terça nov 26, 2002 3:06 pm
			
			
			
			
			Depois de ler todas mensagens, fica a sensação que a maioria
 das intervenções têm pontos comuns e importantes. Talvez fosse
 bom reflectir neles.
 
 1/ A maioria dos participantes neste fórum são profundos 
 conhecedores do mundo canino (não me incluo). No entanto,
 representam uma ínfima parte do conjunto da população 
 que tem cães Parece pacifíco para todos.
 2/ Donde: há temas que podem ser tratados no âmbito
 desta minoria, e que tem um efeito benéfico de fazer com que 
 os mais leigos aprendam qualquer coisinha. É positivo.
 Já aprendi convosco e agradeço.
 Mas também há temas que, possivelmente (digo eu), deveriam 
 ser encarados na perspectiva da enorme maioria que sabe pouco
 ou nada acerca de cães. O tema em análise parece-me ser um
 desses.
 3/ De acordo estamos todos em que situações destas são de 
 lamentar profundamente, e obviamente, quem dera a toda a
 gente (e animais, mesmo sem consciência disso) que não 
 ocorressem. No entanto também pareceu haver unanimidade
 em que não são controláveis. E aqui, a quem defende que 
 ocorrem sempre por culpa dos donos, abro o parentesis já 
 levantado, da doença. Mesmo em cães que sejam devidamente
 seguidos: se há tantos casos de diagnósticos tardios nos humanos
 porque não poderão existir também nos animais? E num caso desses
 que culpa teria o dono, que até poderia ser a própria vítima (conheci
 dois casos e um deles grave)?
 4/ Também me pareceu estarem todos relativamente de acordo que 
 um ataque de cão será tanto ou mais perigoso conforme o seu porte
 e a sua força. Parece uma evidência.
 5/ Fiquei a pensar que cães de certo porte só deveriam estar entregues
 a donos conhecedores e capazes de lhes facultar o treino de obediência
 que minimizasse o risco de situações como a que se passou. 
 Mas como fazer isso sem colidir com a liberdade individual a que 
 todos temos direito, e mesmo que este pequeno grande detalhe 
 fosse ultrapassado, como disciplinar todo o circuito de compra/venda
 de animais? Seria quase como pedir para que existissem licenças
 para ser dono de animal, a atribuir mediante critérios a definir por
 quem sabe... mas junte-se-lhe a natureza humana (imperfeita,
 mas é a que temos) e lá se veria "tràfego" paralelo de licenças
 e de circuitos de comercialização.
 
 6/ Porque não se desejam situações de ataques, mas não vislumbro
 alternativas realistas de controle, sou levada a pensar, que se calhar a
 menção das raças pela comunicação social pode ter um pequeno lado
 positivo. Os que por falta de informação possam pôr a raça em causa,
 serão os mesmos que certamente não estariam preparados para ser
 donos de um cão possante e de grande porte e então se o efeito fôr
 dissuasivo, ainda bem. 
 O que é melhor: cães abatidos por terem donos não preparados ou
 haver ou cães com "má fama"?
 
 7/ Só vejo a hipótese de passar o máximo de informação para
 o público em geral, e isso caberia às Organizações. Mas realmente 
 ao público. Por exemplo, e porque de pequenino é que se torce
 o pepino, sessões nas escolas com uma certa regularidade e com
 continuidade (do jardim escola ao secundário com as adequadas
 adaptações) para que resultem, que até seriam do agrado da maioria
 das crianças.
 Aí, começavam logo por serem prevenidos os comportamentos das
 crianças capazes de despolatar reacções agressivas dos animais.
 Aí, começavam por se conscencializar o que é ter um cão e tratar
 dele e os efeitos de o não tratar como deve ser, com consequências
 como o abandono (algumas imagens iriam ficar gravadas para sempre).
 Aí poderia conseguir-se que menos crianças pedissem aos pais o 
 cãozinho da vitrine, se lhes fosse explicado o que são puppy-mills.
 Não será que todos ficariam a ganhar?
 Utopia?
 Até acho que não: vontade de uma ou mais organizações em 
 estabelecer os devidos contactos, material básico (laptop e CR
 Roms). alguns educados companheiros caninos e alguma
 colaboração de quem é realmente conhecedor.Creio que neste 
 forum existem muitos membros que se fossem solicitados a colaborar
 por uma organização séria de defesa dos direitos dos animais, o fariam
 e executariam um excelente trabalho.