida (já de si curta) conosco, sem sofrimento, é claro.

Esta doença parasitária é infelizmente frequente em Portugal, já que existem certas áreas do nosso país que reúnem as condições apropriadas para a sobrevivência do mosquito.

Penso que tão importante como cumprir os "tratamentos" que existem para a leishmaniose (que estabilizam/melhoram o estado do animal infectado) é prevenir que o cão volte a ser picado pelo mosquito.
Já se falou em alguns cuidados, como não passear o cão ao final da tarde, sobretudo em zonas de vegetação abundante, existem também umas coleiras ("Scalibur" se não me engano) que garantem protecção contra o mosquito referido (repelem-no e evitam que pique o cão).

Cumprimentos,
Inês C
PauloC
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domingo nov 10, 2002 9:02 pm

Olá Inês,
Eu compreendo perfeitamente a sua posição. Aliás isso só mostra que gosta muito do seu cão. No entanto, gostava de lhe colocar a seguinte questão: O que acharia se soubesse ( isto no campo meramente teórico) que o seu cão foi contagiado com Leishmaniose porque o seu vizinho tinha um cão com a mesma doença e não o mandou abater, sendo que o mosquito que picou o seu cão trouxe a doença de lá? Isto, como eu disse, é meramente teórico porque é impossível saber onde o mosquito que contagiou o nosso cão se foi "abastecer"! Mas imaginemos isto em larga escala e no inicio da expansão da doença..... 10 cães infectados e não eutanasiados poderão (passivamente) infectar centenas de cães, sendo que cada um destas centenas poderá infectar outros. Assim se chega aos milhares que são infectados anulamente. Destes milhares anuais, muitos sofrem, muitos morrem e apenas alguns são salvos e lhes é prolongada a vida ( continuando a ser focos da doença). Já pensou que, bastava que os 10 iniciais tivessem sido eutanaziados, para que centenas e milhares de outros fossem salvos? Pois é.......às vezes há que pensar mais um pouco com a cabeça do que com o coração, particularmente se o resultado do nosso amor for a sentença de morte para tantos outros...

Espero que me perdoe....mas às vezes gostar dos animais passa por ser um pouco 'frio' em certos pontos e fazer sacrificios imensos, se queremos realmente mostrar o nosso verdadeiro amor noutros.

Apenas acrescento que as medidas para erradicar esta doença passam por mais coisas para além da eutanásia! Passa por uma vacinação eficaz ( assim que a vacina for comercializada), passa pela protecção dos cães contra o mosquito ( já agora digo-lhe que a Scalibor não é 100% eficaz! Já conheci cães que as usavam e foram infectados), passa pela procura de uma CURA total (que faça com que o animal deixe de ser portador), passa pela eliminação do mosquito, etc....

Um abraço
Paulo C.
Responder

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