dok Escreveu:
... e é por isso, que não me esqueço jamais, da primeira intervenção do Sr. José Carlos Sousa (VALE DO COURA) que li no forum, em que dizia textualmente "já não existem p.a. como os da minha juventude" ou seja
o que hoje se priveligia é a aparência e não o que vai dentro da cabeça
dos nossos adorados p.a.
Boa noite.
Para ser franco, não me lembro de ter escrito isso, mas aceito que seja verdade. Já aqui levantei o tema recentemente, e para mim é um dos maiores problemas com que se debate a nossa raça preferida nos tempos de hoje. Convém, no entanto, pontualizar essa frase que terei proferido, e que, descontextualizada, pode parecer demasiado extremista:
- há dentro das linhas de beleza muitos exemplares com o temperamento típico, assim como dentro das linhas de trabalho há exemplares com estrutura correcta.
- o problema é que há demasiada gente, dentro de ambas as linhas, a enfatizar na selecção apenas um dos dois aspectos fundamentais - a morfologia ou o carácter. Isto, para mim, é que está errado.
- é lógico que se a selecção é feita ao longo dos anos privilegiando apenas uma dessas componentes (carácter ou estrutura) com o passar das gerações a componente seleccionada seja homogénea e a que ficou mais "esquecida" se apresente mais instável.
No caso das linhas de beleza: se desde o fim da 2ª grande guerra, e mais concretamente desde os anos 60, os criadores dessas linhas começaram a procurar exclusivamente ou quase características morfológicas e menosprezaram o carácter na selecção que fizeram, o lógico é que nestas linhas, como hoje sucede, se veja uma grande homogeneidade estrutural, mas que em termos de carácter haja uma grande diversidade.
Mais a mais quando, mesmo das linhas de beleza, as que se caracterizam por transmitir fortes temperamentos têm sido relegadas para segundo plano, em favor de outras (falo sobretudo da linha Canto Wienerau, mas tambem de Quanto) que, transmitindo melhores tipos, transmitem também e com uma indesejável frequência temperamentos débeis.
Se invertermos as prioridades, veremos que nas linhas de trabalho os erros foram os mesmos, só que desta vez menosprezando a morfologia e sobrevalorizando o carácter.
Em resumo, o problema não é que nas linhas de beleza não haja cães com o carácter típico. O problema é que aparecem com bastante frequência exemplares que não o têm...
Cumprimentos
José Carlos