As pessoas, acham muita graça às travessuras de um cachorro:
Olha, lá vai ele com o teu chinelo...que giro...Olha como abana o rabo.
Anda sempre ao pé de mim a saltar-me para cima e a morder-me as pernas...
Olha a força que ele tem a puxar a toalha da mesa...até vêm os pratos e tudo.
Onde é que está o pequenino?...R:Está aqui aos meus pés, entretido a roer os meus atacadores.
Eh pá, ele mordeu-me...Bom, é pequenino não foi por mal...
O meu cão vai ser teso...Tenta lá ir tirar-lhe a bola...é o tiras!!...
Penso que sabem e concordam que este é o dia-a-dia de muito cachorro?!. Pois não devia. Aqui, começa o problema.
No caso de um cachorro e durante toda a fase de crescimento o método de repreensão dever ser sempre o mesmo. No meu caso, utilizo a sacudidela no pescoço. Ainda hoje, em adultos, o faço com o mesmo sucesso.
As pessoas muitas vezes, vão mudando método de repreensão, porque esperam encontrar um método com efeitos imediatos. A continuidade e repetição irão trazer resultados positivos.
A “pancada” no focinho que esporadicamente utilizo e na sequência da repreensão descrita anteriormente, deve ser nesta fase utilizada com muita moderação. O cachorro, pode não ver como uma repreensão mas como uma agressão. Neste ultimo caso pode vir a ganhar medo e não respeito. As mãos, como “potencial” ameaça, podem ser uma tentação para morder numa situação de auto-defesa do cachorro.
Tenho uma cadela com dois meses e meio e que está à três semanas em minha casa. Na altura em que a trouxe, ao preparar as refeições dos restantes, não me “lembrei” da sua existência.
Normalmente, coloco os comedouros no chão “encho” com as quantidades respectivas e posteriormente levo para o exterior onde comem. Os mais antigos (rottweiler´s) não comem sem lhes ser dado ordem para tal, por isso, posso estar à vontade com os comedouros no chão.
Pois é...Esqueci-me que havia um novo elemento...a Erika (Rottweiler). Esta, enfiou o focinho na comida e saltou literalmente para dentro dos comedouros. Entornou tudo enquanto comia desalmadamente. Resumido e baralhando, hoje com dois meses e meio e após três semanas na nova casa, sem qualquer problema, deita-se junto a mim enquanto preparo a comida.
Recentemente, ao tentar tirar-lhe uma foto enquanto estava a roer um rolito, aproximei-me. Para meu “espanto”, ouço uma rosnadela. Desconfiei de imediato que quis proteger a sua guloseima (que eu tinha dado). Larguei a máquina e esticando a mão tentei chegar ao rolito. Com uma velocidade fenomenal e sem qualquer sinal adicional, levei uma mordida forte (atendendo à idade) que me feriu o pulso.
Estava com alguns amigos em casa que de alguma forma se deixaram impressionar


Obs – A situação já está resolvida.

Bom...para não ser mal interpretado, eu explico:
Começando pelo fim, estas atitudes têm que desde logo ser corrigidas e punidas. Quem manda é o dono, e o cão tem que ter um comportamento sociável e mais tolerante. Em adulto, se fosse mordido, não ia fazer o mesmo comentário. O que gosto de ver num “cão” é uma personalidade forte e digna. Foi o que a cadela teve, não se deixando impressionar pelo meu tamanho. Os meus outros dois Rottweiler´s em cachorros nunca me morderam, apenas em algumas alturas, me rosnaram. Estamos sempre a aprender...
Estas histórias todas, porquê?. Eu passo pelos mesmos problemas que a maior parte de outros donos. Gosto de denunciá-los porque eles podem ser a realidade de muitas outras pessoas. Agora há que perceber: Os mesmos para serem corrigidos, devem ter um tratamento metódico e rigoroso. Se assim for, em adultos, vamos ter cães educados e equilibrados.
Nota: A repreensão através da sacudidela do pescoço é muito, muito eficiente quando utilizada desde cedo. Não se deixe intimidar por ligeiros ganidos, efectuados pelo cachorro. É ronha. Quando ele é muito atrevido volte-o de barriga para cima e coloque o seu braço na garganta do cachorro. Diga: NÃO. Mantenha-o nessa posição durante alguns segundos. Quando o libertar, ignore-o (5/10m) por completo.
Os meus Rottweiler´s adultos, são cinco estrelas com pessoas e quando vão ao Veterinário são excelentes pacientes. Com outros animais, o macho é o menos tolerante, no entanto a minha persistência faz com que aos poucos esta situação seja minimizada. Alguns dos cães (machos) a quem se queria atirar aqui na rua, hoje, brincam com ele dentro do meu quintal. Se desistisse, não conseguiria tais resultados, provavelmente com consequências desagradáveis no futuro.
Nota: Em caso de dúvidas no adestramento e sociabilização, contactem profissionais. Não improvisem, podem pôr tudo a perder. Uma coisa é o que se lê nos livros e outra é a forma como se aplica.
Acreditem em vós e nos vossos cães. Evitem as seguintes atitudes:
Hoje, não estou para me chatear, mas para a próxima vais ver...
Ele não quer dar o brinquedo?...Deixa estar. Anda embora que já estamos atrasados...
Não o repreendas, ele é cachorro, não tem noção do que faz...
Eu não brinco com ele...Está sempre a mordiscar...
Olha, está com um sapato na boca. R: Não o deixasses no chão, agora estou a jantar.