Bom, há aqui pano para mangas.
Das duas uma : ou o CPC não se considera em condições de avaliar a pureza de um cão e então também não está apto para os julgar em exposições ou tem meios de o certificar e então deve fazê-lo !
Ninguém pode a "olhómetro" dizer se um cão é puro ou não. A única coisa que se pode dizer é que fenotipicamente o caõ apresenta as características da raça X. Só os registos, mostrando que o cão é filho, neto, bisneto, etc de cães da raça X é que podem comprovar que o cão é efectivamente da raça X.
Por isso é que existiam os RI. Os cães eram examinados e pareciam ter as características da raça, e ficavam no RI durante 3 gerações, no sentido de ver o que saia dali. Só ao fim de 3 gerações a dar cães com as características da raça X é que se admitia que os cães efectivamente eram da raça X e entravam no LOP.
Que seja avaliado por um comité de juízes da raça ! (eu concordo que não baste a opinião de um vet como era dantes) !
Os cães nunca foram avaliados por veterinários (que de raças de cães e de cães de raça sabem ZERO).
Caso os pais sejam estrangeiros e tenham registo deve ser possível mediante uma declaração jurídicamente válida do criador registar o cachorro como filho deles.
Ou mesmo, propôr ao dono certificá-los no país de origem da raça.
No caso do Calvin, cheguei a pensar nisso só que há aquele período de quarentena, para mim inaceitável.
Por aqui se vê que há muita gente que realmente está completamente a leste. É óbvio que cães importados podem ter filhos cá e esse filhos serem registados no LOP. É apenas questão de se respeitarem os procedimentos previstos.
RIs, nos países que os admitem, são só para os residentes nesse país. Levar o cão a Inglaterra não teria qualquer efeito, tanto mais que eles não têm RI.
Além disso é extramente ridículo dizer que passou o prazo para registar um cão como puro !
Desde quando a pureza de raça é questão de prazo ?
A partir de não sei quando um cão deixa de ter raça ? Isto é novidade !
Eu pergunto: o que é que pode levar alguém a não registar os filhotes na altura devida e lembrar-se disso 2 anos mais tarde? Não acharia estranho? Eu acharia. Como a Cindel disse, o que é me garantiria que aqueles cães eram realmente os pais? Fazendo uma verificação à ninhada dá para ver se aqueles cachorros de 4 ou 6 semanas são filhos daquela cadela. Mas passados dois anos, quem me diz que o cão tem mesmo dois anos, ou tem ano e meio ou tem dois anos e meio e não pode ser filho daqueles cães?
Já agora, os regulamentos foram feitos antes de haver hipótese de comprovar cientificamente a paternidade dos cães. Pode ser que com os novos testes se possam abrir excepções.
De qualquer forma, como a Cindel também disse, a existência do RI levou a que muitas pessoas fossem aldrabadas. Eram importados cães dos países de leste por tuta e meia, sem registo, e depois eram vendidos cá ao mesmo preço dos outros. Registo? Era só dirigirem-se ao CPC que eles lá lhe dariam um.
Outra coisa quem deu o RI ao serra de pelo curto italiano vencedor, foi o CPC (cá, portanto).
Se nem para avaliarem raças portuguesas servem, como é que é ?
O RI foi dado em Itália e não em Portugal.
Mais uma coisa, o facto de se fecharem os RI prende-se com, por um lado, se achar que o pool genético da raça é suficiente, e, por outro, para evitar "conspurcações". Hoje em dia, em que uma luta com cabeça contra as doenças genéticas passa pela análise detalhada dos pedigrees (ascendentes, descendentes, colaterais), não faz sentido estar-se a admitir cães cuja história não se conhece de todo. Aliás é este um dos aspectos que faz com que se recomende vivamente a compra dum cão a um criador de jeito e não a um BYB, por muito bonitinhos que os cachorros pareçam ser.
"Quando o sábio aponta para a Lua, o idiota olha para o dedo" (provérbio chinês)